Historiografia


Histórico das Técnicas para grafar até o modo mecanizado.

Histórico, evolução, técnicas materiais

Origem da Vontade de Grafar, Escrever, Imprimir.

1. Histórico
1. E um dia o ser humano começou a escrever. 
2. Pinturas rupestres; 
3. Arcaicas; 
4. A passagem.

Na foto à esquerda do escriba egípcio podemos declarar afirmativamente que foi neste estágio humano, a primeira ação clássica da arte de escrever sobre um meio portátil de fácil registro, transmissão e leitura por outrem sem dimensão espacial. Enfim, já era um ato de história por um escrevente, para a historiografia. 
Sobre a Historiografia
História, é a arte de escrever e registrar os eventos do passado, uma ciência cujo objeto é o homem no tempo. Historiografia é o registro escrito da história, ou seja, no “tempo de determinado acontecimento”.

Historiografia é uma palavra polissêmica, isto é, significa algo que tem muitos significados. Polissemia é um conceito da área da lingüística com origem no termo grego polysemos. Uma palavra polissêmica em si, reúne vários significados. Vejamos, a palavra vela que é um exemplar de polissemia. Pois pode significar a vela de um barco; a vela feita de cera que serve para iluminar; pode ser a conjugação do verbo velar, que significa estar vigilante.

O historiógrafo é o profissional que se dedica ao estudo da historiografia, ("historiógrafo", do grego Ιστοριογράφος, de Ιστορία, "História" e -γράφος, da raiz de γράφειν, "escrever". Significando"o que escreve, ou descreve, a História".

Historiografia, designa não apenas o registro do escrito histórico, a memória estabelecida pela própria humanidade, através da escrita do seu próprio passado, mas também a ciência da História, com suas interpretações.

O termo historiografia, também é utilizado para definir, estudos críticos sobre aquilo que foi escrito. Como ciência, tem que submeter-se, ao método científico, por exemplo: “um historiador que faz um estudo crítico sobre o trabalho feito pelo historiador Heródoto que viveu na Grécia Antiga, e escreveu sobre o período, produz um trabalho de historiografia. 

Portanto, é com intuito historiográfico que realizamos nosso trabalho, um longo registro de busca e disposição cronológica, das centenas de máquinas, de milhões fabricadas a bilhões de usuários, em cerca de apenas duzentos anos, das mais profundas  transformações da sociedade humana que trouxe em seu bojo, paradoxalmente o período de maior longevidade e riqueza humana, mesmo diante dos mais sérios problemas a serem solucionados. Aliás, problemas estes nascido, do convívio citadino e metropolitano, desafios à natureza humana. 

Heródoto, considerado o “pai da história”, teve a consciência de não deixar que fatos e feitos de sua época, perderem-se no tempo, compôs um vasto material para pesquisa futura de imensa serventia para o estudo de sua época. Herdeiros culturais dos gregos, os romanos também desenvolveram sua própria historiografia.
Senado Romano
Temos exemplos de romanos como:

Cícero, na estátua ao lado, visto como sendo uma das mentes mais versáteis da Roma antiga. Foi ele quem apresentou aos Romanos as escolas da filosofia grega e criou um vocabulário filosófico em Latim, distinguindo-se como um lingüista, tradutor, filósofo. Deixou uma vastíssima obra, escreveu sobre hábitos e personagens do seu tempo.

Suetônio, que escreveu sobre “Doze Imperadores Romanos”; relato interessante e fiel de quem viveu neste período. 

Tácito, que mencionou em sua obra a presença de um certo Jesus de Nazaré, na  Palestina, nessa época província do Império Romano.

Também os judeus e os primeiros cristãos, desenvolveram sua historiografia, como Eusébio de Cesárea. O importante foi que, o conteúdo deixado pelos citados, pode ser conhecido em nossos dias e continuará no futuro a quem querer historiografar. 

A mecanografia como profissão em todos os seus níveis (produção, técnica, conservação, manutenção) findou seu período, assim como findou quase totalmente o ato de escrever mecanizado, uma vez que os novos métodos são eletrônicos digitais, como este que estou utilizando. Portanto, cabe em nossos dias, o estudo e a pesquisa dessa historiografia temática.

Se formos pensar com quais correntes da historiografia lidaremos, na construção do arquivo mecanográfico num certo sentido, numa parte do positivismo, uma vez que vamos seguir o estudo cronológico dos fatos, pela própria necessidade de apresentação gerada pelos inventores e suas fábricas, ou ainda pela tese da duração da mecanografia profissional. 

Em outro aspecto, parte da “Escola de Annales de 1929”, conhecida como Escola das Mentalidades, criada pelos historiadores franceses Marc Bloch e Lucien Febvre que incluem nos estudos históricos aspectos da antropologia, psicologia, geografia e filosofia. 
Ambas correntes, vão permear nosso campo de atividade, provocadas durante o longo aperfeiçoamento das técnicas de escrita mecânica, quer seja pelas mudanças e transformações industriais e socioeconômicas, rompendo barreiras e globalmente presente em todos os mercados e negócios, não importando aonde, sem importe do tamanho de atividade e servindo utilmente aos fins facilitador da realização do trabalho e organização. 

Num primeiro contato de antropólogos com indígenas, uma pequena portátil serviu para relatar todo o novo conhecimento daquele encontro. Num navio em alto-mar, lá estava um radiotelegrafista e seu aparelho. Na certidão de nascimento de uma criança, num lugarejo distante, também existia resistente uma máquina de escrever. Na guerra, servindo de arquivo de caracteres dos acontecimentos bélicos ao correspondente no front. O jornalista narrando o cotidiano em pauta, para entregar: das rotativas as bancas de jornais, seu produto comprado juntamente com o pão e o leite.

A Historiografia tornou-se marcante e ganhou impulso, num determinado período da humanidade, primeiro com o advento da prensa de tipos móveis, depois pela invenção dos equipamentos de escrita mecanizada, notadamente as máquinas de escrever, com capacidade de escolha fixa dos caracteres e na liberdade dos textos e redações.

Foi o uso destes equipamentos de grafia mecânica que acelerou o trabalho humano, diminuiu o desgaste físico e mental, tornou o registro humano mais preciso, volumoso, difundido e compartilhado. Até aparecer outro sistema, dentro de sua base estrutural, saída de tão valioso e inovador instrumento: os equipamentos mecanográficos.
Este quadro, "A lição de anatomia do Dr. Tulp" retrata o estudo de anatomia num corpo morto. É um quadro renascentista pedido pelo Dr. Nicolaus Tulp, aonde este, instrui seus alunos que procuram memorizar as lições do médico. Observem: há somente uma pessoa anotando as lições.

1.1 – E um dia o ser humano começou a escrever.
Quando o ser humano começou a grafar, seja na terra, numa árvore, numa pedra ou no couro de um animal?

Está é uma resposta que nasceu curiosamente, há milhares de anos com os povos antigos, com a reflexão e vontade, de mostrar numa impressão algo para si, a outro indivíduo, a um grupo, a quem por ali andasse. Algo que pudesse ser relembrado no dia seguinte, em outro tempo, talvez quando ali voltasse mais tarde.

A ideia de registrar algo, seja uma caçada, reunião grupal, dança ou qualquer outro motivo de convivência, foi manifesta e só prevaleceu até os nossos dias, por ter sido inscrita num meio mais sólido e duradouro, isto é, em paredes de cavernas.
      
Os meios frágeis – como inscrição em areia de praia, rio ou campo – destes nunca teremos notícia.
Poderemos inquirir: “ Escreveu o ser humano em terra, em algum lugar ?” A arqueologia ainda não nos trouxe essa impressão. Composto por representações gráficas (desenhos, símbolos, sinais) nas paredes de cavernas em épocas intituladas de “Pré-história”, as pinturas mostravam os animais e pessoas do período em que viviam, como cenas de seu cotidiano (caça, rituais, danças, alimentação, etc.). Foi assim que surgiram as inscrições nas pedras, a primeira tentativa de registro das atividades humanas.
Mas também passou a calcular!
É possível afirmar que o ser humano, deu um largo passo, após sua melhor organização social em conseqüência da sua fixação agrária, lá nos primórdios da longínqua antiguidade, em algum momento, sentiu a necessidade de contar. Como isso ocorreu?

Quem sabe, tenha ainda ocorrido quando o “pintor ou desenhista das cavernas” ao gravar numa parede, contava ao seu modo os presentes; ao retratar "aqueles" ali reunidos, identificando a cada um, segundo seu entendimento. Quem sabe, qual destes ou ambos, foram os primeiros seres humanos a ter o primeiro contato com a ideia de cálculo ou somatória. Quantos estavam ali? Assentia quem sabe o ilustrador. 

               1.2 – Pinturas rupestres. (escrever e contar ao mesmo tempo)
Mesmo que o fim fosse retratar, cada um, conforme sua visão percebia, do modo como já vimos nas pinturas rupestres, havia a idéia de conjunto aritmético. Certamente, caso esquece-se alguém, haveria motivo de discórdias,  intrigas, querelas infinitas, mal humor insuportável, resmungos intermináveis, etc. Pois, a natureza humana é sempre a mesma, considerando seu meio, sentimento e formação. Não importa a que tempo ou espaço.
Certamente, de início, em seus cálculos, utilizou a limitação dos próprios dedos; depois, quiçá frutinhas, pedrinhas, pequenos paus, ossinhos ou outros; separando, agrupando, juntando, conforme a necessidade de verificação.
Sabemos que a história das medidas, estabelecidas nos padrões mundiais, comuns de uniformidade, somente no século XX foi acordada por convenções entre os principais países, para equivalência mundial de medidas comuns, com dificultosa aceitação. Destes padrões, somente na década de 60, teve um fim concorde. Mesmo assim, buscamos um padrão atômico e de perfeição extrema.

Qual das duas operações surgiu primeiro: 

escrever? calcular?


Tentaremos entender essa tese, adiante! 

Descoberta da leitura
Se a idéia de uma máquina que escrevesse mecanicamente surgiu pela primeira vez, de modo oficial, na Inglaterra, em 1713 com Henry Mill, passou 159 anos de tentativas para se chegar na invenção concreta de Christopher Lathan Sholes. O caminho da escrita mecânica foi longo e penoso.

Para se ter uma visão histórica do penoso sacrifício da arte de escrever e registrar o pensamento humano através dos tempos, passamos pelas culturas da Mesopotâmia e no Antigo Egito, aonde nos deparamos com a abundância de grafar mais profícua. Porém, foi a civilização dos faraós quem produziu maior volume de dados existentes.

Além disso, o papiro, um suporte de escrita prático, foi utilizado intensamente até o século IV de nossa era, indo mesmo até o século XII quando enfim, chegou a papel.

Os registros da arte da escrita, pressupõe uma outra condição: a leitura. A herança do pensamento clássico grego tinha na memória, nos diálogos, nas conversações e na retórica, não nos livros, a manutenção da inteligência, o passamento da cultura, aspergida nos ambientes dessas discussões como o Liceu, o Ágora, praças ou em inúmeras reuniões particulares. 
Grécia e Roma, prodigiosas culturas antigas
A cultura da Grécia antiga, principalmente na época clássica, embora fizesse uso da escrita, suporte dos seus registros documentais e disseminador do conhecimento, pode-se afirmar que foi muito menor sua utilização, do que no Império Romano. Os filósofos gregos eram mestres de memória, de diálogos, de conversação, valorização, o saber por meio oral, diferente da produção romana. 

A civilização de Roma nasceu numa pequena comunidade agrícola localizada, ao longo do mar Mediterrâneo, fundada na península Itálica no século VIII a.C.  centrada na cidade de Roma, de onde tornou-se um dos maiores impérios do mundo antigo. 

Na foto, à esquerda vista geral de como seria Roma Antiga e suas construções.
O povo romano estava estratificado na seguinte composição:


Patrícios: que eram os grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos. Os verdadeiros cidadãos romanos, desfrutando de vantajosos direitos políticos. Desempenhavam altas funções públicas, seja na administração, na justiça, na religião ou no exército.
Clientes: homens livres que se associavam aos patrícios; prestavam diversos serviços pessoais e disso resultava na proteção social e favorecimento econômico. Serviam de apoio para a dominação política e militar dos patrícios.
Plebeus: homens e mulheres livres, dedicados aos trabalhos agrícolas, ao artesanato e ao comércio. Mesmo apesar dessa conotação singular, haviam plebeus ricos e, com o tempo, foram conquistando mais e mais direitos.
Escravos: como o nome supõe, vêm de “eslavos” ou provinham das guerras, dívidas e uma série de leis previstas pela justiça romana; eram propriedade de um senhor que sob este tinha direito de castigá-los, vendê-los ou alugar seus serviços. Muitos escravos também eram libertados através de uma gama de circunstâncias.
Figuras com seus trajes usuais da Roma Antiga
Em sua existência, essa civilização passou de monarquia para república oligárquica, se transformou num império cada vez mais autocrático no correr dos anos, de conformidade com cada novo mandatário. Dominou o sudoeste da atual Europa Ocidental, o sudeste da região dos Bálcãs, atingindo a bacia do Mediterrâneo, por meio de guerras de conquista e assimilação dos povos envolvidos.
Magistrados romanos Tribuno militar, Questor, Edil, Pretor, Cônsul  e Censor
Devido à instabilidade política e econômica interna e às migrações dos povos bárbaros, a parte ocidental do império, incluindo a Itália, Hispânia, Gália, Britânia e África, dividiu-se em reinos independentes no século V. Esta desintegração é o marco que historiadores usam para dividir a Antiguidade da Idade Média.

Os romanos tinham o latim, como língua nativa. Um alfabeto, baseado no alfabeto etrusco, que por sua vez era baseado no alfabeto grego. A escrita romana usada durante todo seu período histórico obedece a duas modalidades constituídas por dois tipos de escrita totalmente diferentes: 

- a cursiva mais antiga dos séculos I a III, formada de caracteres maiúsculos, que se desenvolve a partir do século III, em escrita composta por letras minúsculas. Percebe-se no quadro abaixo, que não há separação entre palavras ou sentença - tudo está unido;

- a cursiva antiga, era a escrita característica da burocracia, enquanto a capitular servia como escrita para uso solenes e em tudo que se pretendia outorgar a difusão. A cursiva romana nova, também denominada minúscula cursiva ou cursiva romana final, foi usada do século III até o século VII. 


No alfabeto romano, as serifas originaram-se do talhar das letras em pedra, na antiga Itália. Os artesãos entalhariam um pequeno espaço extra no fim de cada traço das letras a fim de prevenir o acúmulo de cascalho e poeira no encave. Além disso, são consideradas uma herança da caligrafia manual na imprensa iniciada por Gutenberg.
A etimologia de "serifa" é obscura, mas não parece ser muito antiga. Aparentemente a expressão surgiu simultaneamente aos primeiros tipos sans-serif (sem serifa) meados do século XIX. 

A escrita desse acervo cultural, de toda sorte, também foi reproduzida, porém de modo muito difícil, encarecido pelo valor do papiro, suporte dessa escrita, meio portátil de impressão e acúmulo de saber. Mesmo assim, a produção cultural modelada em rolos de papiros, foi considerável e, hoje dispomos de um vasto material, vindo do período greco-romano. Muito se perdeu, haja visto a destruição da Biblioteca de Alexandria pelos romanos. O grego, era a linguagem dos cultos, mesmo os Evangelhos escritos após a morte de Jesus Cristo, foram escritos nesse idioma.

Pergaminho num rolo
Do século IV d.C., em diante o pergaminho começou a substituir o papiro como suporte para a escrita, revolucionando um novo processo de produzir documentos.

O pergaminho é obtido a partir de peles de vitela, cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, e preparada para nelas se escrever e pintar. Se feitos de peles delicadas de bezerros ou cordeiros, não nascidos (vitela uterina): chamava-se: pergaminhos velino.

Essas peles davam um suporte de escrita mais flexível, macio, de muito boa qualidade, branco e fino, superior ao do papiro. As peles de pergaminho permitiram substituir o rolo (volumen) pelo códice.

A invasão dos povos bárbaros trouxe estagnação cultural e outras mudanças significativas no feitio de escrita e leitura, uma vez tais populações desconheciam esses aspectos fundamentais para uma vida civilizada.

Essas constantes invasões dos povos vindos do norte, primeiro à convite, para cuidar da agricultura; depois, invadiram por suas prementes necessidades, para domínio e uso de terras. A formulação cultural, os hábitos das classes abastadas, sofreu com o impacto dessas invasões. A proteção pessoal e social, com preferência pela sobrevivência, prevaleceu naquele pedaço central do mundo europeu, acima de quaisquer outros predicados.
Antigas muralhas de Constantinopla resistiram por muito tempo
No Império Romano do Oriente, notadamente Constantinopla, aonde a resistência aos invasores foi maior, graças a um sistema de muralhas circundando a cidade, a cultura continuou sendo aprimorada, principalmente através da documentação em papiro. Lá, a Igreja Católica Romana assumiu sua função de guardiã do conhecimento. Inúmeros códices foram escritos sobre este suporte, até finalmente a construção de mosteiros, tornar-se a frente guardiã do conhecimento, através da compilação dos manuscritos pelos monges.

Uma figura foi de máxima importante nesse evento: São Bento de Núrsia. Nascido Benedetto, (em latim Benedictus) em 480 d.C., na cidade italiana de Norcia, (atual Umbria) no reino invadido pelos ostrogodos. Era irmão gêmeo de Santa Escolástica. Fundou a Abadia do Monte Cassino, na Itália, aonde faleceu em 547 d.C.. Essa Abadia do Monte Cassino foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial, pelos Aliados, posteriormente restaurada. O Papa Paulo VI em 1964, designou São Bento, patrono da Europa, como ainda patrono da Alemanha.

Tanto é venerado por católicos, como por ortodoxos, resultado de sua influência eclesiástica e de seu profícuo trabalho religioso.

Fundou a Ordem dos Beneditinos, uma das maiores ordens monásticas do mundo, onde criou importante regulamento da vida monástica, inspirado em outras comunidades religiosas, como a Regula Magistri, composta por autor desconhecido, na mesma região da Itália, trinta anos antes.

Esses regulamentos, conhecido como “A Regra de São Bento”, ou em latim, “Regula Monasteriorum”, também denominada Regula Monachorum, é composta por um prólogo e 73 capítulos. Com uma missão ou princípio fundamental, a regra impõe uma conduta: ora et labora (reza e trabalha), propulsora da vida monástica, legado de tradução das obras clássicas mais arcanas que o conhecimento humano dispõe. Ainda a Regra de São Bento cujo lema era PAX, é base para outras ordens monásticas cristãs.

Nas metades dos séculos V ao VIII, na antiga Gália,  seus governantes descendentes dos invasores bárbaros, principalmente das tribos germânica dos francos, viviam envolvidos com freqüência em guerras civis, entre os vários ramos da família. Clóvis foi quem conseguiu a unificação do chamado reino merovíngio que incluía francos, toda a Gália exceto a Borgonha. Abaixo, quadro sobre o "Batismo de Clóvis".
Clóvis morreu em 511, o reino foi dividido sob diferentes reis, mas mantendo a unidade. Ainda conquistou a Borgonha em 534; após a queda dos ostrogodos, os francos também conquistaram a Provença.

No último século de domínio merovíngio, a dinastia foi progressivamente adotando uma função meramente cerimonial. O domínio merovíngio, encerrou-se em 751 d.C., por um golpe, tendo Pepino, o Breve, destituindo Childerico III, dando início à dinastia carolíngia.

O Império Carolíngio, começado pelo filho de Carlos Martel, Pepino, o Breve quando assumido por seu filho Carlos Magno tinha boas bases para o desenvolvimento cultural. 

Foi neste período que a Regule Benedicti ou "RB" vindo do século VI ganhou com os Carolíngios sua forma preferencial sendo ordenada como a regra única monástica nos territórios dominados por este império. Desse modo, passou também a ser empregado nos demais monastérios católicos.

Pepino, o Breve reuniu conhecedores da cultura como Alcuíno, Paulo Diácono e Eginhardo  a fim de difundir o conhecimento antigo e criar a base de um sistema de ensino. Pepino, também fez o primeiro código, com breves parágrafos sobre costumes, comércio, concessão de terras e punição de crimes, as  "capitulares". Surgiu então a separação entre palavras e frases

Uma revolução na escrita! A primeira grande regra servida a todos idiomas!

Os antigos copistas, escreviam tal qual os romanos: as linhas eram preenchidas continuamente, não havia uma organização de textos, como se pode verificar em imagens nesta seção em quadros anteriores. Entretanto, essas simples e inovadores regras de gramática, permitiu a aceleração das cópias deixadas em latim e grego, pelos antigos sábios da humanidade. Fazer a separação de frases e palavras davam um certo "descanso" aos copistas, diferentemente do que copiar ininterruptamente os manuscritos.

Scriptoria era o local de trabalho dos monges. Até o século XI foram copiados mais de 50 mil manuscritos. A técnica de separar palavras, de construir um texto com frases separadas foi fundamental para aprimorar a cultura humana. 

As máquinas mecanográficas chegaram num momento histórico, com normas de escrita e gramática estruturadas. Com a imprensa de tipos móveis editando a grafia mecanizada cada vez de modo intenso. Esses equipamentos foram inventados levando em conta todas as normas instituídas e contribuíram na difusão do conhecimento e nas trocas inteligentes dos negócios. 

Conhecido historicamente, o reinado do imperador Carlos Magno (768 – 814), foi o momento de maior esplendor do Reino Franco, ocupando a região central da Europa. Carlos Magno, tinha uma política voltada para o expansionismo militar, e foi além dos limites conquistados por seu pai, Pepino, o Breve, aumentando o império, com as conquistas da Saxônia, Lombardia, Baviera, e uma faixa do território da atual Espanha. Com sua dominação caminhava o cristianismo como religião oficial dos povos.
Minúsculas carolíngia ou carolina:
Escrita de caligrafia desenvolvida durante a Idade Média que se tornou o padrão caligráfico da época e com isso aumentou a uniformidade, clareza e legibilidade da escrita com formato facilmente lido entre as várias regiões do alfabeto latino.

A sua criação fez parte de um conjunto de reformas na educação impulsionadas por Carlos Magno entre finais do século VIII e início do século IX, usado no Sacro Império Romano-Germânico durante o Renascimento carolíngio até ao século XIII.

A minúscula carolíngia evoluiu para a escrita gótica sendo durante o Renascimento italiano a base dos caracteres tipográficos romanos contemporâneos, cuja medida do chamado paica corresponde a um cícero. Ao lado texto medieval completo com maiúsculas, minúsculas e espaços.

A solidão da leitura, ou silêncio das palavras
O recolhimento interior foi o primeiro passo importante nascido através da escrita e da leitura. Esse hábito, nascia daqueles cansados de campos de batalha, um novo homem que sozinho enfrentava com fortaleza, a solidão. O único meio de cultivar os valores do homem interior, sua possibilidade de entrar em contato com o divino, essencial aos olhos de Bento de Núrsia (a concupiscentia spiritualis) para se ter uma relação amorosa, direta com Deus. Outros clérigos, também contribuíram com essa nova mudança religiosa:

Halitgaire de Cambrai introduziu no seu penitencial uma lista de qualidades: a fé, a esperança, a caridade, a prudência, a justiça, a força e a temperança.

Jonas de Orléans difundia um ideal de casamento cristão, com comedimento e castidade; ao futuro guerreiro o exercício da fidelidade, o sentido de esmola e a oração. 

Na Gália, em 417, João Cassiano, o iniciador da educação do coração fundou uma duplo mosteiro de Marselha onde pôs em prática um método para progresso no conhecimento divino estudando as escrituras: a leitura divina (lectio divina). 

Essa leitura é difundida entre os monges em voz alta, da boca ao coração, era divina pois se baseava no provérbio de Jesus ao afirmar: onde dois ou três rezarem em meu nome, ali estareiDessa interioridade, nasceu do ato de oração, um meio para livrar-se da vida privada que era suja. Tudo isto estimulava a prece.

Nascia o claustro e seu segredo, os oratórios a sua abundante subjetividade. Reza e trabalha. Assim os monges depois das completas, nas horas da noite, depois de um dia de trabalho exaustivo, tinham por hábito cultivar o indispensável silêncio.

O monge que exercia atividades braçais, em meditação e oração, encontrava sua efusão mística. Era um luta contra os vícios permitindo a consciência se interiorizar. A ociosidade era inimiga da alma. São Bento havia estabelecido todos os horários aos monges. Durante o início da Quaresma, todos Irmãos recebiam um livro da biblioteca para ler inteiro, revezando-se.

O escriba, (ao lado um escriba medieval) que escreverá os livros, lidos na Quaresma, ou que, o solitário monge habitualmente procedia suas leituras, já conhecia o mistério do silêncio. Ele não tinha a oportunidade de estar num ambiente aquecido, deveria transcrever sempre alguma cópia e o tempo era seu concorrente implacável.

É certo que ele se permitia registrar nas notas finais sua queixa: que tem muito frio, que  a refeição demora, que a tinta no tinteiro estava congelada. Escrevia com um caniço cortado, na época carolíngia usava uma pena de ave. Com uma ponta seca traçava linhas e traços verticais para determinar as margens e as colunas. No final do século VIII foi inventada em Corbie as minúsculas carolíngia, a letra teve de ser caligráfica, não mas a cursiva merovíngia. Entretanto, essa evolução aumentou com mais detalhes, o trabalho dos escribas.

Os monges letrados, eram os dedicados escribas que trabalhavam no silêncio, a confecção incansável do material que iria enriquecer as prateleiras da biblioteca monástica de pergaminhos, torná-la famosa através dos tempos. Dedicavam-se à cópia de manuscritos, nos scriptoria, plural de scriptorium. (ao lado, Bíblia Lectio Divina)

O escriba tinha segundo relato de certo monge, "um ofício duro, que embaralha a vista, causa corcunda, encurva o peito, o ventre e provoca dores nos rins". Para copiar uma bíblia durava um ano. Deste milenar período possuímos mais de 8 mil manuscritos com quase que a totalidade dos autores antigos mais conhecidos, como Cícero, Platão, Aristóteles, Sêneca, Plotino e uma plêiade de pensadores gregos, romanos, árabes. Nunca selecionavam, nem censuravam o trabalho copista, redigiam comédias, obras filosóficas, peças teatrais.

Códice Calixtino
Não podemos esquecer de acrescer na produção dos livros outros trabalhadores como revisores, pintores, rubricadores, iluminadores e encadernadores, todos responsáveis por cerca de 8 mil manuscritos.

A encadernação culminava com ornamentação das capas, por vezes trabalho de excelência ourivesaria, com cabochões de pedras preciosas, aparentando relicário. Havia o culto ao belo tornando o livro um bem sacro. Todos aqueles envolvidos no trabalho de fazer um livro, ficaram no anonimato, no silêncio.

Alcuíno de York (735-804)
Tendo como orientador o monge Alcuíno, a igreja implementou um sistema educacional nos mosteiros, dioceses e palácios que aliado a padronização da escrita e novas técnicas, permitiram ampliar a técnica de cópia dos manuscritos. Com uma sistematização de preparação dos clérigos, ampliou a capacidade pessoal dos copistas.


Nessa reforma cultural estabelecida no século VIII foi difundida entre todos os clérigos  o estudo das "sete artes liberais" - base da educação desse período em diante: o trivium, englobando o estudo da gramática, retórica e dialética e o quadrivium, estudando a aritmética, geometria, astronomia e música.
(na foto, à direita Alcuíno de York orienta o soberano Pepino, o Breve que se encontra à esquerda)


O abade do séc. XV de Spanheim, Trithemo, retrata bem esse processo do copista:
Uma pessoa corrige o livro que outra escreveu, uma terceira ornamenta com tinta vermelha, outra encarrega-se da pontuação, outra das pinturas, como outra cola as folhas e encaderna. Ainda outras que preparam o couro e as laminas de metal que devem ornar a encadernação. Uma outra corta as folhas de pergaminho e outras as vão polindo, uma outra traça, a lápis, as linhas que devem guiar o escrevente. Enfim outros cortavam as penas e preparavam a tinta.”

No final da Antigüidade, o escriba ganhou o códice. Abandonou o rolo de papiro, de quando tinha que se servir de um escravo leitor para realizar suas anotações. Podia agora, com uma mão ler e estudar o texto, com a outra escrever, anotar, ou recopiar um texto, analisar vários outros. Um penoso trabalho, o do escriba, que mesmo tendo a companhia de vários outros iguais, mantinha o silêncio para se concentrar no trabalho minucioso. Do século XIII em diante, o pergaminho passou a ser substituído pelo papel.

Antigo papiro retratando a confecção do "papiro"
Papiro escrita em linguagem hierática
Papiro do Mar morto


O papiro egípcio foi o suporte de escrita portátil mais utilizado pela humanidade por cerca de 4 mil anos. Permitiu que a escrita manual fosse transportada, não ficasse somente entre as paredes e ataúdes nas tumbas mortuárias ou nos monumentos de pedras espalhados pelo extenso Vale do Nilo.
Abaixo o pergaminho escrito é feito de pele de animal como descrito. Este pergaminho é da Tora judaica, ainda no modelo de rolo ou volumen.
Pergaminho da Tora judaíca
Abaixo foto da cidade grega de Pérgamo, onde foi fabricado pela primeira vez, o pergaminho, do grego pergaméne, usado entre os séc. IV a.C.,  até séc. XIII quando foi substituído pelo papel.
Vista da cidade grega de Pérgamo, atualmente localizada na Túrquia
Códices, da palavra em latim, códex, que significa bloco de madeira, o livro. Eram os manuscritos gravados em madeira, em geral do período da Antiguidade na Idade Média até por volta do século XIV com a invenção da prensa de GutembergO códice é um avanço do rolo de pergaminho, que gradativamente substituiu este último, como suporte da escrita. O códice, por sua vez, foi substituído pelo livro de papel do nosso formato atual de escrita mecanizada.  

O códice era composto como um livro de folhas feitas de peles de animais, mais resistentes que o papiro, cortadas e costuradas em cadernos. Este formato facilitou o modo de ler e provocou novos hábitos de leitura.

Abaixo, livro medieval considerado proibido em formato de "códex" ou códice feito de pergaminho, em dimensões maiores, trabalho de escriba e toda série de trabalhadores da escrita manual.
A História das Máquinas  Mecanográficas

Qual das duas operações surgiu primeiro para o ser humano: escrever ou contar ?
Quando um ser humano pensou em facilitar ou acelerar a escrita ou cálculo por meio mecanizado?

Esta pergunta certamente esteve na mente humana no decorrer da civilização, por aqueles que tinham o dever de relatar, registrar, comparar, contar. Os métodos  de registrar foram exaustivos e lento até o Renascimento. A evolução da tentativa do ser humano em comunicar e informar por processos e mecanismos mais rápidos adveio de uma série, como também, longa de invenções.

Nenhuma invenção humana é “totalmente independente”. Cada nova “invenção” se utiliza de outros mecanismos já existentes. Em inúmeros casos, houve inclusive, “impulsos” inventivos por mais de uma pessoa, em mesma época. Alguns próximos, outros distantes. 

Mesmo quando alguém desenvolvia determinado invento, outrem “pulou” na frente, elaborando “algo semelhante”, porém com fim, senão idêntico, específico ao mesmo fim. 

Isto foi uma regra geral, seguida por aqueles que se dedicaram em fazer equipamentos para beneficiar um meio geral. Tentaremos discorrer o quanto as máquinas de escritório, as mecanográficas, foram “dependentes” de invenções anteriores até o seu aperfeiçoamento. Como parte desse processo, as máquinas mecanográficas, não fugiram dessa “regra geral”.
Hieróglifos egípcios
Precisamos considerar um marco de partida: no século XIV, a invenção da imprensa por tipos móveis. Até Gutenberg, o ser humano dependia de um depósito com tinta e penas para a tarefa de anotar a escrita num papel. Limitar-se dentro do seu esforço físico pessoal.

Escrever com tinta e pincel num meio flexível
Fato originário no antigo Egito, unindo papiro e pincéis. A arqueologia descobriu amplo material usado pelos escribas egípcios, que utilizavam diversos pincéis e tintas. Todos feitos com êsmero, cuidadoso trabalho para organizar a escrita, de modo detalhista.

Desse processo, dependente de muita mão de obra especializada como os escribas, copistas, escrivães, amanuenses, além de horas e horas que eram despendidas com paciência e morosidade no lançamento dos registros, compromissos, negócios, viagens.

O desenvolvimento de locais apropriados como bibliotecas, conventos, Ordens (como de Cluny e depois a de Cister), escritórios, casas de negócios, barcos, precisavam fazer constantes anotações relativas aos seus fins. As relações entre autoridades, pessoas, cidades, domínios, estavam aceleradas. Aumentavam seus escreventes.

As obras clássicas da Grécia, Roma antiga, dos Impérios Romanos do Ocidente e do Oriente, do mundo árabe só foram possíveis pela guarda de seres humanos interessados em preservar o conhecimento transmitido através das gerações anteriores. Ainda pela posse, como butim de guerra por povos invasores, levados de um lado a outro, parte do conhecimento humano foi um dia reencontrado por interessados e vendidos a especialistas ou colecionadores.

                            
Johannes Gensfleisch zur Laden zum Gutemberg, nasceu em Mogúncia por volta de 1398 (ano provável), falecido em 03 de fevereiro de 1468. 

Johannes Gutenberg, ou simplesmente Gutenberg, inventou o primeiro meio, um marco da evolução mecanizada, o tipo mecânico móvel para impressão gráfica por volta de 1439. Isto é, a impressão por tipos móveis, descoberto da seguinte forma:

- havia trabalhado com o pai, como ouvires e joalheiro, onde dominou a arte da construção de moldes e da fundição de ouro e prata.

-  graças a este aprendizado adquiriu experiência para construir os seus tipos móveis de modo artisticamente perfeitos, excelentes e práticos.

- pegou “emprestado” a prensa de uvas para fabricação de vinhos, um instrumento usado na sua região, o vale do Reno.

- a madeira foi usada em larga proporção nesse invento;


As prensas, feitas em madeira, eram conhecidas na Europa desde os tempos dos romanos para fazer vinho, azeite de oliva, também para “encadernar” os livros manuscritos. 

Na escrita das letras, sinais, gravuras, bordas, a tinta utilizada formava uma camada mais grossa, alguns detalhes acrescia mais tinta, por esse motivo  os papéis ficavam encharcados, o sistema de prensa permitia um aparência mais uniforme.

Gutemberg foi o primeiro que converteu o conceito para a impressão de textos e seu processo era muitas vezes, mais eficiente e confiável, comparado aos manuscritos feitos por copistas.

- as letras de estanho eram colocadas, uma a uma, formando linhas e destas páginas, num procedimento trabalhoso. Uma página era montada em até um dia;

- nesse processo de impressão, para reproduzir uma página com um texto por tipos móveis, imersos a tinta a base de óleo (mistura de azeite vegetal e pó carvão) pressionava-se o papel contra a prensa de madeira de parafuso agrícola, embebecida pela tinta, para marcar na folha os caracteres. As letras de estanho eram depois reaproveitadas. 

- daí surgiu um sistema prático de produção em massa de livros impressos, economicamente viável. Uma página montada em molde de chumbo, possibilitou reproduzir quantas cópias se desejava. Com o uso de tipos móveis nascia a gráfica.

- O invento era rudimentar: foram incansáveis os testes, inumeráveis experimentos com papel e da base de tinta, até que se marcou, o aperfeiçoamento de fixar a impressão em papel. Gutemberg foi auxiliado por dois companheiros, Peter Shoeffer, na parte mecânica e John Fust, na parte de finanças. Não foi só inventar, era preciso demonstrar, vender, reproduzir as máquinas.

Anteriormente, a reprodução se fazia por meio de copistas dos manuscritos, o método existente de produção de livros na Europa. Havia ainda o uso de figuras em madeira entalhada, para a capa, uma ou outra figura importante, porém nada que desse a amplitude dos tipos móveis de Gutemberg.

A prensa móvel alterou fundamentalmente a comunicação. Tornou possível reproduzir o material coletado, recuperar, armazenar, difundir as informações existentes pelo trabalho dos copistas e outros em rascunho, a profusão de outros escritores com novos textos, criando a função de comunicar a massa, espalhada em qualquer lugar e tempo.

Essa tecnologia de impressão de Gutemberg espalhou-se rapidamente por toda a Europa, mais tarde pelo mundo começando uma verdadeira revolução no saber. 

Edição de obras foram relançadas dos livros feito pelos copistas, de livros raros, como os filósofos gregos, outros nunca publicados, como poemas, histórias, etc. Sem dúvida, estavam lançadas as bases para o período chamado de Renascimento, as implicações da Reforma Protestante e a Revolução Científica que permitiu atingir os mecanismos futuros da mecanografia.

Desde já, precisamos separar:
-   a impressão gráfica das máquinas mecanográficas;
-   considerar o aspecto de meio portátil, de fácil mobilidade, mais barato;
-  a evolução das impressoras gráficas seguiu outro processo, para fins volumosos;
-  a invenção da imprensa trouxe pioneirismo e a intenção de acelerar outros meios de produção mecânica para escrever;
-  a impressão por meio de máquinas mecanográficas era para o meio individual, de aproximar-se do coletivo. Um texto de cada vez, ou ainda, reproduzidos pelo papel carbonado.

A invenção de Gutenberg veio facilitar a confecção de diversos livros e documentos para uso nos escritórios e negócios em geral, porém continuava o uso da pena e da tinta para preencher os claros com as devidas anotações. Um processo não anulou o outro.






Escrever de modo mecanizado
Seria possível atender a essa especificidade: num papel em branco, de modo rápido, legível, sem depender de problemas do material compositor?
Como universalizar esses sinais para ser compreendido em qualquer parte?
Qual seria o tamanho, peso, volume, dessa máquina de sinais?
Em qual período histórico foi necessário, a escrita de modo mecânico?
Quando tempo demorou para atender uma série de requisitos de ordem profissional?

Sobre a Revolução Industrial

Antes de entrarmos no assunto sobre a cronologia da invenção das máquinas mecanográficas, fica claro que sem a Revolução Industrial, o processo de fabricação das mecanográficas não teria sucesso. Também fica claro, a influência dessa mentalidade liberal no mercado mecanográfico, como veremos, foi predominante.
(foto esquerda, tornos em plena operação fabril)

Vamos seguir alguns passos desta transformação.

1760/1850
A Revolução Industrial marcou a transição dos processos manufatureiros, ou seja, a mudança de métodos de produção artesanal para a produção por meio de máquinas, ocorrida no ciclo que vai de 1760 até por volta dos anos de 1850. Neste período, os avanços tecnológicos e as mudanças socioeconômicas marcaram a sociedade inglesa, transformando uma sociedade rural, em industrial. Depois espalhou-se largamente na Europa.
O Artesão
Antes do advento da Revolução Industrial, toda atividade produtiva era manual e artesanal, o termo manufatura significa fazer com a mão, ou seja, manufaturar é produzir com trabalho manual.
Artesão Sapateiro, cortando e preparando o couro
A manufatura sucedeu o artesanato, no século XV, como forma de produção e organização de trabalho mais desenvolvida, superando a produção feudal das Corporações de Ofício. No processo manufatureiro, quando havia divisão do trabalho, cada operário realizava uma operação utilizando instrumentos individuais, como em construções de uma catedral.

Na arte da tecelagem, desde a tosquia até a fiação, da fiação ao produto de vestuário, tudo era produzido por membros de uma família, no máximo com o emprego de algumas máquinas simples, como na tecelagem, o uso da roca. Assim, no sistema de produção artesanal, todas etapas do processo de fabrico era executado por pessoas artesãs, dona do seu tempo, das ferramentas e da matérias prima. O único relógio que sabiam era o do sino das igrejas e mosteiros.

Os trabalhos eram realizados nas oficinas contiguas nas casas dos próprios artesãos. Mestres em suas produções, dominavam todas ou quase todas, etapas do processo produtivo, como no caso de tecelagem.

Um artesão também podia cuidar de todo o processo, desde obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final, como ainda, dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar, dividir algumas etapas do processo.

Se tinham auxiliares, eram em quantidade reduzida a um ou dois, subordinados e submissos à vontade desse mestre, com o qual aprendiam a habilidade profissional, vivendo num canto qualquer do cômodo ou mesmo na oficina em condições precárias, todavia comum nesse período histórico.
Aspectos da  vida na época do mercantilismo na Inglaterra, a alavanca monetária da Revolução Industrial. De onde nasceu os recursos financeiros - o capital - origem do investimento fabril.
O surgimento da Revolução Industrial
A Revolução Industrial trouxe novos métodos e máquinas, alterando gradualmente, todos os aspectos da vida cotidiana da época, como um divisor de águas na história, influenciando substancialmente, o futuro da humanidade numa dinâmica nunca antes atingida.

Entretanto, seu início e sua duração, variam conforme entendimentos de diferentes historiadores. Segundo, Eric Hobsbawm a revolução "explodiu" na Grã-Bretanha na década de 1780, porém foi totalmente percebida entre a década de 1830/1840. T. S. Ashton, considera ter acontecido entre 1760 e 1830.
1840/1870
Outros afirmam ter havido duas revoluções: a Primeira Revolução Industrial evoluiu para a Segunda, entre os 1840 e 1870, quando o progresso tecnológico e econômico adotou a força hidráulica, utilizadas em barcos a vapor, navios, ferrovias, indústrias de larga escala de máquinas, ou seja, quando houve aumento do uso da energia a vapor nas fábricas.

Outros historiadores do século XX, como John Clapham e Nicholas Crafts, argumentam que o processo de mudança econômica e social ocorreu de forma gradual, sem ocorrer nenhuma revolução.

Com a Revolução Industrial, aqueles pequenos artesãos que dominavam o processo produtivo, perderam o controle do produto, passaram a trabalhar para uma grande fábrica, na qualidade de operários, sem a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro, embora esse lucro fosse insignificante e a produtividade extremamente limitada. É difícil quantificar esse "tipo de lucro" do artesão, ou se apenas era tão somente, um processo de ganho para sobrevivência.


De o início, o avanço técnico deu-se no campo do setor têxtil, transformando a Inglaterra em grande exportadora de tecidos, principalmente por ter trocado a lã pelo algodão, vindo em abundância  da colônia americana, graças ao trabalho escravista sulista.

Ao lado, uma grande tecelagem inglesa operada por mulheres. Era absurda a quantidade delas...

A revolução iniciou-se na Inglaterra, em poucas décadas atingiu todo o Reino Unido, a Europa Ocidental, atravessou o oceano, chegando aos Estados Unidos, aonde ganhou energia e inovação em inúmeros aspectos.

Essa passagem marca o ponto culminante da evolução tecnológica, econômica e social que vinha se processando lentamente na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase na Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia, onde a mentalidade anglicana e protestante, tinha alterado o conceito da perspectiva do lucro, sob uma nova mentalidade iluminista, porém nascida do liberalismo.
Adam Smith

Adam Smith foi um importante filósofo e economista escocês do século XVIII. Nascido na cidade escocesa de Kirkcaldy, em 5 de junho de 1723, falecido em Edimburgo no dia 17 de julho de 1790.

Em plena época do Iluminismo, Adam Smith foi um dos principais teóricos do liberalismo econômico. As idéias de Adam Smith tiveram uma grande influência na burguesia européia do século XVIII. Adam Smith, contestava o regime de direitos feudais, resistente em muitas regiões rurais da Europa e atacava a política econômica mercantilista promovida por reis absolutistas.

Adam Smith (foto à esquerda) ilustrou seu pensamento ao afirmar "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu "autointeresse".

Está mentalidade é válida nos nossos dias, a um interesse em procurar atender bem o cliente, para que ele retorne. "Quem combate o liberalismo é um ignorante histórico, pois até um pipoqueiro é um liberal".

Concebia sua teoria, “a idéia de haver total liberdade econômica para que a iniciativa privada pudesse se desenvolver, sem nenhuma intervenção do Estado”.

Aludia ser a livre concorrência entre empresários, reguladora do mercado, provocando a queda de preços. Além disso, aos concorrentes para melhorar a qualidade dos produtos, aumentar o ritmo de produção e para ganhar a preferência dos compradores, iriam melhorar seus produtos com inovações tecnológicas.

As doutrinas de Adam Smith exerceram rápida e intensa influência na burguesia (comerciantes, industriais e financistas), desejosos em acabar com os direitos feudais e com o mercantilismo. Adam Smith e outros pensadores da corrente liberal, trouxeram a “máquina intelectual” no roteiro da Revolução Industrial.
1776
Neste ano, Adam Smith publicou o livro “A Riqueza das Nações”,  considerado uma das obras fundadoras da ciência econômica. Segundo o autor:

"A riqueza de uma nação se mede pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes."

Adam Smith, tem a sua obra mais conhecida "Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações", uma referência para gerações futura de economistas. 

Na obra, o autor procurou demonstrar que "a riqueza das nações resultava na atuação de indivíduos movidos inclusive pelo seu próprio interesse, (self-interest), que promoviam o crescimento econômico e a inovação tecnológica". A teoria de Adam Smith foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo nos séculos XIX e XX
O processo da Revolução Industrial
O Reino Unido - notadamente na Inglaterra - foi pioneiro neste processo da Revolução Industrial por ter vencido diversos fatores antagônicos:

-  aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII;
- antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais eram ligadas por um  rígido sistema de guildas e corporações de ofício;
- a entrada de novos competidores, a inovação tecnológica eram fatores muito limitados;
- dispunham de mão-de-obra em abundância, desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural;
- os trabalhadores expulsos dessas terras, sem nenhum bem, dirigiram-se para os centros urbanos, buscando trabalho nas cidades, principalmente nas manufaturas.

O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa, que forneceu ao capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e ampliar os lucros.

A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países, como o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, que em 1703, permitiu taxas preferenciais para os produtos ingleses no mercado português. O Brasil, entrou nessa como colônia, pagando com seu ouro essa tratativa, à moda do interesse inglês.

Além do que, a Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo, principais matérias-primas utilizadas neste período. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas, máquinas e contratar empregados.
Na foto abaixo, centenas dos milhares de operários ingleses - todos com salários muito baixos.
Maquinofatura
O trabalho realizado com máquinas, conhecido por maquinofatura, é um meio de produção dependente de recursos ao fim de aquisição desses equipamentos, com os quais se obtinha também lucros vultosos, geridos por indivíduos com capital ou com acesso aos meios monetários. A figura do capitalista, passou então a dominar todos processos produtivos.

Maquinofatura é a indústria mecanizada, surgida com a evolução das manufaturas, pela introdução de motores a vapor para movimentar máquinas, outrora dependentes da força humana, dos animais, dos ventos ou da água, na forma de moinho hidráulico.

O uso da máquina aumentou a velocidade e o volume da produção. O trabalhador passou a produzir uma quantidade muito maior de produtos em tempo menor, se comparado à manufatura. 

Foi o começo da indústria moderna: o trabalhador passou a alimentar a máquina, controlar sua velocidade e zelar por sua manutenção; cada vez mais era preciso máquinas mais rápidas, práticas, em constante aperfeiçoamento.
Na imagem, uma fábrica movida a energia do vapor d'água.

Chegou com elas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor, desenvolvimento das máquinas-ferramentas, substituição da madeira e de outros bicombustíveis pelo carvão, a maior fonte de energia até aquele presente.Tudo em pról desse processo de industrialização.
Resumo
O período que destacamos no texto, engloba a questão industrial com melhor coerência e explica como:

- o trabalho artesanal deu lugar ao ganho assalariado;
- a energia à vapor movimentando máquinas substituiu com maior capacidade a energia humana;
- ocorreu um verdadeiro êxodo do meio rural para cidades, transformadas em grandes conglomerados, trazendo toda dificuldade de conviver neste meio;
- todo esse alvoroço, proporcionou inúmeras mudanças socioeconômicas;
- entre os anos deste período, os avanços tecnológicos marcaram a sociedade inglesa, transformando uma sociedade rural em industrial;
- houve transformação técnica acentuada, sempre constante, por mais de meio século, interferindo nos destinos da humanidade com uma sinergia marcante;
"Operários mirins" - crianças lotavam as fábricas inglesas,
sem nenhum privilégio ou direito, trabalhando entre 10 a 16 horas.

1760 a 1850
Entre os anos deste período, os avanços tecnológicos e as mudanças socioeconômicas marcaram a sociedade inglesa, transformando uma sociedade rural em industrial. O trabalho artesanal deu lugar ao trabalho assalariado, a energia a vapor movimentando as máquinas, ao invés da energia humana.

No sistema de produção artesanal, todas etapas do processo de fabrico era executado por uma pessoa, o artesão, dono do seu tempo, ferramentas e matérias prima. Na arte da fiação, desde a tosquia até a fiação, de fiação ao produto de vestuário, era produzido por membros de uma família.

Nas manufaturas, o comerciante tinha a matéria prima e o trabalhador se dedicava a uma etapa da produção. Nesse processo, foi preciso máquinas, cada vez mais rápidas, práticas, em constante aperfeiçoamento. De o início, o avanço técnico deu-se no campo do setor têxtil, transformando a Inglaterra em grande exportadora de tecidos, principalmente por ter trocado a lã pelo algodão, vindo da colônia americana.

Nos cem primeiros anos da Revolução Industrial, calcula-se que a população mundial saltou de 600 milhões para mais de 1milhão e duzentos mil habitantes. Sendo que, na Grã-Bretanha entre Inglaterra, Escócia e País de Gales, a população triplicou.

Embora as cidades tenha inchado com a vinda da população do meio rural, o que poderia ser uma contradição, foi fato notável: houve melhorias na produção agrícola e maior variedade alimentar. Além disso, a medicina desenvolveu-se, salvando centenas de vida. A descoberta de vacinas, como em 1796 pelo médico inglês Edward Jenner contra a varíola, foi um primeiro passo dessa transformação médica, outros avanços surgiram no decorrer dos próximos anos.

Século XVII
1698
Thomas Newcomen, em Staffordshire, Grã-Bretanha, instala um motor à vapor para esgotar água em uma mina de carvão.
Século XVIII
1708
O agricultor com habilidades inventivas, Jethro Tull, em Berkshire, Grã-Bretanha, inventa a primeira máquina de semear puxada a cavalo, iniciando a mecanização da agricultura. Embora no modo antigo: com tração animal.
1709
Abraham Darby, em Coalbrookdale, Shropshire, Grã-Bretanha, utiliza o carvão para baratear a produção do ferro.
1733
Neste ano, deu-se o primeiro avanço com um dispositivo adaptado para teares manuais: a lançadeira volante. Este invento de John Kay, Grã-Bretanha, acelerou a processo de tecelagem principalmente para tecidos de dimensões maiores.
1740
Benjamin Huntsman, em Handsworth, Grã-Bretanha, descobre a técnica do uso de cadinho para fabricação de aço.
1761
Neste ano, para facilitar a navegação, é realizada a Abertura do Canal de Bridgewater, na Grã-Bretanha, a primeira via aquática inteiramente artificial.
1764
James Hargreaves, na Grã-Bretanha, inventa a fiadora "spinning Jenny", uma máquina de fiar rotativa que permitia a um único artesão fiar oito fios de uma só vez. A roda de fiar funcionava a mão, podia ser instalada em casa, por ser pequena e não precisar de força motriz.
1765
James Watt, na Grã-Bretanha, introduz o condensador na máquina de Newcomen, componente que aumenta consideravelmente a eficiência do motor a vapor.
1768
Richard Arkwright, em Cromford, Derbyshire na Grã-Bretanha, inventa a"spinning-frame”, uma máquina de fiar mais avançada que a "spinning jenny". Uma máquina movida a energia hidráulica capaz de produzir fios mais grossos e resistentes.
1771
Richard Arkwright, novamente melhora seu invento, é introduz no sistema fabril de sua tecelagem, um processo, conhecido como "water-frame," ou seja,  a força de torrente de água nas pás de uma roda, aciona sua máquina.
1776 /1779
John Wilkinson e Abraham Darby, em Ironbridge, Shroshire, Grã-Bretanha, constroem a primeira ponte em ferro fundido.
1779
Neste ano, Samuel Crompton, na Grã-Bretanha, na combinação da "water frame" com a "spinning jenny," fundidas numa só máquina, reunindo as qualidades e capacidades das anteriores, de modo mais eficaz com o nome de: spinning mule, permitindo produzir fios mais finos e resistentes. A mule era capaz de fabricar, tanto tecido quanto duzentos trabalhadores, apenas utilizando alguns deles como mão-de-obra.
1780/1785
Neste ano, Edmund Cartwright de Leicestershire, na Grã-Bretanha, inventa e patenteia o primeiro tear mecânico, movido a vapor que fora inventado por James Watt em 1768.
1783
Neste ano, é inventado o método de "pudlagem" um sistema criado pelo inglês Henry Cort possibilitando a fabricação de ferro quase sem impurezas. Este método proporcionou a expansão da metalúrgia até o avanço da fabricação do aço. Graças a este avanço, equipamentos, máquinas, tornos, um série de produtos e ferramentas, puderam ser melhorados e inventados à posteriori, com dureza.
1793
Eli Whitney, na Geórgia, Estados Unidos, inventa o descaroçador de algodão.
1800
Alessandro Volta, na Itália, inventa a bateria elétrica.
Século XIX
1803 
Robert Fulton desenvolveu uma embarcação a vapor na Grã-Bretanha.
1807
Em Pall Mall, Londres, na Grã-Bretanha foi instalada a iluminação de rua feita por meio de gás.
1808
Richard Trevithick expôs em Londres, Grã-Bretanha um modelo de locomotiva a vapor, chamada de  "London Steam Carriage".
1825
Neste ano, George Stephenson entre Darlington e Stockton-on-Tees, na Grã-Bretanha, inaugura a primeira ferrovia, com seu invento - uma locomotiva a vapor.
1829
Poucos anos depois, George Stephenson venceu uma corrida de velocidade com a locomotiva "Rocket", na linha Liverpool - Manchester, na Grã-Bretanha.
1830
Bélgica e França iniciam suas industrializações utilizando como matéria-prima ferro e como força-motriz, o motor à vapor.
1843
Cyrus Hall McCormick, patenteou nos Estados Unidos a segadora mecânica.
1844
Samuel Morse, inventor do código Morse,  inaugurou a primeira linha de telégrafo, de Washington a Baltimore, nos Estados Unidos.
1856
Henry Bessemer patenteia um novo método de produção de aço, capaz de aumentar a resistência e a produção; nesse novo processo, a escala industrial é ampliada, para maior capacidade produtiva.
1865
Após diversas tentativas, finalmente, é estendido através do leito do oceano Atlântico, o primeiro cabo telegráfico submarino entre Grã-Bretanha e Estados Unidos.
1869
A abertura do Canal de Suez reduziu a viagem marítima entre a Europa e a Ásia para apenas seis semanas.
1876 
Alexander Graham Bell inventou o telefone nos Estados Unidos (em 2002 o congresso norte-americano reconheceu postumamente o italiano Antonio Meucci como legítimo inventor do telefone)
Acima no quadro, estão imagens históricas muito representativas da Revolução Industrial, descritas abaixo:
1867 - transmissão através de cabo telegráfico entre Estados Unidos e Inglaterra
1878 - primeira locomotiva a vapor; 
1890 - fundição de ferro.

1736/1885 -  DESCOBERTA E USO DA BORRACHA

A história da borracha natural, uma planta nativa do Brasil é um elemento fundamental nesse processo de industrialização mundial.
1736
Neste ano, o cientista francês Charles Marie De La Condemine "conheceu" essa planta amazônica brasileira por intermédio dos indígenas dessa região e percebeu nesse látex um produto de uso extenso com inúmeros empregos.
1830
Neste ano, Boyd Dunlop inventa o pneumático. 

A Revolução Industrial se expandia velozmente. O mundo vivia período histórico de prosperidade, as novas descobertas se refletiam em todos os setores. Automóvel, bonde, telefone, luz elétrica e outras inovações mudavam a paisagem e os costumes nas cidades. Novos mercados se abriam. Era a "belle époque", em cujo esplendor a literatura e o cinema se encarregaram de retratar para as gerações seguintes. Sem a borracha, muitos inventos não iriam exsitir.

A aplicação de novos materiais foram necessários no aperfeiçoamento de todos novos inventos. Devido suas múltiplas aplicações, principalmente na indústria automobilística em expansão, a borracha obtida a partir do látex das seringueiras tornou-se produto mundialmente valorizado. Seringueiras, não faltavam na Amazônia brasileira.

Por quase cinqüenta anos, da segunda metade do século XIX até a segunda década do século XX, a borracha natural sustentou um dos mais importantes ciclos de desenvolvimento do Brasil. Depois foram "roubadas" mudas da planta e replantadas no leste asiático, prejudicando imensamente o mercado nacional brasileiro.

A borracha como produto fabril, foi essencial no mercado mecanográfico e mesmo no gráfico, no campo de quaisquer edições: jornais, revistas ou impressos em geral. Seu uso, nas máquinas de escrever ou somar, permitiu uma impressão melhor, mais durável. 

Além disso, solucionou uma grave questão que era: facilitar a compressão suave e não perfurar o papel datilografado. Usado para encapar fiação no setor elétrico, em indústrias de mangueiras, em equipamentos de compressão hidráulica ou em hospitais, ou seja, numa série de questões. Enfim, numa infinidade de aplicação industrial, o produto nativo do Brasil , a "Hevea Brasiliensis" merece todo destaque - nunca citado em nenhuma das consultas feitas até o presente, nesse ciclo, no que se refere a mecanografia.

 1877
Thomas Alva Edison inventou o fonógrafo nos Estados Unidos.
1879 
A iluminação elétrica foi inaugurada em Mento Park, New Jersey, nos Estados Unidos.
1885
Gottlieb Daimler inventou um motor a explosão.
1895
Guglielmo Marconi inventou a radiotelegrafia na Itália.

Com estes principais inventos, um ciclo de invenções transformadoras iriam acelerar e interferir em toda conjuntura mundial, no cotidiano dos habitantes da Terra, sem ao menos alguém ter imaginado o alcance do conjunto inventivo promovidas através da Revolução Industrial.

Vamos considerar a "arte dos cálculos" sem a qual nenhuma invenção obteria sucesso, seria planejada e/ou iria produzir os efeitos técnicos que conhecemos.
No quadro, vemos figuras egípcias com "volume matemático" em seus contextos
Calcular de modo mecanizado
A contagem ou somatória numérica através dos tempos
É possível afirmar que o ser humano, deu um largo passo, após sua melhor organização social em conseqüência da sua fixação agrária, lá nos primórdios da longínqua antiguidade. Em algum momento, sentiu a necessidade de contar. Como isso ocorreu?

O sistema mais comum e natural, entre os povos mais remotos foi o decimal, baseado nas próprias mãos, associada ao número de dedos. 
Egípcios
As obras mais perfeitas da civilização antiga, as mais exatas e complexas surgiram no Antigo Egito. Os egípcios, registravam, datavam, detalhavam todos aspectos possíveis das suas realizações. Os primeiros exemplos de cálculos matemáticos da humanidade datam do período pré-dinástico egípcio.
Números Egípcios
Alexander Henry Rhind
Um jovem antiquário escocês, no inverno de 1858, passando em Luxor, cidade egípcia nas margens do Rio Nilo, adquiriu um papiro de 30 cm de altura por cinco de comprimento, encontrado nas ruínas de uma antiga edificação em Tebas que trouxe a descoberta mais importante da história desta ciência dos números.

Tratava-se do documento matemático que ficou conhecido como Papiro de Rhind. Cinco anos após essa aquisição, Alexander H. Rhind morreu de tuberculose. Sua descoberta - o papiro - que recebeu seu nome “Rhind”, foi comprado em 1865, pelo Museu Britânico aonde se encontra atualmente, como patrimônio especial até os dias atuais.

O Papiro de Rhind
Foi o escriba egípcio Ahmes ou Ah-mose, quem copiou para escrita hierática  em 1650 a.C., por ordem de um governante que reinou no Egito, num período entre 1788 e 1580 a.C.

Portanto este papiro, é uma cópia de um trabalho matemático, ainda mais antigo. Ahmes relata no próprio papiro, que a origem destes apontamentos matemáticos provém de um outro manuscrito produzido entre 2000 e 1800 a.C. É o documento matemático mais antigo e  referencia o nome de “Ahmes”, seu compilador.

O mais famoso e antigo documento matemático, traz detalhadamente a solução de 80 problemas de aritmética, cálculos de áreas, volumes, frações, progressões, repartições proporcionais, regra de três simples, equações lineares, trigonometria e geometria.

O papiro de Rhind ou Ahmes, demonstra com clareza, como os antigos egípcios podiam realizar as quatro operações matemáticas básicas (adição, subtração, multiplicação e divisão), conheciam frações, calculavam volumes de caixas, retângulos, triângulos, círculos.




Um egípcio educado dava importância a matemática. Temos prova disso por uma carta do Império Novo, na qual, um escriba, propõe uma competição acadêmica, entre ele e outro escriba nas tarefas diárias, tais como cálculo de contabilidade de trabalho, terra e grãos, para comparar o conhecimento de ambos.

Os egípcios entendiam os conceitos básicos de álgebra e geometria, e podiam resolver conjuntos simples de equações simultâneas. 
O Papiro de Moscou ou  papiro “Golenishchev”, numa homenagem a Vladimir Golenishchev o descobridor que conseguiu comprar este papiro egípcio. O papiro de Moscou, é datado por volta de 1850 a.C; tem o formato de uma tira estreita com 5,5m de comprimento por 8 cm de largura; contém cerca de 25 problemas matemáticos grafados em escrita hierática. Atualmente encontra-se Museu Puchkin em Moscou.
Detalhes do Papiro Matemático de Moscou
Platão, concede aos egípcios, a criação da matemática em sua obra Fedro, e afirma:
“Na cidade egípcia de Náucratis, existiu um antigo e famoso deus, cujo nome era Thoth; o pássaro chamado íbis lhe era consagrado e ele foi inventor de muitas artes, tais como a aritmética, a arte de calcular, a geometria, a astronomia e os dados, mas sua maior descoberta foi o uso das letras.”

O historiador grego Crabertotous, mencionou que no Egito Antigo havia “uso do ábaco com um conjunto de discos”, com um método oposto da direção, comparado com o método grego. Arqueólogos encontraram discos antigos de vários tamanhos que podem ter sido usados como material de cálculo nesse ábaco egípcio. No entanto, nas pinturas de paredes de túmulos ou templos, não foram descobertas, o uso deste instrumento, e isso supõe algumas dúvidas.
Ábaco egípcio
Os antigos egípcios usavam seus conhecimentos matemáticos para inúmeras situações como: o controle das inundações, a construção de sistemas hidráulicos, a preparação da terra para a semeadura, a cobrança de impostos pela produção de alimentos, a mumificação de cadáveres.

A sistema matemático era decimal, com base em sinais hieróglifos para cada potência de dez até um milhão. Cada um desses símbolos poderia ser escrito tantas vezes quanto necessário para somar o número desejado. Por exemplo, para escrever o número 880 o símbolos de dez e cem eram escritos oito vezes, respectivamente.
Seus métodos de cálculo não lidavam com frações com numerador maior do que um; as frações dos antigos egípcios eram escritas como a soma de várias frações o que era facilitado pela existência de tabelas.
Por exemplo, a fração 2⁄5 (dois quintos) era representada pela soma de 1⁄3 (um terço) com 1⁄15 (um quinze avós); algumas frações comuns, eram escritas com um hieróglifo especial; existia, um hieróglifo para representar 2⁄3 (dois terços). 

Todas afirmações contidas nesta edição constam nos respectivos papiros matemáticos com centenas de problemas solucionados. Além disso, os papiros mostram como os egípcios dividiam, extraíam raízes quadradas,  resolviam equações lineares.

Ábaco - um instrumento curioso e universal
Com certeza o instrumento facilitador de cálculos, o qual podemos chamar de “a máquina de calcular mais antiga da história humana” que ajudou o ser humano, a calcular de forma mais rápida, este instrumento foi o ábaco, efetivamente, a primeira calculadora manual.

O ábaco é sem dúvida o instrumento de cálculo mais antigo. Seu processo de cálculo, emprega o sistema decimal, cada haste contém o múltiplo de dez. É formado por uma moldura, composta de bastões ou arames paralelos em sentido vertical; cada uma das posições indica: unidades, dezenas, centenas, milhar e mesmo milhão;  dentro dos bastões ou arames estão bolas, contas, fichas, com cores diferentes, deslizados livremente, para facilitar e tornar prático esses elementos de contagem. Destes obtemos formas de calcular, mais fáceis e rápidas.

A controvérsia quando a quem creditar, a invenção do sistema do ábaco. Uns dizem que é chinesa, outros afirmam ser dos árabes, ou ainda muita mais antiga. Os árabes foram os primeiros viajantes comerciantes natos que se moviam de um canto a outro do planeta. 

Atravessavam os desertos, construíram rotas comerciais, se locomoviam pelo mundo conhecido, realizaram trocas, levavam mercadorias de um lugar a outro, desde a mais remota antiguidade. Vamos descrever brevemente tópicos sobre o ábaco ou a denominação em cada lugar aonde era conhecido.

A origem do ábaco, ou seja, realizar contas por meio de bastões, como foi afirmado, ainda é obscura. Embora existam prováveis pontos dessa origem, como a civilização mais antiga a egípcia. Outros povos seriam, da Mesopotâmia ou da Índia. A China, desempenhou um papel importante no desenvolvimento do ábaco, como instrumento de cálculo, porém não os inventaram.

Vamos descrever brevemente tópicos sobre o ábaco ou a sua denominação em cada lugar aonde era conhecido. Foi muito empregado para ensinar às crianças, nas operações de somar e subtrair em quase todos países, em escolas de todos os cantos, até metade do século XX, e mesmo em nossos dias é utilizado em alguma escola do oriente . 
Mesopotâmico
Na região da Mesopotâmia, o primeiro ábaco foi construído em pedra lisa coberta por areia ou pó, com palavras e letras desenhadas; os números eram adicionados com bolas de pedra, para executar os cálculos.

Os babilônios utilizavam este ábaco entre 2700–2300 a.C.. Os babilônios, utilizavam-no para operações de adição e subtração. Este dispositivo primitivo, provou ser difícil para a utilização em cálculos mais complexos.
Escrita cuneiforme com a representação numérica
Esse instrumento de cálculo, foi muito importante, um dos caracteres pertencente ao alfabeto babilônio, pôde facilitar a decifração da escrita cuneiforme, por ser derivado de uma representação no ábaco
Chinês  - o Suan-pan
Este instrumento, creditado como invento chinês, cerca de 2000 anos a.C. Era um tabuleiro atravessado com hastes de bambu, aonde são enfiadas, bolinhas de osso ou marfim; as cinco da parte de cima representam as unidades; as duas bolinhas abaixo, dezenas, centenas.
Num livro do século I, Dinastia Oriental Han, nos apontamentos  “Notas Suplementares na Arte das Figuras” escrito por Xu Yue, está a menção mais antiga do ábaco chinês, entretanto, é desconhecido o seu feitio. 

Na Dinastia Song (960-1297), aparece um "suanpan" visto ao lado de um livro de encargos e de prescrições de um médico, no quadro famoso “Cenas à Beira-mar no Festival de Qingming” pintado por Zhang Zeduan que viveu entre 1085-1145.

Um “suanpan”, normalmente tem cerca de 20 cm de altura, mais de sete hastes, larguras variadas de acordo com seu fabricante; duas bolas em cada haste da parte de cima, cinco na de baixo, para os números decimais e hexadecimais. As bolas, movidas para cima ou para baixo realizam os cálculos. Movidas para o alto, conta-lhes o seu valor; se não movidas, não há valores. 

O suanpan, volta à posição inicial apenas por um pequeno agitar ao longo do eixo horizontal, com todas as peças no centro. Existem os mais modernos, com uma bola na parte de cima e quatro de baixo com bolas redondas, feitas em madeira.
Japão - o Soro-ban
Utilizado no Japão desde a antiguidade, significa tábua de contar. Existe uma versão modificada pelos japoneses chamada de suanpan, que foi importado para o Japão, antes do século XVI. Porém, a idade de transmissão é incerta, pois não existem registros sob este dado.

Como o soroban, também  o suanpan, ainda hoje é utilizado no Japão, apesar da proliferação de calculadoras de bolso. Em 1938, no Rio de Janeiro, no Yokorama Specie Bank, funcionários japoneses, usavam o soroban ao apurar saldos e saques em contas correntes. Em Santos, no banco japonês, Banco América do Sul, na década de 70, pude ver seu uso por alguns funcionários.

A Coreia, também possui o seu próprio instrumento de cálculo, o "supan" (수판), basicamente é como um  soroban, antes da sua forma atual, dos anos 30.

Ábaco japonês
Rússia - 
O ábaco russo, o schotky (счёты), é comum ter apenas um lado comprido, com 10 bolas em cada fio. Habitualmente utilizado na vertical, da esquerda para a direita; as bolas, normalmente curvadas para se moverem par o centro, numa ordem para manter as bolas, em cada um dos lados. É classificado quando as bolas se devem mover para a direita.

Existem também com 4 bolas, para frações de quartos de rublo. Modelos mais velhos têm outra corda com 4 bolas, para quartos (kopeks), emitidos até 1916, que costuma estar do lado do utilizador. Durante a manipulação, as bolas são movidas para a direita. 

Para mais fácil visualização, as duas bolas do meio de cada corda (a 5ª e a 6ª; no caso da corda exceção, a 3ª e a 4ª) costumam estar com cores diferentes das outras oito. A bola mais à esquerda da corda, dos milhares ou dos milhões, se existir, é pintada com cor diferente.




O ábaco russo, na antiga União Soviética, estava em uso em todas as lojas e mercados; seu uso e aplicação era ensinado em todas as escolas soviéticas até aos anos 90. Atualmente, é visto como arcaico, sendo substituído por calculadora. 



Pérsia
As bolinhas ou pedras foram substituídas por areia ou pó, de onde vêm a origem da palavra ábaco,  abac.
Grécia -
Foi chamado de “Abax
Em 1846, a arqueologia encontrou na ilha de Salamina, um interessante ábaco, datado de 300 aos a.C., o mais velho ábaco descoberto até o presente. Feito de mármore com 149 cm de comprimento x 75 cm de largura x 4,5 cm espessura; com cinco grupos  de madeira para marcação; ao centro, cinco linhas de madeira paralelas, divididas por uma linha vertical; um semicírculo tampa a intersecção da linha em horizontal; debaixo destas linhas, um espaço largo, com rachadura horizontal para dividi-los; abaixo destas, um grupo com onze linhas paralelas com duas seções; o semicírculo no topo; e a 3ª, 6ª e 9ª linhas marcadas por uma cruz na intersecção da linha vertical. Este, é o formato da ábaco encontrado pelos arqueólogos, numa prova concreta de sua existência e uso.  
Roma -
O nome recebido foi designado como “abacus”; as bolinhas de osso foram substituídas por pedrinhas - calculi  - de onde se origina o verbo calcular.
Existe uma certa similaridade entre o ábaco romano com o chinês , talvez um pode ter inspirado o outro, uma vez ter existido evidências de relações comerciais entre o Império Romano e a China. No entanto, não existe nenhuma ligação direta é a similaridade dos ábacos, deriva da coincidência de ambos derivar da contagem associada com os cinco dedos por mão. 

O modelo romano tem 4 bolas mais 1 bola por espaço decimal; o suanpan  tem como padrão 5 mais 2; que podem ser utilizado com números hexadecimais, ao contrário do romano. O ábaco romano funciona em sulcos, com cálculos mais difíceis, os modelos chinês e japonês funcionam em cordas. 

O cálculo antigo, de Roma ou da Grécia, no passado, o normal era mover bolas de contagem numa tábua própria para esse método.

Em Roma, na adição, as bolas de contagem ficavam frouxas; foram encontrados pela arqueologia, vários espécimes de um ábaco romano, com oito longos sulcos contendo até 5 bolas em cada; 8 sulcos menores, tendo uma como nenhuma bola; nos sulcos menores, o I marca unidades, o X dezenas, assim sucessivamente até  milhões. 

As bolas nos sulcos menores, marcam: cinco unidades, cinco dezenas, etc., todos baseados no sistema de numeração romana; duas últimas colunas de sulcos marcam as subdivisões da unidade monetária. 

A unidade monetária era subdividida em 12 partes; o sulco longo, marcado com o sinal a letra O, representando os múltiplos da onça ou duodécimos da unidade monetária; com máximo de 5 botões, valendo cada, uma onça e a bola superior, seis onças. Os sulcos mais pequenos à direita representam as frações da onça romana, respectivamente, de cima para baixo, ½ onça, ¼ onça e ⅓ onça.

Linhas com a numeração romana, indicavam as marcas de unidades, meias dezenas, dezenas, centenas, milhar. Esse sistema de calcular continuou até à queda de Roma, passando pela Idade Média,  embora com uso bem mais limitado  até século XIX

Mais tarde, na Europa medieval, os jetons começaram a ser manufaturados. Os jetons para o cálculo usados na Europa entre 1200-1440 d. C., perdurando ocasionalmente até início do séc. XIX.  
Peru -
Sem nenhuma ligação aparente, na descoberta e tomada pelos espanhóis, aonde hoje é no Peru aonde existia o Quipó, um interessante e antiqüíssimo meio de cálculo sem quaisquer ligações com as culturas anteriores. O Quipó era um corda mais grossa com muitas cordas finas de várias cores, usado pelos Incas e ainda existe raros exemplares no Museu Field de Chicago, EUA

Os cálculos, feitos por meio de nós, usando um sistema decimal. Cada província Inca no final de cada período anual, indicava por meio de nós anotados, o número de pessoas que haviam nascido e morrido naquele período e remetia os quipós para Cuzco onde se faziam a contagem de nascimentos e óbitos do império. Contavam ainda, os rebanhos de lhamas e o registro fiscal.

Ainda podemos considerar os esquimós, índios da costa pacífica americana e os astecas contavam pelo modo natural do corpo através das mãos e dos pés que dão como base o n° 20. Como se percebe, é possível que o ábaco tenha sido inventado por mais de uma civilização antiga.

Leonardo Fibonacci 
Ano 1200
Jamais seria possível existir “métodos mecanizados de calcular”, sem a substancial contribuição de Leonardo Fibonacci, como também era chamado de: Leonardo de Pisa, Leonardo Pisano, ou ainda, Leonardo Bigollo.



Leonardo Fibonacci, viveu Itália na cidade de Pisa, nascido em 1170 e morreu em 1250. Fibonacci, foi um italiano, reconhecido e considerado por alguns, como o mais talentoso matemático ocidental, o primeiro grande matemático europeu da Idade Média, o introdutor dos algarismos arábicos na Europa




Na sua época, a cidade italiana de Pisa mantinha importante atividade comercial através dos portos do Mediterrâneo. Ainda muito jovem, Fibonacci teve contato com o mundo do comércio. Assim conheceu um inédito modo de “realizar contas” através de novos símbolos matemáticos. Reconheceu existir uma nova aritmética, utilizando algarismos arábicos, mais simples e eficiente do que com os algarismos romanos. 
Constantinopla séc V, aonde já circulava o uso do algarismos arábicos 
Para estudar esses símbolos arábicos, resolveu viajar por todo o mundo mediterrâneo, chegando até Constantinopla, e manter contato com matemáticos árabes, os mais importantes de então, alternando os estudos com a atividade comercial. 

Em Bugia, travou amizade com Guglielmo, que atuava como uma espécie de fiscal alfandegário, no importante porto exportador de velas de cera, situado a leste de Argel, no Califado Almoeda. Por lá, aprendeu técnicas matemáticas desconhecidas no Ocidente, difundidas pelos estudiosos muçulmanos nas várias regiões do oriente e do mundo islâmico. Muito do seu aprendizado deve ser creditado às obras de Muhammad ibn Musa al-Khwarizmi, de Abu Kamil e de outros mestres árabes. 

Fibonacci após esse período, retornou à Itália, por volta do ano de 1200, não apenas como mero difusor dessas obras matemáticos aprendidas em suas viagens, mas usou-as exemplarmente em 1202, aos 32 anos, ao publicar o Liber Abaci  (Livro do Ábaco ou Livro de Cálculo), introduzindo os numerais hindu-arábicos na Europa

Esclarecemos que alguns desses procedimentos, haviam sido criados por matemáticos da Índia, uma cultura muito distante da mediterrânea, trazido pelos árabes em suas viagens de comércio.

Sua fama chegou à corte do imperador Frederico II, para onde é convidado a solucionar alguns problemas matemáticos da corte. Depois de ter resolvido diversas questões, foi-lhe atribuído um rendimento vitalício, e isto, lhe permitiu viver de modo mais cômodo, podendo dedicar-se completamente aos estudos. 

Fibonacci escreveu o Liber Abaci, em 1202, entretanto, após sua morte seu livro foi atualizado em 1254. É a primeira obra importante sobre matemática desde Erastóstenes, isto é, mais de mil anos antes. O Liber Abaci introduziu os numerais hindu-arábicos na Europa, além de discutir muitos problemas matemáticos. 

De 1228 em diante, não se teve mais notícias do matemático. Em 1240, a República de Pisa, através de um decreto atribuiu o título de "Discretus et sapiens magister Leonardo Bigollo" que significa “sério e sábio mestre Leonardo Bigollo”, em reconhecimento aos serviços prestados elevando sua natal cidade, particularmente em matéria contábil e na instrução dos cidadãos.


Com outros matemáticos do seu tempo, seu legado seguiu em frente, e originou a criação da seqüência numérica nomeada, descoberta após sua morte, que em sua homenagem ficou conhecida por “seqüência de Fibonacci”. 

A Torre de Pisa, ao lado, a catedral, ambas estão iluminadas.

Fibonacci morreu alguns anos mais tarde, em Pisa aos 80 anos. Seu papel no renascimento das ciências exatas foi fundamental, após um longo período que vai da decadência do último período da antiguidade clássica até o início da Idade Média. A figura de Fibonacci, foi preponderante. 
Neste quadro, caracteres usados por Gutenberg, século XV. Na linha de baixo, 
os números em algarismos arábicos que passaram a ser usados após o ano de 1200. 
Anteriormente, eram usados os números romanos. 
1617
O célebre matemático Neper, inventou um sistema de multiplicações por meio de bastões numerados, chamados de “bastões de Neper”. Ele dividiu a tábua de Pitágoras, em nove tabuinhas verticais correspondendo o produto de cada um dos 9 algarismo. Cada tabuinha tem no centro uma lista que a divide em duas colunas de números.
1624
O primeiro aparelho de cálculo eficiente foi inventada nesse período por Wingate, com o qual se podia fazer cálculos mais complexos fazendo uso de réguas. Também existiam as “réguas de somar”, de cuja época de invenção não há dado.

Johannes Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg, nascido em Mogúncia por volta de 1398 (ano provável), falecido em 03 de fevereiro de 1468, simplesmente, Gutenberg inventou o primeiro meio, o marco inicial da evolução mecanizada, ou a invenção dos tipos móveis. Vamos ao cálculo!

A Cronologia da Invenção da Máquina de Cálculo
Blaise Pascal


Nasceu em 19 de junho de 1623, em Clermont-Ferrand, França. Era filho de Étienne Pascal e Antoniette Bejon. Aos três anos, perdeu a mãe e o pai foi quem encarregou-se diretamente da sua educação. Foi uma criança precoce.

Seu pai Étienne, desenvolveu um método singular na educação do filho, se utilizou de jogos para ensinar várias disciplinas: exercícios de diversos tipos, a fim de despertar a razão e o juízo correto.

Seus primeiros trabalhos foram sobre as ciências naturais e aplicadas. Aulas de matemática geografia, história e filosofia, só fizeram parte dos estudos, ao perceber que o filho estava mais maduro. Mantido distante dos grossos livros de aritmética, geometria e matemática, Pascal teve aguçada a curiosidade daqueles dificultosos e estranhos assuntos.

Certo dia, o pai Étienne, percebeu o interesse do filho em desenhar figuras geométricas com carvão, despertado pelas conversas do pai, sob os mistérios das ciência dos números.
1636
Pascal, passou a desenvolver estudos nesta área, de modo auto-didático, alcançando o conhecimento das várias proposições matemáticas, até o estudo proposto na 32ª  fórmula, do Livro 1, de Euclides, de Megara.

Por essa inusitada situação, foi-lhe permitido, excepcionalmente, avançar na sabedoria dos matemáticos, juntando-se aos sábios de Mersenne, e nesse círculo especial, obteve um conhecimento mais avançado. Pascal tinha apenas 13 anos de idade.
1639
Aos dezesseis anos, publicou um tratado sobre a geometria projetiva.
1640
Aos 17 anos, descobriu e publicou uma série de teoremas em geometria, fundamentais ao desenvolvimento tecnológico do futuro, aproveitados até o presente, no campo da aeronáutica e outros, aonde é necessário o uso dos cálculos avançados.
1642
Seu pai, estava sempre ocupado com números. Impressionado com o volume de cálculos que o pai fazia, ocupando o cargo de superintendente na Alta Normandia, a serviço do cardeal Richelieu, para restaurar a ordem das receitas pelos procuradores da província. Pascal, resolveu dedicar-se à invenção de uma máquina que facilitasse aquela penosa tarefa paterna.

Pascal, dedicou-se a criar uma máquina de calcular guiado por sua capacidade excepcional, quando tinha 19 anos (1642). Fez os esboços dum modelo de mecanismos que permitia cálculos. Naquela época, oficinas mecânicas, não tinham  capacidade para produzir mecanismos complexos devido a ausência de ferramental. De duas máquinas concebidas que puderam ser construídas, mediante muito trabalho, saíram pesadas e caras para o uso comum.
Pascaline 
O primeiro nome da sua invenção foi "aritmética máquina.", depois chamou-se "Pascalina Roda", por fim "Pascaline". Seu formato era um pouco menor do que uma caixa de sapatos, baixa e alongada.

Essa calculadora é baseada em rodas e engrenagens interligadas e sincronizadas. Quando as rodas dentadas eram movimentadas em sentido horário, ao girar completamente a transmissão sobre o seu eixo, se produzia uma série sincronizada de movimentos para a próxima operação.

As rodas representam o "sistema de numeração decimal." Cada roda consistia em dez passos, para o qual foi convenientemente marcados com números de 9 a 0. O número total de rodas foi oito (seis rodas para representar números inteiros e duas rodas na extremidade esquerda de um ponto decimal). Com este arranjo, "obtinham cálculos de números entre 0,01 e 999.999'99".
Deste modelo nasceu, o princípio das calculadoras, anos mais tarde aperfeiçoado. A concepção dessa máquina calculadora foi perfeita. Pois ainda serviu de base para diversos aparelhos modernos: velocímetros, relógios de táxi, marcadores de consumo, e outros. A revolução causada por Pascal por esse conceito e princípio, dá o nome a importante e famosa linguagem lógica mundial, base para computadores.

Ainda desenvolveu importantes estudos, inspirados nas descobertas sobre a pressão atmosférica, esclareceu os conceitos de pressão e vácuo, estendendo o trabalho do italiano Torricelli.

Nessa obra, estabeleceu “o princípio de Pascal” que afirma: "um líquido em repouso ou equilíbrio as variações de pressão transmitem-se igualmente e sem perdas para todos os pontos da massa líquida". Este princípio é usado até o presente, no funcionamento do macaco hidráulico e em instrumentos de funções hidráulicas. Ele contribuiu de forma significativa para o estudo de fluidos.

Escreveu textos importantes sobre o método científico, um dos seus tratados sobre hidrostática, "Traité de l'équilibre des liqueurs". Publicado um ano após sua morte (1662), onde esclarece os princípios barométricos, da prensa hidráulica e da transmissibilidade de pressões.

Continuaremos o roteiro abordando - calculadoras, somadoras e os demais equipamentos mecanográficos em outra aba, " Os Cálculos"Neste espaço, recordamos apenas de tempos remotos até a primeira  iniciativa de um princípio de mecanizar o cálculo


Contaremos essa história passando gradativamente por cada autor, que permitiu a evolução e a existência desse invento, até seu desuso recente, rarear gradualmente.

A Cronologia da Máquina de Escrever
1713 – primeiro passo da escrita individual mecânica.
Temos como primeira informação, um fato ocorrido, na Inglaterra, quando Henry Mill um engenheiro inglês, entrou com pedido registrando a primeira patente para um aparelho com fim de executar a escrita com menos trabalho e tempo.

O invento foi apresentado na corte em 7 de janeiro de 1714, como um aparelho mecânico, acionado por alavancas, imprimindo por unidade, de forma manual numa folha de papel, caracteres maiúsculos.  Segundo os dados, de forma oficial, uma máquina que mecanizava a escrita.

Quantas equipamentos produziu Henry Mill ? A utilização foi aproveitável?

Certamente não havia ainda necessidades elementares, para um fim útil de tal equipamento. Porém a idéia primordial de Henry Mill (1683-1771), um engenheiro de distribuição de águas, proporcionou os princípios básicos daquela novidade. Tentativas de aperfeiçoar tal aparelho, pelos inventores posteriores, seja por equipes ou de modo individual, tanto na Inglaterra, França, Itália e Estados Unidos, foram encaminhando aquelas condições rudimentares, barulhentas, morosas em inúmeras experiências contribuidoras para um equipamento útil e imprescindível, nos séculos XIX e XX.

Entretanto, Henry Mill, ao apresentar seu equipamento, impõe a característica desse fim de escrever em modo mecânico: “um aparelho que deve ser destinado à escrita individual e progressiva obedecendo ao princípio de apontar tal como se escrevia com pena e tinta, isto é, caracter por caracter”A cópia da patente concedida pela rainha Ana Stuart (1665-1714), declara no documento original em inglês, o seguinte texto:

The First English Typewriter Patent, 1714 A.D.
"An artificial machine or method for the impressing or transcribing of letters singly or progressively one after another, as in writing, whereby all writing whatever may be engrossed in paper or parchment so neat and exact as not to be distinguished from print”.

Tradução: uma máquina artificial ou método de imprimir ou transcrever letras, uma atrás das outras, como na escrita manual, pela qual todas as letras podem ser reproduzidas no papel ou pergaminho, tão nítidas e exatas que não se distinguem das impressas”.

Todas as tentativas futuras obedeceriam esse princípio. Enumeramos à seguir, as principais datas históricas desses aperfeiçoamentos, seguindo como padrão histórico, a cronologia.
1753 
Vários modelos foram surgindo, mas somente 39 anos depois Frederico Knaus, cidadão de origem alemã, de Viena, construiu um mecanismo de metal e apresentou na corte de Luís XV em Versalhes. Embora apresentasse a descrição do aparelho de modo minucioso, a operação da máquina não agradou. Conheceu-se sua existência duma cópia datada de 1780.
1808 
Tentativas diversas ocorreram em várias partes do mundo, por parte de inventores, despertos pelo interesse da Revolução Industrial quando uma série de novos equipamentos que iam surgindo para vários fins. Porém 94 anos depois, houve uma contribuição indispensável para a mecanografia: a datilografia como método e arte de escrever mecanicamente.
Pellegrino Turri
1806
Neste ano, o italiano Pellegrino Turri inventou o papel carbono, também pensando em ajudar a escrever as pessoas com dificuldades visuais, "o papel preto" foi um meio, não um fim, era o substituto da tinta permitindo cópia daquilo escrito.
1808
Turri, era dotado de bons conhecimentos de mecânica, e no ano de 1808, anuncia uma máquina de escrever para cegos. Pellegrino Turri, teve a finalidade de ajudar uma jovem amiga, da nobreza italiana,  a Condessa Carolina Fantoni da Fivizzon, cega de nascença, para corresponder-se com ele. 

Nesse caso há um fundamento de utilidade prática e humanísta. Seu invento destinado à escrita individual e progressiva, atendia às exigências para ser registrado como patente, seguindo o princípio do pioneiro da idéia de escrita mecânica individual, Henry Mill.

O inventor Pellegrino obteve a patente, mas como não
visava os fins comerciais: apenas objetivo sentimental
e humanitário.

Informou a jovem amiga o meio de usar seu invento de
escrita mecânica: localizar as letras e sinais que compunham o teclado

Sendo cega, a amiga só precisou decorar pelo tato aonde 
estava cada caracter. Valeu o esforço de memorizar o teclado. 

Conta-se que ela passou a corresponder-se com o amigo inventor. Além disso, mostrou sua capacidade intelectual e compôs vários livros sacros, com excelente habilidade.

Foi essa contribuição de grande proveito, no sistema mundial de datilografar: utilizando a memorização, saber 
aonde se encontra cada letra, número ou sinal, usar todos os dedos, sem olhar para o teclado, escrever em 
modo mecânico, uniforme, com padrão estético, datilografando com rapidez maior do que uma pessoa em 
modo manual.

Para isso era preciso mecanismos ajustados, precisos, elaborados, um teclado distribuído para facilitar essa 
escrita e a eficiência dos equipamentos. Demorou um bom tempo para chegar a esta finalidade. 
A idéia de teclado foi a marca desse aparelho.
1829 
William Austin Burt, americano de Petersham, Worcester Country, Massachusetts - EUA
Willian Austin Burt

(13/junho/1792-18/agosto/1858), legislador, topógrafo e construtor de moinhos. 

Burt também inventou a bússola de energia solar e o sextante equatorialpara auxiliar a navegação com precisão na localização dos navios.

Obteve a primeira patente nos Estados Unidos. Seu invento de escrever com os caracteres colocados numa roda semicircular que girava e imprimia no papel. Seu modelo, apresentado de acordo com as 
exigências da lei, conservou-se na Secretaria de Patentes de Washington, no ano de 1836, data que foi destruído por um incêndio. 




O Typograph
Denominado de “typograph” era acompanhado de 
um desenho do aparelho de escrita.

Embora o aparelho não tenha passado de projeto, contribuiu como tantos, com idéias básicas para novas tentativas. O entusiasmo para a fabricação de um engenho de escrever multiplicava-se, mas a matéria prima necessária as experiências era dispendiosa demais, motivo pelo qual a maioria dos inventores via-se forçada a fugir à luta. 

Numa roda semicircular, este aparelho ao lado esquerdo, girava e imprimia no papel caracteres. 


Vista isolada do TYPOGRAPH de Burt
Os americanos consideram em seus anais, Burt, o inventor da máquina de escrever. Com igual sentimento, consideramos o padre brasileiro Francisco João de Azevedo (1868) também inventor da máquina de escrever. Nosso padre é parte dessa invenção, segundo a Cronologia. Ambos não são os inventores de
tal proeza, como veremos.





Um fato curioso...
Essa primeira patente norte-americana, de William Austin Burt, (1829), foi destruída por incêndio ocorrido numa quinta feira,  em 15 de dezembro de 1836, no Escritório de Patentes de Washington. O incêndio, destruiu aproximadamente cerca de 2.845 patentes ali depositadas.

Cerca de 1840 patentes originais, não tiveram suas características refeitas. Outras foram restauradas,
 numa estimativa de mais de mil. Por sorte, graças uma cópia da família de Burt, se permitiu reconstruir
a máquina patenteada, exibida na exposição de Chicago de 1893. O aparato era considerado apenas um
brinquedo”.
A cópia do invento de William Austin Burt
O  bisneto do inventor, chamado de Austin Burt, estudante de engenharia, construiu uma réplica do modelo de trabalho para a Feira Mundial de Chicago de 1893.

O neto Austin, se utilizou de uma cópia do pergaminho da patente original de n° 5581X.
Numa carta datada de 1° de abril de 1893, foi anexada ao modelo, aonde explica que as dificuldades
para reconstruir o invento do avó, tendo inclusive feito muitas das peças à mão. Afirma ter levado um
mês, partindo da descrição original de patentes para construí-la.

A réplica do modelo de máquina de escrever, exposta na Feira de Chicago, voltou para a sala do escritório de patentes em Washington DC quando Feira Mundial do Chicago encerrou e permaneceu até 1903, quando o quarto modelo do Escritório de Patentes foi fechado.

Uma foto foi tirada de Austin Burt e seu modelo em réplica, na Universidade de Minnesota, antes da máquina chamada pelo avó de “Tipógrafo”, ir para a Feira Mundial do Chicago em meados de abril. Abaixo: modelos de inventos de Burt
O "tipógrafo" depois do fechamento do Escritório de Patentes, a réplica e a cópia fiel do invento, foi então
enviada em 1903 para Hiram A. Burt de Marquette, Michigan, que a deixou para a filha, Srª Howard Corning, de Bangor, Maine. A réplica é um fac-símile da patente a partir de 1922 do Smithsonian Institution e dos documentos das letras originais de Patentes que permaneceu na família da Sra Howard Corning.

As experiências continuavam na Europa e nos Estados Unidos da América
A repetição de cada experiência implicava em alto financiamento, seja para os gastos com matéria prima; o
custeio de uma boa equipe de engenheiros para aperfeiçoar o invento, arranjar soluções práticas ao seu funcionamento; serviços de ferramentaria para manufatura das peças, inclusive mecânicos especializados 
para testar, montar e fazer as experiências do maquinismo.

A idéia de construir um aparelho de escrever, vinha à tona de tempos em tempos com inovações ou aperfeiçoamentos a serem testados. Alguns avanços significativos estavam em curso com relação as máquinas que a antecediam. Mas muito longe de escrever da forma plena, como seus inventores esperavam. Os inventores tentavam buscar ou despertar, o interesse dos capitalistas. 

Estes continuavam receosos em empregar seus recursos e não obterem a lucratividade ambicionada, alegando que a pena e a tinta ainda prevaleciam com maior utilidade. Era mais prática e comprovada extensamente.
1830/1833
François Xavier de Projean, um francês natural de Marselha, apresenta um novo invento:
plume typografique”, ou Pena Ktipográfica.

Seu aparelho, obteve a patente. Ele apresentou um 
equipamento com uma série de barras em forma círculo. 
Essa idéia trouxe a mudança, que iria imperar nos modelos posteriores. 

A boa contribuição inventiva desse francês para as máquinas 
de escrever foi determinante. As atuais máquinas evoluíram desse engenhoso
princípio técnico, ou seja, um conjunto de barras com seus caracteres.
Foto à esquerda datada de 1833

1836 
Um autor desconhecido, produziu um invento chamado de “Columbia”. Interessante aparelho com 72 caracteres, composto com letras maiúsculas e letras minúsculas, e os sinais necessários à escrita.
O teclado era extenso o que tornava moroso sua manipulação. Porém o aparelho, satisfez às exigências da comissão examinadora, obtendo o registro com o nome de Columbia. Seu autor, cujo nome não se sabe, declarou que este poderia ser utilizado em novas tentativas. Para tanto, deixou o desenho com seus detalhes.
1843/45
Charles Thurber (02/jan/1803-07/nov/1886), foi um inventor de armas de fogo, de Worchester, Massachusetts, Estados Unidos

Em 1843, patenteou um aparelho: “o impressor patente”, tida como “ a primeira máquina de escrever prática. Segundo fontes do livro As Maravilhas do Mecanismo Moderno de 1901, essa máquina não logrou êxito, por ser morosa, dispendiosa, pesada, desproporcional e jamais foi fabricada. 

Entretanto em 1862, a Eastman Business College afirma que alunos com deficiência poderiam usar a máquina de escrita mecânica chamada de “Kaligraph”  de Charles Thurber, ao invés de uma caneta.(foto ao lado)




O  impressor patente de Charles Thurber,
numa demonstração de como poderia ser
utilizado.
1845 
Levite surge com um invento considerado dos melhores da época. Seu funcionamento, entretanto, dependia de alguns estudos. Impedido de continuar sua obra, permitiu que ela fosse utilizada por seus sucessores, em novas experiências.
1849 
François Pierre Foucault, francês, cego e professor do Instituto Parisiense para Cegos, engendrou um curioso aparelho com modificações e aperfeiçoamentos aproveitáveis com alavancas operadas por um conjunto de chaves. Conseguiu patenteá-lo, e foi premiado com medalha de ouro na Exposição Internacional de Londres.
1850 
Surge um aparelho de linhas diferentes das anteriores, invento de S. A. Hugues. De proporções reduzidas, de uso individual, requereu e obteve a patente, pois satisfez à comissão julgadora. Como seus antecessores, por dificuldades de financiamento, Hugues, não teve condições de repetir a experiência. 

Outro inventor deste ano, foi Olivier T. Eddy. Apresentou um invento complicado, dispendioso, de grandes proporções e não conseguiu a patente requerida. 
1851 
Baseado na idéia de Mill, com teclado visível de 29 teclas, correspondentes às letras maiúsculas, de proporções normais, de baixo custo - Wheatstone - apresentou um aparelho que despertou interesse comercial para sua fabricação. Obteve patente, porém impedido de reproduzir o modelo pelo motivo comum a outros inventores: falta de verba.
1852 
John Jones, americano de Nova Iorque,inventou e teve a patente aprovada (US Patente n° 8980) de uma máquina de escrever, com o nome de Typographer Mecânica. Foto, à esquerda é da Revista Life;  do outro lado, a cópia da patente.












Nesse ano, entre os inúmeros que apresentaram inventos, destacam-se:

N. S. Thomas, de Wilmongton; F.A. de May e Benjamin Livermore, de Hartland; Thomas Hall e Abner Peeler, de Webster City, Yowa.

A busca incansável pela idéia de inventar o aparelho de escrever, multiplicava-se através de diversas contribuições e tentativas mecânicas. O desejo de conquistar essa façanha, constituía especial motivação entre os inventores, à medida que o tempo ia passando, não surgia nenhum projeto para permitir essa revolucionária e facilitadora invenção.

Embora a contribuição dos antecessores, fosse sempre aproveitada, conforme a circunstância modelada para um novo modelo, os inventores apenas desenvolviam dispendiosos aparelhos de reprodução, impedida principalmente pela falta de financiamento. Esse quadro de desânimo e frustração, abatia uma centena de projetistas, da futura máquina de escrever.
1826 

Alfred Ely Beach,
Neste ano, em 1º de setembro, nasce o inventor, editor e advogado de patentes norte-americano Alfred Ely Beach. Foi um dos editores da revista de ciências Scientific American.

1856
Como inventor teve seu primeiro invento condecorado com medalha de ouro na Exposição Nacional de Londres. Prometerá reduzir o tamanho da sua máquina de escrita, pois tencionava fabricar máquinas de “baixo custo” para abastecer o comércio.

Durante sete anos consecutivos, despendeu grandes esforços para aperfeiçoar sua idéia num  modelo, de proporções menores, mas não conseguiu este intento. Decepciona-se, por não obteve o resultado que esperava. Seu engenho era complicado e dispendioso. O aparelho consegue patente, era enorme, de dificultosa manipulação.
Ely, não conseguiu o intento. Decepciona-se, por não obter o resultado que esperava. Apesar do esforço infrutífero, Ely Beach havia elucidado certas dúvidas de seus antecessores. Ofertou essas novas idéias a quem desejasse terminar algum projeto das construções já iniciadas.
1896
Alfred Ely Beach, faleceu em 1º de janeiro deste. Em seu currículo consta inúmeras e comprovadas contribuições inventivas em outras áreas, porém jamais no mecanografia.
1856 Cooper
Outra tentativa conhecida, no ano de 1856 é a de J. A. Cooper. Foto à esquerda, máquina de Cooper

Apresenta um interessante modelo, de funcionamento completamente diverso dos anteriores.
As letras apareciam em um placa redonda e seriam grafadas com o auxílio de uma alavanca.
De reduzidas proporções, uso individual, conquistando algum interesse comercial e obteve a permissão da patente.

1857-1858
Giuseppe Ravizza, italiano de Novara, onde nasceu em 1811 e morreu em 1884, em Livorno, Itália lança no mercado um aparelho, considerado a primeira tentativa, de interesse comercial na história da máquina de escrever. Seu invento foi chamado de: “cembalo scrivano”, feito em madeira e arames.






O modelo de sua exclusiva autoria, patenteado, recebeu a Medalha de Ouro na Exposição de Turim, em 1858. Foi produzido com sucesso devido à disposição das letras no teclado, de fácil manejo da grafia e de tamanho reduzido.



Samuel W. Francis

No mesmo período, uma pessoa conhecida por “Francis”, patenteia
um invento de uso individual, pequenas proporções e fácil manejo por alguém.

Surgem registros de novas idéias, entre estes estão:
Thomas Hall, Henry Hager, F. A., o inglês Jenkins, Fairbanks,
Jones, colaboraram para o aperfeiçoamento da máquina.




1861 - A máquina de escrever brasileira
Como parte, notável deste grupo, se destaca o padre brasileiro Francisco João de Azevedo, integrante de uma família em que existiam vários mecânicos. Nasceu na Paraíba do Norte (atual João Pessoa) em 1814 e faleceu na segunda-feira, 26 de junho de 1880. Foi sepultado no dia seguinte, no cemitério da Boa Sentença.

O padre Francisco, era professor de Matemática do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Em 1861 surge um novo modelo, de máquina de escrever. Apresentou o invento, na Exposição Agrícola e Industrial de Pernambuco; algumas meses depois, em 2 de dezembro de 1861, na Exposição Agrícola Nacional, realizada no Rio de Janeiro. Foi vencedor da Medalha de Ouro atribuída por D. Pedro II.

A invenção de um dispositivo mecânico de escrita no Brasil idealizada pelo padre Francisco Azevedo, era mais rápido, prático e funcional, a ponto de ser tido como a solução final para a escrita artificial e ser industrializado. Chegou a ser fabricado em série, mas seu protótipo foi destruído.



O padre e o estrangeiro
O padre Azevedo, segundo relatos existentes, se encontrou com um estrangeiro entre os anos de 1872 e 1873. Tornaram-se amigos. Existi a suspeita, que desse encontro com o estrangeiro, este, furtivamente teria sabotado o projeto da máquina de escrever do brasileiro e revelado ao jornalista “Christopher Lathan Sholes”, as inovadoras engenhosidades mecânica do nosso patrício inventor.

Até esse ano, inventores e aperfeiçoadores desses aparelhos, não haviam aplicado a idéia do princípio geométrico clássico, no sistema de funcionamento das alavancas portadoras de letras. Partindo desse princípio, de que todos os pontos de uma circunferência distam igualmente do centro. Nosso patrício construiu sua máquina sob este princípio angular.

Qual foi essa modificação revolucionária para o futuro das máquinas de escrever?

A idéia do princípio geométrico no sistema de acionamento das barras de tipos, aonde letras, números e sinais estavam afixados, trouxe a adequada disposição de disparo. Partindo de uma meia circunferência, cada barra de impressão dista do centro, a mesma medida, e isso veio acelerar a impressão do caracter.

O interesse por essa inovação técnica trouxe admiração e grande interesse, entre fabricantes nacionais e estrangeiros. Esse melhoramento introduzido relaciona-se especificamente com a forma de pressão, veio a ser o futuro sistema de impostação, que comprovadamente prevaleceu nas futuras máquinas. Houve admiração, aplausos e interesse de fabricantes nacionais e estrangeiros.

Os jornais da época divulgaram que a “máquina taquigráfica” do padre brasileiro, seria imediatamente utilizada para registrar os discursos nas sessões do Conselho de Estado, do Superior Tribunal de Justiça, da Câmara dos Deputados e Senado e das Assembleias Legislativas. Não obstante o êxito, o Governo Imperial de D. Pedro II, negou o auxílio pecuniário para aperfeiçoar o engenhoso aparelho. Como negará, em outras questões industriais ou legais, ao Visconde de Mauá.

A primeira máquina de escrever de Christopher Lathan Sholes e outros, de 1867, um aparelho completamente diferente da lançada, posterior, em 1874. É facilmente percebida a diferença estrutural entre o primeiro modelo e o último daquele “grupo de inventores”.

Não se sabe se foi mera coincidência, obra de espionagem ou sabotagem, ou recursos disponíveis melhores levaram Sholes e seu grupo, a ter a paternidade final da primeira máquina de escrever como veremos nessa cronologia.
O nome do padre Francisco João de Azevedo, jazia esquecido do cenário nacional. Quando em 1906, o paraibano Quintela Júnior, publicou um artigo no modesto e provinciano periódico - Jornal do Comércio, de Manaus - sobre o inventor da máquina de escrever.

As colunas de Jornal do Comércio revelou nosso genial inventor ao cenário nacional. Apesar de conter poucos dados, repletos de erros quanto a fatos, nomes e datas. A notícia, foi recebida com orgulho e júbilo, por todo o Brasil. O artigo mesmo desacompanhado de qualquer documentação foi transcrito por vários jornais de todo o país.

Do brado inicial, a imprensa investigativa, passou a pesquisar sobre o inventor brasileiro e sua máquina. Dessa coleta de informações, sobre a vida e obra do padre Azevedo, surgiu o conteúdo histórico de melhor precisão, do qual relatamos neste espaço parte desses apontamentos.

 Desabafo do Padre Francisco João de Azevedo:
“Esta, como todas as minhas descobertas ficou inútil, porque me falta o dote, muito necessário e muito legítimo de saber recomendar a creditar minha idéia. O acanhamento e a timidez da minha índole, a falta de meios, e o retiro em que vivo não me facilitam o acesso aos gabinetes onde se fabricam reputações e se dá o diploma de suficiência. Daí vem que as minhas pobres invenções definham, morram crestadas pela indiferença e pela minha falta de jeito".
1863/1866
John Pratt,
natural do Centre, no Alabama, EUA após três anos de ensaios e experiências, durante a permanência em Londres, consegue terminar a construção do seu primeiro aparelho, muito comentado e apreciado sob o ponto de vista de funcionamento, já surgindo com um novo sistema de cilindro.

As alavancas portadoras das letras executavam a grafia em papel carbono, colocado sobre a folha branca. Era um passo a mais, com tantos outros, no aperfeiçoamento anteriores. Até esse momento o sistema de grafia com tintas não havia sido aplicado. Insatisfeito com a funcionamento do aparelho, melhora-o colocando 36 teclas correspondentes às letras, sinais e números, estando as letras perfiladas em ordem alfabética. Pratt idealiza uma chapa metálica retangular, patenteada pelo nome de  “pterotype(Foto à esquerda).

Em 1866, John Pratt apresenta um terceiro modelo mais aperfeiçoado. Segundo o inventor, capaz de acelerar a escrita tão rápida como a pena. O modelo patenteado, ficou na Exposição no Victoria and Albert Museum.





Uma vez mais, realçamos que a falta de recursos obriga o inventor a tentar angariar fundos. Pratt, manda publicar num jornal, de grande circulação da época, o Cientific America, em 6 de julho de 1867, a foto, as peças básicas do aparelho, descrição pormenorizada do funcionamento de seu novo aparelho de escrita, a fim de aguçar algum financiador, no interesse de produzir seu equipamento.

A matéria despertou a cobiça entre aqueles que tentavam aperfeiçoar este aparelho, e muitos outros, que não tinham o menor conhecimento desse assunto. Muitos foram os inventores que tentavam aperfeiçoar seu invento para torná-lo prático e funcional, mas sem sucesso.





1865 - Um equipamento diferente e interessante

Como inventor, o dinamarquês, Hans Rasmus Malling-Hansen (foto à esquerda) também deu sua contribuição ao “aparelho de escrita”. Inventou algo interessante, conhecido como “a bola de escrever hansen”, de características muito próprias, conforme podemos observar na sequência  de fotos que serão apresentadas. 





Um papel preso a uma moldura fixa, um sistema de andamento, mudança de linha, tipos num mesmo tamanho.

Sem dúvida, grande avanço de técnica, com padrão mais avançado.


Sua construção é baseada em "Sphere Clerki"; no sistema dos surdos-mudos (handalphabet); nos movimentos das mãos dos pianistas, tinha a perspectiva de escrever 12 sinais por segundo e de 20 a 30 toques por segundos, no segundo jogo. 




Ganhou vários prêmios na década de 1870. Foi sem dúvida, a primeira máquina de escrever, que conseguiu ser vendida, em grande quantidade, naquele período de procura para aperfeiçoar as técnicas de escrever mecanizado. 

Um dos mais famosos proprietários desse equipamento foi o filósofo Friedrich Nietzsche, que nos anos de sua vida fez uma poema para a máquina:
“ Reportagem de bola é um objeto como eu, ferro. Mas ainda assim fácil de distorcer, mesmo durante a viagem. É preciso ter paciência e tato em abundância e dedos finos para usar”



Hans Rasmus Malling-Hansen
, nasceu em 5 de setembro de 1835 em Lolland, Dinamarca, e morreu em 27 de setembro de 1890 em Copenhague. 


Teve uma vida profícua, sempre a busca de novas idéias e soluções práticas, para as impossibilidades da natureza humana. Inventou ainda a máquina de escrever mais rápida da época: a Takigraf e a técnica de cópias nomeadas Xerografi, ambas em 1872.


Nessa intrigada invenção para a arte de escrever mecanizada, sua contribuição é notável no sistema “tipo pistão” para acionar as teclas, pela possibilidade de rápidez. Num certo sentido essa engenhosidade foi usada nas antigas Royal e Olivetti. Sua preocupação com a deficiência visual permitiu construir a primeira máquina em série: a Skrivekugle.



Esse aparelho foi exibido em Viena em 1873 e 

na Exposição de Paris (Exposition Universelle).



1866 - Peter Mitterhofer  carpinteiro da máquina de escrever



Peter Mitterhofer (foto lado esquerdo) nasceu no Império Austro-Húngaro, em 20 de setembro de 1822 em Partschins, South Tyrol. Faleceu em 27 de agosto de 1893, sozinho em sua aldeia, no Tyrol.

Peter era carpinteiro, ofício que aprendeu com seu pai. Gostava de música, por falta de recursos construía seus próprios instrumentos, como o típico “Glachter hölzerne”, de som estridente. Viajou para Áustria, Alemanha, Suíça e França e retorna para Parschins em 1860.
Em 1862, se casou com a viúva de 46 anos, Marie Steidl.





Além dos diversos modelos de máquina de escrever, sem qualquer orientação, usando principalmente algum tipo de madeira, valendo-se da sua qualidade de carpinteiro, também inventou um carrinho de mão que se convertia e mochila e uma máquina para lavar roupa. Sua musicalidade foi expressa como cantor e ventríloquo.
Ao lado esquerdo, o modelo n° 1



Desenvolveu cinco modelos entre 1864 e 1869, em madeira e metal, descritos abaixo:

1864 – Modelo 1, chamada de Viena
Essa foi sua primeira máquina, o modelo Viena, com 30 teclas. Letras maiúsculas formadas por pontas de agulhas perfurava o papel. Este aparelho serviu apenas de teste. Foi comprado em 1905 por Franz Innerhofer, diretor do Museu de Meran, através dos herdeiros do inventor. Em 1913, foi doada ao Museu de Tecnologia de Viena. Uma réplica se encontra no Museu Typewriter em Partschins e na Associação dos Taquígrafos de Treysa em 1925.
1865 – Modelo 2, chamada de Dresden
O segundo modelo, “Dresdner Modell”, foi descoberto num compartimento secreto do sótão da casa de Peter Mitterhofer em 1911. Fabricado principalmente em madeira com o cesto dos tipos de metal, com as mesmas características de desenho do modelo um, isto é, os tipos eram fabricados com agulhas quebradas que perfuravam o papel para imprimir. O “Deutsches Museum” de Munique possui uma réplica.
1866 – Modelo 3, chamada de Iost
O terceiro modelo, Iost, foi construído neste ano, e obteve do Imperador Francisco José I, da casa real de Viena, um prêmio de 350 florins a fim de aperfeiçoar o invento. No pedido para conseguir os recursos, a máquina foi descrita como: “ aparelho de formato retangular, comprimento de 30 cm, largura de 14 cm e altura de 11 polegadas; com revestimento exterior de madeira...”
1866 – Modelo 4, chamada de Merano
O terceiro modelo, Merano, foi construído no final de 1866. Fabricada em metal com grandes e pequenas letras, mais os números. Adquirido por Franz Innerhofer, foi doado ao museu da cidade de Viena.
1869 – Modelo 5, chamada de Viena
O quinto e último modelo, Viena, foi construído de modo mais aprimorado. Com teclado completo com 82 teclas de caracteres maiúsculas e minúsculas, números e sinais especiais distribuídos em sete fileiras.

Peter Mitterhofer, em agosto de 1869, escreveu uma carta para Francisco de Goldegg sobre as qualidades da máquina. Em duas viagens à Viena tentou convencer da utilidade do seu invento, porém os avaliadores imperais não reconheceram o valor de sua invenção. O máquina foi comprado por 150 florins e dada de presente ao Imperador Francisco José I e atualmente é parte da coleção do Instituto Politécnico.

Carta remetida a Francisco de Goldegg em agosto de 1869,

sobre o Modelo de Viena:   o modelo n° 1-1864                      

1. A escrita é sempre bonita e de forma igualmente clara e uniforme, e, incidentalmente, requer a quarta parte do espaço a partir da caligrafia firme lei ordinária; portanto, uma economia significativa no papel é obtida e é a publicação para que todos possam ler.

2. Com o aparelho, não há nenhuma fadiga ocular e de mão, como é inevitável quando se escreve com uma caneta. Para o simples toque das teclas com os dedos, podem acontecer muito confortável, sentado ou em pé; qualquer posição e com um pouco de prática, mesmo no escuro, e até mesmo o cego pode aprender por meio deste aparelho, sem esforço especial em poucos dias. O aparelho é, para aqueles que sofrem de olho ou fraqueza no peito, ser de vantagens incalculáveis ​​e para muitas pessoas talentosas que não conseguem satisfazer as suas obrigações no âmbito das doenças, de outra forma não se manteriam em suas profissões.

3. Uma vez que o uso deste aparelho é usado quase sem esforço, o mesmo também todos os serviços requintados vai fazer esse trabalho com o poder espiritual, como diplomatas, funcionários do conceito, advogados, notários, escritores, poetas, etc., pois estes podem dar sua atenção intelectual de trabalho.

4. Este dispositivo também seria para o uso de escritórios de campo ambulatorial para a razão muito conveniente, pois tudo pertence ao pé da letra, une em si, é fácil de transportar, ocupa um espaço pequeno, tornando a pena e tinta completamente desnecessário, e significa o mesmo em todos condições meteorológicas podem ser escritas de forma rápida; mesmo quando a mão estava fria e imprópria para escrever com luvas. Igualmente bom serviço seria o mesmo para gerentes de empresas e funcionários para elaborar carta reservada, ou de estrita confidencialidade, porque você pode fechar durante a escrita do aparelho com a tampa na medida em sem acesso de pessoas não autorizadas; também poderia ter algum chefe, letra menos legível, se pode copiar e preservar segredo de estrito ofício.

5. Pode também, doente ou acamado, este aparelho, deixa-se ajustar a mesma na proximidade da cama; igualmente adequado para os mesmos indivíduos que têm um manual, porque eles são capazes de escrever utilizando o aparelho com facilidade e rapidez.

6. Por último, o mesmo também é importante para os negócios e relacionamento econômico para aqueles indivíduos que não quer ou difícil pode escrever a luz, ou têm uma mão pesada, uma grande vantagem. Por meio deste aparelho de textos escritos também facilitar o impressor em lojas de impressão, devido à grande clareza o trabalho. [...] "

Peter Mitterhofer depois dessa tentativa, veio a perder o interesse no desenvolvimento do aparelho de escrever mecanizado e não fez mais, nenhuma tentativa de comercializar sua invenção. Seu gênio foi finalmente reconhecido até seus modelos serem encontrados escondidos em sua própria casa.


Na foto abaixo estão nove fotos de "tentativas do aparelho de escrita".  Da primeira, à esquerda estão os modelos: Taringa,  Morris, Mc Loughlin, Lamberti 1902, Index 1893, Flikriver 1886, Flikriver circular, The Worl 1892 e Champion. 

Existiram outras mais, entretanto no quadro abaixo, inserimos exemplares da simples demonstração de como houve imaginação para atender de modo conciso a patente conferida a Henry Mill. Com este quadro, finalizamos nosso estudo e demonstração da passagem do modo artesanal para o industrial. Esses primeiros produtos, embora criativos, de belo aspecto foram inviáveis.  

Todos raros, fora do padrão, demonstram o termino desse processo experimental. É a documental prova das centenas de experimentação até um modelo convencional definitivo.


Deste período em diante da Historiografia Mecanográfica, ocorre a invenção das verdadeiras máquinas  de escrever - a TYPEWRITER com seu padrão oficial característico. As demais tentativas - embora ainda fizessem parte de projetos inventivos - não iriam mais vigorar com seus modelos exóticos. Não haveria mais espaço para modelos artesanais. Nasceu a máquina de escrever!








Depois das idéias de inúmeros pesquisadores, acrescida do padre brasileiro Francisco João Azevedo e de John Pratt, americano do Alabama, aparecem três personagens na cronologia da invenção do aparelho de escrita: Christopher Lathan Sholes, um jornalista; Samuel W. Soulé, um mecânico e impressor, dedicado em melhorar um mecanismo para numerar folhas de livros; ainda surge um quarto: Charles Glidden, um filho de negociante de ferragens, com um papel menor. Todos práticos em experiências mecânicas. 
1864
Neste ano, Sholes cria uma de suas invenções menos conhecidas: um dispositivo  para paginação/numeração, uma máquina de endereçamento para o jornal e outra para numerar automaticamente, as páginas em branco de um livro. Todas projetadas com o amigo mecânico, Samuel W. Soulé. 

O outro amigo, Charles Glidden, tentando inventar: uma máquina para substituir o arado e outra para adaptar uma máquina de numeração para imprimir letras alfabetas, segundo dados, lido num artigo de revista, idéia de um mecânico de Londres, Inglaterra

Glidden sugeriu aos dois "porque não fabricar uma máquina que escrevesse letras e palavras e não somente números."  Circulavam notícias, das tentativas frustradas de conceber tal aparelho de escrita.
1867
No verão deste ano, numa pequena oficina de artesãos imigrantes alemães, em Milwaukee, que trabalhava com metal e bronze, rodízios, gravadores, fabricando estêncil e reparação de máquinas de costura, foi neste ambiente aonde o trio de inventores amadores, juntou-se a Mathias Schuwalbach, relojoeiro alemão, contratado para ajudar na manufatura de um invento inovador.
Foi então que tudo começou!

 Estes três primitivos modelos, ainda muito experimentais foram protótipos das futuras typewriter


1867 - Christopher Lathan Sholes - o inventor da máquina de escrever
Se há um pesquisador que insistiu, lutou e finalizou o invento de escrever mecanicamente, tal pessoa foi Christopher Lathan Sholes. Nascido em 14 de fevereiro de 1819, em Mooresburg, Pensilvânia, quando adolescente mudou-se para Danville, Pensilvânia. Sholes foi trabalhar no comércio, como aprendiz numa impressora. Aos 18 anos, mudou-se para Green Bay, Wisconsin, aonde se juntou aos seus dois irmãos, Henry e Charles.

Sholes foi o editor do “Wisconsin Enquirer” por curto tempo; em 1845 foi para Kenosha, Wisconsin; tornou-se editor e publisher da Southport Telegraph, onde publicou artigos por 17 anos. Também é conhecido por ser um inventor, que desenvolveu vários dispositivos durante sua carreira no jornal.

Samuel W. Soulé
Das suas invenções menos conhecidas, incluem um dispositivo que ele criou para paginação/numeração, em 1864; uma máquina de endereçamento para o jornal e uma máquina para numerar automaticamente, as páginas em branco de um livro. Esses inventos, em conjunto com o amigo mecânico, Samuel W. Soulé.

Ao lado de Soulé, aparece outro amigo, Charles Glidden. O último estava mexendo numa máquina destinada a substituir o arado e, em outra idéia, adaptar uma máquina de numeração para imprimir letras alfabetas, segundo dados, lido num artigo de revista, idéia de um mecânico de Londres, Inglaterra.

Glidden: "porque não fabricar uma máquina que escrevesse letras e palavras e não somente números." uma máquina que realmente superasse todas que até então não apresentavam bons resultados. Entretanto, nenhum deles tinha um projeto definido, ou uma concepção padrão. O aprendizado foi  em conjunto, mas o mais insistente foi Christopher Lathan Sholes..

A fábrica funcionou aqui.. 
Foi nessa pequena oficina de artesãos imigrantes alemães, em Milwaukee, que trabalhava com metal e bronze, rodízios, gravadores, fabricando estêncil e reparação de máquinas de costura.

Neste ambiente, aonde o trio de inventores amadores, reunidos no verão de 1867, com o relojoeiro alemão, contratado para ajudar na manufatura do invento, Mathias Schuwalbach.
Foto à esquerda da 1ª fábrica

Já em setembro de 1867, Sholes tinha concluído, um modelo de teclado com alfabeto, números e sinais de pontuação; uma chave foi tirada e modificada, de um telégrafo para imprimir a letra "W". O invento foi principalmente projetado por Christopher Lathan Sholes com participação dos demais que assinam o projeto como consta no desenho acima.


Essa máquina incorporou elementos fundamentais: um cilindro (placa cilíndrica); quatro fileiras para o teclado QWERT; escape regulando o movimento de passo dos caracteres; martelos adaptados do piano. Havia deficiências, mais surgia um padrão para industrializar. As inovações iriam surgir nos modelos posteriores, a  n° 1.

Segundo fontes, controversas ou não, com os detalhes fornecidos por John Pratt, na citada reportagem. Quem sabe ainda, com os pormenores da técnica utilizada pelo patrício inventor, o padre Azevedo e sabotada pelo estrangeiro. Ou ainda, com dados de anteriores inventores, nos requisitos de melhor funcionalidade. Uma coisa é certa: este aparelho era muito diverso de ambos, como também de TODOS.

Seria dali para diante, o primeiro sucesso comercial e técnico, deste equipamento na sua história.
1868 

Em 23 de junho de 1868, o aparelho foi patenteado, como primeiro modelo (foto) recebendo o nome dos sócios: “Sholes, Gliden e Soulé”.  

A primeira “type-writer” saiu, mesmo com falhas, dispositivos a serem aperfeiçoadas, inacabada em funções. Através deste modelo, o trio, escreveu numerosas cartas propagando o novo equipamento de escrever e, enviou-as a inúmeros homens de negócios.


Sholes trabalhou em melhorias do projeto durante os próximos cinco anos, garantindo mais algumas patentes em decorrência dos aperfeiçoamentos. A idéia era angariar fundos com capitalistas para fabricar em escala, os novos “aparelhos de escrita”. Na carta, continha o valor que seria gasto na fabricação de cada aparelho. Como resultado, suscitou o interesse manifesto, por boa parcela de capitalistas.

A Christopher Lathan Sholes é creditado o invento do layout do teclado conhecido como  QWERTY, como também a substituição do nome de aparelho, para máquina de escrever. 

Segundo consta, o teclado origina das seis primeiras chaves de ordenação da terceira fila, criada para separar duas combinações de letras, mais comuns no inglês. A datilografia com essa disposição, ficou mais ágil, de escolha versátil, com menor congestionamento para escrever, no modo mecanizado. 

Desde sua invenção, QWERTY tornou-se o layout de teclado universal aplicado a todas as futuras máquinas.

No final do mesmo ano, Soulé que não contribuiu para desenvolver “a placa cilíndrica”, não tinha a patente do teclado, vendo as dificuldades do empreendimento, desiste de seus direitos de patente. Esses direitos da máquina original, são vendidos para Sholes e um novo sócio investidor: James Densmore, de Meadville, Pensilvânia.

Glidden continuou com uma parte menor. James  veio participar dos lucros futuros,  aconselhou melhorias específicas para tornar a máquina, mais leve e mais fácil de usar.

O substituto James Densmore, era um empresário, ex-editor de jornal, homem de visão comercial, experiente conhecedor da imprensa, forneceu apoio financeiro, a força motriz por trás do desenvolvimento contínuo da máquina. Fora um dos que receberá em mãos, uma das cartas enviadas pelo trio. Comprou a participação de 25% para US$600, custo de desenvolvimento da máquina, pagando todas as despesas até então realizadas. Associou-se ao invento no escuro, viu a máquina pela primeira vez em março de 1868.

Logo alugou um prédio em Chicago para fabricar as máquinas, que só produziu quinze unidades. Forçados novamente, pela falta de recursos, retornam para a antiga e pequena oficina de Milwaukee. Soulé, deixou a empresa pouco tempo depois.
1869 
Os sócios - Sholes e Densmore - se preocupam em melhorar o invento, que já obtinha interesse de numerosos comerciantes. Protótipos são enviados a profissionais de diversas áreas para testar a eficiência do novo produto. Um destes, o estenógrafo James Oglive Clephane, quebrou várias máquinas com seu modo pesado de usar, porém comprovou a fragilidade do equipamento.

Este fato, impôs fabricar entre 25 e 30 protótipos, para testes práticos e melhorias, como ocorreu na mudança do dispositivo de entrada do papel, limitante da espessura, difícil alinhamento e outros itens. Este modus operandi de fabricar e testar através de protótipos, nunca havia sido praticado por nenhuma fabricante dos aparelhos de escrita ou das máquinas de escrever.
1870 
No verão deste ano, James Densmore viaja para Nova York,  a fim de convencer a empresa telegráfica, Western Union, que tinha a máquina ideal para redigir e gravar telegramas. A Western Union se interessou em comprar várias máquinas. Porém não quis comprar direitos de royalties, acreditando que algum dispositivo superior, poderia aparecer com valor menor do que aquele proposto por Densmore em US$50.000.
1871 
Havia pedidos para fabricar, dívidas à pagar. A máquina foi revista e melhorada quanto a placa de impressão (futuro cilindro ou rolo impressor) e a durabilidade. A Western Union pediu um rolo contínuo. Sugeriu mudar o rolo com corte de papel, algo impraticável para o que pensava em typewriter. Essa modificação violou a patente concedida em novembro de 1870, para Charles A. Washburn. Em conseqüência disso, tiveram que pagar “royalties” sobre a produção futura.
1872 
Para permitir utilização de papel, de qualquer comprimento, o cilindro foi redesenhado. Saiu o cilindro feito em madeira por uma cobertura em borracha. Um profissional borracheiro (whelwright) necessário na nova máquina, com outros especialistas.

A forma, funções, teclado e a aparência estavam praticamente padronizadas, salvo dois aspectos importantes não tinham sido inclusos: escrever em maiúsculas e minúsculas distintamente e ler aquilo que fora escrito. 

Os movimentos horizontal e axial dos caracteres - letras, números ou sinais - e o espaçamento entrelinhas, já tinham sua funcionalidade moderna, entretanto: o operador não os via. A escrita era cega!
1873 em diante

Deste período em diante, afirmamos findar o estágio artesanal dos “aparelhos para escrever mecanizado”. A empresa americana “Sholes & Glidden Typewriter” em 1870, foi  quem realmente desenvolveu uma máquina de escrever eficiente, mesmo imprimindo apenas em caracteres maiúsculos.

Carta patente conferindo aos quatro inventores da typewriter

Desde momento em diante, bastava aperfeiçoar e obter melhores condições de funcionalidade. Os exaustivos testes da N ° 1 foram comprobatórios da necessária condição técnica de uso de materiais resistentes a ser utilizados nas máquinas de escrever. Não seria mais possível madeiras, bambus, arames, peças de relógio, de piano, acordeom, canivetes, lixas, alavancas de puxar para imprimir, e outros e outros, meios tentados na invenção da máquina de escrever.

Sholes trabalhará por cinco anos, ativamente para melhorar o projeto. Garantiu mais algumas patentes. A nova firma construiu mais de 30 modelos de máquinas, mas esbarrava no processo de industrialização em série. Nessa época, enviaram alguns modelos a órgãos ligados a escrita, tais como cartórios, correios, telegrafistas, a fim de avaliarem a utilidade prática comercial.

A pequena fabrica despertava o interesse público, as vendas atingiam proporções vultosas. Sempre em busca de apoio financeiro para comercializar sua máquina de escrever. Consultaram ainda Thomas Edison.

Este não estava interessado, queria apenas uma impressora telegráfica. Entretanto o sonho de máquina elétrica de Thomas Edison estava longe, nem sonho da "Guerra das Correntes" com Nicolau Tesla. (ver ABA Registros e Contábeis)

A falta de um mercado apropriado, o alto custo de fabricação, falta de escala produtiva, necessidade de operadores treinados para usar as máquina, total desconhecimento de tal máquina que escrevia, dificultavam a aprovação comercial do produto.

Os dispositivos, todos abertos para serem manufaturados adequadamente. Somente uma indústria com grau de sofisticação técnica, de engenharia mecânica, conhecedora dos materiais, de fundição, usinagem, permitiria concluir a sofisticada “typewriter”.

A indústria à seguir iria solucionar este impasse....
Remington

Muito antes das máquinas escrever...
1816
Neste ano, surge a Remington Arms Company, Inc.  empresa destinada a produção de armamentos (foto abaixo) fundada por  Eliphalet Remington II, na cidade de Ilion, Nova York
O pai de Eliphalet era ferreiro, mandou o filho visitar um fabricante conhecido de barris de arma, a fim comprar uma para observar a técnica de fabricação. No retorno para casa paterna, ele conseguiu fabricar com sucesso e forjar no barril, um modelo projetado de rifle, para uso de si mesmo.

As comunidades agrícolas da sua região, eram famosas por suas habilidades e auto-suficiência, utilizando métodos artesanais para o fito de fornecer certos produtos de uso doméstico, inclusive usufruindo lucros com venda de peças para alguns interessados. Os moradores locais muitas vezes construíram seus próprios rifles, economizando custos.

Eliphalet Remington (28/outubro/1793 - 12/agosto/1861) ansiava expandir negócios com a produção de barris de armas.  O método de fabricar armas era quente, enrolando longas barras de ferro plano, em torno de uma haste de metal do tamanho desejado. Ao aquecer e martelar as barras em torno da haste central, esse barril de metal tornava-se um cilindro sólido, do qual a haste era extraída.

No outono do mesmo ano, Eliphalet Remington (foto ao lado) participou de um concurso de tiro, quando terminou em segundo lugar, porém sua arma impressionou os demais atiradores. Recebeu muitos pedidos e entrou oficialmente no ramo de negócios de armamentos
Fábrica da Remington And Sons
1828
Remington mudou-se para a vizinha Ílion, New York, aonde atualmente existe uma planta moderna de armas.
1856
Neste ano, os negócios da Remington foram expandidos, incluindo a fabricação de implementos agrícolas. 
1861
Neste ano, com a morte de Eliphalet Remington, seu filho, Philo Remington, assumiu a empresa durante a Guerra Civil Americana, com o pensamento de diversificar a linha de produtos da empresa. 
1870/1895
Durante este período, a Remington ampliando mais um produto de consumo inovador, passou a fabricar as máquinas de costura. Em 1873, foi a vez das máquinas de escrever (descrito a seguir). Ambos produtos foram exibidos na Exposição Centenária de Filadélfia em 1876.

Até o presente, é a mais antiga fábrica de produto original, em continuidade operacional da América do Norte. É a maior produtora norte-americana de espingardas e rifles e, ainda produz outras armas de fogo e munições, produtos muito apreciado nos EUA. Tem ainda, seus produtos distribuídos em mais de 60 países.

1865 -  Neste ano, torna-se uma corporação.

1873 
A Remington e a máquina de escrever, pronta para o mercado mundial. Como começou?

Finalmente, incapaz de comercializar a sua invenção, Sholes tomou a decisão que alterou radicalmente rumo da máquina de escrever no âmbito mundial. Até o presente, as máquinas de escrever eram montadas de modo “artesanal”, pequena e limitada produção, impraticável para obter lucratividade, incapaz de atingir um público de massa, de desenvolver-se como equipamento, para auxiliar as organizações despontadas pela Revolução Industrial.

Não poderemos jamais separar: a evolução das máquinas de escrever da Revolução Industrial.

Uma das cartas datilografadas foi destinada à Remington And Sons” fabricante de armas, instrumentos agrícolas e máquinas de costuras.

O executivo dessa tradicional fabricante de armas, Henry H. Bento, interessou-se pela proposta.

Levou a novidade para o presidente da empresa, Philo Remington, um dos três filhos de Eliphalet Remington (foto à esquerda) que assumiram a fábrica de armas do pai em 1840. Assim a “typewriter” chegou as portas dos irmãos "Remington".


James Densmore, se incumbiu de levar uma máquina até Ilion, Nova Iorque, para apresentar aos “Remingtons”. Após algumas reuniões, em 1º de março de 1873, assinam contrato para simples fabricação pela Remington de mil máquinas de escrever, com opção de produzir outras 24 mil. A fabricante receberia pelo acordo, US$10.000 + royalties.




Uma empresa de marketing formada por James Densmore e George W. N. Yost, tornam-se agentes exclusivos, autorizados pelas vendas dessas máquinas fabricadas pela firma Remington and Sons, de Nova Iorque. Fabricou-se o primeiro modelo industrial, designado pelo nome ou marca "Sholes & Gliddens Typewriter", conhecida posteriormente como: Remington N° 1.

Na foto à esquerda, o trio que juntamente com Christopher Lathan Sholes foram os responsáveis pela criação da primeira máquina de escrever no padrão conhecido até os nossos dias, ou mesmo, a evolução do um modelo com sistema de teclado, tão empregados mundialmente, até nos computadores e demais aparelho eletrônicos.

A PRIMEIRA FABRICAÇÃO EM SÉRIE
Dos inventos já prontos na época, nascidos sem um padrão para aperfeiçoar, as máquinas de costuras, a relojoaria e a indústria de armamentos permitiram o uso da fundição e a precisão de peças para nascer as máquinas mecanográficas.

Para começar a fabricação deste primeiro modelo, a Remington separou uma ala, na divisão de produção de máquinas de costuras. Escolheu dois profissionais para supervisionar todo o processo desse novo e inédito produto: Jefferson Clough e William K. Jenne.

A produção requereu vários meses, a fim de reequipar as máquinas ferramentas e mecanismos de manufatura, redesenhar o modelo “Sholes & Glidden Typewriter” e torná-lo  mais resistente, prático e confiável.


Manteve-se a postura do teclado QWERTY; já trocado “as teclas de piano”, por botões de anel circular com quatro fileiras inclinadas; porém imprimindo somente letras maiúsculas; introduziu-se a base da máquina de costura para apoiar a máquina; pedal para o retorno do carro e o espaço vertical do entrelinhas; desenhos florais decorando a ornamentação das tampas, pintura envernizada, tradicional preta das máquinas de costura. Enfim, ganhou aspectos de "máquina de costura". Daí a imagem, ter sido associada a figura feminina.
1874 
A produção começou em setembro de 1873, a novidade de escrever, lançada no mercado em 1° de Julho de 1874. Os testes foram insuficientes, quer pela novidade, desconhecimento da aceitação e uso do produto. Não havia o fator qualidade nesse produto. Até dezembro de 1874, somente 400 máquinas foram vendidas. Seu preço era elevado, cerca de US$125, correspondendo a renda média anual, por pessoa naquela época. Valor impraticável para vendas volumosas.

Além do preço, da má qualidade técnica, o produto não foi bem aceito por aqueles que não abriam mão da caligrafia manual feita com a pena, mostrando estilo, beleza, leveza e primor. Também haviam os fabricantes de material para a escrita como tinta, penas, mata borrões, tinteiros e outros itens de escrita manual que juntaram-se aos calígrafos, para fazer coro e, não aceitar o novo equipamento.

Primeiro modelo sem aperfeiçoar
Máquina alterada pela Remington.
Os primeiros modelos vendidos, retornaram para verificações, ajustes, reparos e troca de peças. Isto se traduziu em primeira mão, na pouca confiabilidade no equipamento.
Em conseqüência disso, empresas, autores, clérigos, advogados e editores de jornais, que eram os pretensos clientes, demoraram para
adotar a máquina de escrever.


Remington modelo de 1875, cor verde com florais dourados

Os indivíduos, particulares e pequenos estabelecimentos, não escreviam o suficiente para justificar a compra de algo tão oneroso. Uma dessas exceções foi, o escritor Mark Twain, um dos primeiros a comprar uma máquina de escrever, tratada por este como uma curiosidade. O princípio de
vender máquinas para escrever mecanizado foi dificultoso.




1876

A máquina de escrever modelo “Sholes & Glidden Typewriter”, foi exibida na Exposição do Centenário em 1876. 

Nessa exposição industrial, foi lançado o telefone por Alexander Graham Bell. Teve na figura de D. Pedro II, Imperador do Brasil, o seu melhor patrocinador. 
A máquina de escrever não despertou interesse público.




Christopher Lathan Sholes continuou em busca de melhorar e aperfeiçoar a máquina de escrever, agora com a ajuda de seus dois filhos, compartilhando cada sucesso dos resultados com a Remington e ainda, recebeu sua última patente da máquina de escrever em 1878.

Sholes teve em toda a sua vida, uma constituição delicada. Desenvolveu tuberculose em 1881, morrendo nove anos depois, em 17 de Fevereiro de 1890, em Milwaukee, a cidade que destacada por seu invento – a máquina de escrever. Glidden manteve um décimo do direito da patente.
1878
O aperfeiçoamento da máquina de escrever exigiu várias melhorias, novo desenho, outra aparência. O pedal foi substituído por uma alavanca acionada pela mão. Em 1877 houve uma venda em torno de 4.000 máquinas. No ano de 1878, a Remington passou o marketing para E. T. Fairbanks & Company, fabricante de escala, mas isso produziu apenas, vendas fracas.

No mesmo ano, foi lançada a Remington n° 2 com modificações significativas: a introdução do sistema de maiúsculas/minúsculas; cada barra de tipo passou a ter um tipo com dois caracteres, um para imprimir maiúsculos e outro para minúsculos.

Isso incluiu os números e sinais através da tecla “SHIFT”. Na posição normal apareciam as letras minúsculas e ao abaixar a shift se imprimia as maiúsculas. Padrão prático, que ficou definitivo para todos os futuros equipamentos. 


No modelo anterior, floral - todo fechado, não se via o que era datilografado - uma característica das máquinas de costura que só aparecem a agulha nas costuras. O conceito da Remington N2 (ao lado direito) apresentava um equipamento aberto, bem acabado, cromados e pintura em destaque, com visual de todo histórico que estava sendo datilografado.

Uma máquina apresentável, rápida, de fácil manuseio, ingredientes combinados a um produto que o mercado interessou-se, fez a primeira máquina de escrever ser aceita e paralelamente, ter vendas significativas.

A Remington manteve o monopólio como única fabricante até 1881 quando foram vendidas 1.200 máquinas; em 1882, vendidas 2.300 máquinas; em 1885, foram 5.000 e em 1890 foram vendidas 20.000 máquinas. Aos poucos as máquinas de escrever foram sendo absorvidas e utilizadas em larga escala. Vinham pedidos em média de 100 máquinas ao dia, de representantes de vários estados americanos e de outros países.
Remington - linha de montagem e produção das primeiras typewriter

Os pedidos foram se acumulando, obrigando a fábrica aumentar a produção, investir em novas instalações, contratar empregados, treiná-los e, pouco tempo depois construir novas fábricas. Definitivamente, a máquina de escrever, foi aceita como instrumento auxiliar de organização, em todos os níveis e setores da sociedade pública e privada, revolucionando o mundo dos negócios e a administração.

A máquina de escrever, logo estaria presente nas repartições públicas, escritórios de empresas contábeis, transportadoras, lojas e redações de jornais, cartórios, também para uso doméstico, criando um novo e imenso mercado de trabalho para datilógrafos, mecanógrafos, fabricantes e representantes, como descrito na escolha Mecanografia.

Uma Janela para a Vida
Em memória de centenas de pessoas inventivas que contribuíram nessa façanha humana, relatamos em pormenores, a cronologia de cada um daqueles ousaram tentar se aproximar de um modelo capaz de permitir a escrita e a impressão em modo portátil e acelerar as comunicações no mundo em globalização.

A CONCORRÊNCIA

No final da década de 1890, a aceitação das máquinas de escrever Remington N2, ocorreu como um grande sucesso, a ponto de um novo lançamento ocorrer somente em 1906, com a Remington N°10.

Antes de cada marca se firmar, neste novo ramo e mercado, alguns autores que trabalharam na produção da Remington, resolveram imprimir seus nomes e se lançar nessa vanguarda de atuar em projetos de máquinas de escrever: como a Brooks, a Densmore, a Yost, a Remsho. Abaixo exemplos, destes pioneiros que se aventuraram em ampliar esse novo produto. Comecemos com  "Desmore"...


James Densmore ...
1820
Neste ano, em 3 de fevereiro nasceu James Densmore em Moscou, Nova Iorque, EUA e faleceu em 16 de novembro de 1889 aos 69 anos no Brooklin, Nova Iorque, EUA.
  
Foi a pessoa geradora da autêntica força motriz por trás da primeira máquina de escrever comercial, inventada por Sholes, e ainda, o estimulou muito, para incrementar melhorias este dispositivo, embora não fosse um inventor, possuía o tato para perfeição.


Usando seu nome e prestigio, sua família, por iniciativa dos irmãos Amos, Emmett e seu enteado, estabelecem a empresa Densmore & Densmore. 
1891
Neste ano, a empresa lança a Densmore 1 no mercado. Um ano depois da morte de James Densmore. Foto à esquerda é a n° 1.

Na verdade, foi Franz Wagner, engenheiro talentoso, que ao inventar a Densmore, conforme pedido de invento por parte dos parentes de James Densmore produziu um novo procedimento para datilografar, usando uma nova chave para alterar os mecanismos de impressão, um leve toque, maior rápidez. O modelo seguinte a ser fabricado foi a  Densmore 2, feita exclusivamente para o mercado europeu.

Anos mais tarde, Franz Wagner conseguiria aprimorar esses mecanismos, ao entrar como projetista na Underwood Typewriter. Ele foi o inventor das modernas: Underwood.




Byron A. Brooks
foi um inventor prolífico, sua cuja carreira remonta aos primórdios da indústria de máquina de escrever, quando este aparelho saía do modo de artesanal para industrial. Trabalhou primeiramente produção da primeira máquina de escrever marca “Sholes e Glidden”, que veio a ser desenvolvida como marca Remington. 

Enquanto trabalhava para a Remington Typewriter Company, a ele foi creditado o projeto da tecla shift, o sistema de maiúsculas/minúsculas, usado originalmente na máquina de escrever Remington 2 em 1878, a máquina que enfim chegou ao padrão da typewriter moderna, e ainda presente em todos teclados modernos, incluindo celulares, notebooks, etc. 

A máquina de escrever Brooks tinha suas barras de tipos, posicionadas na parte traseira, atrás das cilindro, impostando a escrita para baixo em direção ao papel. Este arranjo, conhecido como o método de costas, de manuseio de papel, inconveniente. A folha de papel era enrolada em um suporte por trás do teclado alimentando o cilindro para datilografar. Não era um produto de fácil aceitação, fora do padrão nascido com a N2. Nasceu projetada e fadada ao insucesso por sua complicação.

Havia nesta máquina, uma fita entintada marcando os caracteres escolhidos para impressão. Foi um esforço para criar uma máquina de escrita visível. Porém essa visibilidade aparecia apenas em algumas linhas.

A Byron Brooks também é creditado outras invenções, como a máquina Travis com um desenho de teclado diferente, de tipos móveis. Alguns modelos da Brooks foram vendidos como o Eclipse, fabricado pela SS White Company Dental de Staten Island, NY; mais tarde, pela empresa Brady Manufacturing em Brooklin, NY. A máquina de escrever Brooks teve curta duração. É uma máquina de escrever muito rara de ser encontrada. 










A The American Writing Machine Company foi uma pioneira empresa americana fabricante das primeiras máquinas de escrever,  como Caligraph 1(1880) e Caligraph 2 (1882). 

Em 1893, foi uma das várias empresas que formaram a UTC - União Typewriter Co., como consta na ABA - Escrita Mecânica.
 

George Washington Newton Yost,
foi outro dos inventores da máquina de escrever. Também foi um vendedor persuasivo, como bom propagandista ajudou a convencer “os Remington” a produzir a Sholes & Glidden.

Foi uma das figuras mais importante nos primeiros dias da indústria da máquina de escrever, fundou a American Writing Machine Company, para concorrer com a Remington, com o produto Caligraph (Foto abaixo)


Em 1887, inventou a primeira máquina de escrever que leva o seu nome: Yost. ( fotos, a primeira - desenho original sobre a função do cilindro e embaixo modelo YOST em três posições.)
Nos anos 1889, saiu o modelo New Yost; em 1895, a n° 4, em 1902, a nº 10, todas com a chamada "escrita cega". A característica da Yost utiliza um sistema sem fita entintada, porém com tintagem direta e um bom alinhamento dos seus tipos.
Yost 1900

 

De fato, foi a partir desse período de implementação progressiva das máquinas de escrever em inúmeros meios, que outras empresas entraram no ramo, como vamos descrever. As mais importantes e que influíram no ramo mecanográfico.
 Entre elas, a Underwood, a Smith, a Hammond Tipewriter Company, a Crandall Typewriter,a Munson e outras. Abaixo um quadro com máquinas de escrever fabricadas por YOST aonde se pode perceber as características nos diferenciais de detalhes, de cada uma delas. 

Nos modelos n° 01, 03 e 05 - apareceu um teclado duplo - uma para letras maiúsculas e outra para minúsculas, também usados nas máquinas de escrever Smith Premier.(ver ABA Escrita Mecânica)


As máquinas de George Washington Newton Yost utilizaram um sistema de tinta numa almofada de modo muito interessante, diferente e engenhoso. A impressão da escrita datilografada era feita, extraindo direto desse reservatório duma almofada, portanto sem fita. Esse sistema não obteve sucesso, pois as fitas entintadas são de uso mais conveniente e prático. 

Entretanto, calculadoras eletrônicas feitas pela Olivetti, Sharp, Elgin e outras, de 1990 em diante, passaram a usar o mesmo sistema para imprimir.

Foram ainda fabricados os modelos "15" em 1908 e o modelo "20" em 1912 exportados para Inglaterra e Espanha.

Crandall terceira máquina de escrever no mercado
1844 

Lucien Stephen Crandall,  nasceu neste ano,  a 4 de maio de 1844 em  Broome County, Nova Yorque, morreu em 1889. Crandall projetou  a terceira máquina de escrever a ser fabricada com sucesso. É considerada como uma das pioneiras neste novo tipo de equipamento. 


1860/1870
Durante esta década, Crandall agiu como um autêntico pioneiro, conseguiu patentear cerca de dez projetos máquinas de escrever, com desenhos diferentes, bem criativos. Destas, fabricou seis dos seus modelos. Uma delas, foi a Victorian, um projeto diferente, curvo, ricamente ornamentada, decorada com rosas pintadas à mão, com embutidos de madrepérola. Uma das mais belas máquinas de escrever já fabricadas, em termos de ornamentação. Isto, óbvio, difere da funcionalidade. 
1866 
Crandall, embora tenha sido o terceiro fabricante de máquina de escrever, neste ano, foi o primeiro a ter um sucesso em vendas  em feira, devido ao baixo preço de vendas a US$ 50, quando  as demais máquinas de escrever em tamanho real, era vendida por US$ 100.
A máquina de Crandall


Essa máquina de escrever possuía um teclado curvo com apenas duas fileiras. Este detalhe dava um economia na fabricação, pelo emprego de uma chave de escolha para números e sinais de pontuação.

Outra característica especial da máquina, era possuir os caracteres de impressão removível e trocar por outro, com outro idioma, estilo de tamanho e formato de tipo. 

Com 84 caracteres e vinte modos para selecionar  os mesmos, estes eram acionados por um sistema complicado que resultava na redução da velocidade de datilografar. 

Tal princípio de escolha, embora permitisse um estilo especial, com diferentes e múltipla escolha de caracter, para produzir um trabalho escrito com beleza pecava pela velocidade para datilografar.
1875
Neste ano, obteve uma patente para produzir máquinas de escrever para cegos; em 1879 uma patente para máquina mais aperfeiçoada, muito parecida com o modelo de 1884 que configura no Crandall Datilografia Company.
1881
Neste ano, foi patenteada o modelo de máquina de escrever “Crandall, fabricado pela Crandall Machine Company na cidade de Groton, Nova Iorque. A máquina de escrever Crandall, com decoração de  madrepérolas incrustadas, motivos florais na decoração, com graciosos teclado preto curvo, com apenas duas fileiras, considerada na época a primeira máquina americana visível. Este é o modelo que representava acima de tudo, uma larga economia industrial. Funcionava através da mudança de uma chave permitindo as funções de datilografia de números e sinais.

Lucien Stephen Crandall e sua patente  de 20/dez/1881
Descreveu sua invenção como um projeto para fabricar máquinas de escrever, de construção simples, barata, com uma gama maior de tipos, combinando letras maiúsculas e minúsculas, números e sinais de pontuação; estes iriam funcionar através de um conjunto de chaves, cada barra com caracteres de letras minúsculas e maiúsculas em relevo. 

Os registros de patente, segue as características: data 1881/12/20; medições de 4X10X9; 10,16 cm x 25,4 cm x 22,86 cm. New York, New York EUA sob n° identificação: ME*251217; n° catálogo 251.127; n° acesso 48865; patentes 241338, assunto máquinas escrever.
1885
Um novo modelo reformulado neste ano, foi produzido em Groton, a partir de 1887, para ser vendido na Europa, por intermédio de um agente em Amsterdam. Houve alterações significativas do modelo anterior: teclado ligeiramente curvado, com duas fileiras de 28 teclas. também com duas fileiras,  não seguia o padrão QWERT.
1893 
Foram produzidos mais dois modelos melhorados, a Universal Crandall n°3. Neste modelo construído sobre os mesmos princípios, porém no teclado adicionou mais uma fileira, ficando com três fileiras retas, seguindo padrão QWERTY. No modelo N° 4, a fita de impressão continha duas cores. As decorações elaboradas cedeu lugar para concepção sóbria.
1895
Crandall, neste ano projetou uma das máquinas completamente diferente das anteriores e bem melhorada, com a patente n° 251.338, que nunca entrou em produção. Lucien Crandall realizou várias patentes que permitiram a melhoria das máquinas de escrever em geral. A beleza das pinturas de motivos florais, as riscas douradas de filigramas, colocadas em todas as partes de suas  máquinas, serviu de inventivo futuro para fabricar equipamentos, não somente indispensáveis, mas com bela estética e primor no acabamento.
1899
Crandall Datilografia Company cessou  as atividades neste ano.

Abaixo: propagandas representativas dos modelos de Crandall na tentativa de aumentar as vendas; no quadro mais abaixo estão os exemplares destes modelos, ladeados na mesma direção vertical.


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 Acima, dois modelos fabricados pela Crandall, à esquerda um modelo chamado Universal e a direita um modelo interessante e cuidadosamente embelezada, teclado curvo de duas fileiras. 

A The Crandall Typewriter findou suas atividades no ano de 1899. Abaixo, o primeiro modelo Crandall do qual as demais passaram por aperfeiçoamento e necessárias melhorias.



1890Hammond e seus lançadores de tipos de letras 

James Bartlett Hammond, de Boston, inventor da máquina escreverHammond" apareceu no mercado em 1884, como a primeira alternativa para ofuscar ou concorrer seriamente com a Remington N2.

Uma máquina que prometia com seus recursos sobreviver por muitos anos. Com seus 180 clichês, as máquinas Hammond, trouxeram nova visão para escrever mecanizado. Um simples e interessante módulo para escrever, em qualquer idioma, bastando trocar um clichê por outro.



A Hammond Typewriter Company, foi criada em  Nova York, EUA como uma pequena fábrica criada por James B. Hammond em 1880, sob série n° 10142.

Porém foi necessário mais quatro anos, por uma série de problemas, quer do ousado projeto ou, notadamente, pela dificuldade para fabricação do sistema de tipos móveis, tipo clichês. Esse mecanismo que diferia dos demais, foi patenteado por James B. Hammond.


Finalmente, a produção começou em 1884, produzindo pequeno número de máquinas, aumentado um pouco mais, a partir de 1885.

Obteve suas patentes de invenção em 03 de fevereiro de 1880 de n° 224.088 e de 21 de setembro de 1880 sob n° 232.402, para fabricar essas máquinas de escrever.

Foi muito elogiado esse novo sistema de tipos e seus martelos de impressão, ganhando uma medalha de ouro em 1884, no “New Orleans Centenial Exposition”. A Hammond 1” é tida como a terceira máquina de escrever no mercado, após Sholes/Gliden/Remington e o Caligraph. Obteve inúmeros prêmios, em várias exposições.



Hammond com parâmetros maçônicos
O inventor, nasceu em 20 de abril de 1839, em South Boston, Massachusetts, EUA e morreu em 27 de janeiro de 1913 perto de Santo Agostinho, na Flórida. Depois de sua morte, a Hammond teve refreada sua produção.

No início dos anos cinqüenta, a empresa Addressograph, criou o “multi-grafo”, se utilizando do princípio dos clichês, inventado para as máquinas de escrever. Esse equipamento, continuou a ser útil até os anos 1970, quase cem anos depois da criação, da excelência da idéia, de James Bartlett Hammond.


A Hammond usava um mecanismo que ao ser acionado por determinada tecla, girava e trazia o caracter dessa tecla, para ser impresso. O teclado com três fileiras “QWERT” imprimia conforme a escolha dos clichês disponíveis.
Um das primeiras "Hammond" com padrão de teclado normal
Quando surgiu, apresentou um novo visual estético. As máquinas de escrever pela influência inicial da aparência com máquinas de costura, lembrando idealmente o padrão destas. Logo após seu uso, as máquinas de escrever eram guardadas em caixas de madeira, tal qual, uma máquina de costura ou um piano.

Este modelo acima é parte do Acervo Museu Teclas  n° R-0006
A tampa de madeira das Hammond eram bonitas, ousadas, envernizadas, rodeando as laterais. Portanto, apareceu com novo elemento, a possibilidade de novo modelo de aparência, para estes equipamentos de escrita. A inovadora roda de caracteres Multipex, um novo sistema de seleção dos tipos, ainda o modo de transporte tecla/tipo para imprimir foi outra novidade
Neste quadro de imagens das "Hammond": acima, a série de máquinas e modelos fabricados pela Hammond Typewriter Co. ; abaixo, antigos anúncios de propaganda da marca 

1891Franklin

Inventada por Wellington Parker Kidder, (1853- 1924) a máquina de escrever em questão e uma das máquinas mais marcantes na história, com curiosa história, como tantas outras, saídas da mente fértil, desse criativo inventor, com foto à esquerda. 

W. P. Kidder foi um destacado criativo e inovador, inventor em mecanografia, como veremos nos textos posteriores do nosso blog tecteclas.

A primeira patente da máquina de escrever é de 1889, porém foi passada dois anos depois para a Tilton Manufacturing Company.

1892  
Entretanto, a patente da máquina inventada por Wellington Parker Kidder, repassada neste ano, teve sua produção e venda, a cargo de Franklin Typewriter Co, da cidade de Boston, EUA, sob série n° 2183, patenteada em 8 de dezembro deste ano. A produção começou no mesmo ano, com o nome de “Franklin”.




Essa foi aprimeira máquina de escrever a usar a ação da engrenagem para trazer o tipo para baixo ao golpear como uma chave. O teclado circular da máquina dá um perfil único e inconfundível. Como mostra alguns dos modelos construídos, as diferenças mecânicas entre os diferentes modelos das “Franklin’ são muito pequenas e há maneiras de distingui-las.

O tipo II foi batizado de “The Franklin”. Tinha uma placa de níquel do fabricante no centro, sob o teclado e decorada com decalque elaborado. É extremamente rara. O tipo II, foi seguido pelo modelo “New Franklin” ou modelos 5 e 6.

A Franklin Typewriter Co., somente após o lançamento da Franklin 7, é que a empresa começou a numerar seus modelos.



O inventor das “Franklin”, deixou o projeto para criar seu próprio modelo, chamada de “The Wellington”, depois também vendida, para ser a base das primeiras máquinas de escrever chamadas de Adler.

1921 
W. Parker Kidder iniciou outra invenção, a sua máquina de escrever portátil “Noiselees”. O belo e delicado projeto foi vendido, para a Remington, junto com seus planos para criar a menor máquina de escrever. Enfim a “Noiselees” foi fabricada pela Remington em 1924.

O criativo inventor Wellington Parker Kidder, havia chegado num ponto da vida, no qual poderia finalmente gozar de merecido descanso. Faleceu aos 71 anos, em 2 de outubro de 1924.
IMPERIAL

1863
Neste ano, no dia 9 de setembro, nasceu Hidalgo Moya em Marthasville, Warren County, Missouri, EUA, filho do mexicano John Moya.
1881
Neste ano, Moya foi enviado para a Inglaterra, onde viveu por quase 40 anos, como representante da E. Remington & Sons, fabricante de armas. Naquele ano, a empresa havia recuperado o controle de produtos sob comercialização da Fairbanks & Co. 
1904
Neste ano, Hidalgo Moya, obteve patente nos EUA, e fez uma declaração nos termos: "Seja conhecido que euHidalgo Moya, conhecido pelo apelido de “Dalgo Moya” inventor, um cidadão dos Estados Unidos da América, residente em 67 Western RoadLeicester, no condado de Leicester, Inglaterrainventei algumas melhorias novas e úteis relativos à homologação, de máquinas de escrever, dos quais são as seguintes especificação...” 

Primeiro fundou “Moya Typewriter Co”, que se tornou a Imperial Typewriter Co.
Oficina de Montagem da Moya Typewriter

A “The
 Imperial Typewriter Company” empresa fundada no exterior, pelo engenheiro americano Hidalgo Moya, filho de hispanos, quando este morava na Inglaterra. Moya montou sua empresa para produzir as máquinas de escrever, marca Imperial, na cidade de Leicester, em território inglês visando conquistar a Europa.
1905
Neste ano, casou-se com Sophia Lilian, a filha de John Gordon Chattaway.
1910
Hidalgo Moya obtém patentes para um dirigível.
1911
Hidalgo Moya  mora em Aylestone HoltLeicester. O inventor da máquina de escrever e empresário, reside com sua esposa Sophia Lilian Moya e a filha Georgia Maria Moya nascida em Aylestone)
1916
Neste ano, é co-autor da invenção do "violino Tone e do violino Makers".
1920
No início deste ano, Moya por motivos de saúde, mudou-se com a família para Pasadena, Califórnia, EUA.

Num período de um ano e pouco mais, sofreu um derrame cerebral que o deixou parcialmente paralisado de um lado. Mesmo com a saúde precária, queria voltar para a Inglaterra, pois segundo seu médico, "os negócios da The Imperial Typewriter Company não estavam favorável, como seria caso estivesse presente".
 
Além dos problemas provocados pela doença, causava-lhe preocupações a saúde financeira de sua fábrica. Naquela época, Moya considerava-se apenas mais um inventor da máquina de escrever Imperial, trabalhando sem participação de controle da empresa.
Fábrica da The Imperial Typewriter Co., e sua linha de montagem
1927
Neste ano, aos 64 anos de idade morre o inventor Hidalgo Moya.

A produção da “The Imperial Typewriter Company” teve os seguinte modelos:
Imperial A, B, C e D; Imperial 50, 55,60,65,66 e 70;
Imperial 80 (Royal) e Imperial 90;
Imperial elétrica; Imperial 200, Imperial War Finish;
Companion 1,2,3,4 e 5; Imperial Safari;
Imperial Mensageiro, modelo portátil; Imperial Pavey Msigraph.


 As três máquinas do quadro acima, representam perfeitamente "os melhores modelos" fabricados   pela IMPERIAL durante sua duração como produtora de produtos mecanográficos. Abaixo, dois modelos bem conhecidos na década de 1950 de Imperial.
O modelo abaixo, é o mais belo exemplar em termos de estética, inovação e de interessante  técnica de engenhosidade. Este modelo, o "B" utiliza apenas três fileiras de tipos, em formato circular. Há uma certa dificuldade em datilografar neste formato.

No princípio do século XIX alguns fabricantes construíram máquinas de escrever portáteis com teclado de três fileiras,. Este fato, poderá ser constatado em algumas imagens destacadas nas ABAS do nosso blogue, entretanto prevaleceu o padrão Remington N2.
A fabricação de máquinas de escrever por parte da “The Imperial Typewriter Company” cessou por intensa diminuição das vendas e, ainda a forte concorrência da Olivetti, Facit, IBM. 

1966 é a Royal

Neste ano, a  Litton Industries, adquirente em março de 1965, das ações da The Royal Typewriter Company”, resolveu comprar a inglesa “The Imperial Typewriter Company”. 

Gradualmente, levou toda produção para América do Norte, fabricando as peças na fábrica americana Royal, e apenas montando as máquinas de escrever, na Inglaterra, a partir de peças enviadas de Hartford, Connecticut, EUA.

1974
Neste ano, cessou a fabricação de máquinas de escrever em Leicester, Inglaterra. Com essa incorporação cessou a história mecanográfica da Imperial.
Ao lado, modelo de impresso oficial da Imperial.


1852
Neste ano, em 1º de agosto, nasceu o inglês Thomas Oliver Klein, em Woodstock, Ontário, Canadá. O falecimento da mãe, deu um grande baque na vida e Oliver mudou-se para Monticello, Iowa, aonde foi servir como religioso (ministro metodista).


1888
Neste ano, Oliver passou a desenvolver sua primeira máquina de escrever, feita com tiras de latas. Levou quatro anos o desenvolvimento do seu invento, um verdadeiro "modelo de trabalho bruto", composto em 500 partes. A primeira intenção de inventar uma máquina de escrever objetivava um meio rápido e prático para redigir sermões legíveis.



1891
Neste ano, em 7 de abril, recebeu a primeira patente de sua máquina de escrever, sob n° US Patent No. 450107, como ainda, Thomas Oliver Klein, renunciou seu ministério. Mudou-se para Epworth, Iowa, onde buscou investidores dispostos a fornecer US$ 15.000 ($ 427.000 em 2015) para o capital social e alugar um edifício para fabricar suas máquinas de escrever Oliver.

Oliver ao visitar a cidade de Chicago, EUA para promover seu produto, encontrou o empresário Delavan Smith, interessado pela máquina de escrever que lhe propôs sociedade. Desse acordo, ficou o inventor com a participação de 65% numa empresa a ser estruturada, valor retido para continuar o desenvolvimento da máquina, mas com salário anual de US$ 3.000  (US$ 85.000, em 2015). Além disso, o empresário pagou os investidores de Iowa.
1895
Neste ano, a Oliver Typewriter Company começou a operar, num prédio no 9° andar, da esquina da Clark e Randolph Street, em Chicago.
1896
Um ano depois, a fábrica mudou-se de Iowa para Woodstock, Illinois. Este acontecimento, ocorreu por uma circunstância interessante: o governo da cidade de Woodstock  doou uma fábrica vazia, que pertenceu a empresa Wheeler e Tappan Co. com a condição de que a Oliver Typewriter Company permaneceria na cidade num prazo mínimo de cinco anos.


A fábrica foi dividida em seis departamentos: manufatura de peças em geral como: tipos, barras, etc.: transporte; montagem, ajustagens gerais, tabulações;  inspeção e sala de alinhamento e testes.
1899


Este foi o ano, em que a sede da empresa mudou-se para o Oliver Edifício,  um marco na cidade de Chicago, aonde a empresa estabeleceu um método de marketing, com redes de vendas, incentivou clientes a serem seus distribuidores locais.

Confiou na promoção pessoal, enfatizou as vendas efetuadas porta-a-porta, diretamente a vizinhos e mais tarde em 1905, estabeleceu um sistema de vendas a crédito.

1909
Neste ano, em 9 de fevereiroThomas Oliver Klein, teve morte súbita em conseqüência de ataque cardíaco, com 56 anos de idade.
1910
No final desta década, em resposta ao aumento da concorrência, a empresa foi obrigada a eliminar sua rede de vendedores local, utilizando os recursos resultantes das comissões para redução de US$100 (US$ 1.400 em 2015) no preço das máquina de escrever. As vendas aumentaram em razão do preço de cada máquina de escrever, valer a metade do preço.

Graças a esta decisão a empresa, passou a produzir cerca de 375 875 máquinas diariamente. Foram fechados escritório de vendas em Baltimore, Buffalo, Clevand, Kansas City, Minneapolis, Nova York, Omaha, St. Louis, São Francisco e Seattle. Em março de 1917, a Oliver passou a fazer vendas por correio.
1921/1922
Neste período, em razão da recessão ocorrida nos EUA atingir um grande número de clientes, estes não puderam honrar seus pagamentos. A Oliver Typewriter Company se viu obrigada, a pedir a apreensão das máquinas de escrever, não quitadas, mas sem resolver suas finanças.
1926
Diante de dificuldades financeiras e da pressão aumentada pela concorrência, mesmo assim,  a empresa optou não fazer empréstimos. Neste ano, o Conselho de Administração votou para liquidar o empreendimento, deixando o Sr. Chester Nelson, pessoa contratada com fim de supervisionar a liquidação da Oliver Typewriter Company.
1895/1928 
Este foi o período em que a Oliver Typewriter Company produziu mais de um milhão de máquinas, principalmente comercializadas fortemente para uso doméstico, utilizando como padrão de comercialização, distribuidores e  vendas locais à crédito. 
Uma Oliver modelo 11 com três fileiras de teclado, um estilo diferente de impressão
Oliver Typewriter Company ainda licenciou seus projetos para várias empresas internacionais. A empresa foi a primeira máquina de escrever eficaz de "impressão visível", ou seja, o texto tinha "uma parte"  visível para o datilógrafo enxergar o texto.

As máquinas de escrever Oliver eram pintadas com tinta verde-oliva com partes niqueladas, teclados brancos ou pretos, a partir do modelo n. ° 3. As exportadas para regiões quentes ou úmidas, eram cromadas para melhor resistir ao clima. 

A cor verde, foi mudada para preto quando da introdução do modelo n° 11.
1928/1959
Nesse período, as máquinas de escrever Oliver produzidas para o esforço de guerra britânico foram fornecidas com um "acabamento de guerra", com maior resistência as circunstâncias destes eventos bélicos. Abaixo, uma Oliver portátil pertencente ao Acervo Museu Teclas de registro n° R-0042.
O modelo abaixo, extraído de revista de língua hispânica era anunciado em 1959. Essas máquinas de escrever portátil ofertados para o mercado mundial, eram fabricadas partindo dos modelos usados na Segunda Guerra Mundial. O endereço inglês possibilitava a importação, principalmente para quem desejasse revender este produto. O teclado vinha com caracteres próprios para o espanhol, porém para o mercado de língua portuguesa, requeria adaptação para colocar acentuação e o cedilha.
Modelo anunciado em revista para língua hispânica em 1959.

A Oliver acima, muito rara, é parte do acervo do Museu Teclas, a pintura não é original

Blickensderfer
1850 
George Canfield Blickensderfer (1850-1917), nasceu e viveu em Erie County, Pensilvânia, EUA. Iniciou os sonhos inventivos, aos dez anos, ao imaginar construir uma máquina voadora. Adulto, seus sonhos mecânicos continuavam e, logo mostrou suas habilidades com um dos seus primeiros inventos: um modo de transportar pacotes e dinheiro numa loja, de diferentes balcões a uma estação central de embalagens.
George C. Blickensderfer passou muito tempo viajando de trem a trabalho. Nessa ocasião, percebeu a necessidade de um equipamento para uso de empresários viajantes utilizarem, fosse num trem, hotel ou mesmo aonde tivessem disponibilidade para emitir notas fiscais apresentáveis, fazer relação de preços ou orçamentos, escrever cartas, etc. Tal equipamento seria uma máquina de escrever mecanizada pequena, de leve peso, de fácil uso e utilitária.
1879
Neste ano, George C. Blickensderfer, casou-se com Nellie Irene Smith  Blickensderfer. Casado foi morar em Stanford, Connecticut aonde passou a projetar sua primeira máquina de escrever, numa pequena oficina, atrás de sua casa em 88, Bedford Street.
1889
Neste ano, Blickensderfer, conseguiu uma patente para poder começar a construir e comercializar seu grande sonho de inventor. Na verdade, este também era sonho de inúmeros americanos. Em 1868, Christopher Lathan Sholes e amigos, já trabalhavam intensamente neste aparelho de escrita.
Blickensderfer n°1, ano 1890

1892
Neste ano, George Canfield Blickensderfer, inventou sua máquina de escrever: a Blickensderfer, diferente e interessante. Projetada para ser mais um produto destinado a vir tentar competir com o novo produto de Christopher N. Sholes, fabricado pela Remington. A primeira máquina de escrever de fato, apareceu em 1873, mas acabou sendo conhecida definitivamente em seu padrão definitivo com Remington N 2 em 1890.

Blickensderfer, inventou uma máquina básica, conhecida como “typewheel”, um mecanismo aonde os caracteres ficam num bloco circular, conhecido posteriormente como bola de golfe das IBM, a partir do modelo Seletric, ou mesmo, os lançadores de tipos da Hammond, como bem antes de ambas, nas máquinas de escrever Mignon alemã, da qual a TECLAS têm um raro exemplar.

(ao lado uma Blickensderfer modelo 5)

A máquina de escrever, da marca  Blickensderfer funcionava com um teclado completo, ao invés de mecanismos como barras com tipos para escrever junto aos seus caracteres nas extremidades, como letras, números e sinais, a Blickensderfer, utilizava num bloco cilíndrico, os caracteres em relevo, selecionados pelo teclado para escrever o texto e seu conteúdo gráfico.

Outro detalhe, a disposição do teclado das Blickensderfer, possuem a disposição diferenciada: a linha principal continha as letras mais usadas, no idioma inglês, usado pelos americanos, intitulado de: DHIATENSOR.

A tese desse arranjo de modelo de teclado, seria haver a idéia, de que o datilógrafo poderia manter as mãos em linha, tanto quanto possível, minimizando o movimento da mão esquerda, aumentando a eficiência. Entretanto, concretamente era ineficaz.

Além deste modelo de teclado, Dhiatensor”, houve outras tentativas. Porém vingou o QWERT como mencionamos anteriormente nesta aba. O modelo QWERT foi adotado mundialmente como teclado, com sucesso centenário até o presente.

Entretanto, ao eliminar os tipos, barras de tipos e os diversos mecanismos individualizados para imprimir um caracter, George além de alterar o conceito de escrita mecânica, o Sistema Blickensderfer reduziu drasticamente a complexidade do desenho.

Um exemplo típico: as máquinas padrão, contém cerca de 2.500 ou mais, de peças diversas; a Blickensderfer comparando com uma máquina de escrever normal, tinha cerca de 10% das peças, ou seja, 250 peças. Fabricar a máquina, consistia em menor tempo de trabalho, o produto ficou mais leve e mais barato. Economizando muito, além de diminuir o peso da máquina em um quarto do peso das demais máquinas da época.

O mecanismo aplicado nas Blickensderfer, embora semelhante às IBM Seletric e suas posteriores, introduzido décadas mais tarde, nunca devem ser equiparados. As IBM foram projetadas com uma complexidade extrema e tecnologia inexistente à época.
1896-1897
George C. Blickensderfer, tinha começado seu negócio em uma fábrica em Garden Street. O inventor e chefe da Blickensderfer Datilografia Company of Stamford, ergueu sua própria fábrica em Atlantic Street, a Blickensderfer Typewriter Company.
1897
A máquina projetada em 1892, foi aperfeiçoada como modelo Blickensderfer n° 7- a primeira máquina de escrever portátil.
1900
Neste ano, consta que George inventou uma máquina de escrever elétrica, com boa qualidade de funcionalidade, só superada pela IBM com sistema de esfera, chamada de bola de golfe. Consta ainda, ter sido construído somente três amostras.

Óbvio, que tal afirmativa não é verdadeira. A IBM Seletric surgida meio século depois (dessa possível Blickensderfer elétrica) possui um sofisticado conjunto mecânico de seleção de escrita para permitir a impressão com as esferas de caracteres IBM, ou bola de golfe. Há um sistema de permissão de somente imprimir um caracter por vez, um recurso de andamento e retorno do carro, até com materiais inexistentes naqueles tempos.

Há no caso, uma inverdade, quer devido a própria alimentação elétrica, ainda em estado pueril, quer para selecionar um sistema elétrico, com a estrutura das Blickensderfer, o que seria, algo misteriosamente impossível.

Foi a primeira máquina de escrever produzida usando como material metálico, o alumínio. Algo inusitado que veio a ser comercializada com o modelo Blickensderfer 6 ou o "Pena Blick".

George Canfield Blickensderfer, morreu em 15 de agosto de 1917 em Connecticut, EUA, encerrando o ciclo das Blickensderfer.

Emerson / Woodstock / RC Allen
Esse “trio de marcas” de máquinas de escrever do nosso título tem uma ligação indiscutível de sucessão, sendo que uma deu origem a outra, até a terceira findar alguns anos depois da Segunda Guerra Mundial.
1902
Neste ano, Richard W. Uhlig solicitou arquivo em 12 de maio de um projeto que foi patenteado em 30 de dezembro do mesmo ano, sob n° US717144 do invento de uma máquina de escrever com características muito próprias e diferentes.

Richard Uhlig foi um inventor cujo nome está ligado a projetos de várias máquinas bem diferentes, uma das outras. No caso da Emerson, da patente citada acima, as barras de tipo foram dispostas lateralmente, em duas metades, uma parte na esquerda e outra à direita. As barras de tipos ficam inclinadas, protegidas por duas tampas, que dão à máquina uma aparência típica do art nouveau, tal qual, algumas outras marcas de máquinas de escrever deste período. É bom salientar que esse tipo de projeto deixou de existir com o modelo padrão.
1907
Neste ano, em setembro, a Emerson Typewriter Co., com capital de US$ 500mil sob a presidência de H. Mitchell, inicia em Kittery, Maine, EUA a produção das máquinas de escrever Emerson, inventada por Richard Uhlig.

A estrutura da máquina, as chapas sobre as barras de tipos, os copos do aparelho de fita foram fabricados em ferro fundido. O teclado com os caracteres impressos em papel grosso, coberto por vidros com anéis de metal.
1908
Neste ano, começa a ser comercializada pela primeira vez as máquinas de escrever da marca Emerson.  O escritório que tratava as vendas estavam em Chicago, Illinois. A fabricação das peças foram manufaturadas em diferentes lugares.
1909
Neste ano, Alvah Curtis Roebuck, nascido Lafayette, Indiana em 9 de junho de 1863 e falecido em Chicago, Illinois em 18 de junho de 1948, tem uma passagem interessante no ramo da mecanografia que merece ser contada, por seu caráter histórico em nossa atividade.

Alvah Curtis Roebuck foi uma pessoa com habilidades técnicas e mecânicas. Aprendeu relojoaria de modo auto-didático, profissão com a qual iniciou ainda muito jovem seu trabalho.
1887
Neste ano, em 1° de abril, Roebuck com 24 anos, através de um anúncio de Richard W. Sears do Chicago Daily News, procurando por um relojoeiro, obteve a resposta para contrato dois dias depois nesta profissão de mecânica fina. Por intermédio dessa aproximação, começou a associação desses dois homens, que alguns anos depois formarão uma parceria comercial, das mais conhecidas do mundo.
1893
Neste ano, Richard W. Sears com 30 anos e Alvah Curtis Roebuck com 29 anos, se associam e fundam a empresa Sears, Roebuck & Company. O negócio iria atender pedidos por correspondência e será uma das maiores lojas de departamento do mundo.
1895
Neste ano, passados apenas dois anos do lançamento do catálogo da empresa que crescia amplamente, Alvah Curtis Roebuck pediu ao sócio e parceiro Richard W. Sears para comprar sua parte por US$ 20.000.

Entretanto, Richard Sears, pediu ao sócio que se encarregasse da divisão de relógios, jóias, produtos ópticos e, mais tarde, fonogramas, lanternas mágicas e máquinas de cinema da Sears, Roebuck e Co., aonde continuou com este setor menor, pois não estava interessado crescer num negócio gigantesco.

Alvah Curtis Roebuck manteve interesses comerciais diversos, organizou e financiou duas empresas: um fabricante de máquinas de escrever e um distribuidor de máquinas cinematográficas e seus acessórios.
1897/1909
Neste período, foi presidente da empresa Optical Equipment Manufacturing Company ligada aos produtos negociados pela Sears.
1909/1924
Neste período, Roebuck buscou um outro ramo em franco crescimento, tanto no mercado americano como mundial: a mecanografia. Tornou-se Diretor Geral da Emerson Typewriter Company pequeno fabricante das máquinas de escrever Emerson onde aprendeu muito sobre o  funcionamento dessa atividade. Estima-se que a produção total das máquinas de escrever da marca Emerson é de cerca de 15 mil máquinas, a maioria das quais não existem.
1910
Neste ano, a Emerson Typewriter Company mudou-se para a cidade de Woodstock, Illinois, EUA onde começou a produzir as máquinas de escrever com o nome de Roebuck Typewriter Company. Ao mesmo tempo, Roebuck com suas habilidades técnicas promoveu várias mudanças em mecanismos e no desenho original da máquina de escrever, Emerson 3.
1912
Neste ano, Roebuck tentou produzir um modelo de máquina de escrever da marca Harris que entretanto não deu muito certo.
1914
Neste ano, finda a produção depois de quatro anos, das Emerson. Entra um novo projeto de sucesso, a "Woodstock". O invento máquina de escrever, melhorada em seus mecanismos, do tipo padrão, bem  projetada em seus processos de velocidade, chamada de Woodstock em homenagem à cidade onde a empresa foi reaberta como Woodstock Typewriter Company. De imediato, a máquina de escrever "Woodstock foi sucesso.
1914
Neste ano, também morreu aos 50 anos Richard W. Sears.
1922
Neste ano, numa prova de demonstração da qualidade de rapidez da "Woodstock"  foi feita por um experiente datilografo que escreveu numa dessas máquinas de escrever cerca de 120 palavras por minuto. O recorde mundial anterior era de 125 palavras por minuto no modelo Underwood 5. Neste período as "Woodstock" já estava bem aceita como máquinas de escrever eficiente em todo o mundo.
1925
Neste ano, a Woodstock Typewriter Company lançou uma máquina de escrever elétrica a Woodstock Electrite fabricada em Chicago, Illinois. O motor elétrico da Electrite alimentava através de um eixo, o mecanismo de impulsão das barras de tipos e da barra espaçadora, o retorno do carro era feito de modo manual. 

A impulsão dos tipos permitia a mesma uniformidade movida pela força equitativa em todos os caracteres, resultando na datilografia de excelente trabalho em todos os caracteres e muita qualidade no papel impresso.
1929
Neste ano, em 24 de junho a The Woodstock Typewriter Company Limited foi registrada em Londres, Inglaterra.
1929/1935
Alvah Curtis Roebuck ficou vários anos tranqüilo na Flórida, porém com as perdas financeiras do crash da bolsa de ações de 1929, obrigaram-no a retornar a Chicago.
1933
Neste ano, Roebuck retornou à Sears, Roebuck e Co., para compilar a história da empresa.
1934
Neste ano, em setembro, um gerente Sears convidou-o para fazer uma aparição pública em sua loja. Dessa participação pública, resultou numa turnê em diversas lojas da empresa por todo o país nos próximos anos, graças a afabilidade e bom trato com as pessoas da parte de Roebuck, essa experiênca rendeu sucesso à empresa. Certa vez, perguntado se arrependeu-se de não ganhar tanto dinheiro quanto seu antigo parceiro, Alvah Curtis Roebuck respondeu: "Ele está morto. Eu nunca me senti melhor".
1948
Neste ano, em 18 de junho aos 84 anos, faleceu Alvah Curtis Roebuck.
1950
Neste ano, após a morte de Roebuck, a Woodstock Typewriter Company foi vendida para RC Allen Business Machines, a terceira fase como máquina de escrever com outra marca.
RC Allen Business Machines
1932
Neste ano, foi fundada por Ralph C. Allen (1884-1967), em Grand Rapids, Michigan, no ramo mecanográfico a RC Allen Business Machines Inc. como fabricante de caixas registradoras, máquinas de adição e instrumentos de precisão para aeronaves, os altímetros. As vendas de caixas registradoras e máquinas de adição da marca RC Allen permitia a empresa ser um dos principais fabricantes dessas máquinas de negócios. (ao lado esquerdo uma somadora de pouca capacidade numérica)
1938
Neste ano, a RC Allen Machines Inc. distribuía as máquinas de escrever e calcular da marca Facit. As tradicionais calculadoras, tipo catavento da Facit, sem impressão, reconhecida no mercado, ganhava a identidade também como RC Allen fabricada em diversos modelos.

Segunda Guerra Mundial
No início da Segunda Guerra Mundial, a empresa alterou o nome para RC Allen Business Machines Inc. pela necessidade de se destacar em outro negócio: fabricar peças para aeronaves.

A empresa estava apta. Tinha as instalações apropriadas para fabricar os instrumentos delicados da aviação e tão necessários para o esforço de guerra. Foi por essa necessidade prioritária de esforços de guerra que RC Allen Business Machines Inc.  impulsionou desse período adiante, seus negócios para o mundo da aviação e nunca mais parou.

Milhares de instrumentos RC Allen Turn e Bank manufaturados pela fábrica, foram instalados em aeronaves das Forças Aliadas com excelente qualidade, testadas em ambiente beligerante com muito sucesso, provando resistência para situações adversas.

A RC Allen Business Machines, continuou a fabricar instrumentos para aeronaves, e mesmo após a Segunda Guerra Mundial manteve-se como fornecedora de peças para suprir o governo americano, com material bélico para a Guerra da Coréia, como os milhares de transmissores de giroscópios para os jatos militares. A empresa ainda desenvolveu giroscópios especiais sub-miniatura para os foguetes Saturno. Foram deixados em órbita ao mesmo tempo, vinte desses equipamentos.
1950
Neste ano, a empresa tradicional do ramo mecanográfico, amplia seus negócios através da compra completa da Woodstock Typewriter Company, de Woodstock, Illinois pela RC Allen Business Machines.

A RC Allen Business Machines, desejava competir diretamente com outras empresas, no promissor ramo mecanográfico na tentativa atingir um bom faturamento, tal qual das empresas maiores, como a LC Smith & Corona e a Remington Rand, que ofereciam linhas completas de máquinas de escritório.

A RC Allen começou a produzir as primeiras máquinas com a n° 5 ou simplesmente, referiam-se apenas como a Woodstock, embora o modelo tenha sido lançada com diversas alterações mecânicas, as vendas  nunca estouraram.

As máquinas de escrever da RC Allen Business Machines começam a diferenciar-se no modelo 6 quando verdadeiramente surgem as RC Allen. A empresa ainda inovou e, começou a fabricar máquinas de escrever partituras para compositores, arranjadores e maestros ou quem desejasse transcrever música de modo mecanizado. Uma novidade até aquele presente.

A Musicwriter a máquina de escrever, inventada para compor partituras continha ao invés dos caracteres para escrever textos, tipos diferentes com símbolos de notas musicais e seus diversos sinais para interpretar um tema musical. Esta máquina de escrever música era fabricada pela RC Allen em Grand Rapids, Michigan.
1967
Neste ano, a RC Allen Business Machines encerrou a produção de máquinas de escrever, calcula-se que tenha produzido cerca de um milhão de máquinas de escrever em toda sua história.
1972
Neste, a RC Allen Business Machines apontava como maior fabricante de instrumentos de aeronave para aviação geral no mundo.
1977
Neste ano, a RC Allen Business Machines foi vendida.

Japy - a máquina vinda dos relógios
A máquina de escrever da marca Japy, homenageia Frédéric Japy um mestre relojoeiro, fundador da indústria Japy, que viveu entre 1749-1812 em Beaucourt, Franche-Comté, na França, considerado um dos fundadores da produção industrial de relógios. A Japy também fabricou a Patria, um máquina de escrever portátil.
A Revolução na Relojoaria
Edward Louis Frédéric Japy, segundo filho, entre os doze irmãos do casal, Jacques Japy (1699-1781) e Marie-Marguerite Fainot (1725-1797), ou simplesmente, Frédéric Japy, nasceu em 22 de maio de 1749 em Beaucourt, uma pequena aldeia no final do Principado de Montbéliard.

A família Japy era uma das mais ricas da região, de fé protestante e com alguma fama. O pai de Fréderico, Jacques Japy, foi um notável da aldeia, dono de terras, tinha a atividade profissional de ferrador.
1760
Neste ano, Jacques Japy tornou-se prefeito de Beaucourt, nomeado para o cargo por Charles II de Wurtemberg, príncipe de Montbéliard e duque de Württemberg.

Frédéric Japy, freqüentou a escola em Beaucourt, sendo desde tenra idade iniciado em atividades artesanais, aprendendo a conviver naquela sociedade estruturada e corporativa. Rapidamente foi percebido possuir grande inteligência e, seu pai foi encorajado pelos mestres do jovem Frédéric a mandá-lo continuar a educação na cidade de Montbeliard, numa escola francesa, onde recebeu excelente educação ginasial.
Vista da cidade francesa de Beaucourt em 1749
Frédéric Japy ficou hospedado na casa do avó, Jacques Georges Frédéric Japy, profissional da arte de relojoaria, em Montbeliard, foi assim, que o neto Frédéric Japy entrou precoce, mas assiduamente, no mundo da relojoaria. Retorna para a casa dos pais em Beaucourt aos 17 anos.

Frédéric Japy passou um período de aprendizado na cidade Locle, na fronteira franco-suíça, com o mestre relojoeiro, Abraham-Louis Perrelet. A fabricação de relojoaria prospera nesta região nesta época, e atrai muitos jovens especialmente pelos salários superiores aos de outras profissões.

A aprendizagem que recebe do mestre relojoeiro, é notável também por seus desenvolvimentos de materiais para ferramentas, incluindo uma ferramenta para arredondar, e outros necessários ao desempenho de cilindros.

Frédéric Japy, imerso numa atmosfera de pesquisa, tendo introduzido em muitas operações do relógio. Dois anos depois, recebe autorização para trabalhar na oficina de Jean-Jacques Jeanneret Gris, uma nova etapa decisiva em sua vida.

A família de Jeanneret Gris na cidade de Locle, é conhecida por ter inventores especializados nesta pequena mecânica de precisão. Os relógios, são um campo de pesquisa popular, por parte dos três irmãos Gris, mas especialmente por Jean-Jacques, o mais velho, “guillocheur” .

Este inventor, é a base na região, em matéria de criação de máquinas-ferramentas fiáveis, ​​nesta atividade. Portanto, Frédéric Japy, vê como operar novas ferramentas, aprende novos processos de fabricação, ganha uma segunda etapa na aprendizagem.

Essas novas máquinas-ferramentas, são suficiente para realizar tarefas, compensar o tempo da mão do trabalhador, proporcionar rapidez, agilidade e mudar o processo de fabricação.

Entretanto, existe uma mentalidade medieval na relojoaria, que permeia especialmente nas regras da vida comunitária, antiga, persistente e corporativa. Jean-Jacques Jeanneret Gris tentou sacudir a inércia dessa estrutura do passado em vão.

Naquele período histórico, as peças para montar os relógios, eram fabricadas com mão de obra de pessoas especializadas em suas próprias casas, nas pequenas comunidades. Quando prontas, as peças eram recolhidas e montadas por um "assembler". 

Uma vez o relógio montado era enviado para um reservado, por sua vez seria montado numa estrutura artística, com bela aparência, seja numa pequena base de porcelana, ou num bronze elaborado como manto de cobertura, repleto de figuras mitológicas, ou banhado a ouro, ou seja, decorado conforme o pedido do comprador, habitualmente um nobre ou rico negociante.
1770
Por volta desta década, os progressos alcançados, sejam de ordem quantitativa ou qualitativa evoluíram, porém a produção continuava, a ser muito limitada e localizada.

Jeanneret Gris foi também prejudicado pelas dificuldades de conseguir pessoas habilitadas para trabalhar com as máquinas-ferramentas, idealizadas por sua inventividade. Embora tais processos de fabricação, abriria ampla área técnica e comercial, também iria causar grandes mudanças sociológicas e, este era um fato que amedrontava a todos.

Frédéric Japy percebeu naquele momento, pela vivência com seu mestre relojoeiro a possibilidade para esses novos métodos de produção, anunciando uma nova era econômica baseada principalmente na produção em massa.

Frédéric Japy comprou algumas das poucas máquinas-ferramentas de relojoaria, levou-as na volta à sua cidade natal, Beaucourt, aonde começou a inventar novos padrões, máquinas e modelos, a fim de padronizar as peças e a qualidade da produção.
1773
Neste ano, com idade de 24 anos, casa-se com Catherine Marguerite Amstutz, filha do fazendeiro anabatista, Amstuz Michel e da esposa Christine Judith Hauter.
1777
Neste ano, a pequena oficina fundada por Frédéric Japy, marca um novo ciclo. Lá, foi onde começou o trabalho mecanizado, terminando o processo tradicional de établissage praticado na “jura” professada pela profissão da relojoaria.

Frédéric Japy alterou radicalmente a forma de produzir relógios. Construiu a fábrica da Japy revolucionando a fabricação, pois como proprietário, ao fundar sua fábrica, estabeleceu programas de produção e as mudanças acentuadas.

Desenvolveu as "cidades Japy", ou seja, um tipo de conjuntos habitacionais para acomodar o pessoal, que anteriormente trabalhavam em casa.

Os trabalhadores foram agrupados num único local, ao invés de estarem espalhados por todo o campo, como um artesão local. Cada um foi designado a um posto de trabalho específico, com sua própria máquina específica, realizando uma tarefa específica.

A fábrica de relojoaria, mecanizada por máquinas-ferramentas, criada por ele, conseguiu concentrar todas as operações de produção no próprio estabelecimento. O número de passos e operações foram reduzidas a metade. 

A produção sequencial de peças em um único local, numa fábrica e auxiliado por máquinas, significava que todas as peças do relógio, podiam ser feitas e montadas como um produto acabado no local, em vez dos subconjuntos anteriores, em cerca de metade do tempo, como no modelo anterior feito pelos artesãos.
Frédéric Japy inventou máquinas necessárias para produção em massa de peças, parafusos, pregos, porcas e outros produtos, como bombas rotativas, fechaduras que ele aperfeiçoou com bicarbonato de esmalte.

Há centenas, ou tantos mais de relógios Japy ao redor do mundo. Na relojoaria, os mostradores de esmalte Japy, (foto à esquerda) tornou-se padrão para a grande maioria dos fabricantes de relógio por 150 anos, tanto em França como no exterior.

Frédéric Japy foi pioneiro, o mestre relojoeiro que mudou radicalmente o modelo de fabricação, não apenas na industrialização de relógios, mas no conceito de fabril em geral, como em máquinas de escrever.

Como inventor foi imaginativo para todos os tipos de máquinas, começando a profissão como um relojoeiro. Este método atravessou fronteiras e influiu na área mecanográfica, no princípio do século XIX.

A Japy vai se tornar a segunda maior concentração industrial francesa no âmbito do Segundo Império Francês. Abaixo a foto da Usina Japy Frérés e seus funcionários ao deixar a empresa.
1800
Durante essa década, a Japy atingi seu ápice, com cerca de 5000 trabalhadores que operam na área das fábricas Japy, era o local onde havia treze castelos da família”, construídos a alguns séculos em Beaucourt e Dasle. Quatro destes castelos desapareceram para permitir o espaço fabril.
1806
Neste ano, Frédéric Japy entregou a direção da empresa, para que seus filhos continuassem os negócios familiar em Beaucourt. O patrimônio constituído pelo fundador é transmitido para a posteridade, para assegurar a boa prosperidade da empresa por mais um século.

Frédéric Japy ao legalmente se retirar da sociedade, deixa aos seus três filhos, a responsabilidade de gerir os negócios familiares:

- o mais velho Friedrich Fritz Willhelm, nascido em Montbéliard em 19 abril 1774;
- Louis Frédéric Japy, nascido em 20 de fevereiro de 1777 em Montbéliard e faleceu em Beaucourt, aos 16 de outubro de 1854;
- Jean Pierre Japy, nascido 20 de março de 1785 em Beaucourt e morreu 17 de  janeiro de 1863 em Beaucourt. Era o filho mais moço, porém aquele que passará toda sua aprendizagem dentro da fábrica, e apto a assumir o lugar do pai.

Da união dos três irmãos, surgiu a "Japy Frères", ou seja, em inglês  "Japy Brothers" ou “Japy Irmãos” em português.

A Japy deste cedo, procurou diversificar seus produtos. Assim começou a produzir moedores de café, (foto lado esquerdo)  produtos esmaltados, utensílios de cozinha, máquinas diversas, tais como, as primeiras bombas de geladeira, sinais de publicidade; inventaram máquinas para transformar fios de cobre e de aço em peças elaboradas. 

Entre estes produtos, a Japy inventou bombas como de combustível, uma linha de negócios ainda existente nos dias atuais. Um pouco mais tarde: máquinas de escrever.
1810
Neste ano, Frédéric Japy projeta e desenvolve uma máquina especial de puxar o fio de aço. Essas invenções foram alvos de pedidos de patente por parte desse inventor.

A poucos quilômetros de distância, mas na região de Montbéliard, Frédéric Japy junta-se em sociedade com Jean-Pierre Peugeot e Jacques Maillard-Salins na "Peugeot-Frères et Jacques Maillard-Salins" e o trio transforma um Moinho Hidráulico chamado SubCratet, numa fundição de aço, para usar em coletividade seus produtos, proporcionando na arte de relojoaria, os primeiros relógios com molas de aço e outros artigos similares em uso de aço, como serras em fitas e ferramentas.

1811
Neste ano, Catherine Marguerite Amstutz, (foto lado esquerdo) esposa de Edward Louis Frédéric Japy  morreu na 27 de maio de 1811 em Beaucourt.
1812
Edward Louis Frédéric Japy, muito afetado pela morte da esposa veio a falecer um ano depois, em 23 de janeiro de 1812, aos 62 anos em Badevel.

1828
A Japy desenvolve um alisador alongador em fios de metal para pinos, parafusos e pregos.
1840
Surge pela Japy, a fabricação de um moderno moedor de café cúbico, sucedida em terceira geração deste aparelho.
1900
Por volta deste ano,  num novo século, a família Japy vai se sucedendo em geração, os filhos de seus filhos, não herdou o espírito criativo e inventivo dos pais e, principalmente do inventor, responsável pelo sucesso familiar - Edward Louis Frédéric Japy. Já no início de 1900, muitos dos negócios foram vendidos, a fabricação de produtos, desmantelada.
1904
Neste ano, a Japy da cidade de Beaucourt entra como principal acionista de uma empresa de carvão entre Montbéliard e Villersexel e inicia exploração no sul de Stephanian sub-Vosges. numa concessão de 2.336 ha concedida à empresa a operar um depósito de carvão. Entretanto, não houve mineração de carvão, mais houve um sério desperdício de recursos do grupo Japy.
1910
Neste ano, diversificando seus produtos, a Japy lança o primeiro modelo de máquina de escrever a Japy 3X, resultado de acerto com a Remington Sholes, para aquisição de equipamentos e fabricação dessas máquinas em Beaucourt, na França. Entre os anos de 1911 e 1929 foi produzido o modelo Japy 3Y.
1921
Neste ano, parte do capital familiar, resultado de frutos prósperos por mais de um século, é perdido pela emissão de títulos para o público. Em 1929 parou a fabricação do modelo de máquina de escrever portátil Japy 3Y, começou o novo modelo Japy 9.
Produtos fabricados pela Japy, latas decoradas, moedores de café e outros
1930
Nesta década, a Japy Frères procurou reinventar-se trazendo num certo sentido, o espírito do seu fundador: havia um mercado mais amplo de caixas de lata, e a Japy produziu vários modelos, com vários estilos geométricas. Infelizmente, competiam com nomes de concorrentes fortes, nesse segmento e as vendas foram bastante limitada. 
1930/1935
Neste período, uma grave e acentuada crise assola toda França. Cresce o desemprego, os negócios em geral ficam difíceis, as fábricas perdem sua capacidade de produzir, as vendas sofrem forte declínio.

1931

Neste ano é lançado o modelo de máquina de escrever Japy V.

Aspectos da fábrica em Badevel
1933
Neste ano, o Conselho de Administração da Japy decide pela reorganização completa de todos os serviços, a planta da fábrica de Badevel é abandonada e a fabricação de relógios fica centralizada em Beaucourt.

Ocorreu ainda um processo de divisão da Japy Frères em quatro companhias independentes. Uma divisão foi destinada para fabricar máquinas de escrever: a "Société de Mécanographie Japy", com toda produção em Beaucourt. 

Ainda na década de 1930, a Japy adquiri licença dos suíços para produzir a máquina de escrever Swiss Patria. Dessa licença surge a Japy modelo P6 produzida entre 1937-1948, com estrutura mecanicamente similar a uma "Patria", mas tem um desenho próprio.

A empresa Japy conseguiu o lançamento de máquinas de escrever na Europa no início século XX, começando a fabricá-las desde 1910, mas perdeu sua dominância com a inovação industrial.

A Japy, embora amplamente diversificada, foi gradualmente desmantelada com a venda de vários ramos da marca. Conflitos de interesses pessoais, ou, entre a família Japy e associados, resultam nas quatro empresas autônomas. A incapacidade de se adaptar ao ambiente econômico, do próprio modo de administrar em novos tempos e modernizar as estruturas, aceleram o declínio, encaminhavam o término da Japy.
1934/1936
Neste ano, sob licença da Paillard, a antiga fábrica de relógios francesa Japy Frères, passou a produzir o modelo Hermes 2000 entre 1934 e 1936, como modelo 50, com a marca Japy 50, usou também neste modelo, o nome de Etoile.
1936
Neste ano, em 28 de abril, na Basileia, Suíça, houve a apresentação da máquina escrever portátil Patria, fabricada pela francesa Japy, uma sensação no mercado mecanográfico europeu, da empresa J F Pfeiffer, Zurique AG. Entre os anos de 1934/1937 foi lançado o modelo Japy 10.
1945
Depois da Segunda Guerra Mundial, a Japy continuou sua produção de máquinas de escrever, entretanto tal como aconteceu com a maioria dos relojoeiros franceses, após esse período foram praticamente eliminados do mercado.

Em Pieterlen, nasce a Patria Typewriter Company a fim de fabricar as máquinas de escrever Patria, tendo seu escritório de vendas, estabelecido em Zurique, na rua Bahnhofstrasse, 26. A máquina com a qualidade suíça, feita no centro da indústria relojoaria suíça, ainda protegia o comércio local, quem comprava a nova portátil suíça, apoiava a indústria, gerando empregos.
1971
Neste ano, a empresa de Hermes-Paillard adquiriu esta divisão da Japy e cessou a produção da fábrica de Beaucourt.
1979
Neste ano, a última empresa Japy é liquidada.
1986
Neste ano, foi aberto o Museu Frédéric Japy localizado nas antigas oficinas de relojoaria, para preservar a memória deste industrial, apresentar a saga familiar da dinastia Japy e sua contribuição na arte da relojoaria.
Museu Frédéric Japy e seus relógios franceses

Corona Typewriter Company, Inc.
1902
Neste ano é projetada por Franklin Sebastian Rose, a máquina de escrever, chamada de “Folding” padrão 1, patenteada em 1904, porém será como descrevemos abaixo: seu filho George será quem começará com alguns protótipos feitos entre 1906 e 1908

1903/1904
Durante este tempo, outra empresa de máquina de escrever, na linha das máquinas pequenas, ou seja, as portáteis, passou a alcançar um sucesso considerável. Tratava-se da pequenas máquinas, fabricada pela também pequena empresa: Rose Typewriter Company da cidade de New York.
1905
Neste ano, em 23 de maio, três semanas antes de seu 49º aniversário, morreu Franklin Sebastian Rose, ou simplesmente Frank, o inventor da máquina de escrever “The Folding.” Sua esposa, a então viúva Catherine Marcley Rose juntamente com seu filho George Francis Rose, na época com 26 anos, decidiram continuar o bom trabalho paterno, investir todos esforços para concretizar o sonho de Frank Rose, isto é, seu projeto da máquina de escrever portátil dobrável. (foto esquerda - Frank Rose)

Um mês antes de morrer, Frank Rose pediu a última patente, constando melhoria no mecanismo de escape da máquina portátil dobrável. Embora o falecimento, tenha naturalmente impedido a autorização de patente para Frank Rose, esta foi devidamente emitida para seu filho George Francis Rose, como herdeiro e administrador da propriedade intelectual paterna. Este impulso, alavancou o desejo de trabalhar na construção da máquina de escrever portátil dobrável inventada pelo pai.
1906
No final deste ano, dezoito meses após a morte de “Frank”,  seu filho George F. Rose foi capaz de buscar apoio financeiro, assegurando os recursos sob a liderança do  advogado de New York, Marshman Williams Hazen que destinou US$ 150.000 para o projeto. (à esquerda, George F. Rose)
1907
Os planos deram andamento até a fundação da empresa Rose Typewriter Company of New York City , apta a fazer a portátil dobrável de Frank Rose. A produção começou no final deste ano e em seguida, comercializada como a primeira máquina de escrever portátil dobrável, logo ganhando excelente aceitação no mercado. 
1908
Neste ano, o mês de março, marcou finalmente a produção de 1031 máquinas de escrever marca “Folding” modelo n° 1 na fábrica Loft localizada na Oitava Avenida, 2234 em Nova York.

Essas máquinas foram produzidas a partir dos protótipos feitos entre 1904-1905, em alumínio e do prototype 2 com mecanismos de transporte da fita, com a contratação de Otto Petermann como operador da broca-prensa em março de 1907. Otto em 1910, ainda projetou essa máquina de escrever evoluída, chamada Corona 3
1909
Neste ano, em conseqüência de problemas de saúde, de Catherine Marcley Rose entrou em dificuldades financeiras e, seu recurso mais próximo eram as patentes deixadas pelo marido.
O senador americano de Nova York, da cidade de Groton, Benn Conger, nascido em 29 de outubro de 1856, conheceu a máquina de escrever  “The Folding” de escrita visível com sistema de barras de tipos produzida por Rose Typewriter Co., de Nova York.

O senador Benn Conger interessou-se pelo equipamento. Uma pessoa comum à família, ligada através de membros da Maçonaria, entre estes, William Grant Rhodes, criado em Groton, aonde este e sua família mantinham laços estreitos com a família Conger e o advogado Marshman Williams Hazen.

O senador Benn Conger, anteriormente envolvido com a Crandall, também maçom, conhecia o novo produto e o processo de fabricação de máquina de escrever. Assim procurou o fabricante  George F. Rose. 

Benn Conger  uniu-se em consórcio com amigos, entre estes, o senador Jacob Sloat Fassett (1853-1924), também com um membro da Câmara dos Representantes dos EUA de Nova York e outros, compraram as patentes e os direitos de fabricar este pequeno equipamento. No final deste ano, levaram as ferramentas e máquinas dessa empresa para Groton em Nova York. A empresa recebeu nova denominação, rebatizada de Standard Typewriter Company. Foram fabricadas entre a numeração de 1032 a 3698.
1910
Neste ano, foi lançado o modelo 2, com melhorias, com um novo nome para a  máquina portátil, fabricadas entre os números, 3699 e 5199 unidades. O nome escolhido foi “Corona”, em latim coroa, que significa liderança, isto é, símbolo do poder de liderar. Uma dessas máquinas foi presenteada para Theodore Roosevelt que a levou para férias numa caçada na África.
1914
Neste ano, com o sucesso vindo do modelo “Corona”, a empresa adotou o nome de Corona Typewriter Company. A Corona neste tempo, era o principal fabricante de máquinas de escrever portáteis, conseguiu status de liderança mundial em vendas de máquinas de escrever portátil.
Embora durante a Primeira Guerra Mundial, a compra e produção de máquinas de escrever estavam praticamente estancado na Europa, a produção de máquinas americanas não sofreu tanto. É bom lembrar, que os Estados Unidos entraram na guerra, relativamente tarde.

As exportações americanas continuaram durante os anos de guerra. A Corona, em particular, alcançou grande popularidade nesse tempo. Era a máquina pequena de escrever favorita dos oficiais militares e jornalistas no front de guerra.

As forças britânicas usaram as Corona nas trincheiras ou em aeronaves de patrulha. Inúmeros documentos importantes foram datilografados, duplicados, recopiados nas Coronas, incluindo todos papéis mais importantes mesmo em combates na África.
1922
Neste ano,  em 28 de fevereiro morreu o senador Benn Conger. 
1923
Neste ano, foram fabricadas unidades entre a numeração: 518200 a 585140. Abaixo, dois exemplares de Corona, modelos diferentes, dos quatro itens de coleção, pertencentes ao Acervo Museu Teclas.
1924
Neste ano, foi lançado em março, o modelo Corona nº 4, fabricadas entre 585141 a 607151, houve abatimentos no modelo nº 3 ofertados a US$ 50 numa linha de promoções em vermelho, verde e azul. o desenvolvimento da Corona 3, veio com a patente de Otto Petermann.
Fábrica de montagem das Coronas
1926
Neste ano, após 23 anos de existência, a Corona Typewriter Company passou por fusão com a empresa LC Smith & Bros. Typewriter Company, formando então a união de dois líderes: a Corona mas portáteis e a Smith nas máquinas de escrever padrão. Nascia a L C Smith & Corona Typewriter Inc.

A Corona ganhou fama e sucesso em tempos guerra ou de paz, sem alterar substancialmente o seu desenho. A mudança tecnológica provinda entre as duas guerras mundiais, não alterou o padrão Corona.
1912/1940
Durante este período foram construídas e vendidas mais de 700 mil máquinas de escrever portáteis marca Corona, vindo a ser - a máquina mais popular de sua época. 
Acima uma dessas "CORONA" revisada, uma das cinco do acervo da Teclas



No quadro acima, há uma série de máquinas de escrever, assim como, há outras não contidas em nossa relação que foram projetadas e comercializadas em pequenas quantidades. Vamos ainda, acrescer outras marcas, em pesquisa e edição.
Na próxima "ABA", - A Escrita Mecânica - seguimos com a Historiografia num segundo ciclo de desenvolvimento e produção. Do mesmo modo, que os automóveis, no princípio desta competitiva indústria, só sobreviveram e atingiram plenamente o mercado mundial, algumas marcas. 

No universo das máquinas de escrever, como de todo os equipamentos mecanográficos, deu-se a mesma orientação comercial: só passaram para outro patamar, as empresas estruturadas, com seus produtos aceitos pelo mercado.

Na "ABA" - A Escrita Mecânica - definidas por nós com este nome, uma vez que todas máquinas de escrever passaram a adotar um feitio definido. Editamos as marcas tornadas tradicionais por um século ou mais, como máquinas de escrever padrão. 

Entre essas marcas tornadas tradicionais, tiveram continuação: a Remington, a Underwood, a Royal, Smith-Corona, Olivetti, Facit, Olympia, IBM, Triumph, Adler, Hermes, entre outras.

A Historiografia vai continuar na ABA - Os cálculos - onde editamos informações com respeito às calculadoras e somadoras, com as devidas explanações. 

Ainda teremos o prosseguimento da Historiografia na ABA - Recursos & Contábeis - com a união da máquina de escrever com a máquina de cálculo, aonde entram as de contabilidade, de faturamento, as registradoras, etc. 

Haverá espaço para os demais equipamentos mecanográficos, como relógios de ponto, máquinas de visar cheques, de preencher cheques, cupom fiscal, autenticadoras, etc.  Ufa! ....

A lista é longa! Mas, vamos editar. 

Espero da possam obter bons momentos de saber e curiosidade!

TEC TECLAS - a original!
O Editor


A máquina de escrever não teve "padrão" aonde se espelhar, como das carruagens ao automóveis. O leitor poderá perceber e conhecer, parte desse longo caminho da mecanografia lendo as
ABAS deste bloque.

O EDITOR

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