Tempo e Moeda



O Tempo
A humanidade desde os mais remotos anos de sua existência, buscou a divisão da periodicidade, porque certos fenômenos atuavam sob sua vida. Certamente, a noção mais objetiva foi diferenciar a noite do dia. Passou a compreender que havia diferenças no decorrer das longas jornadas de dias e noites, como a mudança do clima e suas variantes, as quais estabeleceu algumas divisões, como as estações, compreendeu haver marcantes efeitos naturais, desvendou os solstícios.

Pelo exemplar da própria natureza, descobriu regras para o plantio e colheita. Para controlar essas diferenças adequadamente inventou por observação, aparelhos de medição, como o relógio do sol, da água, de areia e outros meios. Seguiu inventando pelo tempo afora no decorrer de sua longa história.
A Moeda
A migração é um ato humano de sofrimento e incerteza. O ser humano quando vivia sem paragens, peregrinando de um lugar a outro, desconhecia por completo a utilidade de um abrigo seguro, do alimento suplementar, de reservar a água ou a capacidade de acumular recursos para as possíveis necessidades do amanhã. Levava consigo uma parca carga de sobrevivência e dúvidas.

Foi a fixação do ser humano em estágio tribal, num determinado ambiente que lhe deu segurança, permitiu o controle, a reserva e a proteção de suprimentos para alimentar-se e beber, por um período maior de dias. Passou a viver próximo de onde corria a água.

Preparar-se para as intempéries do tempo, fazer e usar ferramentas, avaliar as premências para um período maior de sua existência, dos próximos e daqueles à sua volta, companheiros de uma mesma jornada, passou a ser uma questão de consciência inteligente de melhora e sobrevivência. Nesse mesmo processo surgiu a coleta e a troca de produtos. Nascia um sistema de pagamento e troca que viria a ser constantemente aperfeiçoado.
Tempo e a Moeda são parâmetros nas relações inter-humanas. Evoluíram juntamente com a solidificação da humanidade em ambientes fixos, tornados completos pelas relações da população fixada, complexos pela aglomeração demográfica. A humanidade em seus primórdios era guiada pela sombra de um objeto projetada pelo sol para separar seus períodos diários e na noite pela circulação dos astros.

A História da Antiguidade relata essa longa caminhada destacando a região da Mesopotâmia e do Egito como civilizações prósperas e de grande avanço organizacional. 

O estudo de antigas civilizações poderão acrescer conhecimento melhor, pois nosso objetivo nesta ABA, tem como fator primordial: colocar o ser humano fazendo uso consciente do Tempo e da Moeda em larga escala através da mecanização.

Os primeiros instrumentos de ajustes temporais, foram os chamados relógios do sol e da natureza. A clepsidra ou relógio de água foi um dos primeiros sistemas criados pelo Homem para medir o tempo. No Egito e na Babilônia eram conhecidos os chamados de areia (ampulheta) e os de água (clepsidras) existentes a cerca XVI a.C. Ao lado esquerdo, a imagem de "dois relógios" ou medidores de tempo, um do Antigo Egito e outro da Grécia antiga. O "vaso" de medição grego é muito semelhante do egípcio, trata-se da influência passada dos egípcios aos gregos, não mera coincidência.

Quanto ao meio de troca e pagamento, o contexto débito e crédito, era algo rudimentar, não havia nenhum padrão mundial, tão pouco de Estado Soberano, salvo o princípio de valor mineral do ouro e da prata.
675/655 a.C.
Na Grécia antiga, neste período, na ilha Egina, uma das ilhas Sardônicas, distando 27 Km de Atenas foi atribuido a Fédon, rei de Argos a criação da primeira moeda em formato de tartarugas, cunhada aos milhares. O sistema continuou irregular, porém no século IV a. C., houve na Magna Grécia um sistema de cunhagem. Em Lídia, na  Ásia Menor houve um outro tipo de moeda, feito em pequenos lingotes com a liga de ouro e prata, chamada de Electrum.
Alexandre, o grande (336 a.C. a- 323 a.C.) cunhou milhões de moedas, a tetradracma, na qual sua efígie era o desenho familiar destes instrumento de troca. Foi a primeira representação de moeda com figura humana no poder.
Império Romano de meados dos séculos II a.C. até III d.C.
Os romanos foram homens de negócios, a longevidade e estabilidade do império deveu-se em parte das suas relações comerciais. O Senado Romano e os filhos dos senadores eram restritos ao envolvimento no comércio por considerarem uma atividade menor. Entretanto, os impostos arrecadados e as terras conquistadas estavam afetas aos senadores. Além de decidirem sob recursos para as atividades das Legiões Romanas, na construção de estradas, prédios públicos, distribuição de alimentos e outros itens, fosse de modo até pessoal pelo evergetismo ou pelo poder público.

A propriedade de terras era o principal bem capital, devidamente explorado por membros do Senado de Roma. Escravos e libertos, cuidavam das terras com fim de auferir lucros e repassá-los aos seus donos. O plantio, a venda dos produtos agrícolas, o aluguel de áreas e um lugar para férias e lazer exclusivo, resultava em excelente recurso.

Todo o comércio responsável em manter abastecida a populosa Roma Antiga era praticado por plebeus e libertos. Estes tinham lojas em mercados, feiras e pontos de abastecimento como barracas no meio das estradas. O ábaco era o instrumento de cálculos usado para medir e contar moedas.

Cícero, senador romano lembrou numa das suas manifestações “que os “negotiatores” são fundamentais na organização dos mercados, investimento em transportes e crédito para facilitar os negócios imperiais”.

Nos dois séculos compreendidos neste período, chamado de pax romana, com marco inicial com a coroação de Otávio Augusto em 27 a.C. até o ano de 180 d.C. com a morte de Marco Aurélio, Roma teve imperadores que melhoraram a rede de estradas espalhadas pelo vasto Império Romano, fosse calçadas de lajes de pedra, ou estradas que conduziam aos territórios conquistados através dos anos anteriores a este ciclo.

No período apontado pelo quadro acima, intitulado de "pax romana" foi um tempo de muita prosperidade no Império Romano. As conquistas estabilizadas permitiam a população e a elite romana em especial desfrutar de benefícios com certa tranquilidade.

O mar era o meio de comunicação de muita intensidade. Nestes tempos, seguro e tranquilo, longe de pirataria, vencida pelos barcos de guerra romanos. Numerosos barcos navegavam em todas as direções; de carga, pesados e lentos, navios rápidos de viagens, alguns transportando cerca de 600 pessoas.

As corporações de armadores contavam com numerosos integrantes e dominavam esse ambiente. Companhias de navegação, não apenas nos portos, contando com escritórios em Roma e nas principais cidades. Algumas ofertando turismo para o Egito, ou mesmo todos os anos em julho, uma frota de120 navios saindo de Berenice no Mar Vermelho a caminho da Índia. Havia grandes portos prósperos, espalhados no Oriente em Alexandria, Esmirna, Éfeso, Selêucia de Antioquia; na Itália, Pozzuoli, Óstia, Siracusa e Brindisi; na África, Cirene, Cartago e Leptis Magna; na Grécia Tessalônica, Corinto; no lado ocidental em Marselha, Arles, Narbona, Tarragona, Cartagena ou no Atlântico, na atual Cádiz.            

Havia ainda, mascates atuando no comércio de especiarias e perfumes, levando suas mercadorias principalmente para a população rural. Embora em números menores, também era um modo de comércio, menos prestigiado.
Uma atividade comercial, com volume em tonelagem de mercadorias entre colônias, era feito principalmente por via marítima, através de navios chamados Córbita que podiam levar até 600 pessoas ou seis mil ânforas. O Egito mandava para Roma grande quantidade de trigo em viagens que duravam cerca de 3 semanas. Há referência de exportação pela Síria para Roma de marmelada.

Um outro tipo de negócio era oferecido pelos “Argentários” (comerciantes da moeda) que atuavam em leilões públicos ou privados para negociar bens de dívidas. 

Estes ainda, guardavam depósito de dinheiro para indivíduos; descontavam documentos chamados “prescriptiones” (prescrições) como se fossem cheques bancários; atuavam como casas de câmbio, trocando as variadas moedas sonantes de inúmeros lugares. Os Argentários era obrigados a manter escriturações de todos negócios, em livros rigorosos as “tabulae” (tábulas) que serviam de prova jurídica nos tribunais romanos, de prestação de contas ao Fórum Romano em caso de negligência. 

Este tipo de negociação deu origem ao "Collegium Mercatorum" aonde financistas atuavam através dos "empórion" ligados ao comércio marítimo. Muitos senadores e elite de romanos aplicavam recursos nessa atividade tida como a origem da atual Bolsa de Valores e Mercadorias para ampliar suas finanças.

Roma, emitiu sua primeira moeda oficial por volta de 335 a.C. a aes Grave ou aes Librale em formato redondo; moedas, indicando valor e cunhagem oficial somente em 268 a.C., como ainda emitiu moedas de prata, o denário romano.

O sistema romano de medição veio dos gregos que por sua vez teve influência egípcia. As moedas sonantes romanas foi criação própria e, estavam divididas em: áureo de ouro, denário de prata, sestério e dupôndio de bronze; asse de cobre.
Na ABA Historiografia retratamos os grandes avanços que nos permitiram a conquista das técnicas de ler e escrever, fundamentos indispensáveis para a Mecanografia. Os registros nos confirma que no período histórico localizado na Roma Antiga a “urbes” atingiu uma população com mais de 1 milhão de habitantes, tornando verdadeiramente um ambiente completo e complexo, com os mesmos problemas que temos em nossos dias. Porém, sem os mecanismos inventados a partir da Baixa Idade Média em diante.

A vida em aglomerados cria a necessidade de ajustar os compromissos, manter suprimentos de alimentação, água, vestimentas, remédios, locação de vivenda, meios circulantes de pagamento e recebimento.

Enfim, uma série de atividades das relações humanas que precisaram ser ligadas, principalmente, quem irá produzir alimentos, trazer água e fazer outros itens de primeira necessidade, colocar tudo isso a disposição da comunidade. Além disso, ter regras ou leis para dirimir as desavenças, os desajustes pungentes, as querelas e as inúmeras questões consequentes  nas relações entre seres humanos.

Os governantes de Roma viveram intensamente a busca dos meios para suprir essas necessidades, os negociantes em trazer seus produtos para suprir e obter a lucratividade. Entretanto, preocupações da contagem precisa do Tempo, ou a valoração do trabalho humano através da Moeda, relativas as ocupações da vida diária ou atividades servis inexistia, neste período histórico, ou seja, não fazia parte do contexto geral.

Porém, foi em Roma, sob o governo do Imperador Caio Júlio César (13/julho/100 a.C. – 15/julho/44 a.C.), a mudança oficial da contagem do período anual, ao ser instituído o Calendário Juliano em 1° de janeiro de 45 a.C., vigorando até o Calendário Gregoriano em 04 de outubro de 1582, com 365 dias, e este prevalece em nossos dias. 

Júlio César trouxe essa contagem do Antigo Egito em suas relações com Cleópatra. Um item preciso para a contabilidade imperial, sem máquinas mecanizadas, mais com o instrumento do ábaco para acelerar os cálculos.

Também foi Júlio César  entre 44/45 a.C., quem mandou cunhar moedas com o retrato de si, para organizar as finanças romanas. Este ato oficial durou até 476 d.C,  com o último imperador romano Romulo Augusto. Foi o maior período sustentado por um Estado com um instrumento monetário da antiguidade. 

Na ABA Registros e Contábeis relatamos em parte, com que meios a mecanografia desempenhou um importante papel para organizar a sociedade e a governança regional, sem entrar na relação: Tempo, Moeda e Trabalho.

Já na ABA Historiografia relatamos detalhadamente as passagens do ser humano em suas diversas fases e seus instrumentos de contagem. Essa demanda seguiu com maior vigor, partindo dos últimos séculos da Baixa Idade Média quando a mecanização ainda precária, se tornou um anseio, apontando o futuro mecanizado dos séculos seguintes.

O tempo, a moeda e o trabalho, tão qual o conhecemos, é algo diverso e intrigante pelos processos passados. Depois de fixar-se em seus ambientes, o ser humano passou a viver em comunidades tribais com tarefas muito objetivas: caçar, comer; plantar, colher, comer; reunir-se em danças, festas, eventos de passagens. Estágios aonde o trabalho mantinha apenas a subsistência, sem conhecer a moeda. Talvez o escambo, em relações pontuais.

No avanço da história humana, o trabalho na terra e o pastoreio, passou a ser a melhor moeda para obter abrigo e alimento por mais de milênio. Sem outra alternativa, a atividade servil não permitia espaço de ascensão social, só permitido a quem de algum modo consegue amealhar recursos chamados aqui de Moeda.
Além de limitar a ocupação de um pedaço de terra para semear, colher, devolver a parcela maior ao senhorio, sobreviver, ou, ir combater em nome do seu Senhor para dominar o oponente, com alguma chance de ganhar terra num território dominado quando poderia galgar alguma posição.
Trabalho e o Ócio
Na Grécia Antiga, como mais tarde em Roma, o trabalho era desprezado, principalmente as atividades manuais, um desdém sem medidas. Por outro lado, o ócio era exaltado. Pessoas possuidoras de bens e os notáveis, exerciam em todas funções uma atividade de direção. Posse de terra, investimento individuais, empréstimo a juros, empresas familiares, eram os meios deste povo, ávido de ganho. 
Século VII a.C.
Por volta deste período, começam a circular as primeiras moedas feitas de ouro e prata, irregulares no trato, por isso tinham uma periodicidade precária até chegar, o período do Império Romano com uma vida urbana intensa e necessária de melhor organização e controle, que vamos descrever. 
A terra era o melhor sentido de possessão, representava ao mesmo tempo um reservatório de riqueza, de abastada subsistência e fonte de trocas. Por fim, o importante era possuir o solo que sempre conservará o seu valor. O chamado bem de raiz.
A economia de Roma repousava no administrador, que poderia ser um homem livre ou um escravo. A contabilidade não tinha um acerto regular, poderia demorar anos sem fazer balanços. Entretanto, na ocasião desse acerto, as anotações de entradas e saídas não poderiam ter erros para evitar a fúria do proprietário e o severo castigo.

Cada “pai de família” tinha em casa um cofre, chamado de “kalendarium”, contendo datas para pagamentos, títulos de crédito, somas destinadas a empréstimos a juros. Todos os notáveis possuíam seus bens espalhados, sabiam aonde estavam, graças a um controle seguro dos bens. O significado de Tempo e Moeda estava sujeito a decisões pessoais.

Tanto gregos como romanos, consideravam o trabalhador, aqueles que executavam com as mãos, um elemento socialmente inferior, visto como um ignóbil. Artesões e operários não especializados não eram cidadãos. Quem trabalhava era considerado como gentalha. A pobreza era um defeito, uma espécie de vício. Portanto, os pobres moralmente inferiores, não viviam como se deve viver. Ou seja, no ócio!
Para corroborar com a descrição analítica acima, citaremos pensamentos de gregos e romanos:
- Isócrates de Atenas (436 a.C. Atenas - 338 a.C. Atenas) orador e retórico considerado o Pai da Oratória, considerava a necessidade de manter “os inferiores” ocupados em tarefas: “pois as pessoas de baixa condição eram dirigidas ao cultivo da terra e ao comércio, porque das indigências nasce a preguiça e o crime da indigência”.

- Platão (428/27 a.C. - 348/47 a.C.) em Leis afirmou: “um verdadeiro cidadão não deve trabalhar, a gestão dos seus domínios é cultivada pelos escravos”.

- Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) afirmou: “Alguns seres quando nascem, estão destinados a obedecer, outros a mandar” e “escravos, camponeses e negociantes não poderiam ter uma vida feliz (próspera e cheia de nobreza)”.

- Sêneca (Lucius Aneu Sêneca, 4 a.C. Córdoba - 12/abril/65 d.C. Roma) estoico, contemporâneo de Cristo, afirmou: “o destino é uma realidade” e, lembrou que segundo o filósofo Posidônio: “as artes do vulgo, as artes sórdidas, são dos trabalhadores braçais que empregam tempo em ganhar a vida. Estes ofícios nada tem de Belo e em nada parecem com o Bem”.

- Cícero (Marcus Tulius Cicero (03/jan/106 a.C. - 07/dez/43 a.C. 63 anos) teve o segundo livro editado por Gutemberg “De Officis”) aprendeu com o filósofo Panaitios que “todo salário é sórdido e indigno de um homem livre, constitui o preço do trabalho não é uma arte”.

- O imperador César (Caio Julio Cesar 13/jul/100 a.C. Roma – 15/março/44 a.C. Roma) ordenou que um terço dos pastores fosse de homens livres, o trabalho servil reduzia a inatividade.

- Augusto (Caius Iulius Caesar Octavianus Augustus 23/set/63 a.C. Roma – 19/ago/14 d.C. Roma) atendia aos interesses dos lavradores e negociantes para dirimir as querelas de quem serviam.

- Vespasiano (Tito Flávio Vespasiano 17/nov/9 d.C. – 23/jun/79 d.C.)  recusou-se a utilizar máquinas na construção do Coliseu para não reduzir a fome da arraia miúda;
Trabalho em tempos romanos
Todo imperador romano compreendia que o trabalho constituía o único recurso de uma multidão sem nenhuma perspectiva de melhora social. Pior do que o trabalho, somente a escravidão. Era preciso manter a população inferior em atividade exercendo um tipo de trabalho para evitar maiores problemas.

A economia em Roma antiga era movida pelo setor servil. Pequenos camponeses independentes sofriam para pagar os impostos, também haviam outros dependentes, como os meeiros. Trabalhadores agrícolas, assalariados, artesões com serviços comprados para determinada tarefa tinham um pacto de compromisso sem nenhum contrato escrito.

O general e político romano Cneu Pompeu Magno (29/set/106 A.C.-28/set/48 a.C.) eleito cônsul três vezes, em suas conquistas da Sicília, Judéia, Jerusalém, sul da Gália, obteve saques dos derrotados que renderam cerca de 786 milhões de sestércios; os tributos romanos, arrecadados nas províncias do Oriente giravam em torno de 300 milhões de sestércios. Citando apenas dois proventos dos quais Roma se valia para auferir valores substanciais para alimentar a máquina de guerra romana, controlar as regiões dominadas e manter uma cidade cosmopolita,  especilmente com luxo seus líderes.

A renda básica paga diariamente a um operário sem especialização no Império Romano era de ¼ de um denário. O denário cunhado em prata, surgiu pela primeira vez em 211 a.C. e significa “que contém dez”. Augusto ao fazer a reforma monetária mandou cunhar o sestércio em formato maior e de bronze. Um denário equivalia a 8k de pão.

Pior do que o Tempo e a Moeda, era a frágil certeza da plena liberdade de ir e vir. Havia prisão por dívidas, o credor ainda podia sequestrar a mulher e os filhos para fazê-los trabalhar. Dívidas com o Estado, resultava em condenação à escravidão do fisco, com o devedor levando inúmeras chibatadas dos guardas, em delito menor. No Império Romano as oligarquias dos notáveis estavam livres de obrigações fiscais.

O pensamento greco-romano com referência ao trabalho, explica em parte, o atraso e a ignorância pelo uso de máquinas, uma vez que inúmeras ferramentas e equipamentos inventados no antigo Egito perduram até os nossos dias, mesmo a medicina passou do mundo dos faraós aos árabes.

As ideais antigas sobre o trabalho não podem ser correlacionadas com o movimento do trabalho decorrente do aumento da produção, mecanização e mão de obra na Revolução Industrial, ou seja, sem petróleo ou carvão.

Em tempos antigos, não havia princípios de organização de trabalhadores exaltando uma classe profissional, luta de classes, dominação ou categoria. Existiu a rebeldia, a insatisfação e até revoltas, com o contrapeso desfavorável a quem trabalhava. O trabalho tinha sua utilidade no contexto social, na mentalidade daqueles tempos, nossas réguas não servem para medir, comparar ou avaliar.

Xenofonte, lembrava das intempéries nos ofícios, afirmando: em certos trabalhos manuais, passava-se o tempo inteiro próximo ao fogo; artesões não tinham nenhum tempo livre, seja para ter amigos ou outra preocupação; cultivar o campo era suportar o frio e o calor, levantar cedo, defender a terra que cultiva e dormir muito cansado.

Pensamento de grego, representante de uma mentalidade que perdurou quase mil anos!
Evergetismo
Em Roma Antiga, uma prática peculiar, chamada pelos franceses de “evergetismo” vigorava em plenitude. Eram ações, de modo particular e generalizada, movidas pelos notáveis, membros do senado e os principais elementos abastados da sociedade romana. 

O Império Romano era um governo indireto, uma federação de cidades autônomas. Um membro da nobreza, fosse senador ou cavaleiro, era posto a receber um título de patrono de uma dessas cidades autônomas, um mecenato representado pelos seus símbolos, sempre recordado pela cidade agraciada.

Estes cidadãos doavam ao seu modo, à comunidade: uma propriedade, construíam um edifício para uso público (ao lado esquerdo uma dessas construções), consertavam estradas, patrocinavam disputas entre gladiadores, promoviam jogos, doavam sais e perfumes aos banhos públicos, promoviam banquetes e outras bajulações para a população de sua localidade, tais como: Pompéia, Herculano, Roma, outras.

A imagem do promotor de um bem para servir à toda comunidade, o diferenciava. Tais feitos trazia prestígio, por parte do povo romano, uma vez que a comunidade realmente se beneficiava com essas doações. Era um feito do privado para o público. A cidade desfrutava de uma benesse, ao ponto dessas práticas tornarem-se uma obrigação por parte de quem obtinha posses. Era uma obrigação social muita cobrada.
O próprio Imperador distribuía o trigo trazido do Egito ao povo de Roma, promovia lutas de gladiadores, jogos, mantinha o povo ocupado em muitos serviços. Na história da vida privada romana, os notáveis recebiam diariamente “uma extensa clientela” havendo uma dependência de muitos ao seu redor, partilhando de banquetes e favores. O maior objetivo da prática do evergetismo era o doador nunca ser esquecido em sua cidade e receber congratulações mesmo após sua morte.
Collegias ou Confrarias romanas
Esse modo de vida provocou um outro tipo de relacionamento interpessoal, as chamadas “collegias” ou confrarias. Eram livres associações privadas, aderidas somente por homens livres e escravos, exercendo a mesma atividade ou venerando um mesmo deus, portanto com objetivo religioso ou profissional.

Em todas as cidades havia um ou vários colégios, estabelecidos apenas com pessoas locais, organizados nos moldes de uma cidade, cada qual com seu conselho, magistrados anuais, isto é, seu evergetismo.

Fosse uma associação de ferreiros, pedreiros, carpinteiros, tecelões, comerciantes de certas roupas, adoradores de Hércules, Mercúrio, Baco, Vênus. Essas confrarias recebiam o evergetismo de um simpatizante, um mecenas local.

Cada membro contribuía ao ingressar com um valor que somado ao valor do evergetismo que recebia pela doação, honras e reconhecimento. O montante arrecadado permitia a confraria, banquetes alegres e um enterro decente, acompanhado pelos associados até o túmulo coletivo da confraria. São Cipriano escreveu que o banquete e a sepultura são os dois objetivos das confrarias.

As confrarias seguiram seu caminho através dos tempos, se transformaram em corporações de ofícios, guildas, maçonaria, sociedades secretas, fundações, voluntariado, filantropia, etc.
Corporações de Ofício ou Guildas
Nosso objetivo é traçar historicamente que a tríade: tempo, moeda e trabalho percorreu um longo percurso no qual o encontro com a Mecanografia, contribuiu juntamente com os novos instrumentos de mudança social e econômica, o novo perfil de Estado, com peso e contrapeso, para a melhoria da vida individual e coletiva, ao permitir redistribuir cargos e funções, abertas aos milhares, principalmente com a administração da vida citadina descrita na ABA Recursos & Contábeis.
Século III d.C.
A crise e a desagregação do Império Romano, ocorreu no início do século III d.C., período chamado de Baixo Império em decorrência do desequilíbrio entre a receita e a despesa, com uma crise generalizada, principalmente o custeio para manter as fronteiras conquistadas com milhares de militares.

Aliado a este fator, ocorria a gradual substituição de escravos pelo sistema de colonato, levando a população para áreas rurais despovoando a cidade, enfraquecendo todo tipo de atividade comercial.  

As tribos bárbaras, mantendo uma certa paz com Roma, tiveram um crescimento demográfico significativo, o que gerou dificuldades de sobrevivência. Enquanto isso, a migração em direção ao território romano com melhores condições de alimentação, era continua. Por outro lado, os Hunos invadiram a região os povos germânicos em busca de espólio e terras, esse avanço obrigou os bárbaros a romper os limites da fronteira romana,  vindo por fim, decretar domínio romano.
O ano de 476 
Este ano, marca o início da Idade Média com a deposição do último soberano do Império Romano do Ocidente, Rômulo Augústulo. Esse contexto, deu origem ao feudalismo, uma combinação entre instituições romanas do colonato e tradições germânicas do comitatus. Assim, trabalhadores antes livres, fixaram-se em grandes propriedades na condição de colono, perdendo autonomia, sem puder de acordo, vir a deixar a propriedade. 

Este fato, foi agravado continuamente por cerca de mil anos de ruralização continuada. Podemos afirmar, que no decorrer dos anos deste movimento, isto é, do feudalismo, produziram fatores aonde o trabalho, o tempo e a moeda influíram nos destinos de uma região sob tais aspectos. 

Na ABA Historiografia, afirmamos nosso foco sob a visão da Escola das Mentalidades, de Marc Bloch e Lucien Febvre, ao pesquisar o caminho que o ser humano percorreu para civilizar-se em grupos de sociabilidade em prol da liberdade, fraternidade e igualdade, essa tríade utópica, carregada de interesses individuais e coletivos, precisam ser equalizados em inúmeros sentidos. Uma incessante busca ao bem comum é a razão de preceitos e princípios justos e igualitários.

Nessa mesma ABA inserimos o personagem do Artesão até 1760. Vamos buscá-lo em tempos mais remotos, nas corporações de ofício, numa delas encontramos o ARTESÃO, talvez seja uma das principais chaves neste portal: trabalho, moeda e tempo.

O reconhecimento do cristianismo como religião oficial, substituindo o poder dos imperadores romanos acolheu em seu seio as confrarias, que ligadas ao culto de deuses pagãos, foram transferidos em formato para os santos, da religião das boas novas. As origens dessas corporações de ofício surgiram através de agrupamentos com suas razões muito claras, como as:

- Religiosas: confrarias iniciadas no século X para culto do santo patrono, caridade e ajuda recíproca aos membros confraternados, padrão conhecido desde os tempos romanos.

- Econômicas: garantir o monopólio de determinada atividade, fora do controle servil, contra as dificuldades, inclusive de relação aos senhores notáveis que se consideravam donos do outro. Interesses mais recentes, oriundos num novo espaço.

- Político-sociais: tendo a finalidade de proteção, medir a força da plebe de profissionais contra o patriciado, detentor  do poder na cidade, ou seja, os “notáveis do ócio” agindo com as mesmas regras, desde os tempos greco-romano.

Dos romanos até a Alta Idade Média, a figura do mercador, assim como certas ocupações da população urbana, como por exemplo, o artesão, não se enquadravam nos ditames de qualificações previstas no “bom ordenamento da vida” tal qual se pregava no sistema feudal, equilibrado entre os fazeres e deveres dos sacerdotes, guerreiros e lavradores. Além do que o trabalho do artesão era incipiente, lento, unitário, mas recebia ganho. 
Ora Et Labora
Desde o século VI, com a temática da Regra de São Bento, a sociedade feudal se organiza entre clero, guerreiro e campesinato. Os sacerdotes cuidam da espiritualidade, as coisas de ordem divina, das almas humanas. 

Os guerreiros sempre prontos a defender o Clero, seu Senhor e aqueles que cuidavam da terra. A fiel missão da Cavalaria exigia pura lealdade de cada guerreiro. Quanto aos camponeses, cuidadores do que a terra poderia gerar, seus compromissos são diversos, divididos entre a talha, a corveia e a banalidade.

A talha era o imposto pago sobre a produção no manso servil, ou seja, seu trabalho nas terras de um proprietário onde habitava, quase por favor de um senhor; a corveia era o imposto do trabalho compulsório na reserva do senhor, onde o camponês cultiva e toda a produção fica com o Senhor; as banalidades, era o pagamento pelo uso dos instrumentos do senhor, como o forno e o moinho.

Neste período, “horários regulares” só tinham utilidade para a vida social e religiosa, uma vez que na agricultura imperava a natureza com seus imprevistos. O trabalho na terra, de propriedade dos notáveis senhores, era tarefa destinada a classe servil, obrigadas ao plantio e colheita em solo alheio, com regras orientada pelos costumes, quando inclusive um senhor feudal “tinha o direito da primeira noite de núpcias da jovem servil, sob os limites de suas terras”. Sem contestação do marido e na frente deste.

 Período do Século XI e XII
1054
Neste ano, ocorreu um marco de profunda mudança religiosa: a cisão das igrejas católicas do Oriente e do Ocidente, perdendo a unidade cristão que viria a alterar todo cenário europeu.
109
5
Neste ano, o papa Urbano II convoca a primeira cruzada, de uma série de movimentos à Terra Santa que vão representar grande avanço comercial e aprendizado para o renascimento comercial e urbano gradativo, naquelas relações estanques, sem ascensão de nível.

O temido ano mil com previsões catastróficas de fim do mundo ficou para trás. Inventos como a charrua, um arado atrelado a tração animal e o moinho hidráulico vão alterar o cenário social e econômico. Duas atividades cooperadas, uma pelo uso do cavalo ou boi e outra, movido à força d’água, facilitaram o cansativo trabalho humano. 

Outros fatores, surgiram como elemento técnico-agrícola da rotação tri-anual das culturas, permitindo maior produção, além do consumo maior de leguminosas. Melhor alimentação, menor mortalidade, foi o resultado de ter dobrado a produção alimentar do século XI ao século XIII.

Além disso, as rotas de mercadorias terrestres, perigosas e precárias, quer também pelo domínio dos árabes na região, foram substituídas por vias marítimas, mais baratas, permitindo impulso das cidades de Veneza e Gênova e da Liga Hanseática formada por cidades germânicas dominando o mercado do norte europeu. 

Os hanseáticos recolhiam mercadorias num lugar e vendiam em outros, como peles, mel e cera da Rússia; minerais da Hungria, peixes da Noruega e Islândia, ferro e cobre da Suécia, vinho da Alemanha, sal da França e Portugal, lã da Inglaterra e tecidos de Flandres. Enfim, melhores condições de vida no cenário da Baixa Idade Média

O território europeu passou por inúmeras mudanças neste período, primeiro com as feiras na frente dos castelos, pelo movimento das Cruzadas com as influências recebidas no Oriente, mais avançados em diversos sentidos, além de larga circulação de mercadorias e pessoas. Neste mesmo período começam a nascer o sentido de unidade nacional: o Estado.

Os Estados modernos na Europa se formaram pela centralização num poder central devido à dominação de várias cidades e aproximação entre a monarquia e a burguesia com os mesmos interesses, o hábito comercial, a venda e a compra.

Estes e outros fatos, permitiram desmontar as estruturas feudais que travavam o comércio, determinando a um comandante o poder central, no caso, a realeza. Aquilo que tinha ficado travado entre muralhas demarcadas numa determinada área, começou a ser alterado, tendo como ponto de deslanche: as feiras armadas diante dos castelões. Também feudos começaram a manter comércio com outros feudos, em busca de suprimentos. A necessidade de mercadorias, permitiu feiras em locais estratégicos, outras montadas na entrada dos feudos e palácios.

Nobres e burgueses, juntos articularam o controle da ordem pública, submissão da população a uma hierarquia centralizada, organização geral do Estado, tornado forte pela arrecadação de impostos e por importantes decisões gerais.

Os recursos obtidos em nome da realeza, o compromisso das localidades mais distantes com o monarca, permitiam manter uma poderosa administração estatal que prevalece até nossos dias, através do Estado, como o conhecemos. Outro fator iria também colaborar com essa nova mentalidade: a conquista de Jerusálem por um amplo movimento religioso.  

A preparação da cada Cruzada impunha uma série de medidas a ser providenciada, como fazer armamentos, levar mantimentos, preparar alimentos e água para a contingente. Enfim, transferir para terras muito distante uma numerosa tropa e material de campanha. Exigiu trabalho coletivo.

Um movimento começou a partir de meados do século X em diante, no que se refere ao Trabalho e sua relação com o senhorio. Com a fuga das pessoas dos feudos que não conseguiam mais sustentar-se,  marcado pelo esgotamento do sistema feudal, as novas relações havidas para realizar o movimento das Cruzadas, permitindo a comercialização de viveres e toda implicação para mover milhares de pessoas por mais de 4mil e 500 Km, permitiu uma nova realidade. De modo acelerado, populações rurais foram direcionadas para as cidades, provindo o renascimento das cidades e uma revolução no comércio.

As feiras montadas na frente dos castelos feudais, o abandono das relações estanques feudais de vassalagem. O nascimento daqueles negociantes estabelecidos em casas comerciais, permitiu um novo elemento social: a burguesia. A cunhagem de moedas passa a ser um padrão de troca de mercadorias na compra e na venda.

Desse modo, foram criadas condições para no século XIII, o pleno renascimento comercial e urbano, encerrando o feudalismo em função de mudanças religiosas, econômicas e culturais. 

O trabalho como exercício natural de sobrevivência, de ganho monetário, de usufruto pessoal, é algo muito recente. Pertence a evolução vinda através das feiras na porta dos castelos feudais, com os mercadores, a vida citadina, as corporações de ofício até a formação da burguesia, como vamos descrever.
A partir do século XII em diante...
Da organização de indivíduos em grupos profissionais, nascem as corporações de ofício e guildas, ou seja, associações de pessoas qualificadas, exercendo um mesmo ofício em atividades de unidades de produção artesanal, seguindo uma hierarquia profissional de mestres, jornaleiros e aprendizes.

Um artesão nunca poderia estipular um preço maior ou usar material de qualidade inferior ao de seu colega. Isso evitava a concorrência dos membros de mesmo ofício. Uma corporação também protegia seus associados, proibindo a entrada de produtos similares aos produzidos na cidade em que se atuava.

Essas corporações estabeleceram regras para o ingresso na profissão, tinham controle de quantidade, da qualidade e dos preços dos produtos produzidos, chamado de preço justo. Quem desejasse entrar na corporação, só era aceito como aprendiz pelo Mestre.

Os aprendizes não recebiam salários, geralmente eram parentes, afilhados. A extensão do aprendizado variava de acordo com o ramo, podendo durar pouco, apenas um ano, ou prolongar-se de dez a doze anos. O aprendiz trabalhava por comida e abrigo até dominar sua atividade. Em média, o período do aprendizado, variava entre dois, sete ou dez anos. Não raras vezes, acabavam se casando com a filha do Mestre, ao passar para oficial, pelo convívio e afinidade e, por vezes assumia o posto e se tornava um Mestre.

O Mestre, dono da oficina, garantia o sustento dos seus profissionais, amparava seus trabalhadores em caso de velhice, qualquer tipo de doença ou invalidez, como ainda, detinha o conhecimento, as ferramentas e a matéria-prima. Após o término do aprendizado, o aprendiz tornava-se jornaleiro ou oficial e depois mestre. Entretanto, à medida que se avançava para o fim da Idade Média, tornava-se mais difícil ao jornaleiro atingir a condição de mestre.

Em cada uma das cidades medievais existiam várias corporações, delimitadas em suas áreas, de forma restrita, sem sobreposição de competências. Uma alfaiataria não consertava roupas, assim como, uma oficina de conserto não tinha permissão de confeccionar peças novas. Isso valia para diversas atividades. Artigos de primeira necessidade como pão, vinho, cerveja e cereais tinham seus preços regulamentados.

Dentre as mais destacadas atividades, os construtores e os artesões e, entre estes: dos tecelões, dos tintureiros, dos ferreiros, dos carpinteiros, dos ourives, entalhadores de pedras, dos padeiros, e outros. Uma pessoa para trabalhar num determinado ofício, como pedreiro, carpinteiro, padeiro ou comerciante só exercia a profissão caso fosse membro da corporação. A desobediência levava o infrator a ser expulso da cidade.
1344
Neste ano, nasce o meio preciso de medir o Tempo, os primeiros inventores de relógios: Ricardo Walinfard, Santiago de Dondis e seu filho João de Dondis, com o horológio. A troca do badalar dos sinos, seriam substituídas, através de construtores e aperfeiçoadores de relógios na Baixa Idade Média.
1370
Neste ano, surge um outro inventor: Henrique de Vick permitindo melhorias nos mecanismos de marcar as horas. Aos poucos a marcação do tempo iria influir na vida de todos os habitantes europeus.

As mudanças num novo ciclo
Por um longo e abrangente ciclo que se estendeu, do mundo greco-romano até o século XVIII, riqueza e nobreza, pertenciam a um reduzido número de proprietários de terras. O comércio era desvalorizado. As fortunas comerciais dos novos ricos, não se equiparava em importância, a riqueza antiga dos donos de terras, principalmente pelo status da tradição.

As atividades de produção rural ou domésticas baseadas apenas em obrigações servis passariam por um outro estágio do desenvolvimento humano. Não servia mais, ter o movimento do dia marcado somente pelos sinos das igrejas e seus missais, uma nova máquina batia em outro tom permitindo calcular o tempo.

A atividade do comércio de modo expansivo exigia tipos sociais mais diversos, da tríade fundamentada pelo sistema feudal. O processo produtivo artesanal passou a ter sua função e regulamentação, uma vez que as cidades cresciam, havendo um certo consumo e necessidade de serviços. Na Alta Idade Média, era costume de quem porventura conseguiu obter "moedas" procurar um ourives para guardá-las, garantido por um recibo esse valor referencial.

As moedas imperavam como meio de identidade de domínio regional, uma vez que o conceito de Estado ainda não existia, assim destacamos duas importantes ações de circulação de moedas:

1190 - Neste ano ocorre a primeira cunhagem de moedas de libra esterlina no reinado de Ricardo II;
1299
Neste ano, uma lei florentina proibia, quem tinham a banca de negócios com moedas, comerciantes de moeda ou os "antigos bancários", o uso dos novos algarismos e, continuassem a utilizar os antigos e eficazes números romanos, crendo que estes fossem de difícil falsificação. Não poderemos associar o comércio de moedas com os estabelecimentos bancários atuais com instalaçãs vistosas.

O livro de Leonardo Fibonacci, de modo facilitador explicava em capítulos algumas temáticas:
- 8º Capítulo – “Do cálculo do preço das mercadorias e assuntos afins”.
- 10º Capítulo – “Da cooperativa entre sócios”.
- 11º Capítulo – “Da troca de Moedas”.
- 15º Capítulo – “Das regras de geometria e do problema da álgebra e da almucábala”.

Entretanto, esse sistema prático de notação sofreu lentidão em sua divulgação, principalmente por interesses bancários e de quem estava ligado as grandes atividades comerciais, não desejando que o controle calcular fosse de conhecimento comum.

1360 - Neste ano, surgiu o franco na regiaõ ocupada hoje pela França, no latim como: "francorum franco" (rei dos francos);

Um dos serviços que se estendeu do século XII ao XV foram os “bilhetes de banco”, os certificados de depósito garantindo o volume de recursos de uma cidade transferida a outra, por seus contratos permitindo a expansão comercial além dos limites próximos, aos mais distantes lugares. Era o princípio da entrada do “dinheiro de papel documental” equivalente à moeda. 

As corporações atuaram como incentivo para o aumento da produção. Os comerciantes manufatureiros foram obtendo cada vez mais lucros, o que gerou um crescente acúmulo de capitais, nas mãos de uma nova classe, denominada de burguesia.
Séculos XII e XIII 
Neste período surgem as primeiras atividades de cunho bancário na Itália, através dos banqueiros judeus de Florença na época do Renascimento, que dispunham apenas de uma mesa, onde eram trocadas as moedas em cantos da rua, ponte ou outro lugar qualquer. Nesse estágio, marca um lugar oficial e traz a Moeda para mover uma nova instituição.
1406
Este ano, marca a criação do que é considerado o primeiro banco moderno: o Banco di San Giorgio, em Gênova. Embora as primeiras experiências tenham começado de modo oficioso, a casa bancária entra em cena como atividade regular e oficial como parte de evitar o transporte de peso descomunal de um lugar a outro distante. 
1453 
Neste ano, em Constantinopla são emitidas moedas em quantidade considerável para permitir uma circulação monetária mais vigorosa, dada a importância bizantina.
1487 
Elevada a categoria de cidade em 27 de julho de 1128, a cidade de Bruges, na Bélgica construiu muralhas e canais, facilitando a expansão comercial, permitindo a navegação de grandes barcos, servindo de rota para especiarias para diversos lugares. 

As técnicas comerciais e financeiras utilizadas, trouxe fluxo de capital vultoso, circulação de capital com transações bancárias interligando vários reinos. As circunstancias de ser um lugar estratégico, favorável pela navegabilidade para levar mercadorias trazidas do Oriente a todo continente europeu, tiveram na casa nobre de Van Der Burse o ambiente propício aonde mercadores se reuniam para realizar seus negócios. Os "Van der Burse" eram banqueiros, recebiam casa grupos de comerciantes para travar negócios e investimentos.

A palavra bolsa ganhou sentido pelo brasão familiar de Van der Burse possuir no estandarte ter três bolsas. Desse momento para frente a palavra "bolsa" passou a representar o ambiente de negociação financeira.
1531 
Surge a Bolsa de Antuérpia considerada a primeira de negociação e empréstimos. 
1595 
O sistema de bolsa de valores é instalado em Lyon, Bordeaux e Marseille na França.
1602
Neste ano, é criada a Companhia Holandesa das Índias Orientais da Ásia através do sistema de ações.
1661
Neste ano, na Suécia, devido ao baixo valor das moedas de cobre, podemos afirmar que nascia um novo modelo de intercâmbio: o papel moeda, com seu valor calculado pelo lastro em ouro que perdurou até a Segunda Guerra Mundial quando a economia europeia entrou em colapso. 
1792 
Neste ano em 17 de maio, em frente ao nº 68 Wall Street, surge a Bolsa New York Stock Exchange para negociar títulos da dívida pública. No decorrer dos anos tornou-se a principal Bolsa de Valores do mundo, impulcionando a economia americana e estimulando o mercado mecanográfico.

Daqui para frente, as máquinas mecanográficas seriam inevitáveis e essenciais para manter um fiel controle dos acúmulos financeiros. A complexidade mecânica foi extraordinária!

Tempo: medição e avaliação.  Moeda: controle, proteção e guarda.
Podemos perceber que dois elementos – tempo e moeda – foram “ganhando” cada vez mais importância no contexto da vida comum e no ambiente comercial. Tendo a moeda, sendo convertida em papéis documentais do seu valor mercantil.

O mercantilismo surgiu através de um conjunto de práticas econômicas desenvolvidas na Europa na Idade Moderna entre os séculos XV e XVIII, uma vez que as moedas podiam ser resgatadas muito longe. Entre outros fatores, marcou a criação do Estado Nacional pela concentração de poder nas mãos de um soberano, qualificando uma linha dinástica para tentar perpetuar “o poder de ordem divina”. (vide Aba Mecanografia)

As grandes navegações inseridas neste contexto, unifica o mercado interno, com protecionismo alfandegário, explorando as colônias conquistadas, quer por descoberta ou dominação, interferindo na economia dinamizada por índices demográficos cada vez maiores, ainda agindo pelos vários interesses comuns da nobreza.

Alguns pensadores, entre estes, citamos Adam Smith, apregoaram a tese do liberalismo influenciando financistas, comerciantes e por fim industriais, incrementando um novo tipo de produção em alta escala, iniciado pelas manufaturas e pelas recentes invenções como a ferrovia, levando cargas e pessoas em alta escala.

A descoberta da imprensa de tipo móveis permitiu a difusão do conhecimento a uma quantidade de registros e troca de saberes pelo continente europeu e americano, logo compondo livros para contabilidade e organização documental. Iniciava o mercado socioeconômico.

O movimento da Revolução Industrial foi inventando maquinaria cada vez mais ágil, aperfeiçoada, avançada. Criou e alterou regras de trabalho com tempo e moeda, nos ambientes em que as máquinas dominavam a cena.

Inserida e difusora no núcleo de progresso e desenvolvimento humano, as mecanográficas como relatado nas ABAS, como Historiografia e Registros & Contábeis, citadas anteriormente, eram fatores preponderantes e permissionários, precisos, na busca do enriquecimento da classe burguesa, substitutas da alta nobreza europeia, criadora do Estado Nacional. 
A biografia de Issac Newton demonstra per si, sua valiosa contribuição para a humanidade, nos campos da física, astronomia e matemática, com destaque nas três leis do movimento que levou a comprovação da Lei de Gravitação Universal.

Em 1696, com 53 anos, o inglês Issac Newton foi nomeado diretor da Casa da Moeda inglesa; três anos depois foi elevado a Mestre da Casa da Moeda aonde ficou até sua morte aos 84 anos, sob a contagem do calendário juliano.

Nesta ABA Tempo e Moeda, nos interessa o valioso trabalho de Issac Newton no sentido de dar equilíbrio ao valor das moedas. Investigou falsificações de moedas que resultaram em várias condenações à forca. Retirou de circulação as moedas antigas desgastadas, trocando por novas com melhor grau de segurança.

As milhares de moedas cunhadas através dos tempos, não tinham um peso constante e padronizado. Era comum se raspar as laterais das moedas para retirar lascas de metais preciosos, como a prata e o ouro. É possível verificar como as moedas antigas circulares, são irregulares nas bordas, não apenas por efeito de fabricação, mas burladas por “furto de pequenas quantidades de metais das bordas”.

Issac Newton percebeu esse fato e o corrigiu cunhando sinais de segurança para as bordas. Resolveu esse problema da moeda inventando as fissuras, ou seja, riscos nas bordas. Issac Newton pela primeira vez manteve um padrão circular mais perfeito, dando segurança ao valor monetário, coibindo em definitivo a ação de não ser mais possível retirar lascas de metais.

Em teologia produziu uma tese, de que o mundo não acabaria antes de 2060. Em 2007, a Biblioteca Nacional de Israel concluiu que essa teoria era igual ao do Livro de Daniel.

Time is Money!
Ganhar dinheiro em pouco tempo, ou seja, mais moedas no mínimo tempo. Este note poderia estar inscrito como subtítulo do período histórico, quando as máquinas operavam a todo vapor. Máxima inglesa na qual se pode afirmar: “tempo deve produzir lucro”, adotada pelo americano Benjamim Franklin, no início do nascimento da nação americana.

Nos tempos de “todo o vapor”, como viviam e trabalhavam os operários? Como se alimentavam para sustentar-se fisicamente nas longas jornadas?

Certamente, para atingir tal fim não tinha limites humanos ou morais, somente interesses. A vida dos operários desprezada na tolerância dos seus limites – quer seja, idade, doença ou morte. Situação pior, da vivida pelo elemento servil ou do escravo romano.

As fábricas nos meandros da Revolução Industrial eram edifícios imensos, com fraca iluminação, ventilação insuficiente, goteiras em dias chuvosos, ou em dias enevoados, quando a situação se agravava de forma drástica. Portanto, ambientes de péssimas condições de trabalho, higiene e segurança, àquela numerosa quantidade de operários que ocupavam essas áreas fabris, com mínimos espaços de liberdade de movimento. O pior exemplar eram as indústrias têxteis.
Gigantes máquinas, dezenas de alimentadores de fios infinitos e entrelaçados,. Começava-se a trabalhar entre 5 ou 6 horas da manhã, estendendo o período por cerca de 16 horas diária, com rigorosa disciplina incluindo até castigos físicos, visando aproveitar o pleno tempo do operariado, iniciado pelo badalar dos sinos de igrejas em primevas horas escuras a fim de exercerem tarefas monótonas e repetitivas. Fábricas não tinham relógios!

Um trabalho longe de regalias ou privilégios, sem direito de férias, descansos, premiações. Pagos em salários muito baixos. Mulheres e crianças ganhavam a metade dos homens maduros, assim por preferência e economia, eram em maior quantidade nas unidades fabris.
Os operários, para não perderem tempo e energia, viviam próximo as fábricas, em ruas estreitas, sinuosas, lamacentas e sujas. As habitações eram cortiços, sem móveis e quando muito caixotes faziam o mobiliário doméstico, em pequeno espaço, tal qual sua vida na fábrica. Sujos, sem nenhuma higiene pessoal, sem banheiro privativo, faziam as necessidades fisiológicas em fossas espalhadas nos quintais, por todos os cantos, ou seja, a insalubridade não oferecia mínimas condições sanitárias, de onde provinha doenças da miséria, abundante principalmente na Inglaterra industrial, como ainda, em outras regiões fabris da Europa.

As mulheres, dispondo de raro tempo, acordavam mais cedo para preparar a alimentação. Comiam pela manhã pão de aveia e cerveja caseira. A próxima alimentação era a base de batatas cozidas, bacon e chá. Esse quadro de miséria e má alimentação citadina provinha do espetacular aumento demográfico pela fuga do meio rural para o urbano.

Na Inglaterra, camponeses chegavam a fim de alimentar a nova indústria têxtil. O campo liberado dos seus habitantes, foi destinado à criação de ovelhas, ampliado no movimento chamado “cercamento”. Um cruel meio de expulsar colonos servis das terras para onde o destino reservasse seu fim, isto é, o meio urbano. Porém, seria mais um passo largo para cortar os laços servis vindo de longe, das portas do feudo.

Foi desse modo terrível e tosco, no qual as cidades cresceram demograficamente. A indústria têxtil pode usufruir de mão de obra barata, em grande quantidade, de homens, principalmente de mulheres e crianças a partir de 5 anos.  A Inglaterra dispunha de população nos seguintes anos:
- 1750 de seis milhões de habitantes;
- 1800 de 9 milhões de habitantes;
- 1820 de 12 milhões de habitantes;

Segundo o brasileiro Visconde de Mauá, conhecedor profundo do ambiente inglês como representante e depois associado dos ingleses, afirmou: “o operariado inglês vive pior que negros nas senzalas do Brasil Colônia”.
Novos Tempos, Novas Moedas
A circulação de valores monetários, como instrumento de pagamento por serviço, compra ou venda, de quaisquer naturezas, representados num valor referencial equitativo e justo, entre indivíduos, demorou muito historicamente para chegar num bom termo teve até alto e baixo. Somente nos últimos duzentos anos, essa circulação foi representada por um padrão, tomou sua forma mais ajustada, permitiu uma abrangência global, mesmo não tendo atingido os patamares do ideário da Revolução Francesa de preconizada: Igualdade.

Além do que, anterior a este período ducentésimo, apenas um número pequeno de indivíduos ou pertencentes a nobreza, aristocracia ou abastados, desfrutavam de bens como acúmulo de grandes áreas de terra, ou metais com algum valor de troca, como as moedas sonantes, para realizar, conquistar ou suprir seus desejos e necessidades.

A História nos é importante. Defini a dura caminhada do ser humano em busca de melhores condições e organização da vida em comunidade, não apenas para suprir as condições básicas tão inerentes, mas para produzir um bem comum, mesmo com toda miséria, o meio urbano ofertava a moeda ou até mesmo buscar outro meio, outra fábrica ou optar para exigir melhores condições.
Nosso ganho comum nos últimos duzentos anos...
Abordamos em aspectos diversos, porém num mesmo contexto, as profundas mudanças ocorridos nos destinos da humanidade e a contribuição do ramo mecanográfico acelerando a tramitação das ações oriundas de dois fatores principais, do século XVIII em diante: as Revoluções Industrial e Francesa.

Esses dois movimentos geraram consequências nas relações humanas, quer na política, economia e nos paradigmas conceituais e sociais, quer na Europa como no Novo Mundo, ainda sob controle absoluto dos governantes e em regime colonial.
Revolução Industrial
A Revolução Industrial, decorreu de uma série de invenções, principalmente para a indústria têxtil, aumentando a produção de produtos derivados da lã, retiradas dos ovinos produzidos em rebanhos de larga escala nas áreas de cercamentos, livres para pastoreio, com a expulsão os camponeses de terras que ocupavam a séculos.

Essa fuga que conduziu milhares de famílias do meio rural para o ambiente citadinor, aumentou demograficamente as cidades, alterando as relações interpessoais, trazendo novas situações, típicas dos grandes aglomerados humanos, relacionadas com as dificuldades de habitações, abastecimento de produtos e serviços, questões sanitárias e locomoção dos indivíduos.  

Para atender tantas novidades, as relações socioeconômicas foram ramificadas em inúmeras bifurcações, criando estabelecimentos próprios para comercializar, suprir e atender as necessidades prementes de ordem populacional. Surgiram estabelecimentos comerciais como: armazéns, quitandas, empórios, lojas, oficinas de prestação de serviços. 
Revolução Francesa
A Revolução Industrial surgiu para o campo da economia dez anos antes do evento francês. As guerras entre os reinos ingleses e franceses havia enfraquecido a economia de ambos, com maior efeito ao reino da França, aonde a industrialização foi mais lenta e houve decisões desastrosas.

O absolutismo francês deixou as camadas populacionais, incluindo parte da baixa nobreza, em situação de difícil sobrevivência, com falta de viveres, extensa miséria, desorganização social, mas mantinha o contínuo glamour da realeza. As difíceis condições causava revoltas cada vez mais intensa quer nas cidades, no campo, capital ou províncias.

A Revolução Francesa foi um movimento que envolveu inúmeros pensadores trazendo novas teorias, como o Contrato Social de Jean Jacques Rousseau, e tantos outras obras de pensadores pertencentes ao movimento chamado de Iluminismo.

Esse movimento expandiu-se pela Europa, e pelo mundo afora, influindo nas Américas, um ambiente que se desprendia do colonialismo. Foi o primeiro movimento entre cristãos que influiu também no mundo islâmico, trazendo noções de pátria, liberdade, formas equilibradas de governar, acordos para viver no meio social e uma série de elementos para garantir a liberdade individual.

Enfim, as Revoluções Inglesa e Francesa, sob a égide de movimentos em busca do bem comum, procurou retirar os entraves sociais, econômicos e políticos, defendendo as finanças, livre iniciativa de produzir e comercializar, permitiu o término da sociedade  nobre, privilegiada pelo nascimento feudal com suas taxações, regulamentos e proibições arbitrárias e ditados pelo estado absoluto. Ambas revoluções deram formato nova à política e economia.

Revolução Industrial trouxe um novo tipo de trabalho – o assalariado, o ganhar para comprar. A posse de um valor foi importante, pode-se ponderar - se a remuneração é justa, deficitária ou avitária.

Um fato é indiscutível e insofismável:
- o meio rural estagnou o campesinato por milênios e este não tinha nada de SEU;
- o meio fabril permitiu mudanças de patamar social, com atividades diversas de ganho; 
- ferramentas e instrumentos feitos com metais tinham um valor absurdo impossibilitando a um simples artesão sua aquisição.


O papel de classes com maior poder, ou seja, dos detentores de comando de um grupo sobre outro, na história a humanidade, esteve por milênios em quem detinha a posse de terra. Através dessa posse, os ocupantes dos limites da área, serviam ao seu proprietário. Daí, conquistar terras, a causa de todas as discórdias ou guerras. Na terra, o camponês trabalhou por gerações, sem direitos, regras ou condições de reclamo das disposições impostas pelo dono da terra, ao bel prazer e interesse.

Os estratos que compõe uma sociedade organizada precisa de alimentos, vestuários e inúmeros itens de sobrevivência. Algumas atividades, como artesãos, negociantes, mercadores, feirantes ou aqueles que traziam mercadorias de longe, embora servindo aos notáveis do ócio e a população, eram considerados de modo generalizado, como praticantes de atividades desprezíveis, indignas e sujas, até a Revolução Industrial em pleno século XIX.

A riqueza antiga provinha da terra, herdado da ancestralidade, chamada de “bens de raiz”. As fortunas comerciais conseguidas através de comércio, promoviam novos ricos, considerados pessoas desvalorizadas, possuidoras de todos os vícios, agindo por cobiça, engendram o luxo e indolência.

Além do que distorcem a natureza, rompendo sua barreira natural, trazem produtos que a natureza não desejou que crescesse no local. Tais ideias, que consideramos absurdas, vigoraram no pensamento da humanidade desde a Grécia, Antiga, Índias arcaicas, Roma chegando até o Ancien Regime.

Evolução socioeconômica e tecnológica
Dos movimentos, “revoluções inglesa e francesa”, resultou um novo produto: o Estado representado por poderes separados, cada qual atuando numa área específica. Os efeitos dessa mudança, ou seja, sem um “dono real” com sua corte, foi tão poderoso que afetou a maior parcela da humanidade, principalmente o ocidente que evoluiu em todos os aspectos e solidificou o sentido de país.

O sentido de pátria aderiu a essa nova mentalidade, uma mudança provinda de teses dos inúmeros pensadores iluministas, confiantes de que esse era o melhor caminho, destinado a dar oportunidade aos indivíduos, dos mais diversos grupos sociais à ascensão social, quer coletiva ou individual. Para administrar Tempo e Moeda - menos tempo, mais moeda - foi preciso aprimorar a metodologia do Trabalho, ir além do esforço físico, limitado pela própria natureza humana, nasceram modos para registrar e contabilizar, dados e os informes das ações do trabalho. 

As moedas cunhadas, com maior valor feitas em metais nobres (ouro, prata) representavam um imenso problema em elevados valores, seja pelo peso e seu transporte. Nos séculos XII e XV, haviam os bilhetes de banco creditando altas importância transferidas de um a outro lugar. Nesse período, a valorização de moedas cunhadas em diversos reinos oscilavam por uma série de situações, quer na compra, venda ou troca.

Quando em 1661, na Suécia, o Stockholms Banco elaborou as primeiras cédulas de papel moeda sem lastro, foi por falta de metais. Começava assim a substituição gradual da moeda sonante pela de “papel pintado representando um certo valor”. O dinheiro em papel daí para frente, começou a ser a moeda escritural e oficial adotada. O nascimento do Estado independente, adotada seu padrão pela autoridade monetária. De modo semelhante, surgiu o cheque por uma marca bancária garantindo o impresso do próprio banco, seu valor quantitativo escrito do emitente ao sacador. Posteriormente, o cartão de crédito e o de débito, nascia como facilitador de crédito. Fiquemos apenas no compartimento das atividades mecanográficas.

Nos últimos duzentos anos, a difusão de dinheiro, em quantidades menores per capita, mais substancialmente maiores quando somadas pelo conglomerado dos indivíduos, produziu uma maior circulação, devido ao novo tipo de personagem: o operário assalariado. O pagamento ao assalariado, pelo valor do seu trabalho, sem entrar em mérito de justo ou não, foi disseminado em múltiplas vertentes pela massa da população empregada nos vários canais, de compra e venda, na circulação de bens e serviços.

Desse modo, nas relações humanas se operou a distribuição de valores em âmbito comercial e, a alguns grupos, o acúmulo de riqueza. Nessas transações principais e corriqueiras foi adotado o pagamento em papel-moeda. Um valor representado pela operação, como “cadernetas de fiado” na qual se quitava uma compra no pagamento e se recomeçava outra. 

O crédito através de um cartão plástico personalizado, chamado “cartão de crédito” avançou por inúmeras facilidades que continha na relação econômica entre partes, cliente e estabelecimento, em verdade era a continuidade da antiga caderneta de fiado.  

Os novos conceitos, preceitos, princípios, normas, acordos, votação e outros, visam permitir, melhores oportunidades de existência, mais ampla e plena. O Estado, um ente para pleitear mudanças necessárias, dar voz à coletividade, a fim de elevar em consciência a população.

A utopia pode até ser parte do Estado, no qual somente a vida democrática poderá atingir sua mais extensa harmonia de direitos e deveres. A mecanografia forneceu os instrumentos nessa relação como facilitadora de entendimento através do documental. 

Relatar inda brevemente, o aspecto histórico é importante para clarear a mentalidade de uma época, com seus conceitos e princípios que cá longe não devemos tecer juízo. Visamos apenas inserir o estágio no qual a Mecanografia progrediu com referência aos instrumentos inventados para o: Tempo: medição e avaliação e Moeda: controle, proteção e guarda.

A Mecanografia não apenas auxiliou na organização fabril, com o mundo externo do chão de fábrica, trouxe os meios de provas do trabalho, maquinarias de fiel controle e consciência, do peso do trabalho que desorganizado, não traria nenhum benefício as partes envolvidas. Mecanismos inteligentes, facilitador da organização, diminuição do esforço humano com melhor qualidade da vida. Através de escritórios, estudos foram planejados e transformados em meios e maquinaria.

As regras essenciais e substanciais do trabalho viriam a ter seu valor utilitário, ter liberdade de escolha ou formação, somente em fins do século XVIII. Bem como intensamente contestado, quanto aos abusos e as necessárias limitações do Tempo em trabalho, ou a Moeda para sua dignidade, remuneração melhorada, justa causa ou pleitear melhores condições ambientais no trabalho. 

Todas essas e outras contestações, entrariam em pauta somente em fins do século XVIII e início do século XIX para conter  abusos, excessos, impor limites  de exploração do nosso ente, o assalariado. Enumeramos abaixo, cronologicamente, como as condições de trabalho eram sem limites, no princípio da Revolução Industrial e como as teses oriundas da Revolução Francesa foi melhorando esse terrível quadro, dirimindo a mentalidade feudal que se esvaia.
Vejamos algumas situações e sua cronologia:
1870
Uma fábrica de fiação da Suíça fez publicar anúncio no jornal “Anzeiger von Uster” a pedido do industrial proprietário suíço:

Procura-se duas famílias numerosas e trabalhadores especialmente crianças aptas ao trabalho”.
Crianças exercendo um trabalho, corriqueiro na Europa, durante este período.
Klems Wenzel Nepomuk Lothar Princípe de Metternich-Winneburg zu Beilstein (15/maio/1773-11/junho/1859) diplomata e estadista do Império Austríaco declarou: “o homem começava no barão”.

Essa realidade, status natural, retrata o pensamento particular que refletia num consenso geral, esse tópico atingiu o século XIX. Muitos daqueles que fizeram fortuna, através do acúmulo do capital, buscavam casar-se com alguém da estirpe, com nome nobre e tradicional, mesmo com o cofre vazio.

Não apenas na Inglaterra - aonde o problema era maior, a Revolução Industrial agia com o repertório exploratório. Tal fato se estendia por países de toda Europa. Havia contratos que incluíam dar formação profissional, educação moral e religiosa aos menores. Eram cumpridos?
1780/1840
Neste período foi permitido a “exploração de crianças” em fábricas e minas de carvão.
1852/1856
Num intervalo de apenas quatro anos, num único registro de estabelecimento industrial houve seis mortos e 60 mutilações.

Há registros de greve até entre trabalhadores no Antigo Egito e mesmo na Roma Antiga, que não viviam na lama inglesa, mas no sol mediterrâneo e em melhores condições. Diante de quem nada tem a perder, resta a única alternativa de tentar melhorar uma situação.

Como seria previsto, a vida de exploração sem limites do operariado também encontrou a insatisfação e opositores. Surgiram pensadores preocupados com a rotina exaustiva das fábricas. Desta adveio movimentos em prol de alguma melhoria na vida dos operários. Nasceram rudimentares movimentos para minimizar a tensa rotina fabril, algumas relacionamos abaixo:
1788
Neste ano, foi estabelecido horas e condições para as crianças lavadoras de chaminés.
1800/1804
Neste ano, no mês de agosto, começou a ser elaborado o “Código Civil Francês” editado após a Revolução Francesa, em vigência a partir de 21 de março de 1804, tratava da relação de pessoas, coisas e ações. A Revolução Francesa viveu um período conturbado de interesses, com brigas, mortes de opositores e intolerância, foi o cônsul e imperador, Napoleão Bonaparte quem se incumbiu de legalizar os novos conceitos.
O “Code Civil”, também chamado de “Código Napoleônico”, foram estudos da comissão com quatro advogados, criados a mando de Napoleão Bonaparte para estabelecer o domínio da lei, pós Revolução Francesa.

O mais influente dos códigos legais tratando de liberdade individual, de iniciativa privada, de pensamentos, interesses da burguesia, direito de propriedade privada. Influenciou sistemas legais de diversos países. Sem dúvida, novas regras de sociabilidade (trabalho) e interesses comuns (moeda). Algumas mudanças influenciadas pelo código, começam a alterar o status quo, como apontamos na cronologia a seguir:
1802
Neste ano, a Lei de Peel, protege os trabalhadores aprendizes dos moinhos ao trabalho limite de 12 horas, sempre depois das 6 horas da manhã e sair antes das 21 horas.
1806
Neste ano, em Lion na França, surge o Conselho de Prud’hommes, sob reinado de Napoleão Bonaparte para tratar de “questões do trabalho”.
1813
Neste ano, é estabelecido a proibição do trabalho de menores nas minas; aqueles que tenham até 16 anos devem trabalhar até 10 horas.
1833
Neste ano, isto é, a quase 200 anos somente foi proibido o trabalho de crianças com menos de 9 anos; a jornada ficou estabelecida entre 48 e 69 horas para menores de 18 anos;
1847
Neste ano, é fixado o trabalho limite de 10 horas para jovens e mulheres.
1858
Ocorreu neste ano, a primeira greve dos Gráficos no Brasil.
1864
Foi criada a Associação Internacional de Trabalhadores, a primeira central do gênero no mundo.
1891
Neste ano, em 15 de maio, devido a tantos reclamos, insatisfações, desmandos, indiferenças por parte de industriais e financistas, a Igreja Católica resolveu pronunciar-se e o Vaticano edita a Encíclica Papal – a Rerum Novarum em defesa dos trabalhadores recomendando regras para o trabalho digno.
1891
Neste mesmo ano, o efeito da Rerum Novarum aparece em regulamentos e leis para o exercício do trabalho do menor. No Brasil, o Decreto 1313 trata do mesmo problema. Vamos a contribuição brasileira neste mundo em transformação:
1760
Por este tempo, na Europa, o café era um artigo de luxo, bebida rara e difundida em círculos fechados. Graças a um produto prático, a invenção da cafeteira no século XVIII pelo Conde de Rumford, a bebida foi proliferada como um bálsamo estimulante.

O café aparece em território brasileiro em meados deste ano, trazido da Guiana Francesa por Francisco Mello Palheta, um sargento-mor no Brasil Colônia. Perambulou pelo país. Chegou ao Rio de Janeiro onde foi plantado na região próximo onde se encontra os Arcos da Lapa, seguiu para o Vale do Paraíba aonde o crescimento foi intenso, levado para a Alta Mogiana, depois Paraná, Minas Gerais, sempre em franco crescimento.
1859
Neste ano, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá contrata o engenheiro inglês Daniel Makinson Fox para projetar uma ferrovia ligando Santos a Jundiaí. Daniel M. Fox com experiência na área, havia construído ferrovias através dos Pirineus. O café sairia de São Paulo para ser bebido mundo afora.
1867/1946
Neste período, a ferrovia pronta e em pleno funcionando era denominada por São Paulo Railway Company, carregando a rendável safra de café em longos vagões até o porto de Santos. Após o ano de 1946, a ferrovia foi privatizada recebendo o nome de E.F.S.J. Estrada de Ferro Santos a Jundiaí.
1894
Neste ano, o café é o produto de maior vendagem no comércio exterior, considerado o ouro verde. Enfim, a mais de 150 anos, o Brasil é seu maior exportador, com uma produção gigantesca, num país continental. O consumo do café tornou-se um hábito diário no exterior, encontrou os meios mais eficazes de deixar o país em direção aos mercados consumidores.

Santos, seu maior porto de embarque
O porto exportador do café brasileiro é o maior da América Latina – Santos. O café vinha de produtores, principalmente paulistas, através de ferrovia ou carregados caminhões, abarrotando os grandes armazéns cafeeiros construídos em Santos para agilizar a chegada dos navios que levavam em seus porões a preciosa carga verde.

A cidade com cheiro da café perfumando seu cais, seu centro, se espalhando por toda cidade com maior intensidade durante os 200 anos férteis da mecanografia. Em Santos, no período apontado, a profissão de mecanografia viveu seu esplendor e glória, graças ao poder do café. 

Deixando o porto santista, o café chegou aos lares americanos e europeus, onde veio a substituir a cerveja, sem embriagar seu bebedor. Essa troca alimentar foi fundamental na melhoria da saúde física do operariado pela eficácia estimulante provinda dessa bebida.

Não seria preciso vir trabalhar “bêbado”. Junto com o café veio o açúcar, união perfeita à brasileira, contribuindo com ingredientes saudáveis à vida do trabalhador estrangeiro. Do mesmo modo, a Mecanografia também contribuiu neste contexto, que tratamos como: “Tempo e Moeda”.

Todo o descritivo anterior nos coloca na seguinte situação: um grupo menor acumulava uma renda absurda; outro grupo, composto de uma população muito numerosa vivia com uma renda inferior suficiente para subsistência.

Ambos consumiam, mas apenas um grupo era capaz de possuir rendimento absurdo capaz de aplica-lo numa diversidade de ações. A renda de ambos, com suas proporções passaram a abastecer um amplo mercado, local, interno e externo. Destes grupos, a vida comercial ganhou múltiplas atividades. Empresas das mais diversificadas possíveis, foram sendo criadas, inovadas e inventadas para atender a uma nova demanda.

O Tempo passou a ter sua dinâmica acelerada. A Moeda passou a correr rapidamente por todos os cantos, não mais em sacos pesados, mas em papel-moeda, cheques, depósitos, transferências.

O Tempo resultava em rendimento obtido por tarefa de trabalho, calculado e limitado em valor para numerosíssima camada populacional, em proporção absurda para financistas, industriais e comerciantes. Cada um com suas escalas temporais de ganho.

A Moeda, ganha pela troca do exercício do trabalho prestado através de um determinado limite de tempo também pela numerosíssima camada populacional, servia para abastecer estabelecimentos comerciais, capazes de suprir as demandas das numerosas famílias, em seus anseios primários como alimentação, vestuário, remédios, mobiliário.

A economia humana em linhas gerais tem atos muito simples: uns produzem, outros transportam, alguns manipulam os produtos e todos consomem. Entre estes atos há a compra ou troca por um valor monetário.

Se ao ganhar dinheiro, cobrir despesas, obter lucro compensador e continuar o ciclo dando suficiência aos seus fundadores e financistas, representam um direito de quem penetra em empreendimentos, também é dever remunerar aqueles que de fato fazem existir este rendimento.

Os estabelecimentos comerciais são fundados para produzir dinheiro, ou papel-moeda. Livros e registros servem para serem escriturados com o fim de registrar, prover e fiscalizar o emprego desse dinheiro. A camada mais abastada no alto dessa engrenagem, se se serve da lucratividade, para realizar desejos maiores e mais ambiciosos, no caminho do luxo e das posses.
O Estado é um Rei Republicano.
Um outro elemento secular já instituído, constituído em núcleos familiares nas unidades das vilas, bairros, cidades e divisões maiores, também passou a mover-se como um ente vivo, célula maior em País, o Estado. Esse será o maior beneficiado dos últimos trezentos anos da arrecadação dos seus membros.

Coube ao Estado o papel de vir fiscalizar a vida de todos os envolvidos, através de livros e registros escriturados. Conhecer seus valores precisos e retirar a sua parte, em impostos, emolumentos e taxas do coletivo a fim de aplicar na retirada da sujeira das fossas, das ruas lamacentas, de construir pontes, calçar ruas, de cura dos enfermos, etc.

O Estado é o arbítrio entre essas partes, quer em dirimir abusos ou a sonegação dos impostos e taxas. A constituição do Estado foi o elemento mais importante nas transformações ocorridas nos últimos duzentos anos. A Mecanografia estava presente na escrita, documentação, arquivamento e conferência desse Estado. 
Instrumentos do século XIX
Na ABA Registros e Contábeis elucidamos o trajeto de organização da vida em sociedade aglomerada. Nesta ABA Tempo e Moeda, a mecanografia, provedora da grafia mecanizada traduziu em caracteres a linguagem dos símbolos com uniformidade, clareza e velocidade permitindo com máquinas e equipamentos de precisão a possibilidade de ter regras claras em nome do bem comum, no peso e na medida, do tempo e da moeda.

A produção fabril e a relação entre o operariado logo ganhou tensão devido a verdadeira exploração de sua força entendida como “capacidade servil”, um costume arraigado nas mentes da classe aristocrática europeia, alterando seu ciclo da nobreza para a burguesia. Esse vínculo “mental” de obrigação servil passou somente por metamorfose.

Era previsto que num novo mundo com maquinaria e facilidade de exposição de pensamentos iria ocorrer uma resposta à altura. As revoltas trabalhistas surgiram, algumas conquistas iam progredindo. Como também pensadores, interessados no embate desigual entre capital e trabalho, como Karl Marx e tantos outros.

A Inglaterra perdeu seu espaço no decorrer do tempo para sua antiga colônia, os Estados Unidos que foi capaz de inventar um novo modelo de vida através de utilitários para melhorar o cotidiano das empresas de modo geral, de homens e mulheres no modo particular.
Séculos XVIII e XIX
Em pleno ápice da Revolução Industrial, como retratamos na ABA Historiografia, as regras do Trabalho e suas condições não eram as ideais.

Ao ponto de aparecer um grupo chamado de “ludditas”, ou quebradores de máquinas, atuando de modo insólito, como um movimento contra a introdução da maquinaria na Inglaterra e França destruindo teares e diversas máquinas, além de saquear fábricas, incendiar residências dos capitalistas.
1811
Neste ano, em Nottingham foram destruídos 70 teares. Inúmeras ações desse tipo foram praticadas por este movimento desordeiro, sem sucesso  obteram as penalidades previstas naquele período.
1830-1850
Em torno deste período, a situação da classe de trabalhadores ingleses, seja dos operários e seus familiares, era de miséria, degradação e promiscuidade. A atmosfera fabril ao mesmo tempo quente e úmida; ventilada com ar impuro, sufocante, pobre em oxigênio, cheia de poeira, vapores de óleo das máquinas molhando também o chão escorregadio com tombos e machucados, impregnando narinas e pulmões.

O mobiliário do operariado das fábricas de tecelagem inglesa, era composto de caixotes de madeira resgatados do entulho para servirem de cadeiras, mesas, base de colchão para dormir. Por fim, viver e dormir num pequeno e insalubre: lar, pobre, lar.
O contexto de vivência da classe de trabalhadores, entre o fim do século XVIII e começo do XIX havia atingido o limite humano. Mentalidades insatisfeitas deflagram greves, tanto na Europa como nos Estados Unidos, tendo de um lado, um novo ingrediente de insatisfação socioeconômica: o sindicalismo e outro lado, dirigentes patronais.

Chegamos no princípio do século XX com duas correntes resultantes do encontro inconciliável: capital x trabalho. Capitalismo e comunismo, os principais vilões no cenário mundial, entes irracionais do novo embate, envolvendo não mais fábricas, mas Estados soberanos brigando para obter a preferência ideológica. Não nos interessa as filosofias.
Nosso objetivo é não tratar da temática sobre a classe sindical nem empresarial, somente a Mecanografia – instrumentos usados por ambos, “armas de toque”, para a guerra e paz de ambas, redigindo acordos, regras, acertos, convenções.

O Tempo, a Moeda e o Trabalho foram alterados profundamente, os comentários que faremos em diante visam demonstrar essa realidade. Instrumentos modernos de aferência entraram em cena, novas energias abasteceram um novo cenário, como as energias elétrica e do petróleo.

Pensadores trouxeram novos pontos de vista e ideologia para o campo que chamamos de tempo, moeda e trabalho, em vista do nosso campo a Mecanografia. Vamos descrevê-los brevemente.

1880-1920 A energia e sua potência
Estes anos marcam mudanças ao operariado nas fábricas. Surgem unidades fabris novas, construídas com melhores condições, instalações humanizadas, organização científica da produção e um novo e potente produto: o petróleo. Acrescido ao ferro e outros materiais, permitiu nascer um outro estágio industrial a quem dominou sua extração e técnicas de separação em diversos subprodutos. Anteriormente o progresso, já beneficiava quem possuía grandes reservas de carvão como na Inglaterra, França, Alemanha e Estados Unidos.

A energia, é fator de aceleração industrial. Passou de hidráulica, na força em moinhos d’água ou no vapor aplicado em diversas máquinas, para um grau de potência exponencial, o uso da eletricidade e do petróleo.

O desenvolvimento e o progresso favoreceu largamente os países, produtores de ferro e aço, empregado largamente em todas maquinarias, utensílios e produtos para todos fins, que ao juntar-se aos derivados do óleo negro, o petróleo, avantajou potencialmente o poderio financeiro de um pequeno grupo de nações.

O petróleo era conhecido a mais de 4 mil anos nas regiões da Mesopotâmia, Egito, Pérsia pelo uso em flechas incendiárias, calafetação de barcos, iluminação. Em 1271, Marco Polo o conheceu e o trouxe para Roma.
1858
O primeiro poço de petróleo nas Américas jorrou no Canadá.
1859
Neste ano, no mês de agosto, Edwin Laurentine Drake descobri petróleo com apenas 21m de profundidade em poço jorrado na Pensilvânia, o que fez dos Estados Unidos o país de maior desenvolvimento até o presente.
1889
A Inglaterra, conhecedora deste fato, buscou petróleo no Oriente Médio. Ainda neste ciclo, a Rússia também descobriu petróleo. 
1893/1903 – O mundo chegando ao século XIX
Neste período em particular, como mais adiante e em todo esse século, a relação tempo, moeda e trabalho viveu um clima de tensões, acertos, aprimoramentos, estudos dessa temática. Notadamente, no mundo incluso do nosso decano limite,  nos mapas europeu e asiático, havia uma divisão geopolítica muito diversa, composta pelos Impérios Austro-Húngaro, Otomano, Prussiano, Russo e um série de reinados menores, anos vindouros seriam alterados pelos resultados da Primeira Guerra e por novas ideologias políticas.

Na verdade, o trabalho como conhecemos em nossos dias, pertence aos últimos duzentos anos, uma extrema “coincidência” com a vinda da mecanografia no cotidiano de todas as nações. O ciclo apontado buscava caminhos para harmonização entre as partes, uma vez que todos eram interessados em vier com dignidade e o extremismo de nada valia.
As normas de comportamento industrial provinham do sistema de controle de órgão de ação não produtiva, que era o exército. Essa instituição de ordenamento militar, hierarquizada com padrões estanques, diferia muito das ações operárias que eram remuneradas, embora subordinadas a uma chefia civil.

No lado oposto, reclamos vindos do  movimento sindicalista tentavam frear a insaciável produção através de greves, como a dos mineiros em 1897, mecânicos, trabalhadores do aço em 1901 e dos trabalhadores em matadouros em 1904. Outras greves, surgiam rotineiras, demonstrando que a relação tempo, moeda e trabalho careciam de inúmeros fatores sociais, econômicos e coletivos.

TAYLORISMO
Para completar e melhorar este cenário, nasceu o taylorismo com princípios científicos para administrar a complexidade que provinha das rotinas das indústrias, fábricas, oficinas, hospitais, governos e escritórios de modo geral. A generalização da metodologia de Taylor mudou a sociedade americana, levou sua produção ao mais alto nível mundial e foi espalhado por países da Europa, como Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Rússia

O Taylorismo, trouxe os seguintes conceitos: substituição do método empírico pelo científico na administração; divisão e hierarquização das tarefas; aumento de salários e diminuição de horas de trabalho; dinâmica na produção e gratificação do colaborador; criação de postos de trabalhos. Coincidiou com a melhoria das máquinas mecanográficas, foi a acertada técnica para multiplicar postos e melhoria do trabalhador, tanto no esforço físico e mental. 

1906/1907
Neste período, Frederick Winslow Taylor presidiu a Sociedade dos Engenheiros Mecânicos dos Estados Unidos, a ASME por sua capacidade e inovação como engenheiro e onde propagou sua teoria e princípios para administrar empresas em geral.
1908
Neste ano, a Universidade de Harvard inicia o primeiro curso de pós graduação em Administração baseado nos princípios da Administração Científica de Taylor.
1911
Neste ano, foi publicado o livro "Os Princípios da Administração Científica". Poderia ser apenas mais um livro, no rol de milhares existentes até então em quase quatrocentos anos da invenção da imprensa e décadas da máquina R2. Era o livro do inventor do “taylorismo”, com princípios para ambientes do exercício do trabalho que revolucionou a vida e a relação antagonista do capital e trabalho.

Frederick Winslow Taylor nascido na Filadélfia (20/março/ 1856) e falecido na mesma cidade (21/março/1915), começou trabalhando como operário, técnico em mecânica. Estudou na Universidade de Harvard onde por fim formou-se engenheiro mecânico estudando à noite. Foi dos seus 22 anos, Engenheiro, Chefe Ferramenteiro, Segundo Contramestre, Chefe mecânico, Engenheiro-chefe das Usinas Midvale Steel. Conheceu todo o processo de uma empresa de alta complexidade.

Foi dentro desse contexto, mais moderno da Revolução Industrial que o jovem Taylor presente numa indústria americana concluiu que o processo de produção andava errado. O trabalhador retardava o fim produtivo pelo ritmo do trabalho desorganizado, de modo que uma empresa contratava muito, produzindo pouco.

Nessa relação de trabalho, onde quem detinha o material para transformá-lo num processo de manufatura e daqueles operadores das máquinas num produto, se mantinha um ambiente hostil de insatisfação, num mundo em que o humanismo ganhava princípios fundamentais.

Frederick W. Taylor foi o primeiro homem na história a considerar o trabalho digno de estudo e observação sistemática. Estudou a eficácia operacional na administração industrial. Acreditava que oferecendo instruções sistemáticas e adequadas aos trabalhadores, ou seja, treinando-os devidamente, haveria possibilidade de fazê-los produzir mais e com melhor qualidade.

Taylor objetivou seu foco em métodos para racionalizar e dividir o trabalho, a fim de obter aumento da produtividade em menos tempo. Seu foco advém da importância de concretizar um limite de tempo útil para produzir num menor período. Cada movimento e tarefa possuem uma ciência, um saber profissional.

Podemos destacar quatro importantes princípios do taylorismo:
- cada elemento do trabalho individual deve ter métodos, instruções científicas e acabar com o empirismo (the one best way);
- selecionar, treinar, ensinar e aperfeiçoar os trabalhadores;
- cooperar com cordialidade com trabalhadores para atuarem aplicando a ciência desenvolvida para seu trabalho;
- manter divisão do trabalho com equidade e responsabilidade entre a direção e o operário. Desse modo, todos iram colaborar para o bem andamento da unidade.

Considerado "o pai" da Administração Científica seus estudos propõem a utilização de métodos científicos cartesianos na administração de empresas em fábricas, esportes, domésticos, escolas.

No desenvolvimento de pessoal, seus resultados capacitou trabalhadores de modo geral, aumentou a produtividade, evitou perda de tempo. A participação de recursos humanos, a coparticipação entre capital e trabalho, resultou em custos menores e salários mais elevados, pelos níveis de produtividade.

A supervisão funcional em várias fases de um trabalho de modo a verificar se as operações estão sendo desenvolvidas, segundo as instruções programadas, tabulava o sucesso operacional. Surgiu um novo programa com um quadro de planejamento composto de engenheiros, mestres, gerentes administrativos dentro do processo do trabalho.

No sistema de pagamento por quantidade, ou por peça, produzida fazia com que os rendimentos dos funcionários aumentassem de acordo com seu esforço, significando, a eficiência da organização.

Os Princípios de Administração Científica, juntamente com o conjunto de estudos desenvolvidos segundo essa metodologia, foram aplicados nas indústrias, órgãos de governo, escolas e uma grande quantidade de empresas, em todo o mundo.

A indústria e os demais, usavam métodos militares aonde a hierarquia e o mando era a principal arma de instrução. Prevalecia, um elementar ditado: “manda quem pode e obedece quem tem cabeça”, não servia nas novas mentalidades.

Um dos seguidores do taylorismo, Henry Gantt expressou o seguinte: “ a era da força, cedeu lugar a era do conhecimento”.

Hugo Münsterberg (Prússia, 1°/jun/1864-16/dez/1916 USA)
As propostas de Taylor sobre a eficiência industrial, teve em Hugo Münsterberg um estudioso sobre a psicotécnica. Uma técnica, na qual estão inclusos fatores como: a alimentação, postura, temperatura, luzes coloridas, música, aroma de flores, culto ao corpo, dança, esporte, como agentes que trazem efeitos positivos ao trabalho. Segundo a psicotécnica, o trabalhador deve ter boas condições, tanto na empresa como fora dela, a fim de tornar-se um indivíduo melhor. A psicotécnica pode ser resumida em três aspectos: melhor homem, melhor trabalho, melhor resultado.

Já no início do século a classe empresarial americana interessou-se pelos conhecimentos de Frederick Winslow Taylor inserindo um novo papel para o engenheiro como técnico imparcial, talvez do mesmo modo que os advogados foram destaques após a Revolução Francesa no contexto das mentalidades daqueles anos em diante por mais igualdade e liberdade entre os cidadãos.

O método da Taylor, foi aplicado em todo mundo na organização e produção do trabalho, fosse capitalista ou comunista. A “nova fábrica” visando elevar produção e ganho, passou por forte padronização. Duas tarefas tornaram-se importantes: cronometria e apontamentos.

Nenhuma fábrica funciona sem um quadro de operários que precisam se dirigir as empresas onde obram, cumprir o horário de entrada e outros horários. O primeiro horário, o de entrada depende sempre de circunstância pessoal.

No início da Revolução Industrial, o operariado trabalhava próximo as indústrias têxteis. Foi a Revolução Industrial quem começou a ditar a regra de tempo e trabalho. Nesse novo contexto, a quantidade de pessoas se dirigindo aos seus empregos cresceu, assim como, a distância das habitações dos operários, aumentava a medida do crescimento demográfico, empurrando o operariado a subúrbios distantes. A cronometria também entrou na vida do trabalho através da relojoaria: com os barulhentos, insuportáveis mas úteis despertadores. 
O inventor do despertador foi Antoine Redie em 1847. O despertador é um relógio de pequeno porte, com um ajuste funcional de despertar por campainha, produzindo um ruído sonoro em forma de alarme que insistentemente obriga o ouvinte a acordar.
1883
Neste ano, Jakob Kienzle começou a fabricar este instrumento de cronometria chegando em 1889 a produção de 162 mil despertadores.
1894
Seu peso e custo foi reduzido, graças ao sistema americano, isto é, aplicando o taylorismo. Várias empresas entraram na concorrência para fabricar relógios despertadores que se tornou um dos hábitos mundiais de quem trabalha, deve cumprir um horário mesmo considerando os empecilhos a percorrer. Por sua vez, também as fábricas incluíram em seus portões de entrada um relógio de ponto para registrar o horário de cada empregado.

O melhor exemplo para retratar essas duas tarefas é: um bonde (ou trem) saindo de trilhos, um ponto inicial indo até o seu final num determinado período. Ou seja, um caminho definido com duas etapas considerando entrada e descida de passageiros e algum outro incidente permitindo um tempo definido.

Na Administração Científica de Taylor, reside o enorme aumento da riqueza de praticamente um século de sucesso, fator que impulsionou as massas trabalhadoras nos países desenvolvidos, muito acima de qualquer nível antes registrado, até para os mais prósperos, não importando a tendência ideológica.

Vamos entender este processo, os acontecimentos e decisões, que permitiram o destaque de nações que são proeminentes em desenvolvimento e de bem estar aos seus povos.

Max Weber
Karl Emil Maximilian Weber (Erfurt, 21/abril/1864-Munique, 14/junho/1920) foi um sociólogo e economista alemão. Escreveu diversos livros entre os quais “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, como o título evoca, traça o perfil das sociedades de cunho protestante no sucesso de obtenção do capital e do lucro.

Seu importante pensamento sobre a Teoria da Burocracia, na qual argumenta que as pessoas racionalmente são guiadas por normas coletivas e legitimadas, de modo formal e impessoal para os fins pretendidos, auxiliaram a organização do Estado moderno.

O Estado burocrático age como instituição hierarquizada. O termo burocracia começou na França no século XVIII.  Do latim para o francês, BUREAU (escritório) + KRATOS (do grego, poder, regra). Desse modo, o escritório adquiriu sua pujança no cotidiano de todos, para gerir a vida da coletividade. Foi no ambiente do ESCRITÓRIO que as máquinas mecanográficas imperaram na eficiência das relações comerciais e humanas.

1906/1925 - Máquinas Ferramentas
A produção industrial por este período  adquiria cada vez mais agilidade e presteza pela introdução das chamadas máquinas ferramentas ou máquinas operatrizes, como tornos mecânicos, furadeiras fresadoras, aplanadoras, retificadoras e outros equipamentos capazes de fabricar e cobrir várias etapas da produção de peças metálicas, plásticas, de madeira ou outro material.

O emprego das máquinas ferramentas aumentou a velocidade, precisão e quantidade na produção. Novas categorias inexistentes em 1900 aparecem como os ferramenteiros que em 1920 contará com cerca de 55 mil operários. As fábricas passaram a manufaturar de modo exponencial, milhares de peças sendo feitas por menos empregados. O torno mecânico moderno data de 1906, o automático de 1960, um equipamento em constante evolução. 
1910/1920 - Transformação do trabalho após Primeira Guerra Mundial
Nas primeiras décadas do século XX a produtividade passou a ser a meta para se conseguir riqueza nacional, uma meta que se espalhou pelo continente europeu e por todo mundo civilizado.

As grandes transformações ocorridas nesta década, em dois pontos de vista, foram inesperadas, inovadoras e interessantes. Os motivos pelos quais imprimiu a beligerância entre nações estavam aspectos de interesses dominadores com o fim de conquistar a riqueza nacional. 

A Alemanha e a Itália perderam a disputa de colonizar regiões da África e na Ásia. Ambos continentes “repartidos em largas e boas fatias, principalmente por Inglaterra, França, Rússia, nos quais a força e o poder de interferência, aflorados neste ciclo de posseiros, por interesses geopolíticos e econômicos.

A Primeira Guerra Mundial foi o estoquem dessas desavenças, na qual só produziu calamidade, devastação, ruína de países, fomentando fome, migração e nova rota de domínio.

As populações devastadas pelos horrores da guerra, residentes ou transferidas para ambientes novos, pelos fatores oriundos da migração e emigração careciam de  novas regras. Preferências iriam surgir para acomodação, daqueles transferidos pela imigração, trazendo crescimento em novas áreas, carentes de planejamento e organização.
28/junho/1919
O Tratado de Versalhes, foi um Tratado de Paz, chancelado nesta data por potências europeias no término da Primeira Guerra Mundial pela vitória da Tríplice Entente formada pelo Reino Unido, República da França e Império Russo que alterou a composição de territórios na Europa, como extinção da Prússia e outros territórios. Esse tratado foi chamado pela Alemanha de “diktat”, ou seja, imposição.

Entre vários itens acordados em Versalhes, o exercício do trabalho obteve uma entidade de âmbito internacional a O.I.TOrganização Internacional do Trabalho, com obrigações a ser seguida em âmbito universal, ou seja, com regras para atenuar e prosperar essa relação intrigante de tempo e moeda.

A crise socioeconômica intensa, em decorrência do período bélico, precisava ser vencida, com planejamento e organização. Nesse campo, entra a mecanografia e as novas metodologias de administração científica, capazes de estruturar um novo mundo de ampla comunicação, transporte, logística e serviços gerais. Alguns países, certamente com os Estados Unidos, obtiveram melhores resultados, como resumidamente, veremos:

França
1911
Neste ano, é lançada a obra de Taylor em território francês, onde ideais paralelas sob o ponto de vista taylorista começam a serem propagadas. Na França, se destacou em teoria administrativa, Henry Fayol, engenheiro de minas francês, que desenvolveu estudos sobre Chefia. Na verdade, Frederick Winslow Taylor, Henry Ford e  Jules Henry Fayol Taylor Ford podem ser considerados os pioneiros no campo da administração científica.
1912
Neste ano, o próprio Frederick Winslow Taylor admitia que a instituição do seu sistema deveria ser introduzido de modo mais lento nos países europeus que desejavam introduzir sua metodologia.
1916
Neste ano, Jules Henry Fayol (Istambul 29/julho/1841 - Paris 19/novembro/1925) lançou o livro Administration Industrielle et Générale tratando de teoria administrativa, uma obra complementar aos estudos de Taylor. O evento da Primeira Guerra Mundial contribuiu para difundir o taylorismo, por meio das volumosas mudanças.

Fayol, em sua Teoria Geral da Administração resumiu em cinco pontos as funções administrativas: 1) prever e planejar; 2) organizar; 3) comandar; 4) coordenar; 5) controlar. Além disso, acresceu catorze princípios básicos, entre estes: divisão de trabalho; autoridade e responsabilidade; disciplina; unidade de comando e direção; hierarquia; ordem, espírito de equipe.  
1919
Neste ano, a Citröen cria um novo modelo na cadeia de montagem, baseada nos princípios da Ford americana;
1922/1925
Desde 1906, Louis Renault já havia instituído um sistema de cronometragem na produção de automóveis. A Renault adota no período apontado, sistema de montagem e usinagem na fabricação dos seus veículos, como também, admite operários estrangeiros, conseguindo baratear sua mão-de-obra, utilizando métodos de administração científica. Outras empresas francesas também adotaram analogamente os estudos de Taylor e Fayol.

Itália  Dopo lavoro
A Itália, foi outro país a adotar o taylorismo na organização da produção. O fascismo ditava uma nova ordem social e política, cujo fim era construir uma sociedade abundante pelo trabalho, no ideal comum de enriquecer a nação. O Estado fascista se empenhou na construção de fábricas assépticas e apolíticas.
Dopolavoro foi um neologismo criado pelo engenheiro Mario Giani com finalidades de criar atividades recreativas e culturais para integrar os operários aos meios de produção. Giani estudou nos EUA onde se inteirou pelas técnicas taylorista de gerência pessoal. O Dopolavoro foi levado ao extremo pelo governo de Mussolini criando departamentos e toda estrutura para levar adiante sua política. O fascismo exaltou a glória da técnica, melhores processos de trabalho para maior produtividade.
                                                                                            
As indústrias têxteis italianas entraram no programa fornecendo habitações e alojamentos aos operários, além de diversos confortos como banheiros, eletricidade, escolas, creches, igreja, armazéns e recreações variadas.

Giovani Agnelo, presidente da FIAT introduziu a racionalização do processo do trabalho. A FIAT manteve uma biblioteca de 10 mil volumes, programas culturais e para lazer, assistência social e outros benefícios.

A Olivetti outra gigante italiana também aderiu ao programa conforme relatado na ABA Olivetti. Adriano Olivetti foi um incentivador de várias ações sociais e foi destacado idealizador do tema “Comunidade”, escrevendo diversos livros sobre este assunto. 

Alemanha e o poder transformador da técnica
1919-1933
Neste período, os antigos impérios Austro-Húngaro, Prússia, Otomano, Russo e Império Alemão, perderam seus domínios. Sobrou uma Alemanha derrotada, vivendo seu ciclo mais crítico iniciado no pós Primeira Guerra Mundial. O Kaiser do Império Alemão, Guilherme II fugiu.

Foi estabelecida na Alemanha a República de Weimar controlada por militares que durou de 09/agosto/1918 até 1933 com a ascensão do chanceler Adolfo Hitler.
1920
Por volta deste ano, é introduzido o taylorismo para modernizar a indústria alemã em frangalhos e com muita dificuldade financeira. O desemprego atingia mais de 6 milhões de pessoas. A inflação aumentava progressivamente sem perspectiva de solução, desestimulando a todos, os patrões sem recursos, operários recebendo pagamentos irrisórios e insuficiente para adquirir o básico.
1922/1923

 De janeiro de 1922 a dezembro de 1923, a inflação alemã atingiu a cifra de 1 bilhão.  

Ascensão do Partido Nazista
1933
A vitória do Partido Nazista comandada por Adolfo Hitler e seu grupo, vai colocar em foco objetivos cujo fim, a história retrata intensamente e não faz parte do nosso enfoque. Entretanto, na Alemanha, antes mesmo do domínio nazista, os industriais estavam convencidos no sucesso do taylorismo na produção em geral.

O maior paradoxo da história foi feita pelos Nazistas: transformaram o ambiente fabril higiênico e agradável de convivência, vanguarda para o futuro das melhores empresas em todo o mundo, ao mesmo tempo, segregava judeus e outros grupos menores, os violentaram às piores condições da existência, praticando todo tipo de maldade, num ambiente de sujeira e desprezo completo pela higiene, culminando com o Holocausto.

Interessa à temática Tempo, Moeda e Trabalho, as soluções visando criar ambientes de trabalho com melhor qualidade, as quais os nazistas, tomaram real num processo periódico com várias campanhas nacionais, embora este note começara muito antes da entrada nazista no poder.

Departamento da Beleza do Trabalho
1933
Neste ano é criado o Departamento da Beleza do Trabalho, com apenas quatro pessoas cujo lema  “A força pela alegria” continha os seguintes itens: embelezamento interno e externo das indústrias e oficinas; nova imagem com melhor ventilação e iluminação; construção de refeitórios, lavabos, sanitários; reforma e pintura de paredes e do chão; conserto das roupas de trabalho.

O ambiente ao redor das fábricas, também mereceu cuidados, como a criação de parques e jardins floridos circundando a área fabril. Fora da fábrica, construção de locais comunitários de repouso e áreas destinadas ao lazer dos operários. Enfim, criar um local de trabalho harmonioso. Os industriais foram convencidos a aderir o esteticismo, a beleza e a burocracia fabril.

Esse movimento de renovação, aliada as melhores condições ambientais, criou um espírito de sociabilidade entre os operários da Alemanha, ainda entrou em ação a cronometragem nas operações, a padronização dos processos e incremento da produção.
1934
Neste ano, em 20 de janeiro é aprovadas na Alemanha Nazista, a Lei Reguladora do Trabalho, conhecida como “Carta do Trabalho”.
1935
Em maio deste ano, o Departamento de Beleza do Trabalho, lança uma campanha contra o barulho industrial, pouco tempo depois, outra campanha: “Boa Iluminação – Bom Trabalho”.

Em todas as campanhas os industriais eram estimulados pelo Nazismo, a melhorar as condições apontadas pela campanha. O pequeno departamento aumentou, passou a conter cinco departamentos: Administração; Projeto de Fábricas Artísticas; Projetos Técnicos; Pesquisa e Inovação e Cidade Bela.

Era um novo conceito do trabalho, pensado pelos teóricos Götz Briefa e A. Geck, em contraponto as fábricas ingleses chamadas de satânicas, portanto uma imagem inversa. Neste novo conceito se incluía, pausa para o almoço, exercícios de ginástica, esportes, boxe, futebol, pingue-pongue.
1936
Neste ano, começa a construção do estilo monumental e majestoso pelo regime nazista, uma visão faraônica que encantou a loucura de Hitler, imensas construções em imensas áreas.
1937
Neste ano, outra campanha: “Homens limpos em fábricas limpas”, também conhecido como limpeza física igual a limpeza moral, com desenhos do Walt Disney. Alguns meses depois, campanhas de melhor ventilação e em seguida, a campanha “Uma alimentação quente na fábrica”.
1932 a 1937
Neste período, a produção nacional entre aumentou para 102% e a renda dobrou, uma prova irrefutável de superação e do crescimento alemão. 
1938
No final deste ano, em plena Segunda Guerra Mundial, 67 mil fábricas haviam sido inspecionadas se cumpriam as metas das campanhas governamentais.
1939
Neste ano, cerca de  80 mil fábricas estavam reformadas e o Departamento de Beleza do Trabalho, estava a cargo do ideólogo alemão Karl Kutschme traçando seus conceitos de política, economia e arte com algo bom ao trabalhador nazista. Nos esportes em geral 10 mil empresas alemãs participavam da campanha.

É de ciência comum a todos, os horrores da Segunda Guerra Mundial principalmente da atuação beligerante da Alemanha sua imensa produção bélica e a posterior derrota para os Aliados. A Alemanha mesmo com todo prejuízo e ruína,  em decorrência da derrota, logo se reergueu por ter formado um respeitável parque industrial. 

A URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e Taylor.
1918
A Rússia foi outro país, num outro patamar, após a Revolução de Outubro, envolvendo países limítrofes, foi criada a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Os líderes soviéticos tendo mas mãos o poder e o destino do povo, assumiram como questão primordial, reerguer uma região continental destroçada, tanto pela Primeira Guerra Mundial, mas  principalmente pela revolução interna devastadora com destituição do czarismo, como forma de Estado e governo.

Esses dois entraves bélicos, destruíram a agricultura e a indústria, afundando a economia nacional e a organização social. A reconstrução e os caminhos para desenvolver a indústria e a produção russa foi questão fundamental pelo novo dono do poder, o Partido Bolchevique.

Em março deste ano, Lênin propôs ao Comitê Central do Partido que a República Socialista Soviética introduza o sistema Taylor que representa imenso progresso da ciência da produtividade do Trabalho. Na URSS, a produção não seria feroz como na exploração burguesa, mas deverá construir uma sociedade superior à capitalista adotando o que o capitalismo tem de mais avançado: o Taylorismo.

O sistema Taylor é um avanço científico das técnicas de produção, apropriar-se do método significa acelerar o desenvolvimento da economia em direção ao socialismo. A produtividade no processo de produção do trabalho aliada à disciplina de operários e camponeses com treinamento nos sovietes daria a fórmula própria deste sistema.

Havia por parte de alguns grupos, críticas ao taylorismo, como salários por rendimento, prêmios, gratificações e o comando da produção controlados por engenheiros. Trotsky, afirmava que no caso comunista havia o “soldado do trabalho” operários disciplinados à direção e normas instituídas.

Embora se apropriando de um conceito capitalista, Lênin e os instituidores da URSS alegavam diferenciar o aspecto técnico do taylorismo. Segundo esta visão era uma técnica capitalista num contexto socialista. O capitalismo explorava o trabalho pelo capital; o socialismo iria servir para libertar o fardo pesado do trabalho, reduzir a jornada do operário pelo aprimoramento dos métodos de produção.

O Decreto do Comitê aprovado, fala claramente sobre o taylorismo e seus métodos científicos. Antônio Gramsci (Ales, 22/jan/1891-Roma, 27/abr/1937) da Itália político marxista censurou Trotsky por importar o taylorismo contra os verdadeiros interesses econômicos socialistas.
1931
Líderes soviéticos, como Delegados dos Operários russos visitaram às fábricas da FIAT na Itália fascista, ficaram admirados com a organização democrática do “Dopolavoro”.

Joseph Stalin (Gori, 18/dez/1878-Moscou, 5/mar/1953)
Stalin chega ao poder em 03 de março de 1920 até 1953, quando o culto da eficácia e a disciplina estavam em vigor e a rápida industrialização obedecia os princípios dos planos quinquenais, sendo o primeiro entre 1928/1932.
1932
Neste ano, o rigor stalinista aplica a expulsão operária dos absentistas, privando aos envolvidos dos cupons de abastecimento. O absenteísmo é a ausência do operário no ambiente de trabalho, como faltas, saídas, atrasos afetando a eficiência do esquema de trabalho.
1935
A alta rotatividade que grassava neste tempo era muito alta. Cerca de 86,1% do número de trabalhadores mudavam do setor industrial, além de haver uma operação de quebra de máquinas, tal qual nos tempos do ludismo, criando entraves para a especialização e a produtividade russa. A solução foi endurecer, um decreto reduziu salários, rebaixou cargos, remanejou operários para lugares indesejados.

Em agosto de 1935 o jornal oficial Pravda, uma semana após o fato, elogiava como “operário padrão” Alesei Stakhanov, um mineiro da região de Donetz que ultrapassou o rendimento cavando102 toneladas de carvão em apenas seis horas.
1936
Neste ano, surge o “movimento stakhanovista” visando o exemplo de aumento da produtividade. Surge o operário ideal e não é preciso entender que este exemplo ganhou as portas das fábricas e empresas em geral para elogiar e premiar o trabalho dedicado.
Trabalho Doméstico
Ellen Swallow Richards (3/dez/1842-30/mar/1911) foi uma americana, química e professora, a primeira mulher ainda no século XIX, formada pelo M.I.T – Massachusetts Institute de Technologies. Ellen muito preocupada com o papel da mulher como responsável pela nutrição e higiene familiar, conhecia como poucos a área sanitária.

Ellen fundou o Movimento das Ciências Domésticas para as mulheres, exaltando a responsabilidade moral da mulher, na questão da limpeza da casa e suas instalações. As mulheres da classe média, aderiram ao movimento pelas ciências domésticas entre o fim do século XIX e no início do século XX.

As facilidades de acesso a produtos como: sabão, tecido, vela, pão, manteiga, açúcar e outros produtos tão necessários ao cotidiano, começaram a serem fabricados e isto, liberou as mulheres de diversas atividades que tornavam a vida doméstica uma tarefa hercúlea. As famílias eram numerosas e a administração de um lar uma questão onerosa.

Nesse contexto, o movimento introduz o taylorismo, sob diversos aspectos da vida doméstica, desde a ergometria de uma mesa para passar roupa, do ferro de passar, tarefas cronometradas e inúmeros itens.

A falta de aparelhos domésticos para economizar tempo e trabalho deixou de ser um problema pela industrialização de diversos utensílios como: máquinas de lavar roupa, enceradeiras, batedeira de bolos, aspirador de pó, geladeira, ferros de passar roupa leve e outros. Além do rádio que veio a ser uma distração para as donas de casa enquanto realizavam tarefas repetitivas. 

A divulgação de bens domésticos e sua difusão veio o crédito, permitindo a divisão do valor de um aparelho facilitando sua aquisição.

Em contraparte, a mulher percebeu a sedução do trabalho externo e todas as nuanças envolvidas nas mais diversas atividades como melhores perspectivas de vida. O uso da máquina de escrever refleti adequadamente como a mecanografia foi importante nesse contexto. Em tempos mais modernos não se podia mais comparar o emprego da figura feminina com a tecelã dos primórdios da Revolução Industrial Inglesa.

A sociedade evoluiu de modo globalizante, quer em suas relações internacionais transferindo itens exportados ou importados, sejam maquinários, manufaturados, agrícolas ou pecuários, levando de um lado para outro, via transportes marítimos, ferroviários e terrestres, os mais diversificados produtos ou mesmo serviços.

Em todos os movimentos de cada produto ou serviços, de um lado para outro, um equipamento mecanográfico foi aplicado no processo de controle do Tempo e Moeda. Em quaisquer etapas, seja da compra a venda, do transporte ao ponto de venda ou entrega, da fase do produto pronto ou dos itens necessários para produção de um produto, ou um serviço especializado, a mecanografia fabricou um equipamento a fim de dinamizar processos.

Na fábrica, no armazém e no comércio, seja em produto fabricado nacional, se exportado ao estrangeiro, ou trazido por importação, a emissão do documentação, conferência e o arquivamento de todo o trâmite, só foi possível pela mecanografia fabricar os mais diversificados equipamentos para organizar, avaliar e medir o Tempo, a Moeda e o Trabalho.

Instituições públicas governamentais, interessadas nas relações privadas para cobrar os devidos impostos e taxas regulamentados (se correto ou incorreto não é parte de análise desta ABA) também se cobria dos equipamentos mecanográficos para exercer suas funções adequadamente, na ABA Registros e Contábeis tratamos deste assunto.

Nessa interdependência dos setores público e privado, pessoais e interpessoais em todos os níveis, foi a mecanografia um instrumento de evolução e conquista da civilização humana ao ponto em que chegamos. A tese adotada pela TECTECLAS é a de que “a mecanografia permitiu a maior evolução humana nos últimos duzentos anos”.

Entretanto, esse ciclo terminou. O processo de passagem de um período a outro – da mecanografia para a informática – embora lento, do pós Segunda Guerra Mundial até fins do século XX, segundo nossa tese, chegou com as “janelas” da Microsoft, uma vez que existia em paralelo duas atividades distintas: a mecanografia e a informática.

A mecanografia e a informática conviviam cada uma com seus equipamentos diferenciados e complementares. Os imensos mainframes alimentavam os dados das empresas e organizações com suas limitações. As máquinas mecanográficas auxiliando em inúmeras tarefas de textos e cálculos.
1985
Até o presente ano, os computadores pessoais eram caros, complicados e difíceis de usar. Pertenciam a um grupo especializado, inclusive usados como peças de brinquedos para jogos e entretenimento. A evolução dessas peças foram lentas.

Houve um processo envolvendo inúmeras pessoas, nessa área de alta tecnologia. Mas que pode ser considerado como ponto alto, a relação de amizade pelo mesmo sonho, entre Steve Paul Jobs e Bill Gates. Ambos pode-se afirmar conduziram os computadores pessoais a uma nova Revolução, além da Industrial, tal qual Cristian Lathan Sholes e a Remington para fabricar a máquina de escrever padrão, após 159 anos de tentativas.
Esse processo, pode ser resumido nas seguintes fases:
1967
Neste ano, Douglas Engelbart registra no Departamento de Marcas e Patentes, um dispositivo feito numa caixa de madeira com botão vermelho e um cabo de conexão, chamado de “indicador de posição X Y”, em inglês X Y Position Indicator For a Display System, desenvolvido na Xerox PARC (Palo Alto Research Center) que ficou conhecido por aparência por “mouse”, ou seja, um rato, nada mais que um caixa de madeira com um botão vermelho.
1975
Neste ano, da união dos amigos Willian Henry Gates III, conhecido como Bill Gates com 19 anos e Paul Allen, estudantes da Universidade Harvard, nasce a “micro soft”. Registram o nome em 26 de novembro de 1976 como Microsoft. Ainda estudantes começam o desenvolvimento de um interpretador de código fonte em sistema de símbolos, que será usado posteriormente.
1979
Neste ano, a gigante de copiadoras Xerox permitiu Steven Jobs, da Apple analisar suas novas tecnologias no intuito da empresa comprar 100 mil ações da Apple por US$ 10. Jobs se impressionou com a tecnologia gráfica da Xerox e pelo mouse com custo previsto de US$ 300 com problemas de movimento dos botões. Jobs percebeu a utilidade do “mouse” e contratou uma equipe para desenvolver um produto para ser vendido por no máximo US$ 15 para usar em qualquer superfície e apresentou o dispositivo para Bill Gates que percebeu sua real função utilitária.
1980/1990
Essa década foi marcada pelos avanços tecnológicos, quer na evolução dos componentes da fabricação das placas de hardware e no desenvolvimento. Em 1980, o Microsoft lança o Altair 8800 com interface gráfica e usando o Basic; a primeira versão do PC-DOS 1.0 surge em 12 de agosto de 1981 para 256KB de RAM em dois disquetes de 160 KB 5,25 face única para a IBM ; 1983 a Apple lançou o Lisa, o primeiro PC com mouse, que não vendeu bem, no mesmo é lançado o Windows  1.0 em novembro; 1985 neste ano em 20 de novembro, é lançado a primeira versão Windows com OS/2.

O MS-DOS (Microsoft Disk Operation System) usado nos PC IBM foi criado originalmente pela Seattle Computer Systems para rodar no processador Intel 8086 e seus sucessores, adquirido por Bill Gates permitiu a difusão inicial em larga escala dos computadores pessoais e as posteriores evoluções.
1992
Em abril deste ano, a Microsoft lança o Windows 3.1, especialmente criado para ser voltado ao uso do mouse. O desenvolvimento das “janelas” vão possibilitar a entrada da Microsoft em escritórios de empresas de todos níveis, aos diversificados profissionais liberais, a particulares para quaisquer fins.

Por está altura, o PC ganhava uma certa facilidade de operação, com o mouse permitindo abrir as “janelas de texto, de imagens, de gráficos, de internet, etc.” como faço neste momento de texto. Por fim, o Windows 95 com 32 bits, chegou marcando o fim da mecanografia, como afirmamos em nosso Editorial, com o plug and play facilitando processos de inserção de periféricos, sem as complexas linhas de programação.



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