Historiografia Dois: A Invenção das calculadoras
A
contagem ou somatória numérica através dos tempos
Em que
momento o ser humano começou a contar?
Realizar seus cálculos e medições, além do
dia e da noite, do claro e escuro?
É possível
afirmar:
o ser humano, deu largos passos, após
sua fixação com seu grupo de familiares e agregados, em um local e depender das condições
do local para sobreviver, tendo a água como elemento indispensável. (na imagem rupestre temos cinco indivíduos, o quarto é uma mulher - o traço embaixo dos braços marcam os seios)
A melhor
organização social humana, ocorreu lá nos primórdios da longínqua antiguidade,
em algum momento, ao concluir a dependência, primeiro no grupo familiar, em
seguida, daqueles próximos ao grupo, quando o aumento grupal se transformou em
condição tribal.
Nesse estágio houve evolução, pois algumas facilidades
foram concedidas ao nosso mais antigo ancestral: o cansaço físico diminuiu; andar
sem paradas, por intermináveis períodos a fim de localizar um abrigo seguro era
o pior desconforto do grupo; sem ter um local definido, não havia proteção, os
perigos eram múltiplos; além dos ataques das feras existentes em cada
território onde perambulava, havia as intempéries e todo tipo de
imprevisibilidade; o ser humano só carregava o essencial para sobreviver.
Sempre lhe faltava um recurso e desconhecer o novo ambiente à percorrer.
A fixação num ambiente fez surgir um acúmulo de bens e
utensílios. O ser humano, aprendeu a dominar as possibilidades agrárias, a guardar o
excedente da caça e da pesca, como também, daquilo da colhia do seu plantio.
Nasceu o intento de calcular as necessidades, a divisão do trabalho e da
alimentação. O sentido de posse nascia neste momento... e nunca mais seria perdido...
Na ABA de escolha - HISTORIOGRAFIA - já traçamos o percurso do ímpeto da contagem
através dos tempos, num exemplo singular, lembramos a possível impressão do “pintor
ou desenhista das cavernas” ao gravar nas paredes, quando ao seu modo
incluía no quadro pictórico "quem e
quantos" estavam reunidos, identificando a cada um, segundo seu entendimento. A
caverna era a máxima do conforto, o fogo outro elemento primordial, tal qual a
água. Insistimos na pergunta:
Quem
sabe, qual destes desenhistas, foram os primeiros seres humanos a ter o
primeiro contato com a idéia de cálculo ou somatória? Quantos destes?
E esse conhecimento foi passado adiante?
Existe uma teoria de que o ser humano só
conhecia o um, e acrescia sempre mais outro um. É possível afirmar que a primeira calculadora
humana foi a própria mão. Certamente, de início,
em seus cálculos, o ser humano utilizou a limitação dos próprios dedos; depois pedrinhas,
pequenos paus, frutinhas, ossinhos ou outros; separando, agrupando, juntando,
conforme a necessidade de verificação.
O
sistema mais comum e natural, entre os povos mais remotos foi o decimal,
baseado nas próprias mãos, associada ao número de dedos. O corpo sua primeira calculadora.
Abaixo, o jogo de tabuleiro egípcio "senet" também baseado no sistema decimal,
são três fileiras cada qual com dez casas, jogado por meio de dados,
sorteando o andamento das jogadas. A caixa de jogos foi feita em ébano,
ouro e marfim, datando da XVIII dinastia ou seja, a 1333 a.C.. No quadro à esquerda, quem joga é a Rainha Nefertari, esposa de Ramsés II. Essa pintura data da XIX dinastia, a 1250 anos a.C..
É importante destacar a
junção de cálculo com o tempo, desde quando o ser humano passou a
viver em
estado de fixação territorial. Neste estágio ao olhar para o céu passou a
reconhecer as estrelas cintilantes que mais se destacavam. É do
instinto humano sempre dar prioridade, àquele item, que pudesse suprir
suas
necessidades básicas e dentre estas, a de maior premência.
O controle do tempo esteve entre seu
primeiro plano. O tempo em Santos ...
Primeiro o ser humano
distinguiu o dia da noite. De dia, a claridade se estendia do nascer do sol, e no
decorrer do cotidiano, a claridade perdia seu brilho gradativamente, até
escurecer através da noite com todos os seus mistérios.
Olhar para o céu na
antiguidade, era contemplar a Via Láctea, amplamente estrelada, nenhuma
interferência da luminosidade artificial dos nossos tempos. Os insetos povoando
a noite, a musicalidade dos seus "efeitos sonoros". Esse efeito conduzia a
natureza humana à espiritualidade, suplantava a racionalidade, uma vez que a
luz celeste pontilhada de milhares de pontos é um verdadeiro espetáculo da
natureza, majestosa em todo seu esplendor.
O ser humano passou a contar
com duas distintas condições: dia e noite, claro e escuro. O dia ficou
associado ao trabalho, plantio, caça, pesca e todo labor humano; à noite servia
para alegria, dança e relação grupal. Seguidamente, hora do descanso, da
meditação ou a interiorização, aspectos da espiritualidade.
Principiou um certo controle
da produção agrário-pastoril; em seguida, os monumentos religiosos suplicando
grandeza na edificação para agradar os deuses; ou ainda, a especulação para decifrar
o ambiente em que viviam seus deuses maiores, isto é, nos céus – os luminosos e
estrelados caminhos celestes. Ao especular, descobriu nas estrelas, o espaço de
cada uma, suas distâncias, seu brilho, sua simetria no infinito.
Em todos estes aspectos
havia um marco: a necessidade de cálculo, o aprendizado de efetuar a medição de
valores comuns, passada a todos envolvidos, ampliando esses aspectos em
dimensão cada vez maior.
Nos
céus percebeu a estrela luminosa mais próxima, outras mais distantes,
umas em distância diferentes de outras; umas de um lado, outras de
outro; umas acima, outras abaixo. Assim começou a ter valores de
distância.
Cada povo seguia o seu padrão de medição e suas
referências. Haja visto, foi na antiguidade que apareceram os primeiros
instrumentos de medição do tempo. Ao lado esquerdo: um modelo de relógio do sol, comum entre povos antigos.
O número não é nada.
O cálculo é tudo.
Herança numérica do
passado
Os egípcios tiveram sua notação numérica significativa, conheciam alguns
teoremas. A melhor prova é o papiro de Rhind de 1650 a.C., apresentado na ABA Historiografia, nomeado pelo sábio Ahmes como “Regras para chegar-se ao conhecimento de todos os segredos que as
coisas encerram. ”
Grécia antiga
A matemática grega partiu de um início modesto, cresceu em dois ou três
anos de modo esplêndido, com influência legada dos egípcios. Foram muitos, grandes
matemáticos, dos quais herdamos seus conhecimentos:
- Euclides, nos legou a
medida-padrão “PI” para calcular circunferências, matemático no círculo de Alexandria;
- Thales de Mileto, mediu as
pirâmides pela sombra;
- Arquimedes, o inventor de
métodos mecânicos, úteis até o presente;
- Pitágoras, deixou uma
doutrina baseada na matemática, como seu conceito: “número é a medida de todas as coisas, ” ou “Deus geometrizou ou nos números o espírito humano possui a linguagem de
Deus; ”
Outros personagens, se dedicaram ao estudo da matemática: Fericides, Anaximandro, Eudôxio,
Erastóstenes, Eutóquio, Erastóstenes
de Cirene.
Calcular à romana
Os algarismos romanos não facilitavam a tarefa árdua de cálculo.
Entretanto, realizando extenso, ramificado e diversificado comércio
ultrapassando suas fronteiras até o longínquo Oriente, ou ainda, manter legiões
de soldados em constante perambulação, montar acampamentos como verdadeiras
cidades com cerca de mais de dez mil pessoas quando era preciso calcular gastos
com alimentação pessoal e animal e todo aparato de intendência.
O encontro desses dois impérios – da própria Roma e da Matemática –
precisaram de conciliação para ajustar as contas. Necessitaram de muitos
auxiliares para trabalhosa notação numérica e de escrita. Essa tarefa foi
facilitada pelo uso do ábaco, instrumento conhecido pelos gregos e bem antes
destes pelos egípcios notáveis calculadores, uma vez que ambos tinham
caracteres e sinais numéricos complicados.
Os romanos em seus demonstrativos
utilizavam de colunas em suas anotações e conferências, onde cada coluna
constava com diferentes ordens de grandezas (unidades, dezenas, centenas,
milhares) no sentido da direita para esquerda. O termo apor, do latim ad-dere significa
aditar ou adição.
Queda de Biblioteca
de Alexandria
No século III a.C., na cidade de Alexandria, reino ptolemaico do Antigo
Egito, foi fundada essa reserva de sabedoria humana para difundir a cultura
egípcia-helênica. Arquimedes e Euclides fizeram parte desse monumento. O
terceiro bibliotecário chefe foi Erastóstenes de Cirene em 40 a.C.
Com a destruição da Biblioteca de Alexandria perderam-se 600 mil
manuscritos. Nessa biblioteca estava Hipóxia, filha de Teon que organizou a
obra de Euclides. Hipática foi assassinada por pertencer ao movimento e o pai Téon estavam ligados a escola
de Alexandria num ramo de Plotino.
Vamos encontrar em Roma, amantes dos cálculos (matemático, geometria,
arquitetura) figuras como: Jâmblico, Apolônio, Vitruvio. Diofante, fundador da
álgebra no século III d.C. com seus 130 problemas envolvendo cálculos dessa
linha, será estudado modernamente. A letra grega de incógnita, era designada
pela última palavra de “aritmos”, número em grego, o “s”, que vamos conhecê-la mais
tarde, pelos árabes. Os sistemas numéricos grego e romano eram confusos,
penosos, pouco práticos.
Árabes
Estes traduziram obras gregas, como escritas por Hipócrates,
Aristóteles, Galeno, Diafonte, ligagas a todo tipo de estudo de ciências, incluindo a matemática.
Século IX
Os árabes eram bons comerciantes, cálculos faziam parte do cotidiano
envolvia a arte de compra e venda, da qual se podia auferir a lucratividade. As
longas viagens feitas aos lugares mais longínquos para buscar mercadorias,
novidades e necessidades para atender compradores no continente europeu carentes
de produtos. As caravanas tinham patrocínio da nobreza.
Nas regiões de Granada, Sevilha e Córdoba sob o domínio árabe neste
período, eram três grandes centros culturais, fundamental na influência da
ciência europeia nos séculos posteriores, notadamente na matemática.
Neste século, o califa Al Mamun, tinha em Mohamed Ibn Musa Alchwarizmi,
o sábio o encarregado de desvendar o conhecimento grego, como: refundir as Tabelas Astronômicas de Ptolomeu; realizar observações astronômicas; medir a latitude da superfície da terra; traduzir obras científicas dos hindus.
Alchwarizmi escreveu “Arte de Calcular” uma obra
concisa e ágil de cálculos devido ao uso de notação numérica hindu. O nome
Alchwarizmi sofreu uma corruptela do árabe para “algoritmi”. Hoje uma norma
geral de cálculos conhecida em todo mundo ocidental como “algoritmo”. De outra obra, do mesmo autor intitulada
“Aldschebi walmakabala” que significa na tradução “Restauração e Confronto” da
palavra “aldschebi” originou-se a “álgebra”.
Século X
O monge beneditino Gerbert d’Aurillac, erudito em várias matérias, educador
de um rei e, escolhido papa em 02 de abril de 999, com o nome de Papa Silvestre II,
contribuiu para obter altura de objetos distantes, instrumentos astronômicos. Ensinava
cálculo com ábaco, as quatro operações de aritmética e problemas geométricos.
Século XII
O monge inglês Atelhart de Bath disfarçado de mouro teve acesso as obras
de Alchwarizmi levou uma tradução do grego para o árabe de Euclides e uma cópia
da Arte de Calcular, que estão na Biblioteca de Cambridge.
1200 em diante
O uso de tração vertical | veio certamente da noção de uma vara, | para
um, || para dois, ||| para três, cinco ||||. A criação dos algarismos romanos
(V, X, L, C, D, M e a barra unidade) atingiu seu ápice na Idade Média com a
criação do M para mil, antes era CIC (C ao contrário) CICDCCCXXXIII ficou
MCMXLIII isto é 1943.
A divisão monetária é atribuída a Carlos Magno. O conceito de dúzia é
tido sua origem inglesa: 12 pences num xelim, 12 polegadas num pé; o horário em
12 horas + 12 horas (12 x 2), ou cinco X 12 minutos; ano tem 12 meses. Portanto, há duas bases de sistema: dez e doze.
Leonardo, filho de Bonacio de Pisa notário público em Bugia, Argélia,
estudou com um mestre calculador, estudo do ábaco, símbolos numéricos hindus e
segredos da ciência árabe. Fez longas viagens através do Egito, Síria, Grécia,
Sicília e Provença buscando ampliar seus conhecimentos.
1202
Aos 27 anos escreveu Liber Abaci, onde relata como conheceu na Berberia
o sistema de algarismo dos árabes e pretendia difundir para a Europa. Os cálculos usados em quaisquer situações, quer feitos na numeração grega ou romana eram dificultosos, a vinda dos algarismos hindus árabes foram fundamentais em toda evolução advinda pós Alta Idade para o período do Renascimento e de lá para a Mecanógrafia, fim deste objetivo. Outra etapa do estudo, prática e uso matemático foi a surgimento de simbologia para clarear as fórmulas, teoremas, funções ou mesmo expressar uma relação de simples aritmética.
Origem do sinal de
“menos” - Jordanus Nemorarius, monge alemão em 1200 tornou-se geral dos
Dominicanos, contemporâneo de Leonardo Fibonacci já empregava notação com
letras, utilizava as letras “p” para designar mais (plus) e “m” para menos
(minus) nos cálculos lembramos, não existir sinalizações neste período.
Séculos XV e XVI
Calculadores alemães convencionaram o pequeno traço que utilizamos em
nossos dias e estão presentes em todas as calculadoras, pós invenção de
mecanismos de inversão mecânica no somador para ser possível a subtração. Dele
nasceu o símbolo + com acréscimo de um risco vertical. Johann Widmann, de Eger
foi o primeiro a utilizar ambos sinais.
1526 - O símbolo da raiz (√) em trabalhos de Rudolf, certamente oriundos dos
hindus que já o usavam.
1557 - Aparece em o sinal de = em anotações de Robert Recorde;
1631 - Neste ano, o inglês Guilherme Orghtred, no livro Clevis Matematicae, fez uso do
“X” como símbolo de multiplicação, no mesmo ano outro inglês, o pastor Harriot
utilizou como símbolo o ponto na mesma operação. René Descartes para
multiplicar duas grandezas fez uso das letras “ax”, como também para potências a forma “a¹, a², a³, aʸ ou “n”, validas
até o presente.
1657/1659 - Neste período surgi o sinal que faltava ser convencionado para facilitar
a magia dos números, o símbolo da divisão (÷)
nas obras de Orghtred e Rahn matemáticos de Zurique.
Toda
evolução advinda da criação e descoberta das opções de calcular desenvolvida
pela introdução dos algarismos hindu-arábicos foi potencializada, o reino da
matemática permitiu alcançar inumeráveis grandezas. A descoberta
da “função” criou novas grandezas, rompeu a rígida geometria clássica grega,
graças ao empenho de figuras como Newton, Leibniz, Euler e outros expoentes.
As
operações simples de somar, subtrair e multiplicar se associam a variáveis “x e
y” e outras constantes. As equações ganham com letras e símbolos, um campo de
permissão a novos cálculos definidos pela função algébrica.
1670
Neste ano, da
função algébrica, surgiu sua inversa - a função exponencial, pela mente do Leibniz,
de grande importância na invenção das máquinas mecânicas de calcular. Newton
introduz expoentes negativos e fracionários.
Todas essas
descobertas exerceram papel importante no campo da física pelo uso de cálculos complexos.
Esses temas formam a matemática superior, sólidos fundamentos para toda a ciência
do século XIX e todas as modernas
invenções, entre as quais a mecanografia.
1698
O sinal de divisão moderno, somente neste ano começa a ser utilizado através de Leibniz.
Na ABA Historiografia,
tratamos da origem da escrita e da leitura, introduzimos a origem do cálculo, necessidade
vital nas relações gregárias. Ao contar, medir, trocar ou repartir, noções dos
contrários, do maior ou menor, claro ou escuro estava o ser humano realizando
acordos.
Na divisão de uma presa da caça, em partes iguais nascia o conceito de
frações, encurtar um caminho de curva, cortar um pedaço de pele em determinadas
partes, deu ideias de comprimento, fabricar vasos para portar quantidade
derivou o volume, a posição de um animal na estepe, a distância. Enfim, embora
não fossem padrões de medidas, conceitos ou convenções, essas ações colocou o
ser humano diante da matemática, logo depois dos princípios da estética, do
formato, da dimensão.
A cerca de 30 mil anos, numerar ou enumerar, teve significado
embrionário até atingir a capacidade de contar com os instrumentos do próprio
corpo: os dedos. Aumentou sua importância por volta de 10 mil anos atrás, ao fixar-se
num lugar, dominar animais para melhorar a sobrevivência, ordenar rebanhos e
não perder propriedade. O uso de pedrinhas, um recurso facilitador da contagem:
uma pedra para cada animal.
Os números herdados das civilizações egípcia, mesopotâmia e greco-romana
foram simplificados pelos algarismos arábicos com os sinais hindu-arábicos. Estes
formularam através dos tempos o melhor conceito comunicador universal, a
linguagem compreendida pelos humanos em geral. Ex.: 987561 possui o mesmo
sentido em qualquer parte do orbe, a pronúncia será local, porém o signo e
significado, no mesmo sentido.
A linguagem matemática composta de poucas palavras, uma dúzia de sinais foram
complementados e universalizado no ocidente. O cálculo é provavelmente o
terceiro domínio de maior relevância, depois da domesticação do fogo e da
invenção da roda. A linguagem humana seria o quarto domínio.
A mecanografia
agigantou números e cálculos
Foi pela necessidade da repetição, conferência para evitar erros dos
cálculos, um ato exaustivo, enfadonho, cansativo que permitiu engenhosidades
para calcular. Primeiro, as calculadoras mecânicas sem impressão tinham as
anotações postas em papel, seguiu-se a impressão dos caracteres numéricos em
bobinas. Enfim, anotações numéricas encontraram a comprovação precisa dos
somadores mecânicos, velocidade rápida do cálculo, melhoradas em cada novo
modelo, permitindo que pranchetas de engenheiros, desenhistas e construtores
manufaturarem quaisquer bens ou serviços, de modo generalizado. Como citamos na cronologia acima foi preciso chegar no século XVII com novas descobertas e criação de funções aprimorando as ciências para atingirmos o nível atual.
Os computadores tiveram as programações de dados absurdas, transformando
notação numérica em quaisquer grafias evoluindo até o ponto atual. Estes
representam o ápice da engenhosidade matemática. Tudo feito através de cálculos,
alguns produtos, descritos em nossa ABA, no final deste artigo prestamos
homenagem a quem fez o uso mais brilhante de máquinas mecanográficas.
Percorremos (ainda que
resumido), nosso presumido caminho na busca do aprendizado do contar, na citada ABA Historiografia - até Blaise Pascal
(1623-1662)
com sua “pascalina”
realizando operações de somas e subtrações. Segundo nosso entendimento,
através de extensa pesquisa técnica historiográfica inicial, afirmamos que:
- do mesmo modo que demonstramos sem dúvida, ser a
invenção da máquina de escrever (não um aparelho de escrita) obra de Christopher Lathan Sholes, não do padre brasileiro, nem de outro;
|
Jornal O País em 13 dezembro de 1923, anunciando 50 anos das máquinas escrever |
- a máquina de cálculo de Blaise Pascal,
é a matriz da origem das somadoras e calculadoras, e ambas seguem os
mesmos princípios da máquina “Pascalina”. Pode-se concluir sem erro: Pascal foi
o inventor deste equipamento; no trajeto da invenção das máquinas de
escrever vamos encontrar a mesma história de que fulano de tal em tal
tempo anterior, etc...
1623
Neste
ano, é atribuída a Wilhelm Schickard (1592-1635), a construção de uma primeira calculadora
mecânica, utilizando engrenagens, aproveitadas de relógios, por tal
característica foi chamada de "relógio calculador". (foto à esquerda)
Wilhelm
Schickard nasceu a 22 de abril de 1592 em Herrenberg, Alemanha, faleceu a 23 de outubro de 1635 em Tübingen. Foi um polímata alemão, professor de hebraico e Astronomia na Universidade
de Tübingen, onde também estudou até 1613
no curso de Teologia e Línguas Orientais.
1613
Neste ano, foi nomeado Ministro Luterano, cargo ocupado por seis anos.
1619
Passou a exercer o cargo de professor de Hebraico na Universidade de Tübingen,
onde lecionou hebraico e aramaico.
1631
Neste ano, passou a lecionar Astronomia, também passou a inventar numerosas máquinas, como uma
para o cálculo de datas astronômicas e outra para gramática hebraica. Além
disso, realizou progressos na cartografia, onde mostrou como produzir mapas
muito mais exatos do que aqueles disponíveis na época. Foi hábil entalhador de
madeira e renomado gravador de placas de cobre.
Com estas características profissionais, Schickard
é segundo algumas cartas enviadas ao amigo Kepler em 1624, acompanhadas de
vários esboços, explicativos do desenho e funcionamento de uma máquina que havia
mandado construir, ao qual chamou de “relógio calculador”. Explicou também que o
exemplar da máquina, fora destruído em um misterioso incêndio noturno ocorrido
em sua casa, juntamente com alguns outros pertences. (foto ao lado esquerdo de 1635)
Essa máquina mecânica, "calcular relógio", seria capaz de
realizar as quatro operações básicas com números de seis dígitos e indicar um resultado através do toque de um sino. Pelos
registros, este fato seria anterior a invenção de Blaise
Pascal e Leibniz.
1960
Neste ano, essa máquina perdida
durante a “Guerra dos Trinta Anos”,
recentemente foi encontrada alguma documentação sobre tal invento, que seria capaz
de somar, subtrair, multiplicar e dividir. Os esboços do desenho estiveram perdidos até o século
XIX, quando finalmente foi construída a primeira réplica que funcionava como a
original.
Durante muitos anos, na verdade
séculos, nada se soube sobre tal máquina, é tido que seu uso
prático foi usada pelo amigo Johannes
Kepler, o revolucionador da astronomia. (foto ao lado)
1642
Porém, essa tese de "relógio calculador", não encontrou comprovação. No ano de 1642, os caminhos técnicos seguidos, com princípios semelhantes, apontam exaustivamente para os princípios da Pascalina, a máquina
do francês Blaise Pascal.
O primeiro nome da sua invenção foi "aritmética máquina",
depois chamada de "Pascalina
Roda", por fim, "Pascaline".
Seu formato era um pouco menor do que uma caixa de sapatos, baixa e alongada. Essa calculadora é
baseada em rodas e engrenagens interligadas e sincronizadas. As rodas dentadas
quando movimentadas em sentido horário, ao girar completamente a transmissão
sobre o seu eixo, produzia uma série sincronizada de movimentos prontos para a
próxima operação.
As rodas representam o "sistema de numeração
decimal." Cada roda consistia em dez passos, para o qual foi convenientemente
marcados com números de 9 a 0. O número total de rodas foi oito (seis rodas
para representar números inteiros e duas rodas na extremidade esquerda de um
ponto decimal). Com este arranjo, "obtinham cálculos de números entre 0,01
e 999.999'99".
1673
Neste ano, Gottfried Wilhelm von Leibniz inventou
aquilo que ficou conhecimento como: o tambor ou
roda de Leibniz.
Este
invento, composto por um cilindro no qual é adicionado um conjunto de dentes de comprimentos
incrementais, ao ser acoplado a uma roda de contagem, aciona mecanismos que ao
girar essa roda com nove dentes, acopla a uma outra roda de contagem.
O sincronismo das rodas
acopladas permitem mover os dentes em cada rotação, somando ao mover-se para
frente ou subtraindo movendo-se para o lado inverso, através de uma manivela. Cada
volta da manivela gira as rodas Leibniz numa
volta completa, esse movimento permiti que um contador acrescente em cada rotação, o resultado
do cálculo. Esses inventivos mecanismos passaram a ser utilizados, em centenas
de marcas, como um padrão, em uma classe de calculadoras
mecânicas.
1694
Neste ano, Leibniz com
base em seus princípios técnicos construiu o projeto de uma máquina chamada Reckoner .
Vamos demonstrar especificamente,
primeiro essa classe de calculadoras mecânicas, depois as somadoras, que se
utilizaram posteriormente em seus “somadores” dessas rodas acopladas inventadas
por Leibniz, seguindo os
princípios básicos de Pascal. Estes mesmos princípios foram
melhorados e amplamente desenvolvido por W. T. Odhner em período com
melhores recursos técnicos.
A Evolução Cronológica das Calculadoras
A invenção da máquina de
Pascal foi melhorada
gradativamente por inúmeros inventores, principiando com a nova versão do
tambor com
rodas de Leibniz, embora ainda estivesse muito distante do padrão adequado, tal como
as “typewriter”. No quadro acima, a
Pascalina e ao seu lado a
Arithometer de
Charles X. Thomas de Colmar, uma evolução da primeira. Abaixo, alguns modelos "primitivos"...
1850/1900
As máquinas de cálculos compreendem uma vasta série de
aparelhos que foram capazes de contar, fosse mesmo, um saquinho com pedrinhas, usados
por um pastor de ovelhas para comparar, se o número de animais estava igual ou se alguma ovelha, estivesse desgarrada.
Relacionamos, na ABA Historiografia a série de ábacos utilizados pela humanidade nas mais variadas regiões da Terra, assim como todo o histórico da vontade de contar. Uma outra
série de aparelhos de cálculos foram inventados como as pequenas somadoras, das quais não relataremos
suas criações, uma vez que foram dotadas de muita simplicidade durante o período apontado do seu uso, como também, pela dificuldade de encontrar material histórico de seus projetos.
|
Acima um conjunto de somadoras simples |
Destacamos somente, as principais máquinas de cálculos que representaram evolução
técnica, complexidade de projeto, expressiva aceitação, produção comercial
e vendas significativa. Os aparelhos de somar simples podem ser considerados como "artesanais", como os "aparelhos de escrita" da mesma época.
Houveram inúmeras tentativas para melhorar esses mecanismos de
cálculos. As calculadoras, também demoraram um longo período, para atingirem um padrão, de
uso razoável, aceitável como equipamento eficiente, tal qual descrito nas máquinas de escrever, vide aba HISTORIOGRAFIA. Abaixo, a evolução das máquinas de cálculo e somadoras....
Acima, as imagens de
"três caminhos", seguidos por estes
instrumentos de cálculo:
- o
primeiro, da esquerda para a direita, o padrão inventado por
W. T. Odhner, com a capacidade de realizar as quatro operações, mostrando seu resultado num mostrador
;
- a
segunda, (do meio) um modelo de
Dorr E. Felt, a somadora de teclado cheio, apenas adicionava, ou seja, uma só operação, o resultado aparecia no mostrador na frente;
- a
terceira, um padrão da máquina de
W. S. Burroughs,
teclado cheio com impressão de cálculo para conferir, fosse uma
somatória com subtração em qualquer fase dos cálculos, ou ainda, multiplicava por repetição. Mas, não operava as divisões.
1725
Neste ano, foi descoberto a seguinte inscrição, marcada no
interior da tampa de uma calculadora em Washington, EUA em :
DE LEPINE - Invenit ET FECIT - 1725, "réparé en 1844 par le Chr Thomas de Colmar" (reparos feitos em 1844 por Charles Xavier Thomas de Colmar).
1725
Uma pessoa chamada Lépine inventou e fabricou em uma versão provável de máquina de calcular, projetada por esse relojoeiro francês ou belga inspirada na Pascaline de Blaise Pascal.
Jean-Antoine Lépine, nascido em Challex a 18 de novembro de 1720, morreu em 1814. filho do inventor Lépine, também relojoeiro continuou o
projeto da calculadora: arithmétique Quando o pai Lépine, inventou a Arithmétique
o filho tinha apenas 5 anos. (foto ao lado esquerdo)
1730
Neste ano, a Academia Francesa
de Ciências certifica três máquinas projetadas por Hillerin de Boistissandeau. Essas máquinas de
calcular eram semelhantes à calculadora de Pascal. Uma das máquinas de Boistissandeau
continha 6 posições apropriadas para o sistema monetário francês do século 17.
Segundo consta, fora fabricado algumas cópias de trabalho, pelo menos dois deles estão
preservados para o nosso
tempo: o menor, um dispositivo de 8 dígitos,
está na coleção do museu CNAM em Paris; o maior, um dispositivo de 20 dígitos
está no Museu Nacional da História Americana, em Washington.
O que isso significa?
O próprio Hillerin de Boistissandeau, alerta que “a transferida de registros em mais de dois
lugares”, em um dos seu inventos não iria funcionar corretamente. Em verdade esses
inventos produziam enorme atrito, dificuldade no manuseio, grande esforço manual
para o transporte dos discos, além de bloqueio
dos movimentos. Enfim, também foi um produto sem continuidade, simplesmente mais
uma tentativa, sem os devidos testes e correções técnicas.
1770
Neste ano, o alemão Philipp
Matthäus Hahn, projetou duas calculadoras circulares baseadas no tambor
cilíndrico Gottfried
Wilhelm von Leibniz. J C Schuster, irmão de fé de Hahn,
foi o construtor de alguns desses projetos no início do século 19.
1775
Neste
ano, o Lord Stanhope, do Reino Unido projetou
uma caixa retangular com uma alavanca ao lado com mecanismos para calcular e projetou
outra máquina usando rodas
de Leibniz em 1777.
1777
Neste
ano, um outro inventor Stanhope inventou o Logic Demonstrator, uma
máquina projetada para resolver problemas de lógica formal, marcando com este dispositivo,
o início de uma nova abordagem para a solução de problemas lógicos por mecânica de métodos.
1780/1784
No início da década de 1780, o engenheiro, mestre construtor alemão Johann
Helfrich Müller (1746-1830) foi solicitado pelo Gabinete
do Superintendente local, para verificar e recalcular alguns quadros relativos
aos volumes de árvores.
Johann Helfrich Müller tinha uma mente criativa e, com esta característica
pessoal começou desde o ano 1770, a projetar algumas criações. Como primeira invenção
fez um teatro, equipado com efeitos ópticos e mecânicos para os filhos de seu
chefe Prince Georg Wilhelm. Algum
tempo depois, projetou outros dispositivos.
1780
Neste ano surgiu uma idéia para
facilitar sua tarefa profissional: uma máquina para executar somatórias, subtração,
divisão e multiplicação.
Partiu em busca de informações tendo encontrado um
artigo interessante, sobre a máquina de calcular
de Philipp
Matthäus Hahn.
Decidiu usar este
equipamento como protótipo, logo percebeu, precisar realizar algumas pequenas
mudanças, para tentar melhorar essa calculadora de alguma forma.(ao lado, o complexo invento de Philip M. Hahn.)
1782
Neste ano, mês de junho, Müller,
depois de estudar muito a concepção do projeto, trabalhou cerca de três meses
para terminar os desenhos e remeter ao relojoeiro local em Darmstadt, com o fim
de processar em metal os diagramas.
1784
Neste ano, a máquina de calcular de Johann-Helfrich Müller no dia 20 de
junho de 1784, estava pronta. Quatro dias depois, a calculadora de 14 dígitos foi demonstrada na Academia das Ciências de Göttingen; em julho de
1784, o dispositivo foi descrito na revista Göttingische Anzeigen von gelehrten Sachen nas páginas 1201-1206.
A máquina
de calcular projetada por Müller, é muito semelhante à máquina
de Philipp Matthäus Hahn baseada no
sistema inventado por Leibniz, com as seguintes medidas: 285mm de diâmetro,
95mm de altura, pesando 15,4Kg.
1786
Neste ano, num livro editado
pelo amigo de Müller, Philipp Engel
Klipstein em Frankfurt e Mainz, traz em 50 páginas de brochura, a
idéia mais aperfeiçoada de uma calculadora universal.
Este livro continha, descrição
exaustiva de funcionamento, o desenho da máquina, um apêndice sobre suas
vantagens, sobre seus cálculos, um relato detalhado dos mecanismos de segurança
especial, isto é, de correção, incorporado neste equipamento. Um detalhe: a calculadora nunca foi construída!
Charles Xavier Thomas de Colmar
1820
Neste
ano, Charles Xavier Thomas, nascido
em Colmar, a 5
de maio de 1785 e falecido em Paris, 12 de março de 1870. Foi inventor e matemático
francês, projetou e patenteou o
equipamento que o tornou mais conhecido: uma das primeiras calculadoras, o Arithmomètre,
um aparelho de somar, subtrair e multiplicar,
mas nas divisões usava um
modo complexo, só funcionando com ajuda de um operador.
1821
Neste ano, acresceu
ao sobrenome, sua cidade natal, passando a chamar-se: Charles Xavier Thomas de Colmar
Thomas, depois de curta passagem pela administração francesa, em 1809, alistou-se no exército francês; em 1813 atingiu o posto de Gerente Geral dos exércitos napoleônicos
localizados em Espanha. Pouco tempo depois, foi promovido a Inspetor de Abastecimento de todo exército
francês.
Durante esse tempo, como Intendente tinha grande quantidade de cálculos a executar, como responsável
por abastecer o exército francês, concebeu a idéia de
inventar uma calculadora para ajudá-lo nesta tarefa tão árdua.
Encontrou nos desenhos da calculadora inventada por Leibniz, (foto ao lado esquerdo, ano 1674) a base para projetar a
máquina de calcular: Arithmometer.
Entretanto, Charles Xavier Thomas, havia dedicado por trinta anos, todo tempo e energia nos negócios
de seguros.
1851
Neste ano, Thomas de Colmar retoma seu
empenho e dedicação ao ramo da mecanografia. Do primeiro modelo da Arithmometer
introduzido em 1820 resolveu
simplificar o invento, remodelando o mecanismo de multiplicação e divisão. De uma simples máquina de adição,
com movimentos do carro e um somador indexado, permitiu a fácil multiplicação e
divisão sob o controle do operador.
A Arithmometer
foi adaptada para fabricação na época:
uma máquina grande, robusta e confiável, com as seguintes medidas: 70cm de comprimento, por 18 cm de
largura e 10 cm de altura, com essas dimensões ocupava o tampo de uma
escrivaninha. Foram impressos manuais de instrução e funcionamento,
cada máquina continha seu número de série. É tida como a primeira máquina de calcular com certo sucesso comercial.
1870
Neste ano, faleceu Charles Xavier
Thomas, a sua unidade de produção tinha construído em torno de
1.000 Arithmometer. A máquina inventada por Thomas continuou sendo fabricada até 1915 por Louis Payen, Veuve L. Payen e Darras, os sucessivos proprietários e
distribuidores da Arithmometer.
1851/1914
A verdadeira comercialização da Arithmometer
começou em 1852. A
produção por noventa anos, realizadas pelo próprio inventor e seus descendentes
foi de cerca de cinco mil exemplares, vendidas para
bancos, companhias de seguros e escritórios do governo.
O tamanho da Arithmometer
também era inviável para larga aceitação ou produção, em consequência de custos com materiais. A quantidade fabricada no decorrer
deste período compreendida por volta de 60 anos foi muito pouca e não poderemos
chamá-la de produção de massa.
Dorr Eugene Felt
1882
No início deste ano, com 20 anos, Dorr Eugene Felt chegou a Chicago, e foi trabalhar na empresa Ostrander e Huke. (foto à esquerda, de Dorr E. Felt)
1884
Foi neste ano, que o jovem maquinista, Felt trabalhando com uma plaina, ferramenta utilizada para moldar metais e outros materiais, na oficina da Ostrander e Huke em
Chicago, percebeu como a máquina variava as profundidades de corte. Daí
concebeu a idéia ao assistir o movimento de avanço de catraca, a
solução final para sua invenção: máquina de calcular múltipla ordem.
Surgia uma técnica similar aplicada à concepção de uma máquina de calcular, um conceito original para o seu tempo. Neste ano, durante os feriados de Ação de Graças, Felt começou a construir o protótipo da nova máquina de calcular, da qual havia planejado. Um detalhe é de máxima importância: o jovem Dorr E. Felt não conhecia as máquinas de calcular anteriores.
O jovem Dor Felt, limitado em recursos financeiros, concebeu por meses o invento e resolveu construiu um modelo de madeira, com uma caixa de macarrão para a caixa exterior, com elásticos em bandas de borracha para o mecanismo interior, fazendo a função de molas, espetinhos de carne, fios, grampos.
Terminou este protótipo, após o Dia de Ano Novo de 1885, que foi chamado amistosamente de “caixa de macarrão”. Atualmente, um protótipo se encontra no Smithsonian Institution, em Washington,
Quando o pessoal da Ostrander e Huke (O & H) conheceu a invenção de Dorr Eugene Felt ficaram impressionados e reservaram um lugar para o inventor trabalhar em troca de parcela resultante deste equipamento.
Um primo do empregador Ostrander, chamado Chauncy W. Foster fêz
um empréstimo a título de capital de risco no valor de US$800 para
financiar o material para construir as primeiras máquinas que por dois
anos usou mecanismo de metal e a caixa de madeira.
1885
Neste ano, na primeira patente concedida a Felt de n° 366.945 EUA, consta como inventores: Dorr Eugene Felt e Chauncy W. Foster.
1886
Neste ano, Charles Joseph DeBerard, contador e vice-presidente de Tarrant Foundry de Chicago apresenta o jovem Dorr E. Felt para Robert Tarrant, proprietário da uma loja de máquinas e de fundição.
Por um determinado período de tempo, Tarrant garantiu a Felt cerca de US$ 5000 para compra de materiais e peças, além de outros gastos envolvidos no desenvolvimento da máquina de calcular.
1887
Em 19 de julho e 11 de outubro deste ano, o projeto original do Comptometer foi patenteado por Felt.
Com
os desenhos (acima na lateral e o maior em perfil) Dorr E. Felt,
solicitou a patente em março de 1887 e obteve em 11 outubro de 1887
Até o final de 1887, a empresa tinha construído oito máquinas, destas quatro foram para os escritórios do Tesouro Americano. As quatro restantes foram então compradas por empresas de Chicago. Essas
empresas logo descobriram que precisavam de operadores qualificados
para obter o máximo benefício de seus US$ 400 do custo de cada máquina.
Neste ano, em 28 de novembro, catorze meses depois de árduo trabalho foi formada uma parceira, na base de 400 partes: Felt recebeu 225 ações; Tarrant 150 ações e DeBerard, as restantes 25 ações.
1889
Neste ano, em 25 de janeiro houve a incorporação: Felt & Tarrant Manufacturing Company. Em 11 de junho do mesmo ano, também foi-lhe concedida uma patente para o Comptograph, a primeira máquina de cálculos com impressão.
O primeiro Comptograph (lado esquerdo) foi vendido em dezembro deste ano para o National Bank of Pittsburgh, PA. 1889.
Era a primeira venda de uma máquina de cálculo e impressão. Atualmente, o modelo se encontra em exposição no Smithsonian Institution, em Washington, DC.
1890
Comptograph
É um Comptometer com mecanismo de impressão na máquina de calcular, era mais lento e complicado de operar. Entretanto nascia uma máquina de registro total. A empresa construiu os Comptometers e os Comptographs durante essa década.
1902
Neste ano, a Felt & Tarrant Manufacturing Company, foram separadas para criar, duas outras empresas. Felt tornou-se o proprietário majoritário com 51% das ações da Felt & Tarrant Manufacturing Company com todos os direitos na fabricação do Comptometer. O
controle acionário da empresa a outros, foi de 49% restantes das
ações, que continuariam a dividir os lucros com essa outra parte.
Tarrant, concentrou-se exclusivamente na produção dessas máquinas. Foi criada uma empresa para fabricar as Comptographs, versão da máquina de cálculo com impressão, na Comptograph Company. Essa empresa em 1914 fechou, era o início da Primeira Guerra Mundial.
1930
Neste ano, em 7 de agosto Dorr Eugene Felt morreu de acidente vascular cerebral. Ele acumulou em vida a concessão de cerca de 46 patentes nacionais americanas e 25 patentes estrangeiras, todas relacionadas à evolução de sua Comptometer.
Depois da Segunda Guerra Mundial com surgimento de somadoras e calculadoras mais sofisticadas, a família FELT vendeu seu negócio para a Victor Calculator que num certo sentido deu continuidade a fabricação desses equipamentos.
1950
Em meados deste ano, quarenta anos se passaram, quando a Comptometer Corporação reutilizou o nome
Comptograph numa linha
de 10 máquinas de impressão.
A Comptometer foi a primeira máquina que desafiou a supremacia do Arithmometer, porém demorou quase três anos para vender as primeiras 100 máquinas.
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As máquinas de Dorr E. Felt no escritório da Armour & Co. - Chgicago 1926 |
Os modelos de Dorr Eugene Felt - as Comptometer
1887-1903 - Modelo de Madeira
Durante este
período, a Felt e Tarrant Manufacturing Comptometers fabricou a Comptometer mais simples, com cobertura
de madeira, tipo caixote. Este modelo continha teclas redondas, molas de
recuperação entre as hastes, sendo que os primeiros exemplares buscou o padrão
variante nas máquinas de escrever, com um anel de metal cobrindo um baixo-relevo
de celuloide contendo o caracter numeral, seguindo um padrão inicial com o teclado
chamado de cheio.
Foram produzidas e
vendidas nesse período uma quantidade considerável de máquinas. Houve treinamento de pós venda, dado a operadores
qualificados das empresas compradoras. As somadoras estavam disponíveis nas versões: 8, 10, 12 e 16 colunas; como ainda, uma versão para o
moeda britânica, a libra esterlina, com as frações mais utilizadas na época. Foram
vendidos cerca de 6500 desses modelos de caixa de madeira, ao longo de 16 anos.
1889
Neste ano, Dorr E Felt havia patenteado a máquina de somar, acrescida da versão
de impressão da Comptometer, chamada de Comptograph.
A Felt
e Tarrant Manufacturing Comptometers moveu esforços para
convencer clientes dessa versão de máquina impressora, sem grande sucesso. Este novo sonho, parecido impossível, viria a ocupar a talentosa capacidade de Felt por uma quinzena de anos.
Durante estes anos, Felt e Burroughs estiveram envolvidos em disputas judiciais, morosas, dispendiosos
e prejudiciais às finanças de ambos, sobre as várias patentes conflitantes, relativas a mecanismos utilizados pelas duas empresas.
1904 - Modelo A
Neste ano, no mês de janeiro,
foi colocado no mercado, a Comptometer modelo A, do projeto
concedido pela patente n° 733.379 sendo produzida até setembro de 1906.
O Modelo A, foi o primeiro
dos modelos com caixa de aço, tornado um padrão para as demais, seguidos do
original “modelo caixa de sapatos", confeccionados
em madeira. Cerca
de 2 ou 3 mil máquinas do modelo
A foram produzidas durante sua vida útil.
Este modelo distingue-se por
uma novidade: uma placa de vidro alongado com indicações do ponto nos decimais.
Um padrão seguido por todas as demais máquinas futuras.
Outra genialidade de Felt, estava no uso da escolha dos
dados para cálculo, o mecanismo das molas redesenhado e colocada na parte
inferior das hastes na caixa; acerto nos mecanismos para evitar erros de funcionamento,
preocupação real que não seria alterada por mais dez anos. Outra
característica, apelidada de duplex,
permitindo a diferentes colunas serem operadas ao mesmo tempo.
1906 - Modelo B
Neste ano em setembro, foi lançado no mercado o modelo
B, com algumas alterações. Abaixo da linha da numeração dos
números “uns” foram acrescidos brilhantes ponteiros decimais, desenhos
na caixa, alavanca mais fácil de puxar, melhorou a eficiência do operador. Este
modelo foi produzido até maio de 1909,
quando entrou no mercado o modelo C.
O modelo B (lado esquerdo) tinha uma característica
barulhenta no ato de cancelamento de operação, produzia um som de estridente
de raquetes no ambiente de escritório. Quando várias máquinas operavam
simultaneamente, era um terror.
1909 - Modelo C
Este modelo de Comptometer,
também chamado "C - regular"começou neste ano e, foi vendido por vinte
meses, quando foi lançado o modelo "C-light".
Foram também lançados modelos menores,
feitas com teclas de celuloide substituindo as empregadas anteriormente e uma
tecla de depressão leve. Tal
como acontece com os modelo B, as máquinas poderiam ter,
não ter, parafusos no painel frontal. Porém, o modelo
C-light
ostentava cerca de 29 parafusos na tampa do mostrador.
Modelo D
Quem observa a primeira vista, o Modelo
D, crê parecer exatamente o modelo F. Entretanto, falta a chave de controle, encontrada
ao lado da coluna à direita do n° 9. Também o modelo D, é quase 1 kg
mais leve que o modelo F, em conseqüência
de que as 8 colunas tem menos peças. Com tal característica, o custo
das peças e mão de obra na montagem, certamente tornou mais barata sua produção. Foram
feitas mais de 153 peças deste modelo.
1913 - Modelo E
Em 1913 surgiu o Modelo
E, de curta duração, ficando no mercado entre março de 1913 a maio de 1915, com número relativamente pequeno de
equipamentos fabricados, indicando que este modelo não teve aceitação.
Introduzido
num dos primeiros anúncios coloridos apareceu na capa traseira em 24 de agosto de 1913 na revista Chicago Record-Herald que saia aos domingos.
Este modelo, era caro e difícil
de fabricar, além de problemas com a manutenção. Suas chaves ímpares quebravam
facilmente sob uso constante. Além disso, os modelos "D" e "F” introduzidos
simultaneamente com diferentes níveis de preços, permita aos clientes decidir
que não valia o gasto extra do modelo E. Por falta de demanda, o “E” perdeu mercado.
Em maio deste ano, surgiu o Modelo
F, superando todos os modelos fabricados anteriormente, está
máquina trouxe uma produção volumosa pela primeira vez para a fábrica Felt e Tarrant Manufacturing Comptometers, permitindo boa vendagem. Ao lado esquerdo um Modelo F.
Uma importante característica
introduzida no Modelo E, era a chave controlada, bloqueando o teclado se qualquer
tecla, não fosse totalmente pressionada.
Além disso, operadores foram treinados e capacitados num
curso. A possibilidade de correção imediata, sem perda da soma parcial, foi a
grande diferença. Com certeza, a principal razão de sua aceitação e a popularidade
deste modelo, como também, sua vida útil nos escritórios.
1920 - Modelo H
Neste ano, este modelo foi
lançado, pela Felt e Tarrant Manufacturing
Comptometers, sendo o primeiro modelo do pós primeira guerra. Distingui-se dos modelos anteriores
devido ao logotipo da Comptometer, tanto na parte frontal como traseira.
Ao lado esquerdo, um Modelo H
Houve melhorias das
características operacionais, como colocação na frente da alavanca
de correção para zerar o registro num único movimento; internamente, as melhorias
incluiu um sinal audível, através de um sino de alerta, no âmbito táctil, na
pressão das teclas e rápido deslocamento dos zeros nos registros.
Essas melhorias aumentou velocidade
e precisão do operador, embora houvesse aumento de custo pela complexidade dos
novos mecanismos. Como suporte técnico, foram elaborados manuais detalhados sobre os
dispositivos de manuseio. O Modelo H foi produzido até 1926 com grande sucesso, em
razão das muitas melhorias operacionais e estéticas.
1926 -Modelo J
Em fevereiro deste ano, surgi o
Modelo J. Embora sem novos recursos, recebeu significativas melhoras
nos aspectos operacionais e teve boa aceitação.
Foto ao lado do modelo J
Este modelo, esteve em constante
produção até o início da Segunda Guerra
Mundial.
1934 - Modelo K
Em setembro deste ano, foi
lançado o Modelo K. Este projeto
elétrico passou por alterações nos mecanismos para acionar os movimento através
de um motor e não através de manivela, como nas manuais.
É conveniente recordar
que Dorr E. Felt havia falecido em 1930 e
a Victor Calculator assumirá a empresa. Portanto, foi uma inovação da Victor e seus projetistas.
Modelo M
Este modelo foi introduzido antes
de estourar a Segunda Guerra Mundial.
Tinha um novo estilo, quadros redesenhados, mas outra máquina simplificada. A substituição do modelo H, foi definido visualmente, as chaves
verdes substituíram o tradicional preto.
1946
Neste ano, a empresa foi listada na New York Stock Exchange.
Na primavera deste ano, foi
lançado o modelo 3D11, (foto ao lado esquerdo) para suceder
para o modelo M, foi redesenhado o mecanismo a um modo automático de
controle de erro, a fim de permitir ao operador segurar os dedos sobre as
teclas quando corrigisse um erro. O modelo também continha um
estilo mais leve de operar.
1960
A empresa passou a chamar-se Comptometer Corporação.
Nesta época enfrentava sérios problemas, tanto nos mercados interno
como exterior.
Por volta deste período, o mercado mecanográfico estava povoado
de novas empresas e novos equipamentos, mais aperfeiçoados, rápidos, com melhor perfil, causando forte
concorrência.
Numa tentativa de ressurgir,
todos modelos anteriores foram retirados e, quatro novos modelos foram introduzidos denominado: Sumlock. Primeiro
com logotipo Comptometer, em verdade
uma Sumlock com
pequenas mudanças, ou ainda, a máquina mista, mecânica com eletrônica Anita.
1970
Até final deste ano, alguns
exemplares ainda sobreviveram em operação em grandes empresas norte-americanas
por cerca de cinqüenta anos úteis, um recorde notável no mercado mecanográfico.
Comptometer
Os primeiros modelos de
Comptometer, efetivamente lançados como produto de cálculo no mercado, tinham
alavancas, cobertura de aço, rodas numéricas com um zero gravado no contador. Quando
se operava uma coluna, girava o
mostrador trazia o registro do numeral calculado. Nos zeros, uma mudança
distinguida pela cor, evitava erros na leitura, de qualquer grande número com muitos
zeros.
Após a Segunda Guerra Mundial, tornou-se difícil de obter materiais para
todos os fabricantes de um modo geral, a empresa foi encorajada a encontrar
maneiras de reduzir a quantidade de metal utilizado. Usando um meio economizador,
perfurando buracos ao longo do comprimento das barras dos números, anteriormente
barras sólidas. O alumínio, foi outro material, substituindo o aço e trazendo
redução nos gastos.
Desse modo, os pedaços que
sobravam se transformavam, por exemplo em arruelas, presilhas ou outra peça
menor, resultando em considerável economia para a empresa.
O Comptometer foi um equipamento de muita aceitação, repetidamente agraciado com altos prêmios, no comércio e exposições internacionais. Diversas
medalhas foram conferidas para o inventor, Dorr Eugene Felt, reconhecendo suas realizações em ciência mecânica; como a medalha John Scott, do Instituto Franklin, concedido pela
cidade de Filadélfia em 1889; a medalha de ouro da Exposição
Universal em 1893; medalha de ouro, por Lewis e Clark Centennial em 1905; ainda o Grande Prêmio da Exposição Internacional em
Turim em 1911.
As honrarias recebidas pelo Comptometer, foram em conseqüência
da alta eficiência, conquistada pelo equipamento. Tal fato, levou o impedimento
de concorrer nas grandes exposições. Essa decisão tomada
por uma comissão de especialistas familiarizados com exigências e performances de equipamentos de
escritório.
A Comptometer atingi
a elevada velocidade de 400 ou 500 movimentos numéricos rodados
por minuto, com eficiência e perfeita precisão de resultado. Enquanto a maioria
dos fabricantes de máquinas de somar, em mãos de operadores especializados atingia somente
a velocidade de 120 movimentos numeral rodado por
minuto.
A performance da Comptometer, foi conferida por parte dos
responsáveis pelas exposições. Esse fato ocorreu pela primeira vez em março de 1905, na Mostra Anual de Aparelho de Escritório e Sistema de Negócios em Chicago. Depois, em agosto de 1907, na Convenção dos
Contabilistas Incorporated de Michigan, em Detroit.
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As Comptometer verdes e sua evolução |
Willian Seaward Burroughs
O inventor William Seward Burroughs, nasceu em 18 de janeiro de 1857
na cidade de Rochester, morreu em 14 de setembro de 1898, em Citronelle.
EUA. Foi
Burroughs, quem inventou um novo tipo de máquina de somar e listagem.
Há uma certa incerteza ou contestação, do papel na área da invenção
mecanográfica das máquinas de cálculo.
Porém o tempo, é o Senhor das Dúvidas, trouxe para as
máquinas “Burroughs”, o reconhecimento profissional e técnico, consagração indiscutível
mundialmente.
Em março de 1905, William Seward Burroughs, afirmou: "existem
mais de 22.000 dessas máquinas agora
em uso constante entre os bancos, casas comerciais, departamento de empresas, lojas, fábricas, gás e luz elétrica, ferrovias, empresas expressas, negociantes
da madeira serrada, etc."
William Seward Burroughs, era filho de um mecânico e trabalhou com máquinas em toda a
sua infância. Enquanto era
muito jovem, seus pais se mudaram para Auburn, New York , onde ele e
seus irmãos foram educados em escolas da rede pública.
1870
Burroughs, nesta
década ainda jovem, menor de idade, foi trabalhar no Cayuga County National Bank
em Auburn, Nova Iorque.
1880
No início dos anos 80, ao
trabalhar no banco, aonde
havia protótipos das primeiras máquinas, quer em mãos dos usuários inexperientes,
ou quer, por erros desses mecanismos complicando a execução e o uso dos novos
equipamentos. Esses protótipos eram um desastre, os cálculos falhavam, era preciso conferi-los manualmente.
Um sonho de funcionário bancário
incomodava, William Seward Burroughs, um jovem de 23 anos:
como agilizar a
mesma função rotineira, exercida com quem trabalhava em executar tantos
cálculos manualmente, sem exitar em dúvidas, comprovação, exatidão, de que a somatória
estivesse correta ou contivesse erros.
Burroughs, tinha prazer e talento para a mecânica, o tédio e a monotonia
pesou nos sete anos de banco prejudicando sua saúde. Foi aconselhado por um
médico a se deslocar para qualquer área com clima mais quente. Viu-se forçado a deixar
esse emprego bancário.
Por causa dessa convivência bancária, Burroughs, ficará incomodado com o problema e resolveu inventar
uma máquina de adição. Mesmo tendo saído do
banco, por razões de saúde, mudado para St. Louis, nunca se esqueceu daquela
lida exaustiva.
1880
Ainda no início
dessa década, Burroughs, mudou-se para St. Louis, Missouri, onde obteve emprego na área
de sua vocação na oficina: Boyer Machine
Company. Esse novo
ambiente, acelerou o desenvolvimento da idéia fixa em sua mente.
O novo ofício,
deu-lhe oportunidade de colocar em forma tangível, com as ferramentas
necessárias, à concepção da primeira máquina de somar. Burroughs, ainda conseguiu
uma
pequena área da loja onde experimentou sua invenção.
1885
Neste ano, William Seward Burroughs
patenteou o primeiro mecanismo viável de adição e de listagem, em St. Louis, Missouri. As primeiras
máquinas de somar, eram grandes protótipos, por serem novidades nas mãos de
usuários inexperientes, as respostas do invento não foram agradáveis.
Burroughs, percebeu o desafio, projetou nova concepção no equipamento, usando um mecanismo
de alavanca, permitindo puxar e retornar ao mesmo ponto de partida a alça da
máquina de somar, o que melhorou sensivelmente o aparelho.
Burroughs, era um indivíduo de precisão em seu trabalho, materiais
simples eram suficiente para a sua criação; seus desenhos
foram feitos em placas de metal, sem permitir, aumentar ou diminuir. Trabalhou com
ferramentas afiadas em seus desenhos complexos, usando até microscópio para traçar
uma linha.
1886
Neste ano, é fundada uma empresa, em St. Louis no Missouri, com intenção
de produzir e vender as máquinas de somar inventada por William Seward Burroughs,
a futura e promissora Burroughs
Corporation.
A empresa reuniu na idéia central de Burroughs, mais três amigos - Thomas Metcalfe, R M Scruggs e W C Metcalfe.
Juntos, em 20 de janeiro de 1886, com este quadro
societário, nasceu a The American Arithmometer Co.
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Burroughs - classe 5 |
Cada qual com seu papel definido: Thomas
seu primeiro presidente, Burroughs foi nomeado vice-presidente,
Scruggs
tesoureiro, WC Metcalfe, secretário. A empresa tinha uma
única linha de
produtos da qual consistia num único modelo: a máquina reta de adição e
listagem, vendida por US$ 475.
1888
Após vários anos de dedicação como
inventor, Burroughs, solicitou patente que lhe foi
concedida. As primeiras patentes obtidas nos EUA, permitindo
fabricar máquinas somadoras ou calculadoras (calculating-machine)
foram emitidas neste ano sob:
- n° 388 116, arquivada
em janeiro de 1885; patente emitida em 21 agosto de 1888;
- n° 388 117, arquivada
em agosto de 1885; patente emitida em agosto de 1888.
- n° 388 118, arquivada
em março de 1886; patente emitida em agosto de 1888.
- n° 388 119, arquivada
em novembro de 1887;patente emitida em agosto de 1888.
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Aspectos do projeto Burroughs de 1888, obtidos nas patentes acima |
Controvérsia
histórica: Felt x Burroughs
Há também controvérsias, a respeito
da invenção de máquinas de cálculos, no mesmo plano, do que das máquinas de
escrever. Tentaremos esclarecer com didática, de modo desapaixonado, comparativamente,
como consta, na aba HISTORIOGRAFIA. Na foto, abaixo à esquerda, a máquina em controvérsia.
Vejamos as duas invenções através
da ótica de controle americano:
- Dorr Eugene Felt terminou seu protótipo na cidade de Chicago, após o Dia de Ano Novo de 1885, chamado amistosamente de “caixa de macarrão”. A primeira patente concedida a Felt
e Chauncy W. Foster recebeu o n° 366.945 EUA, consta como inventores,
sem dúvida sob numeração anterior a de William Seward Burroughs, conforme o
texto acima de n° 388116. Embora,
Burroughs
já trabalhará com o invento a alguns anos.
- Em 20 de janeiro de 1886, nasceu a The American Arithmometer Co. a
empresa responsável para fabricar um produto específico: a máquina de soma e listagem.
- Somente em 19 de julho e em 11
de outubro de 1887, o projeto original do Comptometer foi patenteado por Felt.
No final deste ano, a pequena oficina, havia construído: oito
máquinas; quatro foram para os escritórios do Tesouro Americano.
- Em 25 de janeiro 1889 houve
o nascimento da: Felt &Tarrant
Manufacturing Company, para fabricar as máquinas; em 11 de junho deste ano, também foi-lhe
concedida uma patente para o Comptograph, a primeira máquina de cálculos
com impressão.
Seria conveniente esclarecer: são
dois equipamentos bem diferentes.
- uma somando com mostrador
informando o valor calculado; a outra, uma máquina exclusiva de somas com
listagem, isto é, trazendo a informação em papel permitindo a conferência
posterior ou a qualquer momento.
- a segunda permitindo uma
quantidade de conferências de valores em qualquer tempo. A primeira de cálculos
imediatos, a segunda de cálculos a qualquer tempo.
A The American
Arithmometer Co.,
de St. Louis, Missouri, teve
o desafio de
convencer, bancos e empresas, da necessidade deste novo equipamento. Nada
foi surpreendente e não foi fácil fazer
enxergar a facilidade demonstrada pelo inovador equipamento de somatória. (foto ao lado, Burroughs 1891)
A empresa americana Arithmometer, contratou vendedores
dobrando o Departamento de Serviço,
sabia haver estabelecido a necessidade de adicionar uma nova máquina aos
escritórios modernos do final do século XIX.
Nos primeiros dez anos, como
previam seus fundadores, a empresa cresceu, ao ponto de incluir na fábrica e
escritório, uma equipe com 65 funcionários e três vendedores no campo.
1891
Assume a presidência da The American Arithmometer Co., o segundo presidente: Charles E. Barney. Em 1893 Barney é sucedido na empresa por J H Wyeth.
1892
Depois dos
primeiros modelos, não serem viáveis, algumas tentativas e erros, Burroughs, persistiu vindo a patentear um modelo prático, neste ano de 1892,
melhorando a performance da nova empresa.
1894
Neste ano, no mês
de agosto, um artigo veiculado na “Revista dos Banqueiros” transcrevia
sobre as máquinas Burroughs de contadores de registro:
"Uma engenhosa máquina de somar, recentemente introduzida em bancos
da Providence, é tida como infalível em resultados, capaz de fazer o trabalho
de dois ou três funcionários ativos. Sua estrutura incluí painéis de chapa de
vidro pesados, por meio do qual o funcionamento do mecanismo pode ser visto. A
máquina ocupa um espaço de 11 por 15 polegadas e é de nove polegadas de altura,
com um teclado inclinado de 81 teclas organizado em nove linhas de nove chaves
de cada um. A impressão é feita através de uma fita de tinta ".
1895
Durante este ano, as vendas subiram
para 284
máquinas. Foram poucas máquinas vendidas nesses primeiros
anos, porém a produção aumentou drasticamente após virar o século.
Nesse mesmo ano, a The American Arithmometer Co., futura Burroughs foi estabelecida na Inglaterra, em Nottingham,
conseqüentemente três anos depois, na mesma cidade, nasce a primeira fábrica da
empresa, fora os EUA. Também neste ano, marcou o pagamento dos primeiros
dividendos da empresa que continuou a manter seu registro de pagamento de
dividendos, sem interrupção por mais de 100 anos.
1895/1900
Entre este período, as vendas
saltaram: no ano de 1900 para
972
máquinas; as equipes da fábrica e escritório cresceram para 200 funcionários; a força do Departamento de Vendas aumentou com 12 vendedores.
A Burroughs Adding Machine Co., encontrou no mercado
mecanográfico de somadoras uma série de concorrentes, e entre elas a: Dalton,
Pike, Standard, Universal, Adder e Wales. Essas
empresas concorrentes tinham máquinas com impressões em vista do operador, ao
contrário de Burroughs. A Burroughs Adding Machine Co.,
iniciou um processo de compra das concorrentes poucos anos depois, como descreveremos.
1898
William Seward Burroughs, vislumbrava que o início do fenômeno de automação de
escritório estava aumentando cada vez mais, entretanto por causa de problemas
de saúde, aposentara-se da participação ativa na empresa. Veio a falecer em 14 de
setembro de 1898 em Citronelle,
Alabama. (ao lado modelo 1898)
A máquina de adição e
listagem usando cartões perfurados, inventada por Burroughs tinha o mesmo
princípio foi usado por Herman Hollerith para elaborar o sistema
de processamento de dados do senso demográfico americano em 1896.
1899
Neste ano, no mês de fevereiro, a “Revista Bankers”,
editou uma nova discussão de métodos bancários modernos, afirmando em texto o
editoralista:
“A grande ajuda
derivada de certos artifícios de economia, vinda através de trabalho com
equipamentos mecânicos, entre os quais gostaria de mencionar a máquina de
escrever, o registrador contador ou máquina de somar e o telefone.
O contador registrador
ou máquina de somatórias, é de introdução comparativamente mais recente, mas eu
acho que posso dizer com segurança que provou ser um dos instrumentos mais
úteis, introduzidos nos bancos ".
1900
As máquinas Burroughs “Registro de Contas” já eram
utilizadas nos maiores bancos em Nova
York por cerca de cinco anos. Num anúncio da The
American Arithmometer Company,
afirmava ser suas máquinas usado por mais de 5000 bancos, também em pequenas,
bem como grandes empresas.
Também eclodiu uma luta interna
pelo poder, desenvolvida entre Joseph Boyer e o então Presidente e Gerente Geral Edmund G. Langhorne. Joseph
Boyer, o proprietário da loja de máquina, Boyer
Machine Company onde William Seward Burroughs começara a trabalhar e desenvolver sua invenção, tornou-se
presidente da American Arithmometer.
Ao perder está disputa comercial, Edmund
G. Langhorne, levou metade dos empregados
com ele da American
Arithmometer para Universal Máquina de Adição,
também com sede em St. Louis, uma nova concorrente.
1902
Um outro empresário e fabricante de
St. Louis, Joseph E. Boyer, um daqueles que tinha encorajado e apoiado os
esforços de William Seward Burroughs por muitos anos, entra para
impulsionar o negócio, tornando-se presidente da empresa. Joseph
Boyer foi o terceiro e último
presidente, da The American Arithmometer Company.
1903
Joseph Boyer, (na foto ao lado esquerdo) ao deixar a “Arithmometer” faz secretamente um
acordo e adquiri a Addograph Manufacturing Company, cujo diretor era Hubert Hopkins. James Dalton, presidiu a Addograph
Company, que no mesmo ano formou outra empresa, a Company Typewriter Adding, que algum tempo depois, altera a
denominação para Dalton Adding Machine Company.
Essas empresas tornaram-se
importantes no ramo mecanográfico nos anos antecedentes.
Seis anos após a morte de Burroughs, a empresa que começou em St. Louis, Missouri, transferiu suas operações inteiras para Detroit,
Michigan.
Construiu uma fábrica de 70,304
pés quadrados, num milharal comprado dessa propriedade da Ferry Seed Company. O local fora dos limites da cidade, rodeada
pela segunda e terceira avenidas no leste e oeste, e pela avenida Burroughs
e Amsterdam ao norte e sul.
Todos os funcionários e suas
famílias foram transferidas de St. Louis
para Detroit em trem especial chamado de "Leaf Clover Express", em apenas:
um dia. A fábrica de Detroit ainda passou
por ampliação nos seguintes anos: 1905, 1906, 1908, 1910, 1913 e 1916.
1905
Neste ano, a empresa
totalmente estabelecida
em Detroit, mudou seu nome para: Burroughs
Adding Machine Company, em honra e numa
justa homenagem ao idealizador de equipamentos mecanográficos tão sólidos: William S. Burroughs, falecido em 1898.
As vendas deste ano totalizaram: 7.804
máquinas, com um quadro de 1.200
empregados.
1906
Neste ano em 05 de
outubro, a Burroughs
afirmava: “40.000 de suas máquinas estavam em uso em mais de 30.000 empresas”. Mas ainda: "noventa por cento de todos máquinas de somar
vendidos são Burroughs”.
Ainda neste
ano, foi anunciado um modelo elétrico. Nessa época, o preço das máquinas Burroughs variava dependendo do modelo,
entre US$300 a US$ 500.
A Burroughs Adding Machine Company
encomenda da Ford Motor Company um grande
veículo, equipado especialmente para transportar suas máquinas de adição, que ficou conhecido como Burroughs Especial.
As somadoras
da Burroughs
Adding Machine Co., nas primeiras três décadas, foram fabricadas
obedecendo a projetos bem distintos com seus grupos, chamados de classes, com
características muito próprias de cada projeto. Na esquerda, o cartaz demonstra a quantidade de modelos ofertados.
Nos projetos originais da Burroughs, a leitura das somatórias,
foi até chamada de “cega”, tal qual
as primeiras máquinas de escrever, quando era impossível ao operador enxergar o
resultado do cálculo, uma vez que ficava acima da visão de quem operava. Alguns
projetos, chegaram à Burroughs vindos de empresas
adquiridas neste período, incluindo máquinas com impressão em bobina de papel.
A Burroughs Adding Machine Company logo tornou-se a maior empresa de máquinas somadoras da
América, começando com a P100, uma máquina de somar básica
movida a manivela com capacidade apenas de adicionar. Esse projeto
incluiu algumas características inovadoras entre as quais, o amortecedor,
um recurso que seria comum em inúmeros equipamentos posteriores em diversas
marcas.
Em seguida, veio a P200 incluindo a capacidade de subtração e a P300, fornecendo outro meio
somador com dois totais em separado. Em seqüência surgiu a P400 e P600
e o P612 com um carro de somatória móvel
e nos modelos P600/P612 com alguma base de
programação limitada, com base na posição do carro.
1907
Neste ano, a Burroughs fabricou sua máquina de n° 50000. As 13.300 máquinas vendidas durante este ano, excederam em vendas
combinadas todas as outras marcas de máquinas de somar, durante todos os anos de existência dessas marcas.
1908
Neste ano, a Burroughs ofertou ao mercado: 58 modelos, cada um foi projetado e construído, para cada
linha de negócios. Estes modelos variavam em número de colunas, largura do papel
a ser impresso, fosse para cálculos, com frações, medidas como pés e polegadas,
libras e onças, cada qual tinha características próprias, tais como contadores
e teclados de divisão.
A Burroughs continuava a confirmar: “nove em cada dez máquinas de somar em uso
são de nossa fabricação. A empresa, também adquiriu a Universal
Adding Machine Company, de Missouri,
descrevendo seus produtos como "uma
máquina de escrever transporte numa máquina de adição."
Durante um certo período a
concorrência dificultou o sucesso da Burroughs. Seus concorrentes com máquinas
de impressão visível, à vista do operador ganhavam a preferência. A Dalton Máquina de Adição, tinha teclado de dez teclas, ou
teclado simples, mais modernos.
No ano seguinte, a empresa ao adquirir a Universal
Adding Machine Company, de Missouri, que descrevia seus produtos como "a typewriter carriage ou adding machine", começava um processo para encampar uma série de concorrentes e, tornar-se forte mundialmente.
1909
Neste ano, um jornal inglês em
artigo sobre escritórios afirma que a máquina de adição Burroughs “tem habilidade mecânica incrível, quase ao
ponto da inteligência humana”. Ampliando
seus negócios a Burroughs
adquire a Pike Adding Machine Company,
de New Jersey.
1910
É lançada, em 1910 no mercado, a
primeira máquina de somador duplo, com dois subtotais e totais. A primeira
máquina de agregação de subtração é produzida. É considerado como um grande passo em
frente para os lançamentos bancários.
Também em 1910 é lançado 74 modelos entre 6 e 17 colunas, ainda anunciou alguns
modelos de máquinas de contabilidade.
1911
Havia 78 modelos, variando entre US$
175 a US$ 850. Introduziu
no mercado, as máquinas de somar visíveis, Classe 3 com base no desenho de uma Pike, imprimindo numa bobina de papel todas operações realizadas pelo operador.
1912
Neste ano, devido as complexidades das máquinas Burroughs,
seus vendedores recebem treinamento de
operação e aplicação das funções, durante quatro semanas.
Uma calculadora lançada pela Burroughs com valor de US$150, era muito similar
a uma calculadora da Felt & Tarrant que por este motivo, a concorrente entrou com processo por
violação de patente com base na aparente coincidência entre as calculadoras.
1914
Neste ano, um processo antitruste, proibiu a
Burroughs Adding Machine Company de comprar outras empresas concorrentes.
1916
Neste ano, havia 98 modelos de máquinas, incluindo uma
máquina com 17 colunas de teclas, aos preços variados de US$ 615-US$715.
1917 a 1920
Em 1917, a apenas 20 milhas da matriz em Detroit é organizada a filial em Windsor, no Ontário a Burroughs
Adding Machine Company of Canadá, Ltd.
1918
A Burroughs introduz uma máquina de contabilidade de luxe equipada
com motor para o retorno de carro, fixado seu preço de venda em US$
1.150. Também se inicia
a construção de um edifício no lado principal da fábrica em Detroit, com cinco andares. Em 1966, este edifício é
reconstruído para servir de sede mundial para a Burroughs Corporation.
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Escritório do DEXTER H. National Bank em Seatle - 1920 com as Burroughs |
1920
Neste
ano, a Burroughs já tinha vendido um
total de 800.000 máquinas no
mundo inteiro, possibilitando um total de 12
mil de empregos. Na
presidência da empresa, Standish
Backus é eleito presidente, na
sucessão a Joseph Boyer.
1921
A Burroughs neste ano, investi e compra a empresa
de máquinas de faturamento Hopkins de Missouri, aperfeiçoa, redesenha e melhora a máquina conhecida por
“Moon-Hopkins”
que combina duas máquinas em uma, sendo uma de escrever elétrica, outra de
calcular. Essas
foram chamadas de máquinas combinadas com processamento numéricos, utilizada para serviços
contábeis complexos.
1924
Neste ano, a Burroughs amplia seu mercado mundial, estabelecendo as principais
operações no Brasil, Argentina e México.
1925
Neste ano, a Burroughs introduz a máquina de somar, pesando menos de 20 libras,
vendidas por menos de US$ 100; em Detroit, são produzidas duzentos máquinas por dia; 22.000
máquinas são vendidas nos primeiros oito meses de produção.
As máquinas Burroughs nesta época, eram vendidas em 60 países, com um repertório
de máquinas
especiais, complexas ou simples. Construídas para serem utilizadas em uma
variedade de aplicações, desde pequenos negócios, como padarias, quitandas, mercearias,
farmácias, oficinas mecânicas; em contabilidades ou auditorias; em indústrias,
em departamentos dos governos, nas agências bancárias e grandes empresas, espalhadas por todos os
cantos do mundo.
Seja em Moscou, na Rússia; em ferrovias na Índia ou no Peru; nas minas de diamantes da
África do Sul; ou em praticamente todos os bancos brasileiros, havia sempre uma Burroughs.
1926
Neste ano, a Burroughs produz a milionésima máquina de suas fábricas e
lança uma nova série de máquinas de contabilidade, incluindo registros
múltiplos, subtração dupla e outros mecanismos.
1928
A Burroughs organiza nova filial, desta vez em Berlim, na Alemanha: a Deutsche
Burroughs Rechenmaschinen, AG. Também é o ano no qual introduz as
primeiras máquinas somadoras elétricas. Como
também, 100.000 Burroughs portáteis foram vendidos. Em 1935, a empresa oferecia 450 modelos padrão.
1929
A Burroughs estabelece suas operações em vários países. Neste ano, a empresa chegou ao Brasil: em 14 de maio com o início das
atividades da Companhia Burroughs do Brasil, instalada na rua da Alfândega, 81A 1° andar no Rio de
Janeiro. A Burroughs já era uma preferência no mercado brasileiro deste o princípio dessas somadoras.
A empresa americana também fincou atividades com suas filiais nos seguintes países: Austrália, Áustria, Dinamarca, Nova
Zelândia, Ilhas Filipinas, África do Sul e Suíça.
Década da 30
Nesta década, a Burroughs cria uma série de novidades,
em 1930, lança um novo
documento de orientações (Livro Machine)
para bancos contabilizarem poupança; 1931: introduz o "Burroughs Padrão Typewriter, lançado em shows nacionais para
empresários em Nova York e Chicago; 1933 lança
a primeira calculadora elétrica duplex (duplo somador); 1935 a
linha dos produtos da Burroughs
somam 450 modelos padrão; 1938 ampliando a produção fica
concluída e pronta para entrar em operação, uma grande fábrica em Plymouth,
MI.
Período da Segunda Guerra Mundial
No ano de 1940, a Burroughs
começa a fabricação de produtos ligados ao movimento de guerra. Surge uma
máquina portátil, para o governo na cor cáqui, depois verde para o exército, com
recursos do teclado especiais protegidos contra pó e faísca.
1942
Tanto a produção de máquinas da Burroughs, como a produção de
automóveis, ficam restrita às necessidades militares e aos programas ligados a
guerra.
1944
A Burroughs por se envolver na cooperação aos esforços de guerra, é
premiada com um "E" Army-Navy
uma proeminente condecoração.
1946
Com o fim da Segunda Guerra
Mundial, a Burroughs novamente volta
seus esforços para o mercado de máquinas mecanográficas e introduz 46
novos modelos para ampliar suas perspectivas nos negócios comerciais da empresa.
1947 A Burroughs finalmente adota uma marca efetiva,
com destaque para a letra "B".
1948
As receitas da empresa, excedem a US$100.000.000.
Suas máquinas contábeis estão em uso em cerca de 14 mil bancos espalhados
na maioria dos países, como as máquinas de “boca
de caixa”.
1949
A Burroughs adquire um fabricante de fitas a Mittag & Volger e Acme
Carbono & Company e ainda neste ano, implanta em Filadélfia,
as instalações necessárias para pesquisa e desenvolvimento na área eletrônica.
1950
A Burroughs lança no mercado a Sensimatic, primeira máquina com
painel de controle programado, o maior avanço em máquinas de contabilidade dos
últimos 25 anos. Começa a década trabalhando com o Banco da Reserva Federal desenvolvendo um computador para
processar e reconhecer caracteres de fita magnética, da sigla MICR, para o processamento dos
cheques bancários.
A Burroughs criou o MICR especial e OCR, classificador/leitor para sua linha de sistemas de
computadores - 2700/3700/4700
– destinados aos computadores da
rede bancária.
1951
Neste ano, a Burroughs começa o desenvolvimento em direção aos caminhos da
computação, com a máquina eletrônica de contabilidade, chamado BEAM. No ano seguinte 1952 projeta um
sistema de memória eletrônico para o computador ENIAC.
Nas imagens abaixo, técnicos da filial da Burroughs em Santo Amaro, São Paulo, Brasil estão revisando uma máquina de somar série J e ao lado direito estão três modelos com teclado do tipo reduzido, fabricados no Brasil de boa aceitação no mercado. Maiores informações na ABA Máquinas Mecanográficas no Brasil.
1953
A Burroughs Adding Machine Company altera
sua denominação para Burroughs
Corporation. Um nome para a forte marca e sua ampla gama de produtos. Foi mais alargada
com a inclusão da série "J", como as Tenkey,
que forneceu um mecanismo de cálculo único, teclado reduzido, pequena. Destas
surgiram uma série de modelos, com multiplicador como a J 700.
O mercado mecanográfico continuava forte,
as máquinas Burroughs estavam entre as melhores mecanicamente, as mais
complexas e confiáveis, com modelos que escreviam, somavam e calculavam, mas ainda
tinham um amplo campo para avançar, especialmente em bancos e instituições
similares. No entanto, a Burroughs
também se movia, no nascente campo dos computadores. Insipiente, com muito a
acrescer.
1956
Em junho deste ano, a Burroughs inicia um processo de aquisição,
adquiri a Electro Data Corporation, de Pasadena, Califórnia que tinha
construído o Datatron 205 e trabalhava no Datatron 220; a Consolidated Engineering Corporation,
que projetará instrumentos de teste. O primeiro grande produto de computação, veio
desse casamento: o computador de tubo B205.
1960
No final deste ano, surge a faixa TC, ou seja, o TC500-Terminal Computer 500 com uma impressora
do tipo “bola de golfe”. Da máquina
de somar revolucionária a Sensimatic, capaz de
realizar funções semi-automaticamente. Tinha um carro
com movimento programável e capaz de armazenar 9, 18 ou 27 saldos em operações
de lançamento contábil e agregada tinha uma máquina de somar mecânica marca Crossfooter.
A Sensimatic desenvolvida com mais recursos, resultou na Sensitronic armazenando
saldos em uma tarja magnética, parte do “cartão de razão”. O cartão inserido na
plataforma móvel acumulava os resultados.
O Sensitronic foi seguido pelos modelos E1000, E2000, E3000, E4000, E6000 e E8000 um sistema informático de
suporte de fita magnética, cartão leitor,
uma impressora de linha e 1K
(64 bits) de disco de memória.
No final da década de 60, a Burroughs desenvolveu uma calculadora com display eletrônico, que
ainda carecia de aprimoramento como todas as calculadoras eletrônicas desse
período.
1986
Neste ano, em
setembro a Burroughs Corporation
fundiu-se com Sperry Corporation para formar Unisys. W. Michael Blumenthal, era o presidente
da Burroughs Corporation e Joseph J. Kroger, era o presidente da Sperry Corporation. Essa fusão, foi
realmente a aquisição da Sperry pela
Burroughs
pelo valor de US$ 4,8 bilhões.
A fusão, tinha sido iniciada a mais
de um ano, concluída após um período de reorganização, desinvestimento de negócios
não relacionados com área de informática, encerramento de algumas instalações, combinando departamentos semelhantes ou de dupla atividade, entre Burroughs
e Sperry.
Na época, foi a maior fusão da
história da indústria de computadores, entretanto a empresa formada, a Unisys, era apenas cerca de 1/5
do porte da IBM, com receita em
cerca de US$ 10,5 bilhões. W. Michael Blumenthal tornou-se presidente e CEO, e Joseph
J. Kroger, vice-presidente, da nova empresa: Unisys Corporation.
1886 - 1986
A Burroughs deixava o mercado mecanográfico
definitivamente para se concentrar totalmente nas linhas relacionadas com
computação. Fim de uma época, numa empresa que contribuiu decisivamente num universo novo - de máquinas facilitadoras do trabalho físico e mental humano por um século. Seguiu sua história
no campo da informática, mais para a TECLAS: terminou sua missão.
W. T.
Odhner e as calculadoras
Willgodt Theophil Odhner, ou simplesmente W. T. Odhner, engenheiro e
empresário sueco, tornou-se mundialmente famoso como inventor do “Odhner Arithmometer”, um tipo popular de calculadora mecânica portátil da
qual se originou a maioria das calculadoras mecânicas, do tipo de tambor movida à manivela, devido ao seu princípio, estilo “catavento” e funcionalidade para
cálculos de alta precisão.
1868
Com 23 anos, mudou-se para São Petersburgo, Rússia, sem ao menos falar russo. Ao chegar, buscou o consulado sueco, onde conseguiu emprego numa
oficina mecânica, porém meses depois,
foi para a fábrica mecânica de propriedade do sueco, chamado Ludwig
Nobel (1831-1888), irmão de Alfred
Nobel, famoso inventor da
dinamite e criador do Prêmio Nobel.
1871/1873
Neste período, Odhner teve oportunidade de conhecer um
equipamento que mudaria seu destino: consertar uma máquina de calcular Arithmometer Thomas. Ao tomar conhecimento deste mecanismo destinado a calcular, até
então, para si desconhecido, concluiu que teria capacidade de melhorar ou fazer
uma máquina mais simples para cálculos.
Após desenhos e estudos, Odhner, desenvolveu sua primeira versão
de calculadora mecânica. Substituiu os pesados e volumosos cilindro do tipo “Leibniz” por um tambor menor e mais leve, com discos e pinos, com precisão de 8 casas para calcular.
O dispositivo da calculadora
baseada num conjunto de rodas com pinos, giradas por uma alavanca que a cada
giro promovia cálculos. O equipamento ficava alojado numa caixa de madeira
retangular. Desse modo, foi desenvolvida a
primeira versão da calculadora mecânica com o nome de Odhner Arithmometer, a junção dos dois equipamentos, resultou num nome híbrido, o de Odhner aquele que
aperfeiçoou, o de Thomas o inventor desta máquina em 1821: Charles Xavier Thomas de
Colmar.
1875
O protótipo foi terminado no
final de deste ano. Não importa quando Odhner iniciou sua Arithmometer, ou outras controvérsias
quanto a invenção do mecanismo; se dispositivos ou princípio foram retirados de
modelos existentes, sem dúvida - a idéia central de calcular em modo mecanizado
partiu da “pascalina”. Inventar o
equipamento, foi um conceito perseguido por outros que usaram a mesma idéia
central, como descrito anteriormente. Porém, Odhner foi o único a ir além e projetar algo diferente, simples, factível de ser produzido a custo muito menor.
W T Odhner, foi o
responsável em criar um invento original,
um modelo simplificado, à posterior,
vastamente copiado, por centenas de outros fabricantes.
1875
Neste ano, é o
marco zero das calculadoras mecânicas como modelo prático, ágil e aceito
mundialmente, por quem se interessou em promover seus cálculos rapidamente.
1876
No final deste ano, Odhner
procurou seu patrão, “Ludwig Nobel” para iniciar a
produção da calculadora. Num acerto, Nobel
garantiu os custos iniciais do negócio, ambiente apropriado à produção. As partes
compartilharam da receita, despesas e divisão pela metade dos lucros. Desse negócio, entre Nobel
e Odhner,
significou a fabricação das máquinas com um segundo protótipo.
1877
Odhner usou a pequena parte da fábrica para trabalhar. No meio
deste ano, ficaram prontas, 14
calculadoras. A capacidade dessas máquinas, ficou de 10, ao invés de 9 casas
de precisão, conforme o primeiro modelo. Entretanto, após a primeira fase, Nobel perdeu o interesse. A produção cessou.
1878
Neste ano, Odhner recebeu a patente US
№209416, com alterações no seu pedido. Ocorreu reivindicações e
queixas, por ter esse projeto, conflito com registros antecipados, como da parte
de Baldwin
e Alonzo
Johnson, titulares da patente №85229 de 1868 concernente a dispositivo
similar. Odhner ficou trabalhando
na fábrica do sueco Nobel, um ano após sua primeira produção de calculadoras.
1885
Odhner começou a trabalhar na “Expedition”, uma grande fábrica de construção
de máquinas para produção de alta qualidade, destinadas as empresas. Um de seus maiores projetos foi a
fabricação de prensas de impressão. Também fez máquinas para fabricação de
cigarros, de papel e instrumentos
científicos. Trabalhou até 1892, e enquanto estava na fábrica, Odhner começou a construir
sua própria oficina.
1890
Neste ano, em São Petersburgo, oficialmente foi iniciada a produção em série das
calculadoras “Odhner Arithmometer”.
Odhner,
nesse início, teve apoio financeiro de um sócio: o Sr. F N Hill, um cidadão
britânico, que ficou na sociedade por sete anos.
Houve melhora da versão original,
inventada dezessete anos antes na Rússia, por W T Odhner, imigrante
sueco, depois patenteada em vários países,
tornando-se muito popular, pois a produção durou 30 anos. A fábrica foi fechada e
nacionalizada durante a revolução russa de 1917.
1891
Odhner abriu uma filial na Alemanha, porém vendeu-a no ano
seguinte para: Grimme, Natalis & Co. por dificuldade
de manter duas instalações fabris tão distantes. A
Grimme, Natalis & Co. iniciou a
produção em Braunschweig. Essas
máquinas foram bem sucedidas em vendas, com a marca Brunsviga, nome latino dessa
cidade.
Deste ano, até meados do século 20, diversas empresas
independentes, como a Brunsviga, Triumphator, Schubert, foram criadas em todo o mundo para fabricar autenticas
cópias da Original Odhner.
Na década de 60 do século passado, milhões de calculadoras
desse tipo, com modelos dos mais variados foram vendidos, tornando-se um dos mais bem sucedidos projetos de calculadora mecânica.
Esse tipo de calculadora manual vingou em fins do século XIX e seu consumo foi acelerado no século XX, quando surgiram diversos fabricantes produzindo os mais diversificados modelos, mas todos seguindo um mesmo e único princípio.
Nas mesas dos melhores escritórios, nas oficinas, comércio em geral eram as "preferidas" nas mesas e nos balcões. Abaixo, uma amostra de algumas marcas e modelos do Acervo Museu Teclas que conta com um pouco mais de uma centena de modelos em mais de uma dezena de marcas. Alguns dos nossos modelos são raros com mais de um século.
Após a saída do sócio, até sua
morte, Odhner foi o único proprietário de sua empresa de
calculadoras mecânicas.
1905
Willgodt Theophil Odhner, ou como ficou conhecido, W T Odhner morreu de ataque
cardíaco em 15 de setembro de 1905, calendário gregoriano, em São
Petersburgo, Rússia.
Após sua morte, seus filhos Alexander
e Georg, deram continuidade e produziram cerca de 23.000 calculadoras até 1918 quando a fábrica foi forçada a
encerrar as atividades por ter sido nacionalizada pela Revolução Russa e sua filosofia estatal.
Em 1924, a unidade de
produção é levada para Moscou pelo
governo russo. A calculadora recebeu a marca de Felix Arithmometer sendo comercializada até 1970.
No final deste ano, a família
Odhner retorna à Suécia e
reinicia a produção da calculadora, sob o nome Original Odhner.
Alegações de outros pretensos inventores
A Arithmometer Thomas era a
única calculadora mecânica em produção naquela época. Há
versões sobre o invento de W T Odhner, como: em 1875 Odhner
teria lido artigo sobre Dinglers Polytechnisches Journal sobre a calculadora Thomas e “acreditou que poderia ser
possível construir uma máquina de calcular mais simples.”
Ou, a máquina de “Staffel”
conhecida na Rússia, descritas em língua russa e apresentada na Academia de Ciências da Rússia em São Petersburgo, ou ainda, a de Frank
Baldwin, segundo sua entrevista, sob sua patente de fevereiro de 1875.
Ou ainda, baseou seu projeto em Roth, patenteado por seu agente David Wertheimber em 1843.
A afirmação de Baldwin
é bastante questionável, quando afirma: “na época que um dos seus modelos de 1875, encontrou o
caminho para a Europa, ao cair nas mãos de um senhor Odhner,” e
ainda, “ele tirou patentes em todos os
países europeus em um máquina que não variou em nada especial da minha (Baldwin),
etc.”
Werner Lange analisou cuidadosamente as diferenças
dos modelos de Odhner e Baldwin e
observa: “o sistema de Odhner, onde registra, o resultado
está se movendo e as rodas de entrada são fixas, é melhor mecanicamente”. Ou seja, foram somente insinuações e ataques, sobre os
princípios do invento da calculadora de Odhner.
A prova inconteste do inventor procede pelas séries de
patentes concedida. Além disso, sua calculadora foi
copiada em vários partes do mundo, com renomes específicos por parte de cada fabricante, mas enfim,
somente cópias. O projeto deu formato definitivo para esse tipo de calculadora
manual acionada por alavanca. Os demais nunca vingaram!
O processo de patente para Odhner,
foi muito rápido e fácil. A empresa Königsberger encarregada em
registrar a patente em outros países, obteve a concessão da patente alemã em 1878
sob №7393; em 1879, a patente sueca de №123
e a patente russa em 1879 sob №148.
1932
Foi introduzido na calculadora Odhner,
um teclado numérico de duas linhas e outras alterações mecânicas. Em 1935, houve
um modelo de máquina de somar a Odhner modelo7, vendida como Facit
S
1942
A Original-Odhner
uma nova marca no grupo AB torna-se parte do grupo AB Atvidaberg Indústrias, definitivamente vai ser vendida como novo produto FACIT. Enfim, houve uma nova série de
equipamentos de multiplicação mecânica e de máquinas somadoras, mas todos com
marca Facit.
|
Vista do tambor e jogo de rodas numéricas do padrão Odhner |
O princípio Odhner
aparece sob nomes de dez a quinze nomes na Europa, os mais importantes sendo
Brunsviga e Triumphator, fabricado na Alemanha. Várias grandes empresas de
manufatura da Europa levou o padrão
Odhner por todos os cantos.
O Padrão Original Odhner
Sem nenhuma dúvida, o surgimento
do padrão Odhner Arithmometer, trouxe consigo o mais bem
sucedido tipo de calculadora
pinwheel (catavento) inventado na Rússia em 1873 pelo sueco imigrante W T Odhner. Essas
calculadoras mecânicas eram portáteis, de tamanho pequeno, funcionando
por cursores e manivelas sem utilizarem, qualquer energia, senão a
cinética.
A base
desse mecanismo é a sincronização de três jogos de rodas circulares, sendo um
tambor maior, composto com discos acoplados, um conjunto com engrenagens
circulares móveis e ajustadas, com nove ranhuras onde é possível obter nesses
ajustes a escolha de 1 a 9, o zero passa direto.
No
primeiro modelo Odhner havia oito casas (no futuro foi possível aumentar,
sem alterar este princípio). Desse tambor maior, manualmente escolhe-se qual
operação se deseja: entre a primeira e oitava casa com o limite de operar até 999.999.99. Escolhido valores para as somas, uma
alavanca maior movimenta esse tambor maior em sentido horário, para somas e
multiplicação e em sentido anti-horário para a subtração divisão.
Numa soma
simples, se escolhe qual valor e roda-se a alavanca em sentido horário;
escolhe-se outro valor a adicionar, outra vez roda-se o tambor e quantos outros
quiser. O registro fica num outro jogo de engrenagens dentadas, com 10 dentes
circulares do lado esquerdo onde se acumula o resultado; do outro lado, um
outro jogo de rodas dentadas indica quantas vezes se adicionou ou mesmo
subtraiu, se x, x1,x2, etc.
É
possível somar um valor em sentido horário, pegar outro valor à menor, em
sentido anti-horário executar a subtração; se desejar multiplicar por unidade,
dezena, centena, milhar, é possível tendo a somatória como padrão utilizar um
recurso especial dessas calculadoras: o movimento do carrinho que contém os
dois conjuntos de rodas dentadas. A divisão é feita de modo inverso. Este foi o
padrão Original Odhner. (foto ao lado)
A princípio creio ser difícil
entender esse funcionamento que vamos demonstrar detalhadamente em futura
ocasião. Afirmamos ter sido este sistema de cálculo ou princípio de calcular o
mais perfeito até o início dos anos setenta. Foi o ábaco mecanizado.
1950
Por volta deste período havia
milhões de modelos fabricados, tal qual clones do modelo o Original Odhner, todas com boa aceitação popular, um tipo de
calculadora mecânica de qualidade indiscutível. Foi
copiada, fabricada e vendida por inúmeras empresas em todo o mundo.
Na Alemanha, com
a marca de Thales, Triumphator, Schubert, Walther e Brunsviga. Na Inglaterra,
havia a Britannic e Muldivo. Na Suécia, Multo e Original
Odhner. Na Rússia, Felix
e no Japão, Tiger e Busicom. Está
última, famosa posteriormente, quando a
Intel criadora do
primeiro microprocessador, o Intel 4004, projetou uma das calculadoras eletrônicas em 1970.
1892 a 1970
Mesmo com a aparição das
calculadoras eletrônicas, deficientes na época, com constantes defeitos quer por
aquecimento, má qualidade dos componentes, material empregado nos componentes
de pouca resistência a intempérie, dificuldade de encontrar técnicos
especializados, as calculadoras mecânicas persistiam solidamente pela habilidade dos seus operadores.
Triumphator
1900
Neste ano, foi fundada por Richard Kluge a empresa Leipziger
Röhrenwerke GmbH para produzir tubos, sem obter resultados positivos,
foram efetuados estudos e um novo projeto alterou os destinos da empresa.
1903/1904
Neste ano, começou a produção de
máquinas de calcular manual do tipo de tambor e rodas dentadas, com obtenção da
patente n° DE157591, sob a presidência de Otto August Moritz
Fritz Heer. No
ano seguinte, a usina metalúrgica adotou a marca Triumphator.
1905
Um novo presidente
assume: Carl Sales Behr.
1906
Neste ano, é registrada a patente DE191982 e, foram fabricados os
seguintes modelos:
Triumphator
A (9X10X18);
Triunfante B (9X8X13);
Triunfador
H e
Triumphator K.
1907
Neste ano, a empresa
foi nomeada Triumphator Rechemaschinenfabrik GmbH. Também é concedido outro
registro de patentes sob n° DE204910. No seguinte, em
1908 a empresa passa a ser
presidida por
Friedrich Sales Schrey.
1909
Neste ano, em 27 de maio, a empresa
foi outra vez renomeada para uma marca mais simplificada: Triumphatorwerk GmbH.
1907/1920
No período compreendido, foram fabricados os
seguintes modelos de calculadoras pequenas e leves: Triunfante pequena (1907-1919); Triumphator tipo I, II, IIa; Triunfante
tipo III e V; Triumphator tipo V e VI; Triunfante tipo VII e VIII; Triumphator
tipo XI e Duplex;
1920
Neste ano, dois modelos são lançados: Triunfante C2 e o Triunfante
C. A Triumphator
mudou-se em abril deste ano, para a cidade de Lausen-Mölkau, perto de Markranstädt
para o edifício de uma antiga fábrica de pianos em Leipzig-Mölkau. Abaixo, um modelo do Acervo Museu Teclas.
1924
Neste ano, marca o
lançamento dos modelos, padrão K: Triunfante
K4, K6, K8 e KIII; os modelos mais leve da mesma série, Triumphator K, K1, K2 (com apenas 2k)
são fabricados até 1940 em plena segunda guerra mundial para o exército alemã.
1925/1938
Em
1925 a empresa projetou o modelo
Triumphator CE elétrica que não foi
produzido e, em
1928 mas dois
modelos:
Triumphant CB e
CE Triunfante.
Em
1927 a produção
esteve com os seguintes modelos:
Triunfante
P , P2, Duplex Triumphator P, PP Triunfante, PR Triunfante. No ano de
1929
foram fabricados os modelos:
Triunfante
H, H2, D2 e DRN 1.
1929-1935
Nestes anos foram fabricados os modelos:
Triumphator K3, com 4 quilos,
Triumphator Z; Triumphator H. Também entre 1934-1937
surgem os projetos dos modelos: Triunfador
H3Z, HN Triunfante; Somente em 1935 fabricou-se os modelos: Triumphator HR; HN Triunfante; H III,
Triumphator H3N e HR Supra.
1936
Este ano surge os modelos mais
avançados: CR Triunfante e CR Triunfante
Supra.
1938
Neste ano, foi alterado o nome da
empresa para Triumphatorwerk Heer & Co. permanecendo na mesma cidade, lançando os seguintes modelos: Triumphator CU semelhante ao modelo CN e o
modelo
HRN Triunfante.
1939/1945
Durante o período da Segunda Guerra Mundial, a Triumphator
como outras fábricas de máquinas com usinagem e toda estrutura para fabricar
produtos metálicos, foram convertidas para operar a manufatura de equipamentos
bélicos. No final da guerra, foi atacada pelas forças aliadas sendo destruída parcialmente.
Há registro dos
modelos Triunfante HZN e HZU entre 1938-1940; no ano de 1939 da fabricação do modelo HRN Triunfante, certamente produzidos para consumo do Regime Nazista, usar em
departamentos e escritórios de cálculos, vinculados as manobras naqueles
tristes anos de beligerância no continente europeu.
1948
Ao término da guerra, a usina
renasceu com a denominação de VEB Triumphator-Werk Rechenmaschinenfabrik.
1951-1959
Entre estes anos,
houve a produção dos modelos: Triumphant
CRN e CRN Triunfante 1.
1958
Registros apontam a produção dos
modelos Triumphator CN projetado em 1939 e produzida até o presente.
1959-1964
Este período final da empresa, teve
a produção de projetos dos modelos: Triunfante
CRN 2; Triunfante CN1; Triunfador CN2.
1965
A empresa existiu na Alemanha em Leipzig durante 62 anos, começado em 1963, fabricando máquinas de calcular com o princípio de rodas
dentadas, resistindo sem inovar em projetos atuais. Em contrapartida, havia qualidade
e poucos defeitos nos antigos e mecânicos equipamentos, desempenho técnico
mecanográfico em larga escala, além do hábito de uso.
Todos estes aspectos,
permitiram perdurar este tipo de calculadora por volta de uma década e meia,
isto é, próximo aos anos l990. Pode-se afirmar sem pejo: sua duração foi
centenária. O modelo Felix na Rússia, atingiu em 1969 o pico
com 300
mil máquinas fabricadas.
Wales Adding
Machine Co
1902
Neste ano, em setembro, Charles Wales, natural do estado de Maryland, na cidade de Detroit EUA, um inventor criativo, especializado em movimentos mecânicos,
solicitou seu primeiro pedido de patente para máquinas de adição. Wales
foi um notável inventor, deixou dezessete patentes registradas nos EUA e, outras patentes no estrangeiro.
Neste ano, em 1° de dezembro, foi concedida a patente US nº 745539, sob o projeto do dispositivo
para cálculo em listagem de adição. De posse da patente, fundou em Detroit, a Wales Adding Machine Co.
para fabricar seu dispositivo de adição.
1906
Neste ano, Wales Adding Machine Co., de Charles
Wales transferi suas patentes do dispositivo para cálculo em listagem
de adição de Detroit para Wilkes-Barre, Pensilvânia, para ser
fabricada pela Adder Machine Company.
A empresa, juntamente com a Comptometer de Baldwin
e a Dalton
de Hopkins, fazem parte de um grupo que exercem forte concorrência para a Burroughs
Adding Machine.
1908
Neste ano, a Adder
Machine Company inicia uma campanha publicitária para divulgar seus
produtos. As máquinas de adição inventadas por Charles Wales dispunham
de um mecanismo de impressão visível, facilitando consultar os resultados. O
tamanho era considerável, suas dimensões eram de 38 x 50 x 25 cm, pesando 29
kg. A máquina foi na época, popular em bancos e
diversas empresas.
1909
Neste ano em 23 de novembro, Charles Wales obteve a
última data da patente no seu dispositivo. Wales, ainda desenhou um pouco mais
tarde o White, também conhecido também Federal , uma máquina de adição barata fabricada pela Colt
Fire Arms Manufacturing Company de Hartford.
1916
Neste ano, os informes de empresas listavam estar em uso as
máquinas Wales, em mais de 2000
bancos e 54 empresas usando entre 5 a 83 máquinas cada qual.
1923
Por
volta deste período, a empresa ofertava mais de 40 modelos, diferenciados pela
largura variável do carro, capacidade de teclado, de somatória e alguns itens
auxiliares. No quadro acima uma Allen Wales, como um dos modelos diferenciados de carro móvel. A linha desses produtos, estavam
consolidadas em duas classificações principais - as grandes máquinas e os
pequenos modelos portáteis.
1926
Neste ano, houve a fusão da Wales Adding Machine Company
e da Allen
Corporation para fabricar as Allen Wales. Em 1944, a empresa foi adquirida
pela National Cash Register que lançou as somadoras. ( na foto à esquerda, um modelo como a patente projetada por Charles Wales ).
Charles Wales deixou a empresa
para trabalhar em desenvolvimento de produtos no Departamento de Invenção de Burroughs Adding Machine, aonde
patenteou o mecanismo de impressão visível usado em suas máquinas.
Victor
Oliver Johantgen
(1875-1932) e a origem da “VICTOR”.
Oliver Johantgen foi um inventor de cidade pequena cidade, mas
interessou-se muito cedo por máquinas de adição.
1906
Neste ano, conseguiu a primeira de uma série de patentes para
uma somadora com impressão, dez teclas usando mecanismos numa caixa.
1915
Neste ano, Johantgen projetou uma máquina com teclado em duas
fileiras.
1916
Neste ano, com 41 anos, conseguiu um meio de
obter o suporte financeiro para patrocinar suas invenções e colocá-las no mercado. Trabalhou sem descanso durante
dois anos no desenvolvimento dessa máquina, a futura Victor, o modelo 110. A Victor 110, chegou ao mercado em 1919, conforme descrito à seguir.
1918
Neste ano, no mês de setembro, surgiu em Chicago, uma
empresa por cotas, de um modo inusitado. Oliver D. Johantgen reunia um grupo
de acionistas para fundar uma fabricante de máquinas de somar, quando um operador
da
Buehler Bros trouxe o valor de US$100, com intuito de comprar uma
máquina de soma. Porém esse valor, foi colocado no montante arrecadado dos
acionistas, tal como, tratava a finalidade dessa assembléia.
Carl Buehler, dono da Buehler
Bros, uma cadeia de lojas de varejo de carnes, fora quem ordenará esse
funcionário, a comprar aquela novidade facilitadora das somas. Tentou reaver em
vão seu dinheiro, mesmo provando esse mal entendido, sem sucesso.
Por fim, aceitou
participar dessa empreitada, convencido por Oliver D. Johantger, como
também antevendo lucros futuros. Logo, assumiu a direção dos negócios da Victor Adding Machine Co., e três
meses depois assume a presidência de um ramo do qual nada conhecia.
1919
Neste
ano, é lançada a primeira máquina de somar no mercado americano, de acordo com a patente expedida em 20/junho/1919 e alterada em 13/abril/1920.
Carl
Buehler presidente da Victor Adding Machine Co., por ter recursos suficientes de outra
atividade, resolveu reinvestir a maior parte dos lucros da nova empresa, para que o crescimento da empresa fosse acelerado.
1920
Desta década em
diante até 1960, as máquinas
de somar foram fabricados na fábrica principal na cidade de North Rockwell Street, em Chicago.
(ao lado uma Victor ano 1920)
1921
Neste ano, a Victor Adding Machine Co., que contava com o filho de Carl Buehler desde seu início, na época com 21 anos de idade, tinha
agora, Albert C. Buehler, 24 anos, com mais idade e experiência, apto para exercer as funções
de Vice-presidente de Operações. Carl Buehler aconselhou-o a operar a empresa com o
seguinte provérbio: "trabalhar como
o diabo, mas tratar os empregados direito e permitir-lhes fazer algum
dinheiro".
1921
Neste ano, foi lançada, a série 200. A máquina sofreu modificado,
estendendo a parte traseira para incluir os mecanismos de impressão.
1921/1925
Durante este
período, as vendas anuais da Victor Adding Machine Co., saltou de
aproximadamente US$ 300 mil para
cerca de US$ 2 milhões. Em 1924 uma Victor era vendida a US$100.
1923
Neste ano, mais aperfeiçoada saiu com o modelo, série 300
Após o período da depressão americana,
quando as dificuldades econômicas se acentuaram ao extremo, a Victor, assim que seus negócios
melhoraram anos depois, trouxe Thomas O. Mehan para atuar como Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento dos seus
produtos. Mehan (foto lado esquerdo) projetou a
calculadora de "Brennan", uma somadora que se
tornou muito popular ao ser relançada com a marca “Remington Monarch".
1928
Neste ano, nove anos após o lançamento da primeira somadora, o modelo 110, a Victor Adding Machine Co.,
colocou no mercado máquinas com "subtrativo",
isto é, que tanto poderia somar e subtrair.
Além da primeira
máquina com subtração direta, foi lançada a série 300. Esta série, ampliou seus modelos
incluindo máquinas diferentes com 6, 8 ou 10 colunas, versões para frações,
tempo, pés e polegadas, além de modelos exportação para moeda esterlina.
Década de 1930
Nesta década, a Victor ocupava
lugar de pioneira com sua linha de cálculos, líder nesse tipo de indústria,
empregando cerca de 200 homens e 200 mulheres na planta de North Paulina Street, em Chicago.
1931
Neste ano foi lançada a série 500 que poderia ser adquirida,
com opcional de motor. Todos os modelos foram
baseados no modelo original série
110 de 1918, inventado por Oliver Johantgen.
1932
Neste ano, Albert C. Buehler assumiu o controle da Victor Adding Machine Co., com a morte de seu pai, Carl Buehler proprietário
da empresa, conseguindo elevar seu patamar a um condição ainda maior. Oliver D. Johantger faleceu também no mesmo ano.
|
A foto do lado esquerdo acima é um modelo de escrever Victor de 1920. |
1936
Neste ano, a Victor Adding Machine Co., recebe um profissional muito
qualificado. Trata-se de Thomas O. Mehan um
engenheiro de Chicago que havia projetado uma pequena e leve máquina de somar
em meados da década de 1920.
Thomas O. Mehan trabalhará
integralmente na somadora “Brennan” vendida com direitos de
patente para a Remington. No retorno
à Chicago então Chefe do
Departamento de Pesquisa, trabalhou em projetos de novos desenhos e no desenvolvimento de uma série de somadoras pequenas, leves e simples da Victor resultante na base de extensa gama de produtos até a década de 70.
1939
Neste ano, foi lançada uma
máquina de somar altamente competitiva, vendida a US$ 47,50, ou seja, menos
da metade do preço das máquinas mais baratas da própria Victor.
1940
Neste ano, o engenheiro Thomas
O. Mehan modificou a estrutura das somadoras da empresa, permitindo a
máquina ser montada com qualquer teclado cheio ou reduzido, mantendo o mesmo
mecanismo atuante nos cálculos e com o mesmo invólucro externo. Uma alteração econômica e extraordinária.
Na foto abaixo, estão seis somadoras, todas com o chamado "teclado cheio".
Na parte superior, nas laterais as mais antigas, na esquerda, década de
1920 e à direita de 1931. A máquina central (teclado esverdeado) é da
série 500; na parte inferior, nas laterais - pequenas somadoras e no
centro um modelo de 1950. Essas somadoras são de projeto orientado pelo
engenheiro -Thomas O. Mehan.
1941
Surgiram com tal alteração,
as máquinas série 600 de teclado completo, e outras com oito colunas
maiores, com subtração direta. Outra opção, veio com a série 700 com dez chaves. As máquinas maiores de 8 colunas com subtração
direta seguiram-se no início deste mesmo ano.
Segunda Guerra Mundial
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Victor Adding Machine Co., como as demais fábricas de produtos mecanográficos e outras
empresas fabris, serviram de
base para produção de material militar.
A Victor contribuiu para o esforço de guerra, fabricando o “Norden Bombsight”. Uma peça de tecnologia revolucionária, tal
qual uma bússola para aeronaves B-24 na qual a mira para bombardeiro
era bem precisa, permitindo aos pilotos lançarem bombas com exatidão,
minimizando desse modo, as baixas civis.
A Victor Adding Machine Co., para suprir esses fins militares, aumentou o número de
trabalhadores na fábrica de North
Rockwell de cerca de 350 para 1400.
1947
No período pós-guerra, a empresa manteve o efetivo e, continuou a
crescer. As somadoras Victor, tinham os elementos necessários para
obter sucesso: uma fábrica eficiente, produtos de qualidade, departamento de
pesquisa atuante, uma organização em vendas eficaz e um serviço de assistência
técnica atencioso e prestativo.
Portanto, não
foi nenhuma surpresa que tenha se tornado a maior fabricante exclusiva do mundo
de máquinas de somar, atingindo a marca vendas anuais para US$ 5 milhões em unidades vendidas neste período.
1950
Neste ano, o engenheiro Thomas
O. Mehan responsável pelo sucesso das somadoras Victor, faleceu em
plena atividade. Nesta década, a Victor começou a diversificar a linha de produtos com caixas registradoras, brinquedos e artigos esportivos.
1951
No início desse ano, a Victor contratou como consultor da
empresa, Oscar Sundstrand, que se aposentará recentemente, após uma
carreira de 30 anos de Sundstrand para a Underwood-Sundstrand,
aonde prestou serviços como chefe designer das máquinas somadoras e de
contabilidade.
Oscar Sundstrand veio substituir o falecido Thomas O. Mehan. Procurou
desenvolver a Victor, partindo dos
conceitos de Mehan, de “uma máquina
totalmente automática de quatro funções”. Trabalhou inclusive, boa parte no
projeto, em sua casa em Connecticut,
atualizando os mecanismos de adição e impressão, como comprovado por Mehan. O resultado foi a concepção inovadora de máquinas da série "Custom" e "Premier".
1953
Neste ano, a Victor
adquiriu seu cliente de longa data, a Mc
Caskey Register Company. Essa aquisição representou
importante fase para expansão dos negócios no setor de caixas registradoras
usada em lojas de departamento, todo tipo de comércio em geral, para guarda e
registro de moeda corrente.
1956
Neste ano, a Victor estava vendendo calculadoras de impressão, ocupando uma quota
de um quarto do mercado nacional para máquinas de somar, com valor de vendas de
US$ 28 milhões.
1958
A Victor Adding Machine Co., fabricou cerca de 1,5 milhões de calculadoras, entre os
anos de 1918 e 1958.
1960
Em meados desta década, a Victor Comptometer Corporation estava
produzindo mais de 75 modelos básicos, dominando cerca de 25% do mercado americano
de calculadoras. Abaixo, um do modelos deste período, o Premier.
Neste ano, a Comptometer
Corporation um antigo nome no mercado, fundada em 1887,
na cidade de Chicago, por Dorr E. Felt e Robert Tarrant, com a denominação de Felt
& Tarrant Manufacturing Co., fabricantes de somadoras, embora muito
mais velha, tinha atualmente apenas a metade do tamanho da Victor.
|
Victor Comptometer elétrica e com impressão
|
A Comptometer fundiu-se com a Victor Adding Machine Co., tornando-se Victor
Comptometer Corporation. Após a revolução do microprocessador, quando
as calculadoras passaram a ser eletrônicas, o nome mudou para: Victor
Tecnologia LLC.
A Victor Comptometer manteve desde seu princípio,
postura agressiva na expansão de sua linha de produtos. Neste ano, a linha chamada “registro de dinheiro”, começou com uma calculadora montada numa gaveta de guarda de
moeda corrente.
Ao lado, uma Victor "cash register" -
embaixo a gaveta para guardar moeda corrente e papéis monetários; acima
a máquina de somar com impressão dos dados registrados. O
aperfeiçoamento desse tipo de equipamento é descrito na ABA Registros & Contábeis.
A Comptometer Corporation, ampliou esse setor, incluindo em
sua linha a caixa registradora Hugin, um produto sueco distribuído pela Victor
nos EUA e Canadá.
1967
Neste ano, havia 75 modelos básicos na linha de Victor e foi dado início a projetos
de calculadoras eletrônicas que estavam entrando pouco a pouco no mercado
mecanográfico.
1968
Neste ano, a Victor
Comptometer era proprietária de 18 plantas fabris nos Estados Unidos e no Canadá, empregando cerca de 8
mil pessoas em todo o mundo.
1969
Neste ano, a Victor
vende a divisão de eletrônicos para a empresa alemã Nixdorf, e abandona o mercado de máquina de somar.
Década de 1970
1971, foi lançada a
primeira linha de calculadoras eletrônica, a série 1800;
1973, foi introduzido uma
revolucionária impressora matricial, vendida como um produto OEM ;
1974, foi lançada uma
série de calculadoras programáveis que conquistou o segmento bancário e pequenas
empresas;
1975, a Victor começou a produção de caixas
registradoras eletrônicas, disponibilizando diversos modelos. Neste ano, as vendas anuais, ultrapassaram US$
200 milhões. A empresa empregava cerca de 1.300 pessoas na fábrica de Chicago.
Dentre essa variedade, houve mais de 50
modelos exclusivos, além das somadoras, estão as calculadoras de impressão, as
científicas, as financeiras ou mesmo as calculadoras básicas, portáteis e de
mesa, acessórios em geral, caixas registradoras, indo recentemente aos computadores e até aos carrinhos de golfe.
Foi a marca americana n° 1 em calculadoras, tendo
uma calculadora para quase todas as necessidades. No final desta década, a Victor Comptometer foi comprada pela Kidde
Inc. de Nova Jersey.
A Victor surgiu como Victor Adding Machine Co.,
mudou para Victor Comptometer Corporation, e durante quase um século, produziu e vendeu uma gama de produtos.
1977
A Victor
ao ser adquirida pela Kidde
Inc. de Nova Jersey,
teve seu nome alterado, foi renomeada como Victor
Business Machine, começou nova fase procurando os nichos de negócios
do futuro ligados à área da informática.
Addo
1918
Neste
ano, é fundada na cidade de Malmö (málmø)
capital da província de Skåne (Escânia) na Suécia, a Aktiebolaget Addo, por Hugo Agrell, um representante de
calculadoras importadas diretamente dos EUA e da Alemanha.
Entretanto, nesse
período marcava a Primeira Guerra Mundial
quando havia sérias dificuldades para importações de produtos em geral. Ao lado, Malmo, a terceira maior cidade da Suécia.
Os empecilhos enfrentados para
trazer estes específicos produtos mecanográficos, não foi de tudo negativo, uma
vez que conduziu Hugo Agrell, a convidar seu primo, o
engenheiro Oscar Printz, para iniciarem a fabricação, mesmo em
pequena escala de máquinas somadoras, numa casa de fazenda de School Street.
A princípio
copiaram os mecanismos da calculadora alemã Brennan. Porém, logo passaram a encontrar alternativas num novo
projeto, à partir dos próprios desenhos aprimorados do primo Oscar Printz, para
construir as máquinas de somar Addo.
O processo estrutural
foi até rápido e fácil, prosperando ao ponto do equipamento, estar apto a entrar
no mercado em pouco tempo. Conseguir o intento - ter uma somadora suíça.
1926
Neste ano, a empresa deixou a fazenda, mudando para
instalações maiores, em East Förstadsgatan.
1928
Neste
ano, numa fábrica devidamente preparada começou sua primeira produção, ocorrida em Malmö, na East 10th Förstadsgatan.
Década de 1930
Num curto
espaço de tempo desta década, a empresa suíça “quintuplicou
o número de trabalhadores”, e sua lucratividade na mesma proporção.
Passados alguns anos, ganhava o mercado exportador levando seus produtos além
das fronteiras suecas. Alguns anos mais, hora de outra mudança, para um ambiente fabril
maior em Äggcentralens nas antigas instalações de Industrigatan 20.
A Addo evoluiu,
tornou-se uma das maiores indústrias de Malmö, expandindo gradualmente, em alguns felizes anos, de modo promissor contando em 1933 com 70 funcionários
na produção de 3.000 máquinas por ano.
|
Um dos primeiros modelos Addo-X elétrica |
1935
Neste ano, lançou o seu produto mais famoso: a somadora Addo-X.
Período: Gunnar Hson Agrell,
O filho de Hugo Agrell, fundador da empresa de máquinas
de escritório AB Addo em Malmo, Gunnar Hson Agrell, nascido em 26/set/1911 e falecido em
17/março/1999, formou-se engenheiro no Royal Institute of Technology em 1938.
1939/1942
Gunnar Hson
Agrell, após sua formação profissional, veio
exercer suas funções na empresa familiar AB Addo em Malmö, apto para dar continudade a boa marca, alçando caminhos mais largos.
1942/1944
Por
ocasião da Segunda Guerra Mundial, o jovem suiço, tornou-se capitão das tropas suecas na iminente
necessidade européia de vencer as forças beligerantes alemãs, indo para reserva em 1944. Durante o período da Segunda Guerra Mundial, a empresa
conseguiu crescer, passando a contar com 250 funcionários.
1949
Gunnar Hson
Agrell, ficou como Diretor Técnico entre
1943-1949, depois tornou-se vice presidente do grupo.
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No quadro acima, a evolução dos modelos de somadoras manuais |
O período do pós-guerra trouxe a AB
Addo, uma oportunidade de grande expansão com fábricas estabelecidas no
estrangeiro, como em Cirencester, na Inglaterra e no Rio de Janeiro, Brasil, passando a
contar com 3.200 funcionários em suas unidades.
1954
Neste ano, o número de funcionários
havia crescido para 1000, na Addo - planta
industrial em Norra Sorgenfri, Malmö;
na fábrica em Hörby, Örkelljunga onde
era fabricada as calculadoras Multo – as multiplikationsmaskinen,
como em Estocolmo e Eskilstuna, e a Addomöbler em Lammhult.
A empresa modernizou-se
contratando o design gráfico Ladislav
Sutna e além disso, buscou
expansão através de “showrooms” em Nova Iorque, para conquistar o mercado americano.
1960/1966
Na década de 1960, a AB Addo começou
a ter problemas financeiros. Gunnar Hson
Agrell, estava como Diretor-Geral da empresa entre: 1950-1966.
O maior concorrente local da AB Addo, era a Facit AB. Foram feitas
tratativas de aquisição, enfim em 1966, o Grupo Facit incorporou a AB
Addo, porém as empresas não foram totalmente fundidas e puderam agir
de forma independente por um bom tempo. Gunnar Hson Agrell,
ficou como vice-presidente e foi o último presidente no biênio
1971 a 1972.
1970
Neste ano, a empresa era o segundo maior empregador da
cidade de Malmö, com a fábrica contabilizando
1.600 funcionários.
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Calculadoras pequenas (bolso) começaram a ser produzidas pela ADDO |
1980
Até este ano, a Addo
como marca permaneceu como uma subsidiária do “Grupo” AB Facit, que já havia passado o controle acionário para a Electrolux.
Gunnar Hson Agrell foi Diretor da Divisão Internacional da Addo-Electrolux entre 1973-1982, e Consultor em Sistemas de Informação Ericsson entre: 1983-1984.
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Dois modelos de Addo fabricadas em Malmo, Suécia do Acervo Museu Teclas |
1906 Neste ano, é
fundada originalmente como “AB Atvidabergs Industrier” a futura Facit, com sede em Atvidaberg, Suécia, para produzir produtos e móveis de escritório.
A empresa faliu em 1922.
1924 A AB Atvidabergs
Industrier” neste ano, assumiu a empresa de Axel Wibel, mais tarde
adotou a marca Facit nos seus
produtos, lança a primeira calculadora com nome de Facit, feita em 1918
pela empresa de Wibel, em Estocolmo, a partir de uma Odhner. Este é o início de uma marca de calcular revolucionária.
Embora a Facit também mercadejou máquinas de
escrever, de contabilidade e somadoras, todas de diversificados modelos e
utilidades, trataremos neste bloco
apenas a fabricação das calculadoras que tornaram a Facit, marca de renome internacional
A
marca Facit AB, inicialmente pertencia
a Axel
Wibel AB em Alströmergatan, Estocolmo. A empresa falida, comprada pela “AB
Atvidabergs Industrier aproveitou para ampliar o
negócio, além dos móveis de escritório, acrescendo vendas de máquinas de
escritório e a fabricação de calculadoras, em continuidade ao novo invento.
FACIT - Karl Viktor Rudin e sua
patente
Rudin, teve seu pedido de
patente depositado
em 2 de agosto de 1918 sob n°
série 247.969, conforme parte
da
petição endereçada ao Rei da Suécia:
Para todos a quem
possa interessar:
“Seja conhecido que eu, KARL VIKTOR RUBIN, correspondente, assunto do
rei da Suécia, residente em
12, Karduansmakaregatan, 6 Estocolmo, Suécia, ter
inventado melhorias novas e úteis certas no
cálculo - Machines, dos quais o
seguinte é uma especificação.
Esta invenção refere-se a melhorias em máquinas de calcular, o objeto
da invenção de ser para introduzir
melhoramentos na construção do eixo
longitudinalmente móvel sobre o qual as rodas numéricas são
montados, e da
alavanca que controla o deslocamento lateral da carruagem, para evitar simultânea
operação da alavanca de carro deslocando e o retorno aos
dispositivos de zero, e ainda assim permitir
que a referida alavanca e disse
que o retorno aos dispositivos de zero a ser alternadamente operado
como pode
ser necessária...”
A cópia do pedido acima, é apenas a introdução
do invento da Facit. Essa mesma calculadora, foi
também patenteada nos Estados Unidos, através
de escritório de patentes, apresentado
com data:
AUG-2. 1918, sob n° 1.360.322, patenteado
em
30 de novembro de 1920.
A máquina padrão Facit (em sueco:
solução) foi
desenvolvida e desenhada por Karl Viktor Rudin.
Esses modelos iniciais Facit, foram baseados
essencialmente com base nos planos mecânicos de
Willgodt
T. Odhner de St. Petersburgo.
Seguiam as patentes DE7393 e DE6492,5
começavam
com o número de série 100.
As
primeiras calculadoras foram fabricadas pela
Axel Wibel AB, quando a empresa representava as máquinas da
The American Arithmometer Co.,
fabricantes das Burroughs e as calculadoras Odhner e Brunsviga, mas principalmente
consertava calculadoras, na oficina de reparação em Klara Norra Church Street, Estocolmo, fato que mudaria a história da
mecanografia.
Foi neste tempo que Karl Viktor Rudin (1882-1939) iniciou o desenvolvimento de sua própria máquina de
calcular
de quatro operações, conhecida mundialmente como Padrão Facit, o equipamento inovador,
além do princípio de Leibniz. Abaixo, um exemplar de 1928/1931.
Karl Rudin, formou-se em sua
cidade natal, na Universidade de Uppsala, na área universitária de Ciências Humanas. Porém, abandonou a carreira acadêmica por motivo de doença.
Karl Rudin, era amigo de Axel Wibel que o
visitava com freqüência em sua oficina de reparos. Embora sem formação técnica,
estava muito interessado nesse atividade mecanográfica. Nesse ambiente, nasceu a intenção de
construir máquinas de calcular. Desse encontro, houve o desenvolvimento
da máquina de calcular chamada de "Facit Original", baseada no
projeto de W. T. Odhner.
A Facit
Padrão, entrou na negociação entre Axel Wibel e a Indústrias Atvidabergs AB, passando a ser um novo produto de produção, porém Elof
Ericsson estava cético sobre a potencialidade desse tipo de máquinas e quase
vendeu-a para a Brunsviga.
Durante
este período, ocorreu o desenvolvimento da calculadora Facit, seguida do modelo Facit
Standard
entre os anos - 1924-1931
- outra máquina de manivela do tipo Odhner, mas com modificações
interessantes.
Foto lado esquerdo, Standart.
1928 a 1931
Neste
período, passou a ser construída Facit modelo 10
construído com
transmissão de dezena das unidades
aritméticas; movimentos
efetuados por uma única alavanca, permitindo mudanças rápidas, bom
resultado de menor tempo nas operações, como também, características especiais
e aperfeiçoamentos em comparação com os princípios de outros fabricantes.
Não existiam
aparelhos para transmissão de dezenas, montados num carro, ao lado de firmeza do corpo da máquina, através do novo sistema de disco de seleção, permitia ao carro
o resultado mais rápido, e um
número relativamente elevado de valores 9 x 10 x
15 nos contadores.
Rudin ainda
desenvolveu novos dispositivos de bloqueio, quer para os mostradores, operando
sem molas, sob patente n° DE345070; do bloqueio inverso, sob patente n° DE355198,
evitando a rotação inversa da manivela, quando há um desvio específico.
Outra
característica, distintiva dos primeiros modelos Facit é o quinto pilar não encontrado em qualquer
outra marca, isto
é, a seleção automática, de auto-comutação do sentido de rotação, sob patente n°
DE477002.
1929
Karl Viktor Rudin ainda
desenvolveu vários tipos de mecanismos para as calculadoras Facit, recebeu
diversas patentes, todas entregues a Indústrias AB Atvidabergs. Segue a
relação de patentes, concedidas
na Suécia:
CA192323 de
26/agosto/1926;1919/08/26 sobre máquina
de calcular;
CA206083 de 30/novembro/1920
mecanismo de contagem de máquina de calcular;
CA207910 de
25/janeiro/1921 sobre máquina
de calcular;
CA208787 de
22/fevereiro/1921 sobre máquina de calcular;
CA214261 de
15/novembro/1921 sobre máquina
de calcular.
Neste
ano, Rudin, solucionou uma questão
mecânica na trajetória de ajustamento de força para girar a roda dentada, recebeu
a patente sueca sob n° SE74358. Ainda recebeu patente americana sob:
Número de
aplicação, US22482218A
Data de publicação: 1923/07/24 Data para
arquivamento: 1918/03/26
1932 a 1939 - Modelo
T
Surgi a
primeira calculadora de dez dígitos, com nova estrutura e formato, fabricado
pela AB Atvidaberg
Industries, com nome
FACIT modelo T, reconhecido sucesso,
mundialmente sinônimo de calculadoras
chegando ao mercado em 1932 e ficou até
1939.
O Modelo
T (a letra T de Totaltabulierung,
significado em sueco:“tangente”) trouxe um princípio revolucionário de
mecanismos ajustados e sincronizados, típico somente nas Facit, segundo patente obtida n° DE535576. Na nova
calculadora Facit houve três grandes
inovações em relação à construção do princípio das Odhner:
- teclado
numérico de 0 a 9;
-
mostradores dos quocientes de resultado acima para melhor visão do operador;
- o
tambor numérico, o “Sprossenradroto”,
escalonado em discos de 0 a 9, sueco deslocado através de
setas direcionais.
No ano de
1934, veio Modelo E, a versão
provida de motor adaptado no modelo T. Foi o
primeiro modelo de Facit
calcular elétrica, atingindo
uma velocidade de cerca de 400 rotações por minuto.
O modo E, além das dez teclas numéricas (0
a )),
havia três teclas de ajuste e guias para as operações:
a tecla +,
função da adição/multiplicação; a tecla função - de subtração/ divisão. Na
parte dianteira, uma alavanca móvel, podendo ser ajustada em duas, na parte inferior para adição/subtração e na
camada superior, para multiplicação/divisão. Também uma alavanca com tecla para
o zeramento. Tanto o modelo E, como
o EK são projetos de Rolf Erik Annerén.
1935
Neste
ano, Rudin recebeu em cerca de 192.000 coroas suecas por sua
invenção. Para que se tenha uma analogia desse valor, um engenheiro da Facit, naquela época recebia renda
mensal de 500 coroas. Somente
neste ano, Rudin desfrutou a fama e
o reconhecimento, embora tardio.
1939
Neste ano, morre Karl Viktor Rudin vivendo até a morte num ambiente
modesto. Enfim
deixou um novo equipamento de cálculo diferente, em 1932. Dali em diante, todos os outros modelos se utilizaram
do mesmo princípio de Rudin,
resistente e insubstituível, mesmo até a entrada das calculadoras eletrônicas,
na década de 1980.
Em verdade, Rudin,
nunca teve a visão perspectiva de sua valorosa invenção, num certo sentido há uma linha evolutiva de Pascal a Odhner, destes a Rudin, neste tipo de calculadora mecânica usada a mais de cem anos em todo tipo de atividade empresarial.
John Elof Ericsson da AB
Åtvidabergs Industrier, fez menção sobre a personalidade destituída de
ambição, de Karl Viktor Rudin, afirmando:
"A última vez, quando eu
conheci Rudin, ele vivia sozinho em
um estúdio com uma cama de solteiro, uma mesa, uma cadeira e um cofre". Abaixo modelo LX carro móvel.
1936-1943 - Modelo EK
Tanto o modelo TK
e o EK, foram introduzidos em 1936,
e possuíam mecanismos comuns em divisão. No ano de 1943
houve o lançamento do modelo NEA,
uma versão melhorada da EA. Neste período, o logotipo Facit
curvo e prata, foi substituído por um emblema em fundo preto e as letras FACIT em claros.
1936 a 1954 Modelo
TK
O modelo TK é um aperfeiçoamento do
que fora projetado por Rudin no modelo T, principalmente
para a divisão, quando se pode tabular o tambor dos discos para várias posições
à esquerda.
A letra K no nome do modelo, vem do sueco Kvotkoppling,
ou “circuito deslizante”, ou seja, o mecanismo correspondente, descrito na
patente DE719718 dos engenheiros Rolf Erik Annerén e Bengt Carlström.
Essa foi
a solução técnica, que eliminou em 1936
através do modelo TK ( foto abaixo à esquerda) uma
imperfeição
do modelo T, fabricado no período
apontado. Entretanto, o Padrão Modelo T foi transferido para os demais
modelos e durou uma geração até o modelo CA1-13, totalmente
automático. De 1943 em diante, o modelo TK vinha com pintura verde oliva na
tampa de cobertura, uma cor tornada padrão da Facit.
1938-1954 - Modelo LX
O Modelo LX, lançado
em 1938, foi desenvolvido quase em
paralelo com a entrada no mercado da Facit
TK. Entretanto, no modelo LX
foram realizadas inovadoras alterações técnicas em relação ao TK. Este modelo ficou até 1954.
Uma
intensa quantidade de clientes, pediam uma calculadora com maior capacidade
numérica nos resultados. A capacidade de registros das máquinas anteriores
girava em torno de dez casas.
A solução encontrada pela Facit veio com o projeto de Bengt Carlstron sob patentes DE703464 e DE735954, alterando a parte superior, transformando a parte fixa num carro móvel. Isso aumentou a
capacidade para 19 casas de
registro, no chamado em sueco Sprossenradrotor.
1939-1943 - Modelo EA
No ano de 1939, é lançado o Modelo EA, projetado
por Bengt
Carlstron
com mecanismos semi-automático, com
a mudança automática quanto a divisão e multiplicação.
Todos modelos de calcular elétrica
ficaram equipadas com parada na divisão quando o mecanismo acumulador de registros
completa, todos zeros ou noves.
Comparando
com o modelo EK, houve aperfeiçoamento
com mais controles: a introdução do botão
ADD
para adição isolada; outro de fácil cancelamento do registro; há um ponto de
multiplicação múltipla e a divisão com tecla de ÷ combinados; uma
alavanca de controle principal ajustada em três posições: multiplicação, na
posição esquerda; na posição da direita a divisão; e na posição central a
alavanca de controle principal faz a parada do transporte automático e desliga a
posição da esquerda ou direita.
O sistema que permiti a divisão automática
da Facit, é diferente dos modelos de outros fabricantes, aos quais são menos
eficiente. Por conseguinte, pode-se afirmar, a divisão é encurtado. Embora em
alguns casos, a execução dessa operação leve mais tempo, como no cálculo de
aproximação: de 1.000.000÷:999.
Descrição no pedido da patente EMKZ Walther, DE480805 do Modelo EA:
"Não tem sido descrita uma
máquina de calcular, em que a direção do deslocamento do carro é determinado
por uma alavanca de ajuste concedida após soltar o botão duração da execução
divisões acontece depois; a transferência de uma outra alavanca na posição
operativa, as restantes definições e cálculos feito automaticamente. com esta
máquina conhecida pode estar na configuração da alavanca de controlo em
automaticamente apenas uma conta, e embora apenas executar um cálculo de
divisão, que termina automaticamente com o retorno da alavanca para a sua
posição original. "
A
descrição detalhada da patente DE871079, concedida a Facit, do projetista Bengt
Carlstron, Erik Konrad e Sture Toorell para o modelo EA.
1942 - Original-Odhner uma nova marca no grupo AB
A Original
Odhner torna-se parte do grupo AB Atvidaberg Indústrias, e
definitivamente vai ser vendida como produto FACIT. Enfim, vai surgir uma gama nova de equipamentos de
multiplicação mecânica, de máquinas somadoras, de calcular com manivela e
elétricas. Todos com marca Facit. Além
das máquinas de escrever, contabilidade e outros produtos.
O Modelo NEK, lançado
em 1943 é uma variante elétrica dos modelos E, e EK. As diferenças
são poucas na aparência, exceto a cor, alterada para um verde mais claro, deixando
o teclado mais visível e houve melhora nos comandos de acionamento. A melhora
ocorreu no motor com capacitor, um componente eletrônico, compensando as variações de tensão elétrica da
corrente alternada.
1945
Neste ano, há o
lançamento do Modelo ESA, com
divisão e multiplicação automática.
1949-1956 - Modelo ESA-0
Em 1949, um novo modelo ESA-O, substituí o modelo ESA, aperfeiçoado maior velocidade, permitindo
compensação elétrica de todos os registros. Esta é uma evolução do ESA,
a cor verde recebe um outro tom, todas as funções são controladas por processos
elétricos mecânico pela primeira vez neste tipo de equipamento.
Invés de duas alavancas, ao lado
esquerdo da máquina e o botão 0, esta máquina tem três teclas vermelhas de
disparo: I, II e III para zerar e
limpar os mostradores. Na versão inicial, o modelo ESA-0 foi equipado com apenas uma alavanca para as posições MULT-ADD-DIV.
A versão
sueca da Facit do Modelo NE, lançado
em 1953, difere do NEK nas teclas de função para adição e
subtração. Ao
contrário, os botões + e - (adição/subtração simples) ÷ (combinado / Sub-chave divisão) x (botão de multiplicação) e a alavanca
SUB-STOP seguem com as respectivas
funções.
1954-1956 - Modelo NLX
O Modelo NLX, lançado
em 1954, substituiu o modelo LX uma vez que sua fabricação
findará no ano deste lançamento. Este modelo durou apenas dois anos, enquanto estava sendo preparado uma máquina mais moderna.
1954-1957 - Modelo NTK
O lançamento do Modelo NTK, 1954 trazia um
modelo menor, com novo visual, nova cor em tonalidade verde, melhor isolamento
acústico, toda numeração operada exposta num mostrador tipo painel, em plástico
em tom creme e claro. As tampas de fechamento eram em duas partes: fundo e
cobertura facilitando a manutenção e correção de problemas técnicos.
As onze calculadoras manuais dos quadros acima, TODAS C1-13 pertencem ao Acervo do Museu Teclas.
1957 - C1-13
O Modelo C1-13, tem toda
a estrutura mecânica do modelo NTK lançado
em 1954. Mudou a cor no tom de 1967.
Além disso, o desenho das tampas foi de autoria de Sigvard
Bernadotte, membro da realeza sueca.
Da Facit NEA foram tomadas sobre o botão ADD verde, recebeu nova pintura em diferentes tons de cinza.
1956-1960 - Modelo C1-19
O Modelo C1-13, têm a
mesma estrutura do NLX, vendido entre
1954-1956,
sofreu várias alterações no desenho, como nas tampas de cobertura, na cor com tom de cinza, uma alavanca de
limpeza do tambor embaixo no lado direito, mas manteve o carro móvel na parte
superior. A caixa foi projetada por Sigvard Bernadotte, o membro da
família real sueca.
1956-1960 - Modelo CE1-13
No ano de
1956, o lançamento do
Modelo CE1-13, teve sua aparência mudado.
Porém, logo perdeu mercado para o modelo seguinte em melhor qualidade.
1956-1973 - Modelo CA1-13
No ano de 1956, houve também o lançamento do Modelo CA1-13, com
aparência remodelada. Derivado do
antecessor, o CE1-13, veio com os cantos das
tampas arredondados, na cor verde em tom de folha, e melhorias técnicas. O painel foi substituído por desenho de
Bernadotte.
1959-1972 - Modelos CM2-16 e 1004
Os dois modelos CM2-16 e 1004, possuem a mesma
estrutura, só são diferentes pela aparência
externa do produto da cobertura. O primeiro modelo, o CM2-16,
fabricado de 1959 até 1967 continuou
em seguida, renomeado de 1004, num
novo desenho da tampa em plástico em branco.
Entretanto, embora o princípio
fosse da Facit T de Rudin, os mecanismos são conceitualmente diverso, diferente em suas características, é alongado em
sua base, fabricada de chapa de ferro, enquanto os modelos anteriores a base é
de dura alumínio.
Outra alteração completamente
diferente, no CM2-16, foi ampliada a
capacidade de cálculo de 11 para 16 casas contém um teclado em bloco na
forma moderna de teclado reduzida das somadoras, um outro assunto no qual a TECLAS irá se debruçar em seqüência.
Modelo CM2-16S
Além do modelo CM2-16, a Facit colocou no mercado, a versão simplificada com os modelos CM2-16S e uma variante o CM2-13S, de capacidade menor 9 × 8 × 13. Esses modelos duraram um
curto espaço de tempo.
1967-1972 - Modelos 1005
No ano de 1967, com o lançamento do a Modelo 1005, a AB Åtvidabergs
Industrier desde do ano anterior, passará a chamar-se Facit AB, finalmente no mercado com a primeira e única totalmente máquina
automática de quatro operações, com uma unidade de impressão.
No modelo 1051 equipado com rolo, capacidade total de 13 casas de impressão, um
produto de a velocidade de processamento de 430 revoluções por minuto. O controle
dos processos complexos da unidade mecânica, de acordo com as patentes DE1524033, US3451617 e US3484041 foi
projetado por Erik Konrad Grip.
1959-1973 - Modelos CM-16/02 - CA 2-16 - 1007
Com curta duração, mas
interessante citar, surgiram do modelo CM
16/02 de 1959 com mesmo sistema mecânico,
numa versão elétrica e em 1962, o chamado
CA 2-16
interrompida sua fabricação em 1973. Por
fim, uma remodelação do modelo 1004, o
1007.
Fim das calculadoras do “Padrão
Facit Rudin”
Enfim, desapareceram as últimas
novidades Facit, fundamentadas no padrão inciado por Rudin, no campo de
calculadoras eletro-mecânicas, o final veio em paralelo. Findava
assim, modelos das calculadoras só com fins de cálculos. As máquinas de
cálculos com impressão, seguiu um caminho sem retorno aos fabricantes.
Chegaca gradativamente ao mercado as calculadoras eletrônicas, ainda carentes de aperfeiçoamento., isto permitiu as mecânicas um prazo no qual elas resistiriam ainda por
um espaço de tempo. Por mais de um centenário, dos cálculos comuns, aos mais avançados, nas milhares de atividades exercidas por profissionais ou pessoas comuns, das calculadoras criadas pelo método de Blaise Pascal, aos tambores de Leibniz, destes os princípios criados por W T Odhner aperfeiçoados por Rudin no padrão Facit, perderam seu campo de precisão e, neles estava a mecanografia se aproximando do fim.
Sundstrand
Consideramos a contribuição dos “
Sundstrand” fundamental para
as atividades mecanográficas, notadamente pela invenção do teclado numérico.
Embora tenham progredido em outras atividades da indústria americana, nos
concentraremos apenas naquilo de interesse à nossa atividade.
1882
Neste ano, a família Sundstrand,
formada pelo casal Lars G. Sundstrand e
Anna Sundstrand, após imigrarem da Suécia aos EUA, se localizaram em Rockford, Illinois. Nessa cidade, a
quantidade de imigrantes suecos era numerosa.
O casal trouxe o filho David Sundstrand (foto ao lado esquerdo)com um ano e meses de
idade, nascido na Suécia em 8 de março de
1880. Outros filhos do casal foram: Oscar Sundstrand nascido nos EUA, em
Rockford, a 21 de novembro de 1889, Adolph,
Agnes Sundstrand e a irmã mais
nova Elizabeth.
O patriarca Lars
trabalhou como empreiteiro em Rockford
durante muitos anos. David e Oscar foram criados em
Rockford e freqüentaram escolas locais. David Sundstrand mais tarde,
trabalhou como aprendiz, na Ingersoll
Milling Machine Co., em Rockford.
A empresa
fundada em 1891 por Winthrop Ingersoll
mudou-se de Cleveland, Ohio para Rockford,
dedicada quase inteiramente no ramo de máquinas, processos de moagem e remoção de metal.
1905
Neste
ano, é fundada a Rockford Tool Company, na “sueca” Rockford, Illinois, por Levin
Faust, inventor e maquinista. Levin Faust, inventará um pequeno
mandril de metal para esculpir móveis. O inventor convidou dois jovens fabricantes de ferramentas, Elmer Lutzhoff e Swan Anderson, para se associarem no empreendimento investindo US$
500 cada, correspondente aos recursos necessários para tocar o negócio.
Todos suecos.
Levin Faust também desenhou um dispositivo de polimento, que se
tornou o produto mais popular da empresa. As
vendas aumentaram e os sócios, decidiram buscar mais capital para expandir e
financiar novos produtos. Convenceram Hugo Olson, contador e agente de
seguros, a investir US$ 1mil e se tornar um parceiro na empresa, e mais ainda, atuar como
consultor financeiro.
Hugo Olson também nascido na Suécia em 1877, imigrou à Rockford em 1892. Freqüentou as mesmas escolas locais, Brown's Business College. Formado na
faculdade, trabalhou em Rockford, num
escritório de seguros onde chegou a chefe
contador.
1906
Neste ano, David Sundstrand sentiu oportunidade
de trabalhar por conta própria, abrindo uma pequena oficina de reparações, com
instalações limitadas, na cidade de Minneapolis.
1908
Neste ano, em 12 de
maio, Agnes Sundstrand casou-se com Edwin Cedarleaf. Os
irmãos da esposa,
David, Adolph e Oscar mais tarde, se
associariam em negócio com o cunhado.
Edwin Cedarleaf nasceu em 23
de outubro de 1879 em Smoland,
Jon-Koping, Suécia, filho do ferreiro e maquinista John Cedarleaf e de Agusta
Cedarleaf. Imigrou em 25 de abril de
1902, para Chicago, onde viveu com os tios Per e Sophia Cedarleaf.
Edwin, conseguiu seu primeiro emprego na Western Electric Co. um fabricante de ferramentas. Depois mudou-se
para Rockford, Illinois, onde primeiro,
empregou-se na National Lock, Co., depois
na Rockford Lathe and Drill Co.
(ao lado esquerdo, propaganda dessa época da Western Electric que também fabricava máquinas de costuras)
Certa manhã, Edwin viajava de bonde ao trabalho, no assento do veículo havia um jornal
deixado por algum passageiro. Ao lê-lo, um anúncio
chamou-lhe atenção: uma pequena loja estava à venda no distrito de energia
hidráulica. Naqueles tempos, a energia elétrica era raridade e a hidráulica somente ao lado de algum rio.
Ao invés de dirigir-se ao trabalho, continuou no bonde até o
local anunciado. Tratava-se de uma pequena
empresa fabricante de fresadoras de bancada. Edwin interessou-se
pelo negócio, discutiu os termos da compra, tratou de concretizar
o tal negócio.
Obteve empréstimo num banco local, mas o negócio precisava de
mais sócios. Edwin convidou o cunhado Oscar Sundstrand, que acabara de
voltar de Minneapolis, onde trabalhou na loja de máquinas do irmão David.
A origem da empresa comprada pelos cunhados, remontava ao
final ou princípio do século anterior, cujo nome era Dahlen Brothers Co. A nova empresa formada inicialmente por Edwin
Cedarleaf e Oscar Sundstrand foi denominada “Rockford Milling Machine Co.”.
Estava localizada um prédio, a leste da South Main Street, no distrito de energia hidráulica, que tanto
interessou a Edwin Cedarleaf.
No mesmo prédio de três andares, da 668 Race Street da cidade de Rockford, também estava instalada outra
empresa: a Rockford Tool Co.
fundada em 1905, alugando o
segundo andar, para fabricar ferramentas de corte, máquinas pneumáticas de
polimento e de polimento para fábricas de móveis.
O edifício tinha um cartaz pintado "Rockford Tool Co.". Na
direção desta empresa na época, estavam: Swan
Anderson, Elmer Lutzhoff, Levin Faust e
Hugo Olson.
1909
Neste ano, o edifício da empresa Rockford
Tool Company ganhava as instalações da empresa vizinha Rockford
Milling Machine Company, propriedade de Oscar
Sundstrand e seu cunhado Edwin Cedarleaf.
As duas empresas estavam em campos relacionados de
fabricação, de certa forma concorrentes, porém unidas quer pela força
hidráulica, vindo próxima do rio ou na relação amistosa entre parceiros suecos.
Embora operassem completamente separadas, estavam
tão unidas que era difícil distingui-las. O
competente Hugo Olson inclusive atuava como Gerente Geral de ambas.
1910
Neste ano, a Rockford Milling Machine Company
em pleno crescimento mudou-se para um prédio com espaço maior para gerir seus
negócios. David Sundstrand vendeu seu negócio e se juntou ao irmão Oscar
Sundstrand e a Edwin, seu cunhado, nesse novo
empreendimento. Hugo Olson, amigo e sócio
da Rockford
Tool Co., também se associou à empresa.
1911
Neste ano, David Sundstrand, construiu o
primeiro modelo de trabalho de sua máquina de adição. Ao juntar-se à empresa
criada pelo irmão e cunhado, trouxe consigo amostras do projeto da máquina de adição
com dez chaves, fruto de sua invenção.
Não há dados sob o interesse do inventor nas máquinas de adição
(cálculos), nem quando houve o despertar, qual foi a influência, etc.. Entretanto, no EUA haviam projetos de máquinas de adição e calculadoras manuais, bem como, inúmeras tentativas inventivas de máquinas mecanográficas.
A Rockford Milling Machine Company estava se expandindo
rapidamente.
1912/1914
Em 1912, David
Sundstrand registrou patente nos Estados Unidos para uma calculadora de
somar com impressão, teclado de dez teclas de duas linhas, que foram
emitidas em 1913; no ano seguinte, 1914
obteve outra patente numa versão melhorada com teclado em três filas.
1914
Neste ano, o inventor sueco David Sundstrand (1880-1930) imigrante
nos EUA, lançou no mercado o modelo da sua primeira máquina de adição, a Sundstrand. A designação de
“10-chaves”, exemplifica que é um teclado reduzido com apenas 10 teclas composto com números de zero
até nove.
|
Modelos de teclado numérico reduzido, aplicado em alguns exemplares |
O teclado usual
da época, era composto por fileiras inteiras, repetindo números em cada fileira
horizontal, na ordem de uma fileira só com números 1, 2, 3 até a fileira 9, cada
qual na horizontal em máquinas de adição até aquele momento. Este é o teclado
cheio.
O novo teclado
numérico composto somente com numeração de zero até 9, veio a prevalecer nas
somadoras, calculadoras e uma série de equipamentos e mesmo tão comum, nos atuais
computadores, telefones e celulares. Este invento recebeu a patente n°
1198487, publicado em 14/março/1914 e 19/setembro de 1916. Portanto, David Sundstrand foi o inventor do teclado, chamado de reduzido.
Até está década, as máquinas industriais fabricadas pela Rockford
Milling Machine Co. eram acionadas por correias à partir de um eixo de
linha, movido por energia hidráulica. A energia
de corrente elétrica “alternada”,
providas por usinas hidrelétricas, cada vez mais estava disponível para
residências, mas principalmente, para as plantas industriais, tornando necessário
equipar as máquinas com motores.
Adolph Sundstrand, irmão de Oscar e David,
tinha projetado um torno chamado de "Stublathe", o qual adotava um
novo conceito de manuseio, recursos mais avançados, desenhado com um desvio
radical.
(Oscar, em foto ao lado esquerdo)
O “Stublathe” tornou-se muito conhecido
nos EUA e em vários países. Utilizado na industrialização de automóveis e
máquinas agrícolas, assim como, parte importante da produção de
máquinas-ferramenta da Rockford Milling Machine Co.. Este
modelo de torno permaneceu popular até 1966.
1926
Neste ano, no mês de junho, Hugo Olson sugeriu que as duas empresas Rockford Milling Machine Company e Rockford
Tool Company se fundissem. Embora por caminhos separados, as empresas mantinham boas relações
industriais a quase dez anos, o rápido crescimento do negócio, no ramo
das máquinas de somar, tornos e outros produtos, exigia ampliação, diversificação
e mais espaço de produção.
A nova empresa foi renomeada como "Sundstrand Machine Tool
Co.", tendo
como presidente, Hugo
Olson. As
vendas cresceram tão rapidamente, que a Sundstrand,
criou uma subsidiária, a Sundstrand Adding Machine Company,
para cuidar especificamente das máquinas de adição.
Os Sundstrand construíram um
novo edifício, com quatro andares para acomodar seus empreendimentos, a Sundstrand
Adding Machine Co. ocupava um desses ambientes.
1927
Neste ano, a empresa concluiu não possuir estrutura suficiente
para comercializar as máquinas de adição, cada vez mais populares, atingindo
mercados cada vez maiores. Hugo
Olson era o presidente da empresa e, poucos
meses depois, ficou decidido à venda das máquinas de adição Sundstrand.
A compra da Sundstrand Adding Machine Co. foi
feita pela fabricante de máquinas de escrever e outros equipamentos de
escritório, a Underwood Elliott-Fisher Co. sendo adquiridos todos os
direitos da linha de produtos. A Sundstrand aceitou
uma proposta espetacular de três milhões de dólares, a maior
transação industrial na história de Rockford até aqueles tempos.
No final do ano, em dezembro, a fusão ocorrida entre a Underwood Typewriter Company e Elliott-Fisher Company, passou a ser denominada: Underwood
Co. levando para sua fábrica, Oscar Sundstrand como engenheiro
de pesquisa, designer e desenvolvedor das Sundstrand.
David Sundstrand o inventor do teclado
numérico, desassociou-se do projeto das máquinas de somar e passou seu tempo
projetando e desenvolvendo tornos, centralizando máquinas, etc. da "Sundstrand
Machine Tool Co.".
1949
Neste ano, Oscar Sundstrand se aposentou aos 60 anos, da Underwood Co., três anos depois, em 1952, foi
convidado pela Victor Adicionando
Machine Company para assumir cargo de consultor técnico para enfrentar a força dessa concorrente.
1954
Neste ano, Oscar ainda apresentou
uma série de patentes para novos mecanismos de função, como de multiplicação
automática e divisão, incorporados em novos modelos série “Costum” de 1955 e na série Premier, em meados dos anos 60, nas
máquinas Victor Adicionando Machine
Company.
1959
As máquinas Sundstrand
permaneceram em produção até este ano, quando a Underwood foi adquirida pela Olivetti.
1968
Até este ano, Oscar Sundstrand trabalhou na Victor. Faleceu poucos anos depois em 06 de janeiro de 1972 aos 82 anos.
O “grupo familiar Sundstrand” continuou
uma longa trajetória no campo da tecnologia com as gerações futuras progredindo,
com trabalhos ligados inclusive com a NASA, mas esse não é nosso alvo. É importante frisar
outra vez, a contribuição inventada por David Sundstrand,
isto é, o teclado numérico e o conjunto de mecanismos articulados de
funcionamento dessa simplificação mecânica, foi fundamental para o
desenvolvimento de uma vasta gama de máquinas, como a Victor e tantos outras, que continuou por décadas atingindo outros
inventos até nossos dias.
Monroe
Neste ano em 6
de janeiro, em South Haven, Michigan nasceu Jay Randolph Monroe, III, filho de
um banqueiro de Michigan, de ascendência escocesa. Seu avô, foi o juiz Jay Randolph Monroe, fundador da
cidade de South Haven, onde havia
nascido e crescido nas margens do Lago
Michigan, onde também foi o primeiro a interessar-se pela prática do
esporte náutico à vela. Seu tio, Jay Randolph Monroe, Jr, era um
banqueiro em Kalamazoo, o acréscimo (Jay
Randolph Monroe III) do algarismo romano, obedece a repetição familiar
do mesmo nome e sobrenome.( lado esquerdo, Jay R. Monroe III)
1893/1900
Neste período, recebeu educação clássica completa na Flórida.
1901/1903
Nestes anos, estudou no Kalamazoo College Preparatory School, Michigan.
1906
Neste ano, recebeu a graduação em advocacia na Universidade de Michigan, e no mesmo ano
conseguiu emprego na Western Electric
Company, de Chicago, não como um advogado, mais como funcionário
administrativo, numa atividade muito diferente daquela que estudou, quem sabe
por influência familiar (como apontado, seu avô era juiz).
1907
Neste período, em 1907 foi transferido pela
empresa para Pittsburgh, onde veio a contrair as núpcias.
1908
Neste ano, em 22 de agosto casou-se com Bette
Belle Baughman.
1910
Neste ano, é transferido para a cidade de New
York, como o caixeiro principal
geral, na época uma espécie de administrador de negócios.
1911
Neste ano em New York, Jay Randolph Monroe III por conta de
suas atividades comerciais, conheceu pela primeira vez a calculadora “Baldwin
Calculator”, inventada e patenteada em 1874 por Frank Stephen
Baldwin.
Essa invenção de Baldwin ganhou a Medalha John Scott pelo Instituto Franklin como a invenção mais
notável do ano. Entretanto, não entrou em uso comercial tendo seu
desenvolvimento e testes operacionais prejudicados. Jay Randolph Monroe III conheceu
Frank Stephen Baldwin, travaram
estreitos contatos, acertaram enfim um método para fabricar o invento.
1912
Neste ano, em abril, Jay Randolph Monroe III depois de
boa reflexão, fundou em Nova York, a Monroe
Calculating Machine Company para fabricar máquinas de adição e calculadoras. Monroe
III sentia que poderia ser bem mais do que um concorrente: ter sucesso
caso projetasse uma máquina eficiente.
A empresa de Jay Randolph Monroe III ganhou
reforço financeiro de seu primo mais velho, Stephen B. Monroe
juntamente com um grupo de sócios de Kalamazoo. (ao lado esquerdo modelo de 1912)
A Monroe nascia desse aporte
significativo, juntamente com os recursos do fundador, com este montante,
formou-se o capital original dessa empresa. A Monroe durante muitos
anos, esteve sediada em Orange e Morris Plains, em New Jersey, com
suas fábricas em Nova Jersey, Bristol,
Virgínia e Amsterdã .
Jay Randolph Monroe
III
Embora oriundo de outra formação acadêmica, Monroe
era por natureza - homem de negócios – com tendência natural pela mecânica, percebia
bem as limitações das calculadoras e somadoras da época.
As máquinas de adição e catalogação usadas pelas casas bancárias
eram grandes, pesadas, limitadas, só executavam adição e totalização. As
demais operações esbarravam em limitações técnicas.
Existiam as máquinas de Felt, os “Comptômetros” de teclado cheio, capazes de adição muito rápida, precisa,
de fácil manejo; mas para fazer multiplicação e divisão, exigiam um operador treinado
e qualificado para obter sucesso nessas operações.
Também existiam as calculadoras baseadas nos mecanismos do
tipo “catavento”, com rodas de pino e
tambor, mostradores rotativos e visíveis, inventadas por Odhner, de manuseio simples em
todas as operações, porém sem imprimir em papel. A Burroughs Adding Machine Co. já tinha um bom conceito em somadoras com
impressão, em franca expansão.
Monroe, percebia haver a necessidade de se projetar uma
calculadora simples e portátil, com treinamento mínimo para os operadores
usarem em seus negócios. Buscou em máquinas com chave e calculadoras rotativas de capacidades
aritméticas completas.
Frank Stephen Baldwin
Frank Stephen
Baldwin, foi um americano nascido em 10 de abril de 1838 e faleceu em 8 de abril de 1925, inventor de uma calculadora tipo “pinwheel” em 1874.
1873
Aos trinta e cinco anos, Baldwin que era arquiteto por
profissão, mudou-se com a família para Filadélfia,
onde dedicou-se intensamente ao ambiciosa projeto.
1874
Neste ano, em 28 de
julho projetou e obteve patente emitida da máquina de somar denominada de "Aritmômetro"
em de 1874. Conseguiu produzir dez de
suas máquinas de calcular e ao terminar, vendeu
uma ao escritório da estrada de ferro de Pensilvânia
a George M. Taylor, auditor de
recibos do frete da empresa. Foi uma das primeiras máquinas de adição vendidas
nos Estados Unidos.
Neste ano, Baldwin
patenteou a máquina com a denominação: “Baldwin Computing Engine”, com
possibilidade de executar as quatro operações.
1905
Neste ano, Frank
Stephen Baldwin iniciou o projeto tentativa de pôr essa máquina nova em
prova de função, porém ainda iria esperar mais anos para fabricar a Baldwin. (foto à esquerda deste modelo)
1908
Neste ano, é concedida patente, a outro equipamento a "Baldwin
Recording Calculator", uma máquina com impressão em bobina dos
cálculos efetuados.
1911
Neste ano, a união de objetivos entre Frank Stephen Baldwin com Jay Randolph
Monroe III permitiu finalmente a
compra do segundo, dos direitos exclusivos para fabricar a máquina inventada
pelo primeiro, através da Monroe Calculating Machine Company.
1920
Neste ano, vivendo em East
Orange, New Jersey com esposa e filhos, finalizou seu projeto com a participação
de
Jay Randolph Monroe III.
Baldwin
continuou a trabalhar no desenvolvimento de uma variedade de mecanismos para
calculadoras ao longo de sua vida produtiva, como inventor prolífico garantiu patentes em vários campos. Duas
de suas calculadoras foram para exibição no Instituto
Franklin onde foi premiado com a Medalha
John Scott como a "invenção mais
meritória" do ano.
1925
Neste ano, Frank Stephen
Baldwin faleceu pouco antes de completar 87 anos.
1913
No ano seguinte da fundação, a empresa mudou-se para New Jersey, onde a nova empresa adquiriu as instalações da Pike
Adding Machine Company, que após ser comprada, transferirá seus modelos e patentes, para a Burroughs
Adding Machine Co. sua adquirente.
Jay Randolph Monroe,
III, começou se utilizando dos princípios da Baldwin Calculator, no
pequeno quarto alugado de Newark, Nova Jersey, nas instalações da Pike.
Contando o pessoal da fábrica com apenas
nove homens e, usando equipamento pesado, constituído de um torno e duas
pequenas prensas.
Esse ferramental simples, usado com precisão, mantidos milésimos
de polegada nas tolerâncias das peças a serem fabricadas, garantiria um bom
desempenho geral na montagem da máquina. A Monroe Calculating Machine Company
com essa filosofia iniciou a fabricação da primeira Monroe Adding-Calculator.
Neste projeto, Jay R. Monroe
desempenhou papel significativo mecânico e inventor com várias patentes
desenvolvidas para melhor aprimoramento técnico, desse novo equipamento de
cálculo.
1914
Neste ano, é lançada a primeira “Monroe High Speed Adding Calculator” ao mundo dos negócios,
buscando uma fatia com seu produto mais avançado. O começo, do denominado mais tarde “o mecanismo de Monroe”
recebeu sua patente nos Estados Unidos
sob n°
890888 de 1908, projetada quando Baldwin estava com 70 anos. Baldwin
morreu em 1925, pouco antes
de completar 87 anos.
Um dos projetistas da Monroe
Adding-Calculator foi Edgar Phinney com importante
participação, permaneceu trabalhando em seu desenvolvimento até aproximadamente
1920.
1915
Neste ano, começou a ser fabricado modelo
"D" que tinham a numeração de série abaixo de 4.000. Entretanto, os primeiros
modelos de calculadora designados pelas letras, “A, B e C” têm seus
registros perdidos por terem sido dedicados à construção do modelo piloto
adequado.
1916
Neste ano, começou a fabricação do modelo
"E" com seus números
de série começando a partir do n° 4.000. No ano seguinte, veio o modelo "F" com números de série
acima de 6.000, ou seja, o ano anterior foi construído 2 mil máquinas.
1917
Neste ano, é lançado o modelo
"F" com números de
série acima de 6.000. Também neste ano, chegou
para desenvolver o departamento técnico da Monroe Calculating Machine Company, o
engenheiro George Chase, logo designado como coordenador principal da empresa.
George Chase permaneceu por mais de trinta anos, ativo na
empresa até a década de 1950, ajudou a projetar os modelos K, L
e M e a MonroeMatic, fabricados e lançados conforme descrição abaixo.
1919
Neste ano, é lançado o modelo "G" a primeira
máquina de estilo mais aprimorado, com numeração de série acima de 20.000. Ainda foram lançados os
modelos "H" e "I" como novas opções.
1921
Neste
ano, é lançado o modelo
"K" uma máquina manual, de grande sucesso e aceitação no mercado e uma
alavanca para o sucesso da Monroe
Calculating Machine Company. Baseada
nessa série surgiram os modelos: KA, KAS, KAA,
KASC, KASE, todos automáticos, bem
diferentes das antigas.
1929
Em seqüência foi lançado o modelo "L" produzido
entre janeiro de 1929 e fevereiro de 1971. O modelo
"M" foi uma máquina de melhor
qualidade do que a anterior.
No período de 1920 a 1970, a Monroe era um
equipamento amplamente usado em centenas de escritórios de engenharia e em aplicações
uso científico e comerciais.
Anos 1930
A Monroe Calculating Machine Company, para
melhorar seu perfil, adquiriu neste período, uma gama de máquinas com
impressor, de adição e listagem de teclado completo da empresa Gardner.
1932
Neste ano,
a empresa recebeu a Medalha John Price
Wetherill do Instituto Franklin
pela eficiência de seus produtos.
1937
Neste ano, no dia 29 de abril, faleceu de hemorragia cerebral, em sua casa
em South Orange, New Jersey Jay
Randolph Monroe III - o fundador da Monroe Calculating Machine
Company.
Monroe III exerceu várias atividades profissionais, foi presidente
de duas subsidiárias, a Gardner Company, fabricante de
máquinas de somar e a Defiance Manufacturing Company,
fabricante de máquinas de cheques.
Também foi vice-presidente da Monroe Realty Company
fundada por seu pai junto com um diretor do Maplewood
Bank de Maplewood, de Nova Jersey;
presidente da Calculator Equipment Corporation, e diretor do Saving Investment and Trust Company das
Laranjas de Nova Jersey.
Período
pós- guerra
Depois da Segunda
Guerra Mundial, a Europa precisava
ser reconstruída e o Plano Marshal com fartos recursos fomentou
a reconstrução européia, favorecendo várias atividades, como a construção de
novas plantas de fábricas.
A Monroe também partilhou desses recursos estabelecendo novas
fábricas na Holanda e na Itália. Máquinas de adição de 10 teclas
com sua marca, foram construídas pela Olympia na Alemanha e revendida em todo mercado. Foram fabricadas uma série de
modelos opcionais.
1940/1950
Neste período, foram desenvolvidas pela Monroe
Calculating Machine Company uma linha bem sucedida de máquinas de
contabilidade, tendo acoplado no sistema as calculadoras de impressão Gardner.
1958
Neste ano, a empresa Monroe Calculating Machine Company
foi adquirida pela Litton Industries, tornando-se parte do grupo de negócios
da Litton.
1960/1970
Durante a década de 60, o desenvolvimento e a produção
das calculadoras Monroe continuaram,
porém na década seguinte, o nome da marca “Monroe”
passou a ser utilizado nos equipamentos de escritório e fotocopiadoras dentro
do Grupo
Litton.
A gama de produtos com marca Monroe abrangeu uma extensa variedade de produtos mecanográficos,
com características diversas, passando por máquinas a manivela até as
elétricas, de alta velocidade com múltiplos registros e multiplicação e divisão
totalmente automáticas, com diversos modelos competitivos e sucesso de vendas.
Como o modelo N da série MonroeMatics, desenvolvida
por Herman Gang.
1964
Neste ano, em 2 de
dezembro, numa quarta-feira, a Divisão da Litton Industries, a The
Monroe International lançou a calculadora eletrônica de mesa, entrando no mercado
de produtos futuros.
1970/1980
No período dessas décadas a empresa já tinha cerca de 300 filiais de vendas e serviços nos Estados Unidos e muitos representantes
espalhados em diversos lugares fora do continente americano.
Por volta de meados dos anos 1980,
a empresa perdendo mercado na linha de calculadoras, passou a diversificar seus
produtos, lançou uma linha de copiadoras com rótulo privado (fabricado pela Mita Corp.), trituradoras de papel em
corte transversal e outros equipamentos de escritório. Entretanto, a produção desses
itens seguiu de modo descontinuado.
1972
Neste ano, a Monroe continuou
perseguindo o mundo do futuro. Anunciou ao mercado uma calculadora eletrônica
de bolso por US$ 269.
As calculadoras eletrônicas fabricadas no Japão, tinham baixo custo de
fabricação, enquanto em outros países o valor era muito alto. A larga
distribuição no varejo, desses equipamentos portáteis em pouco tempo, estavam prontamente
disponíveis.
A chegada das calculadoras portáteis transformou o mercado levando as
calculadoras como Monroe, Friden,
Marchant e outras, a sofrer um impacto de concorrência violenta, no que resultou nas décadas seguintes no completo
desaparecimento da linha eletro-mecânica.
1984
Neste ano, a Litton
vendeu toda essa linha ligada ao escritório e a mecanografia. A empresa passou
por várias denominações, por último como Monroe Systems for Business, também
foi conhecida como THE
Calculator Company e Monroe Division de Litton Industries.
A empresa ainda
fabricou as máquinas:
- calculadora
eletrônica com visor, séries 400
e 600;
- calculadora com bobina de
papel e visor séries 1300 e 1400;
- calculadoras modelos programáveis,
séries 1600 e 1800, feitas por Compucorp OEM
- máquina de faturamento, modelo 200,
para contas a receber e outras funções.
- máquina de cálculo Monroe
modelo XI ou "Monrobot
XI"
Marchant
1910
Neste
ano, em meados do final, foi fundada a Marchant Brothers pelos irmãos Rodney Marchant e Alfred Marchant. A sede da empresa
ficou localizada no Edifício Realty
Federal, no centro de Oakland,
Califórnia, e a fábrica na esquina da Powell Street e 4th Street (atual Horton
Street) em Emeryville, para
fabricação de máquinas de somar.
Neste ano, em 23 de
fevereiro, Rodney H Marchant, de
Oakland, Califórnia obteve uma patente nos EUA sob n° 994.414, com melhorias na mudança e transporte dos
mecanismos de enrolamento da máquina de calcular manual Original Odhner, de estilo pin-roda, o dispositivo conhecido por cata-vento, permitindo uma ação
superior, ao das máquinas Odhner, Brunsviga e outras do mesmo
princípio.
1913
Neste
ano, a Marchant Calculator Machine Company adquiriu os ativos da Marchant Brothers, e iniciou campanha sistemática de vendas das novas
máquinas, especialmente para o Oeste
Americano.
Era é um
exemplo clássico de uma máquina lançada relativamente cedo, fabricada sob as
patentes dos anos 1911 e 1916
obtidos pela Marchant. As máquinas
incorporaram melhorias e, provaram ser extremamente popular com a boa aceitação
do mercado.
Neste
ano, em 1° de dezembro, a empresa
comemorou com abertura formal elaborada de recepção pública, para apresentar a
expansão da fábrica em Emeryville.
1918
Neste ano, Rodney Marchant por ter
negligenciado a licença dos mecanismos alterados de “pin-wheel” e com estes melhorias de funcionamento, sofreu acusação
de violação sobre as patentes, por parte de concorrentes.
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Documento de 1919 |
Carl
Friden
A Marchant, conseguiu solucionar esse
entrave através do jovem engenheiro sueco chamado Carl Friden que
trabalhava na empresa, mas estava em período de guerra de 1914-18 em Sydney, Austrália.
Foi
durante o tempo na guerra, que Friden
desenvolveu alguns projetos, entre estes, concebeu um novo
modelo para calculadoras, tipo catavento. Ao invés de pinos individuais
no rotor, propôs um segmento de engrenagem deslizante que se estende e retrai
nos momentos adequados, para avançar o registro exigido nas devidas posições.
Ao
retornar à América, Carl Friden vendeu a Marchant um original do projeto para mecanismo “pinwheel” modificado, com isso salvou o futuro da empresa.
1920
Até o final desta década, Friden continuou a
desenvolver projetos para as máquinas do tipo “pinwheel”, além de uma gama de produtos, incluindo projetos para máquinas
de somar manuais, com mecanismos de alavanca, a criação teclado completo, máquinas
elétricas, com multiplicação semi-automática e divisão.
Neste ano, Harold T Avery, tornou-se engenheiro-chefe
da Marchant liderando o desenvolvimento
de um mecanismo notável a "speed
silenciosa", lançada pela primeira vez em 1932.
A velocidade silencioso foi baseada num mecanismo de
movimento contínuo, ajustadas com engrenagens proporcionais e diferenciais. Esse
tipo de aperfeiçoamento, foi o mais rápido e mais silencioso, do seu tempo, base
da produção Marchant nos próximos 30
anos.
Harold
Avery ainda projetou mais de 60
patentes para o sistema de mecanismo de velocidade silencioso.
1935
Neste ano, Carl Friden após ter dado muita
contribuição à empresa aonde começou a trabalhar muito jovem, deixou a Marchant para montar sua própria
empresa de calculadoras.
1952
Neste ano,
a empresa alterou seu nome para Marchant Calculadoras, Inc.
1958
Neste
ano, em 1° de julho, a empresa
fundiu-se com Smith Corona e formou uma nova corporação: Smith-Corona Marchant Inc., ficando a Marchant
Calculadoras, Inc. como uma das principais
divisões da corporação. Mais tarde,
a denominação ficou somente conhecida pela sigla: SCM Corporation.
A SCM expandiu sua gama de produtos, através da revenda de
máquinas importadas, como a alemã Diehl para concorrer com a Friden,
calculadoras mecânicas e eletrônicas, também com impressor de teclado reduzido,
como a Hamann Tenkey Master. Essa
variedade de calculadoras, sob o nome Marchant, incluindo a Clary Addmaster e a Compucorp.
1973
Neste ano, a SCM fechou suas produções.
SCHUBER/Thalles
Emil Schubert (28/dez/1883 Mülsen
Saint Jacob, Saxônia – 1952 Rastatt)
foi um engenheiro construtor de máquinas de calcular, tipo rodas dentadas, um
sistema conhecido como cata-vento. Completou estudos como mecânico em Zwickau, participou do projeto e
fabricação das calculadoras Triumphator, em Leipzig. Abaixo, modelos fabricados pela THALES com participação de Emil Schubert. Ao deixar a empresa, por razões contratuais, não pode levar suas patentes.
1911
Neste ano, Emil Schubert participou
como cofundador de uma empresa: a Thaleswerk Rechenmaschinenfabrik GmbH destinada a fabricar máquinas de calcular (mais tarde Rastatt/ Baden em Landau /
Pfalz). O nome da fábrica e da calculadora foi uma homenagem ao filósofo e
matemático Thales de Mileto (650
a.C.) considerado por Platão como um
dos sete sábios da antiga Grécia.
Os modelo da Thales, como a SN 11139 (imagem abaixo) acionava no sentido horário nas adições e multiplicações; em anti-horário (inverso) nas operações de
subtração e divisão. Um padrão estabelecido para as demais máquinas de calcular deste tipo, convencionado deste as primeiras. Nos comandos de limpeza de cálculos do carro,
em certos modelos foram usadas borboletas ao invés de alavancas.
A Thales foi produzida através dos projetos de
Emil
Schubert em quatro modelos ( A, B, C e D) e algumas séries destes
modelos, como:
A (9X8X13, 4,5 Kg) – AE, AR, AER;
B (9X10X13, 5,5 Kg) – BE;
C (9X8X18, 9 Kg) – CE, CR, CES;
D – DE, THE (1955) e
GE, GEO.
- Modelo
A (1), tipo cata-vento entre 1912-1924 no tamanho de 24x12x9 cm entre
mil e quinze mil unidades;
- Modelo
A (2) tamanho 31x13x10 cm de 16.511 a 19.786;
- Modelo
A (3) este modelo foi produzido entre 1930-1940 om cerca de 43 mil
unidades; (completar dados NET)
O valor de venda da máquina de calcular manual
Thales
modelo A era de 425 marcos.
Abaixo, outros modelos: MEZ 1939 6X5X10; CE 1955.
Schubert
& Co. KG Rastatt / Baden
1936
Neste ano,
Emil Schubert deixou a
Thaleswerk,
como consta no balanço de 31/dez/1936. Entretanto, sem ter a permissão de levar, mais uma vez, seus projetos ou
de usar as patentes (DE 425906 de 30nov1923 e DE 422371 de 14fev1925) de seus
inventos que permitiram colocar em funcionamento as máquinas de calcular de
rodas dentadas
Thales.
1938
Neste ano, após estudar um novo modo para
construir uma calculadora manual, projetou outra e nova máquina de cálculos de rodas
dentadas, a Schubert e fundou uma nova fábrica. A Schubert estava
instalada em Hardbergstr. 11 na cidade de Rastatt
código 76437 no estado de Baden
Wurttemberg tel.: 07222 90960 e fax: 07222. 90696.
O novo trabalho de Emil Schubert resultou
numa máquina de calcular que estava entre as melhores daquele período, seja em
termos de desenho, produção, técnica, leveza de uso e de fácil manutenção.
Foram criados os seguintes modelos: DRV, DW, CRV e CW.
1936/1953 Schubert DR
Os modelos DR foi fabricado na cor preta, com
três modelos em verde no mesmo padrão das DRV.
1953/1974 Schubert DRV
Este modelo, baseada em rodas dentadas,
dispunha de quatro opções, como a mais vendida o modelo de 10x8x13, sendo dez
os seletores de disco para escolha numérica, oito os contadores de cálculos e
treze o resultado das operações de cálculos.
Os modelos DRV diferiam das outras do seu
padrão de calculadora manual com acionamento dos discos, por serem bem móveis, com
cerca de 5,5 Kg, permitindo movimentos leves e rápidos, enquanto suas concorrentes eram
geralmente pesadas e volumosas. Nos países ingleses do Reino Unido com a denominação
de “ADM
Teacher”.
Este modelo, o CRV é muito semelhante ao DRV,
com mesmas dimensões externas diferindo da capacidade reduzida de 6X6X11. Abaixo, ao lado esquerdo um modelo CRV e do lado direito um modelo CW do ano de 1952, do acervo do Museu Teclas.
Foi um modelo que obteve sucesso até o
presente ano, com valores iniciais de 559 marcos, aumentados para 660 marcos,
mas no ano citado (1974) em 205 marcos alemães.
Walther Burömaschinen GmbH, Gertetten
Neste ano, é
fundada uma fábrica por Matthias Conrad
Pistor, chefe dos armeiros do Kassel
Armory, dedicada ao fabrico de pistolas e diversos tipos de armamentos. A
neta de Gustave Wilhelm Pistor casou-se
com August Theodore Walther, ancestral
da família Walther.
1886
Neste ano, Carl
Walther fundou a Walther Company,
em Zella-Mehlis, na Alemanha, seguindo a tradição familiar
na fabricação armas de fogo para caça e tiro ao alvo.
1924
Neste ano, a situação econômica na Alemanha, pós primeira guerra mundial
era terrível, a depressão provocou imensa dificuldade, foi quando a Walther
Company alterou sua atividade fabril, iniciando a produção calculadoras
de roda dentada, baseada nos modelos da Odhner.
Era mais um empresa de armamentos que se voltou para a mecanografia, tal a rentabilidade e alto consumo desses produtos.
A empresa
produziu calculadoras mecânicas de rodas dentadas, sendo as primeiras os seguintes
modelos: Walther n° 1, 2 e 3. Seguidas dos modelos abaixo
mencionadas, todos apresentados e iniciados com a marca Walther, para facilitar a descrição anotamos apenas as designações:
DMK2,
DRKZ; EM, EMKD; R, RK e RKZ; RM, RMK e RMKZ 16; WR10, WR16; WSR 11, WSR
16, WSR 110 e WSR 160.
Neste ano, como Carl Walther GmbH, a
empresa lançou a linha TASMA, somadoras
com um teclado completo e grupo de impressão em papel, diversificando a
produção na linha mecanográfica.
1948
No período
compreendido, marcado pelo regime nazista, a empresa quase desapareceu. Passado
a Segunda Guerra Mundial, a Walther ressurgiu.
Fritz Walther conseguiu construir uma nova fábrica em Gerstetten na qual projetou a linha de
máquinas “Comptess” como as S32
e as calculadoras mecânicas da linha Multa-32
e Multa-33 quer pela eficiência e estética, tornaram-se populares na Europa e, mesmo no
mercado brasileiro, embora com poucas unidades.
1952
Neste ano, marca
o lançamento dos modelos de teclado reduzido, com formas simples: DS 12 “Duplex 12”; S 9; S 12 “Simplex 12”; SM 12 Admulta; SR 12 e SR 13.
1962
Neste ano, marca os lançamentos de modelos: Comptess; Duplex 32; Multa 32; Multa GT; Simples 30; Simplex 32, todos com um projeto moderno, tendo nos contornos externos curvos, um agradável visual, a quem manipulava os equipamentos cotidianamente.
1970
Durante essa década, a empresa iniciou
a fabricação de calculadoras eletrônicas, na tentativa de resistir aos novos tempos, competindo
num novo mercado em franca expansão, porém a forte concorrência, quer pelos
produtos japoneses ou mesmo pelas calculadoras eletrônicas brasileiras
exportada em grande quantidade para inúmeros países. Neste época a Walther contava com 2000 funcionários produzindo cerca de 120 mil máquinas por ano.
1971
Neste
ano, marca lançamentos de modelos com formatos retos, bordas levemente
arredondas: Comptess 11; Diwa 32; Duplex
32, 132 e 232; Multa 32 e Multa 33; Simplex 32; Simplex 224n e BC 424.
1980
A empresa perdurou alguns anos, encerou
suas atividades em consequência de situação financeira no setor de mecanografia.
Porém, ficou somente com o rentável negócios de armas, onde continua nesse ramo de
fabricação de armamentos bélicos. Possui uma subsidiária, a Carl Walther Arms, Inc.,
unidade de negócios em Fort Smith,
Arkansas, USA.
O Museu Teclas possui variados
modelos destas raridades, fabricados pela Walther
em diversos período, como a Walther modelo RMKZ16 n° 59.574, R-0373.
Abaixo, no quadro de imagens, a Walther modelo SRN13 de registro R-0636 do Acervo Museu Teclas é um exemplar de raridade especial. No mesmo quadro, do centro para a direita, vemos mais dois modelos, um 101 e outro uma Victor.
Nesta ABA, mais acima, ao descrever as máquinas Victor esclarecemos sua relação com a Comptograph de Dorr E. Felt. Entretanto, além da tarja "Comptograph com a marca alemã Walther" não há informes entre a Comptograph e a Walther.
Brunsviga
Neste ano, em 3 de novembro, na localidade de Brunswick, Braunschweig, na Baixa
Saxônia, Alemanha, foi formada por Carl
Grimme e Kaufmann A. Natalis, a empresa: Grimme, Natalis & Co., para fabricar máquinas de costuras, uma atividade
em crescimento neste período.
Ao lado, uma máquina de costura também fabricada por indústria que migrou para a mecanografia. Várias empresas começaram fabricando máquinas de costura.
1890
Neste ano,
a
Grimme, Natalis & Co., procurou diversificar seus produtos, quando surgiu uma oportunidade da
produção de calculadoras mecânicas, uma atividade mecanográfica em constante
evolução e, em falta de peças num amplo mercado de consumidores mundial.
1891
Neste ano, a Odhner abriu uma filial de sua fábrica da Alemanha, que por dificuldades de manter duas fábricas distantes, a
empresa negociou com
a Grimme, Natalis
& Co., a licença para fabricar
calculadoras mecânicas.
1892
Neste ano, no
mês de março, a Grimme, Natalis & Co., selou o acordo de licença de patente para fabricar
calculadoras do tipo cata-vento, através do inventor Willgodt Theophil Odhner das
famosas máquinas de calcular mecânicas Odhner
para Alemanha, Bélgica e Suíça pelo valor de 10 mil marcos e 10
marcos por máquina produzida.
Fazia parte da empresa, o engenheiro Franz Trinks que liderou com um grupo de engenheiros e operários da fábrica de costura, num novo e grande projeto: o desenvolvimento de calculadoras mecânicas. Conhecedores da mecânica leve, estudaram modelos existentes para uma nova criação.
Por uma década estes projetos de fabricar calculadoras mecânicas evoluíram, ganharam novas formas de ação, funções mecanicamente inovadoras, com
modificações e patentes continuadas, partindo do projeto original das Odhner. O modelo T. Triplex foi um dos mais avançados tipos que surgiram.
No final deste ano, já haviam sido fabricadas cerca de 60
calculadoras mecânicas, idênticas ao projeto do modelo fornecido pela
Odhner com o nome de
Brunsviga, vendidas por 150 marcos.
Posteriormente, essas calculadoras foram sendo modificadas, com patentes novas,
até surgir uma marca própria.
1892/1901
Neste período a produção da Brunsviga atingiu cerca de 4 mil unidades.
1893
Neste ano, na
Feira Mundial de Chicago, a calculadora Brunsviga,
representando produto da Alemanha,
foi apresentada ao mercado americano, como uma calculadora resistente de 10
casas. Uma outra calculadora mecânica, do alemão Arthur Burkhart,
semelhante ao aritmômetro de Thomas Colmar era vendida por 675
marcos.
1902/1911
Neste período as vendas atingiram
cerca de 11 mil unidades. O mercado de calculadoras na Alemanha tinha boa aceitação de produtos mecanográficos.
Entretanto, na Europa Ocidental a
realidade não era a mesma.
Para aumentar as vendas, convencer
o mercado mais restrito, houve uma intensa campanha publicitária usando o
slogan “cérebro de aço”. Através de
listas telefônicas, foi selecionado clientes potenciais, aos quais foram
remetidos folhetos publicitários para fomentar ação de venda direta. Nos anúncios,
a Grimme,
Natalis & Co.,
prometiam ser possível aprender a usar uma calculadora Brunsviga em 10 minutos.
As vendas feitas
por representantes, recebiam um curso de treinamento durante seis semanas na própria
fábrica da Brunsviga, incluindo além
das explicações técnicas, aprendiam a apresentar solução de cálculos de modo
eficiente.
1921
Neste ano, a
empresa tornou-se uma sociedade anônima, para tanto, sua denominação passou a
ser:
Grimme,
Natalis & Co AG (ou seja,
Aktiengesellschaft). A
Primeira Guerra Mundial trouxe um certo
atraso no desenvolvimento e produção da
Brunsviga.
1925
Franz Trinks foi responsável pelo desenvolvimento técnico das máquinas
de calcular mecânica Brunsviga até o
presente ano, vindo a falecer em 1931. (ao lado esquerdo, o Sr. Trinks com um dos seus projetos na mesa)
1927
Neste ano, a
empresa novamente alterou sua denominação
Brunsviga Grimme, Natalis & Co AG,
mais logo foi renomeada por razões dos seus acionistas, definitivamente para
Brunsviga Maschinenwerke AG., até ser adquirida em
1957.
Produzindo com sucesso, as
calculadoras mecânicas marca
Brunsviga,
com uma série de modelos para diversos fins de cálculos, com a principal
característica de ser um produto mecanográfico muito resistente, ideal mantido
até o término de sua produção. A empresa ganhou preferência no mercado de boa parcela de clientes, fiéis ao resistente e preciso equipamento de cálculos.
1932
Neste ano, foi apresentado a
calculadora mecânica Brunsviga 10, projetado com rolos
escalonados, permitindo a Brunsviga
lançar não apenas calculadoras de rodas dentadas, mas um novo padrão de
mecanismo de cálculos.
Segunda Guerra Mundial
Neste período, cortes
importantes no desenvolvimento da empresa em consequência do período bélico,
causaram restrições na construção e projetos das máquinas de calcular Brunsviga.
1946
As instalações fabris,
visto do ponto destrutivo da guerra, sofreu danos insignificantes permitindo a Brunsviga
Maschinenwerke AG., que
dois terços da produção chegasse ao normal.
1952
Neste ano, a produção chegou a
260 mil máquinas. Nos anos seguintes, as calculadoras
tinham aceitação garantida num crescente mercado, mas a concorrência também
imperou com melhores artigos, ainda tinha a pressão de preços causada pelo
desequilíbrio financeiro do pós guerra, principalmente na Alemanha devastada pelos horrores da guerra.
1957
Neste ano, a Brunsviga Maschinenwerke AG., chega ao auge
das dificuldades, a situação financeira insustentável. Com as operações em
declínio, a empresa entra em acordo com a Olympia
Werke AG de Wilhelmshaven do
grupo AEG, para fomentar com capital
o incremento de seus produtos.
1959
Neste ano, em 16 de janeiro, o acordo não vingou e os
ativos da Brunsviga
Maschinenwerke AG., foram transferidos definitivamente para a Olympiawerke AG.
1963
Até este ano, a Olympiawerke AG., que havia assumido a
distribuição dos produtos da marca Brunsviga como a mais recente linha
13RM, sentia dificuldades de inserir no mercado mecanográfico estes produtos,
em fase dos novos modelos e marcas, mais modernos, mais leves, com mais velocidades, ágeis,
novos recursos e projetos atualizados.
1967
Os produtos Brunsviga
estavam sendo fabricados na unidade da Espanha.
A empresa permaneceu durante um século na localidade antiga de Kastanienallee, 71, cuja denominação
nova ficou: rua Exerzierplatz, 71.
No presente ano,
ocupou uma nova planta no novo edifício, na
Gifhorner
Strasse. Durante sua história, a
Brunsviga
Maschinenwerke AG., produziu em suas fábricas cerca de 500 mil unidades.
Madas
1893
Neste ano, a Madas foi criada pelo engenheiro
suíço H. W. Egli (1862/1925) em Munique que se alia a Otto
Steiger (1858/1923) engenheiro de St. Gallen conhecedor do princípio
e mecanismo da calculadora inventada por Léon Bollée. Em 1892, Otto
recebeu patente de uma calculadora capaz de efetuar multiplicações diretas.
1896
Neste ano, surge a primeira calculadora de
multiplicação direta para ser produzida em série industrial. H. W. Egli
efetuou numerosas mudanças no projeto para melhorar seu desempenho. Assim surgia
uma nova calculadora, com o nome de Millionare.
1897/1935
O preço do produto saiu muito caro, sendo vendidas neste
período, cerca de 5 mil calculadoras.
1898
Neste ano, H. W. Egli retorna para Zurich
onde estabelece uma oficina.
1904
Por fim, neste ano firma endereço definitivo em Wollishofen com objetivo de projetar, desenvolver e fabricar uma calculadora complexa e eficiente.
1908/1911
Neste período, foram projetadas máquinas mais leves, com desenvolvimento de tambores escalonados no estilo do aritmômetro Thomaz, desenvolvidos pelo engenheiro alemão Erwin Jahnz de Zurich.
1911/1927
Durante este período foram feitas mais
modificações, aprimoramentos técnicos, melhoramento nos mecanismos como adição
de motor elétrico e teclado.
1914
Nasce o nome Madas que é um acrônimo de: M
multiplicação, A aomática, D de divisão, A de adição, S
de subtração. Uma marca de produto eficiente, robusto, rápido e para operações com elevado grau de complexidade.
Durante a Primeira Guerra Mundial houve um impacto
na economia européia, afetando países, consumidores e suas fábricas reduzidas a baixas produções.
1915/1935
Este foi o período em que a Egli AG
teve rápido crescimento pela venda de um projeto de calculadora simples com
67cm e pesando 36Kg, como ainda de modelo complexo com motor elétrico pesando
73kg. Em 1919, Frederick Rosing Bull (25/12/1882-07/jun/1925)
consegue patentes de máquinas de tabulação. Foram as seguintes as alterações e
avanços técnicos, segundo cronologia descrita abaixo:
1922
Neste ano, houve o projeto para colocação de
teclado nas calculadoras. Como também foi um ano com muitas greves e reinvindicações.
1925
Neste ano, faleceu H. W. Egli, entretanto
a empresa continuou evoluindo, com o engenheiro Oscar Bannwart e seu
filho Friedrick Egli, assumindo a direção técnica com a esposa de
Egli, Presidente do Conselho, cargo exercido até 1970 quando a
empresa foi liquidada.
Neste ano, surgiu o mecanismo de segurança para
bloquear a limpeza dos contadores se a manivela não estiver em repouso. Este
mecanismo anulava situações de travamento do equipamento.
1926
Neste ano, o motor deixa o lado externo, passa a
ser integrado na própria cobertura que protege a parte interna.
1927
Neste ano, é inserida a tecla DIVSTOP permitindo
parar operações de divisões, além de ser lançado o primeiro modelo completo da Madas.
Também neste ano, houve compra de patentes inventadas pelo engenheiro norueguês
Frederick Rosing Bull (25/12/1882-07/jun/1925) de máquinas de
tabulação, falecido em 1925 de câncer que vai permitir a implementação dessas
máquinas.
1928
Neste ano, mais um item é introduzido, uma tecla de
toque especial para iniciar a multiplicação. Todos esses detalhes deram a
calculadora MADAS uma complexidade de cálculos impressionante, muito eficiente,
com rapidez promovida pelo motor elétrico veloz.
1928/1930
As máquinas de tabulação foram desenvolvidas nesta
etapa com a empresa contando com cerca de 300 empregados.
1930/1935
Neste período nasce uma máquina de tabulação de
dados por meio de cartões perfurados em parceira das patentes, as famosas T-30
lançada em 1931, muito utilizadas até 1949. A Egli-Bull mudou-se em
1931, para a França estabelecendo-se em Paris por ter um mercado
maior e mais facilidade de crescimento.
1944
O engenheiro Oscar Bannwart ficou até
este ano na empresa falecendo em 1946. Friedrick Egli, filho de H.
W. Egli, continuou tendo o filho de Oscar, Herbert Bannwart
Mousson dirigindo a empresa até 1969.
1960/1969
Neste período, marca a decadência do padrão de
calculadoras mecânicas, como a Madas, até o encerramento das atividades
da empresa. Sua complexidade de cálculos estava sendo vencida pela rápidez das calculadoras eletrônicas ou mesmo pelas mecânicas da Olivetti e Facit. Neste ano, Enrico Lagomarsino fundou em Milão, a SICM – Società Italiana Commercio Machine, uma distribuidora de máquinas mecanográficas alemãs das marcas Facit, AD Addo e Brunsviga. Algumas máquinas eram vendidas com duplo nome agregando a marca Lagomarsino, através de permissão por contrato entre as empresas.
1907
Neste ano, Enrico Lagomarsino decidiu projetar suas somadoras devido ao sucesso de vendas desses produtos, fundando uma unidade fabril na Viale Umbria em Milão, a FAI Fabbrica Addizionatrice Italiana.
1910
A fábrica obteve desenvolvimento e cresceu, tendo que admitir cerca de 1800 funcionários neste período.
1918
Neste ano, com a morte de Enrico Lagomarsino, seu filho Luigi Lagomarsino assumiu a direção dos negócios. Luigi possuía espírito empreendedor e logo proporcionou em mercado mundial, o desenvolvimento da marca Totalia Lagomarsino.
1937
Neste período, a empresa Fabbrica Addizionatrice Italiana passa ter uma produção em quantidade de larga escala industrial de máquinas de adição, cálculos e algumas para contabilidade. A Numeria obtém patente em 1º/julho/1938 com aprovação em 1º/maio/1942 projeto de Angelo Raimondi. Abaixo, três aacervos do Museu Teclas, incluso no Museu Virtual deste bloque.
No Pós Segunda Guerra Mundial Deste período em diante, Luigi Lagomarsino introduziu duas novas linhas de produtos, uma com calculadoras eletromecânicas e caixas registradoras e outra no ramo de papelaria, com lápis, tintas, canetas-tinteiro, papéis e artigos de escritório. A marca Lagomarsino foi dividida em duas séries de máquinas: a Totalia e a Numeria, que era um projeto da americana Monroe.
1970-1980
A concorrência com a Olivetti em território italiano ou fora, não era fácil, uma vez que a estrutura mundial dessa marca atingia um grande volume de vendas, uma rede de distribuidores em vários países e no exterior. A produção da empresa continuou até esse período quer pela queda do comércio de máquinas mecânicas ou mesmo devido a concorrência de outras marcas.
INZADI
1935/1938
A máquina de somar de marca conhecida como “INZADI” foi fabricada pela empresa de Sozzi-Inzadi fundada por Angelo Sozzi e Guiuseppe Inzadi (27/julho/1898 em Milão, falecido em 24/dez/?).
Pouco se sabe sobre projetos ou produção da marca Inzadi. Sabe-se que funcionou somente por três anos, produzidas pela Fabbrica Italiana Addizionatrice Saiventi, sediada na viale Abruzzi, 52 Milão.
Neste ano, começou a produziu a Alfa, como primeiro modelo de máquina de somar para o mercado italiano, sucesso de vendas, distribuída pela empresa Cesare Verona com sede em Turim.
O motivo de ter encerrado as atividades no ano de 1938, não conseguimos informações mais detalhadas, entretanto o destino das instalações foi para a Office Serio.
Outras marcas e seus modelos ainda viram....
Abaixo apresentamos três quadros com máquinas de cálculo, algumas já citadas nesta ABA, outras novidades que circulavam em diversos escritórios, mesmo sem muita expressão em vendas, quer pela falta de propaganda, ou quer por não terem sido importadas. Algumas destas, desapareceram nas décadas de 1960/1970.
As marcas Hamann, Morse, Clary e tantas outras que ainda não constam em nossas informações serão ainda detalhadas nesta ABA num momento posterior. Alguns itens estão em edição ou pesquisa, porém temos tido muita dificuldade de encontrar maiores dados.
A ida do homem à Lua
A certeza de cálculos das engenheiras, eficientes calculadoras matemáticas
da mais elevada categoria, juntamente com uso de máquinas de calcular mecânicas
complexas, precisas e rápidas, previam cálculos precisão, como de inclinação do
módulo de entrada na atmosfera terrestre, sua saída e todo seu trajeto. Aqui,
prestamos justa homenagem mecanográfica a: Katherine
Coleman Goble Johnson (26/ago/1918-24/fev/2020)
A matemática, física e cientista espacial Katherine liderou um grupo de mulheres matemáticas, chamadas de “computadores de cor” que trabalhando
segregadas eram as responsáveis pelos cálculos mais avançados de exatidão
incontestável.
Entrou para a NACA em 1953 através de um concurso seletivas
para mulheres, em especial negras. A NACA
passou a denominar-se NASA, a
agência espacial norte-americana. Esse grupo de mulheres negras, produziram
estudos avançados como de “Analise
redução das rajadas para aeronaves NASA” apresentado com sucesso em 1º
outubro de 1958.
Tinham correção na navegação astronômica, calculando trajetórias,
janelas de lançamentos, caminhos de retorno de emergência, utilizadas no Projeto
Mercury desde a primeira missão de John
Glenn e Alan Shepard no Apollo II em 1969. Em 1959, calculou a trajetória
do voo de Alan Shepard o primeiro
americano no espaço. Em 1961, a janela lançamento do Projeto Mercury.
John Glenn, comandante da Apollo II
recusou navegar com os cálculos apresentados pelos computadores da IBM.
Afirmou que só iria ao espaço com os cálculos feitos por Katherine e suas companheiras. De fato, ela refez os cálculos,
descobriu diferenças e a missão foi de completo sucesso, o final reconhecimento
a essa importante cientista.
Calculadoras Eletrônicas
A primeira
aplicação do circuito integrado, desenvolvido por Jack St. Claire Kilby
da Texas Instrumentos, foram largamente usados nos projetos das calculadoras
eletrônicas de bolso, eram pequenas máquinas também com pouca capacidade. Abaixo, calculadora eletrônica Sumlock, antiga de 1967.
A primazia
dessas calculadoras eletrônicas de bolso, tinham visor verde, alimentadas com
corrente de pilhas de 1,5V. A calculadora começava agora, não só a ser
utilizada no escritório, como também, a nível pessoal.
Entretanto,
as primeiras calculadoras compostas por componentes eletrônicos, disponíveis na época, só foram aceitas quando veio o desenvolvimento dos materiais usados nos componentes.
Essas primeiras
eram muito deficientes, o visor eram do tipo com válvulas, não havia circuito
integrando resistores, diodos e capacitores. Os componentes eletrônicos eram encapsulados com material frágel resultando em muita estática e pane.
Década de 1980
Neste década
o avanço das calculadoras somente eletrônicas, foi real e transformador. Seguido pelos desenvolvidos circuitos eletrônicos (CI), feitos por testes, junções e melhoria de materiais, esses equipamentos chegaram a um tipo
padrão. Primeiro, só com visor numérico, depois só com impressor e por fim, completas:
com visor e impressor, substituindo gradualmente calculadoras e somadoras mecânicas,
movidas por motores ou alavancas.
Partindo
desta década em diante, foram desenvolvidos projetos, aprimorados cada vez mais,
os componentes eletrônicos, tornados assim mais eficientes e provocando menores danos, permiram fabricar máquinas de calcular confiavéis e aceitas pelo mercado.
Segundo livreto de abril de 1982, da Occidental Schools, n° 2, “pode-se definir o computador como um
dispositivo que resolve problemas através de cálculos, por meio de um conjunto
de operações matemáticas ou lógicas, em dados ou informações, para obter a
“solução do problema”.
Nessa
definição entram a régua de cálculos, o microcomputador, o minicomputador, a
calculadora. A diferença entre estes, se dá pela capacidade computacional,
velocidade, arquitetura interna, etc., ou seja, o tipo de aplicação e
finalidade a que se destinam.
No nosso
caso,
as calculadoras – um tipo de aparelho digital - servem somente para
cálculos dos mais variados, simples ou complexos. Seu custo foi barateado como
produto de consumo, por ser divido por milhões de unidades. Primeiramente, elas
tinham um teclado e um mostrador numérico ou display. Algumas até podiam ser acopladas
em impressoras, unidades de armazenamento como as fitas magnéticas K-7.
Modelos padrão
No próximo
passo, as calculadoras ganharam um impressor e na fase final de sua evolução
ficaram completa, com display, ou seja, o
mostrador visual numérico, o grupo impressor para conferir os dados, e uma outra estrutura de memória,
ou seja, outra máquina acoplada apenas para somas e subtrações.
As
calculadoras tornaram-se completas, executando todas as operações. Após a
evolução dos circuitos integrados, adquirem funções específicas, aprimorando
movimentos de passos em motores, surgiram outros equipamentos mecanográficos
como: fax, máquinas de escrever eletrônica, máquinas de preencher cheques e outros equipamentos, fazendo uso em
suas estruturas de uma complexidade eletrônica cada vez melhor.
Para informações via e-mail: tecle.teclas@gmail.com
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ResponderExcluirElegant Dept
ResponderExcluirTraduza para meu idioma patrio, aquele falado no Brasil, não falo inglês, ou para o espanhol,
italiano ou mesmo francês.