Mecanográficas no Brasil




No Brasil, as máquinas mecanográficas chegaram prontas entre o final do século XVIII e início do século XIX, do mesmo modo que partiu para outros lugares, como redigimos na ABA Historiografia. Entretanto, as fábricas daqui demoraram, num processo que será brevemente descrito.

É preciso descrever – como faremos – o histórico brasileiro, nesse contexto do uso das máquinas mecanográficas, ou seja, da escrita mecanizada, uma vez que ao usar esses equipamentos, seu operador fundamentalmente precisava saber ler e escrever num nível mediano.

No Brasil, tivemos os dois fundamentos – ler e escrever - retardado como também descreveremos. Além disso, a industrialização sofreu considerável atraso ou melhor, "imposição estrangeira", e este foi o terceiro empecilho havido em terras brasileiras. Antes de detalhar o uso das máquinas mecanográficas, faremos uma breve histórico sobre nosso país, para nossa localização e contexto.

Desde muito cedo, o homem descobriu os metais, buscou meios para fabricar utensílios, se utilizando desde a antiguidade, de uma simples técnica, aprendendo a fazer o “fogo forte” no processo de manuseio em materiais como o cobre, o chumbo, o bronze, o ferro, o ouro e a prata.

Há conhecimento de que no Antigo Egito, o “fole” era empregado para derreter e moldar metais.

Entretanto, somente no século XIII apareceram os primeiros altos-fornos. A indústria metalúrgica ganhou maior impulso no século XVIII, no período da Revolução Industrial quando houve a invenção de novos processos metalúrgicos, como descritos na ABA Historiografia. As usinas metalúrgicas são o alicerce, a base para todas as demais indústrias que transformam os metais num equipamento. Outra argamassa é o petróleo, ambos retardados em território nacional.

A industrialização brasileira começada pioneiramente por Irineu Evangelista de Souza, o Visconde Mauá, num momento histórico no qual se pode afirmar como “adequado”, foi “desestimulada” também prematuramente, produzindo atrasos e danos sérios ao desenvolvimento do país por mais de um século. 

O Império do Brasil representado pelo Imperador D.Pedro II e a nobreza tupiniquim é (não foi, do passado) responsável pelo atraso industrial brasileiro, facilitou o monopólio inglês na base estrutural, permitindo a importação todo tipo de produtos e mesmo quinquilharias. Entregou ao capital inglês, o transporte através das ferroviárias, dos bondes, na iluminação a gás e da eletricidade.     

Enfim, foi preciso ultrapassar um longo caminho: terminar o Segundo Império governado por D. Pedro II, vir à República tornada Velha e chegar ao Estado Novo.

Se o Brasil não fabricava, importava.
O Brasil Colônia, nem conhecia Gutemberg! Vivia esquecido de Portugal e do mundo. A Companhia de Jesus, muito conhecida desde nossos primórdios, pelos padres José de Anchieta e Manuel da Nóbrega ou pelo trabalho das Missões. Em inúmeros lugares do continente, os jesuítas procuraram transmitir a alfabetização pelo ensino religioso. A maioria absoluta da população era analfabeta, não havia nenhum esforço para mudar esse quadro, nem tão pouco, material de leitura.

Os Jesuítas, ensinavam de acordo com a língua dos nativos, através de suas referências. Aliás, no Brasil das capitanias hereditárias e colonial, falava-se o Nheengatu, a “língua geral” uma mistura das línguas nativas com o português antigo, um idioma falado pelos bandeirantes e toda sua tropa.
A língua geral era um mistura de diversas influências e não perdemos completamente as influências indígenas, espanholas, africanas, árabe, portuguesa. Ganhamos ainda outras, como a italiana e de outros idiomas vindo para o território brasileiro.

A linguagem falada em nosso país, é de uma riqueza lingüística inestimável e diferenciada das demais por inúmeros aspectos, como exemplo os nomes de cidades, de acidentes geográficos, com suas origens em tupi; das danças, festas ou comidas comprovando o benefício da troca com aqueles que chegavam com seu legado, como os portugueses, africanos, franceses, holandeses, italianos. O Brasil é uma total mistura!

Marquês de Pombal e Conde de Oeiras
Sebastião José de Carvalho e Melo, nascido em Lisboa a 13 de maio de 1699 e falecido em Pombal a 8 de maio de 1782, uma das figuras mais controversas e carismáticas portuguesa, interferiu no destino do Brasil no século XVIII.

O Marques de Pombal, depois Conde de Oeiras - este personagem histórico, nobre, diplomata e estadista, foi secretário de Estado do Reino, durante o reinado de D. José I (1750-1777). Viveu no período marcado pelo Iluminismo, foi sem dúvida um verdadeiro representante de uma das correntes iluministas, o chamado “despotismo esclarecido” em Portugal, onde iniciou várias reformas administrativas, econômicas e sociais.

Esteve à frente de vários acontecimentos, dentre estes à tentativa de regicídio contra D. José I, mas um outro marcou profundamente a relação entre Portugal e a Igreja.
3 de setembro 1759
Neste dia, um ano depois do regicídio, o Marques de Pombal, expulsou os jesuítas da metrópole e das colônias, confiscou seus bens, alegando que a Companhia de Jesus era um poder autônomo dentro do Estado português.

Os jesuítas forneciam educação gratuita em Portugal, a cerca de 20 mil alunos que ficaram também desprovidos de um eficaz sistema educacional da noite para o dia. A expulsão dos jesuítas representou um desastre na educação em Portugal e nas colônias, principalmente no Brasil que de uma hora para outra, não teria mais ninguém para educar sua população.

Além do desastre educacional promovido pelo Marques de Pombal no Brasil Colônia, ter perdurado por mais de um século, pela expulsão dos jesuítas, também afetou a economia coletora de plantas farmacêuticas e alimentar do sertão, produzindo a longa fase de estagnação econômica e desolação em várias regiões da Amazônia, que só viria a ter vigor financeiro, no final do século XIX com o surto da borracha. Os jesuítas também contribuíam no ensino de tarefas técnicas e profissionais.
Vista de Vila Rica, Minas Gerais um dos principais núcleos do Brasil Colônia
1765
Neste ano, o Marquês de Pombal instituiu a derrama, obrigando os mineradores a pagarem os impostos atrasados. A derrama motivou o movimento da Inconfidência Mineira, a morte por enforcamento e esquartejamento de Tiradentes e degredo de vários pensadores envolvidos neste movimento nacional.

A língua geral foi proibida no Brasil pelo Marquês  de Pombal, com finalidade de trazer uniformidade cultural à colônia pela obrigatoriedade de se falar o idioma lusitano. Estudiosos da história especulam que os brasileiros poderiam ser bilíngue.

A imprensa existia em outras colônias européias no continente americano desde o século XVI. Porém no Brasil, era proibida toda e qualquer atividade de imprensa - fosse a publicação de jornais, livros ou panfletos.

Sem dúvida, o período pombalino e suas drásticas medidas foi responsável pelo atraso educacional e cultural brasileiro. As soluções aventadas nunca ocuparam o espaço educacional e o analfabetismo perdurou por mais cinqüenta anos até a vinda da família real.
1808
Neste ano, com a chegada da família real portuguesa se impôs a necessidade de pôr em funcionamento a imprensa, importando da Inglaterra as máquinas de impressoras.
( lado esquerdo, quadro de Debret - Aclamação de D. João VI)
 
Neste mesmo ano, o exilado Hipólito José da Costa lançou fora do Brasil, em Londres, o primeiro jornal brasileiro: o Correio Braziliense. Seu primeiro número datava 1° de junho de 1808, embora tenha chegado no Rio de Janeiro em outubro, teve considerada repercussão entre as camadas esclarecidas, mais proibido teve seus exemplares apreendidos pelo governo.
10 de setembro de 1808
Nesta data, começou a circulação do primeiro jornal publicado em território brasileiro, impresso nas máquinas trazidas da Inglaterra: A Gazeta do Rio de Janeiro.

Este jornal – A Gazeta do Rio de Janeiro - era o órgão oficial do governo português, refugiado no Brasil, após invasão de Napoleão Bonaparte em Portugal e a conseqüente fuga da família real portuguesa.

E desse jornal o anúncio mais antigo veiculado por meio da imprensa: “ Quem quiser comprar uma morada de casas de sobrado com frente para Santa Rita, fale com Joaquina da Silva, que mora nas mesmas casas...”

Desse primeiro passo, surgiram anúncios de serviços, de remédios, de professores de línguas, oferta de escravos, casas para alugar ou vender, dentre outros.
1820
Até o presente ano, apenas a Gazeta do Rio de Janeiro e algumas revistas impressas na própria Imprensa Régia tinham licença para circular e só publicavam notícias favoráveis ao governo português.
1821
Este ano, marca o fim da proibição da imprensa em território nacional. Na ocasião, surge o jornal Diário do Rio de Janeiro, publicado duas vezes por semana (bi-hebdomadário).

Era também um órgão oficial. Publicava comunicados governamentais, informes sobre política internacional, especialmente européia, como os conflitos napoleônicos ou a instabilidade reinante nas colônias espanholas das Américas. O jornal tinha como  Editor, o Frei Tibúrcio José da Rocha e redator o primeiro jornalista profissional brasileiro: Manuel Ferreira de Araújo Guimarães. No final deste ano, em 29 de dezembro, o jornal alterou a denominação para Gazeta do Rio.
1822
Neste ano, após  a proclamação da Independência do Brasil, a Gazeta do Rio, teve sua última edição circulada em dezembro. No império de D. Pedro I, foi sucedida pelo jornal Diário Fluminense, e no segundo império com D. Pedro II surgiu o Diário do Governo como o órgão oficial da imprensa brasileira, praticamente continuado pelo Diário Oficial brasileiro.
Havia passado mais de três séculos até o presente ano, sem que o Brasil pudesse ter a circulação das informações e do conhecimento sem liberdade, foi a gestão de D. João VI que primeiro abriu nossas portas ao conhecimento e possibilidade de aculturação. Na Independência do Brasil ficamos livres para quaisquer atos de conhecimento e cultura geral.

Abaixo a declaração pessoal de alguém que viveu e foi testemunha deste fato: 
30/junho de 1823 – Processo da Independência em Goiás
“...Lembrame agora que Portugal em outro tempo, nunca Conveio quos Brazileiros fossem instruídos só a fim deos conservar naignorância e fazer dellles a sua preza....”
Tristão Pinto de Cerqueira – fazendeiro do Arraial de Portal, norte de Goiás a mais ou menos 2 mil quilômetros do Rio de Janeiro.
1823
Neste ano em 13 de novembro, depois de um trâmite de conturbadas discussões e desacertos dos parlamentares, o Imperador D. Pedro I, encarregou a um "conselho de notáveis" composto por juristas renomados, todos brasileiros natos, dentre estes, Carneiro de Campos (o principal autor), Villela Barbosa, Maciel da Costa, Nogueira da Gama, Carvalho e Mello, para redigir um novo projeto de Constituição. Esse Conselho de Estado em apenas quinze dias, compilou a base o projeto.

1824
Em 25 de março deste ano, D. Pedro I promulgou a Primeira Constituição Brasileira, a qual teve a vigência mais longa, e só foi revogada com a Proclamação da República no Brasil, em 15 de novembro de 1889. Ainda temos, atualmente, alguns preceitos desta constituição. Abaixo, alguns artigos dessa Constituição, na gramática original:
“A sua disposição não terá effeito retroactivo.

 IV. Todos podem communicar os seus pensamentos, por palavras, escriptos, e publical-os pela Imprensa, sem dependencia de censura; com tanto que hajam de responder pelos abusos, que commetterem no exercicio deste Direito, nos casos, e pela fórma, que a Lei determinar.

V. Ninguem póde ser perseguido por motivo de Religião, uma vez que respeite a do Estado, e não offenda a Moral Publica.

XXI. As Cadêas serão seguras, limpas, o bem arejadas, havendo diversas casas para separação dos Réos, conforme suas circumstancias, e natureza dos seus crimes.

XXXIII. Collegios, e Universidades, aonde serão ensinados os elementos das Sciencias, Bellas Letras, e Artes.

O primeiro reinado de D. Pedro I, compreendeu o período de 7 de setembro de 1822, data da proclamação da Independência do Brasil, até a abdicação em 7 de abril de 1831, em favor do seu primogênito, D. Pedro II, na época tinha 5 anos.

Na mesma ocasião, antes de seguir para Portugal, D. Pedro I selecionou três pessoas para cuidarem de seu filho e das filhas. Nomeou José Bonifácio de Andrada e Silva seu amigo, o maior influente da Independência brasileira, como tutor.

(pintura do mais ilustre santista e brasileiro: José Bonifácio de Andrada e Silva)

A segunda pessoa, considerava-a como mãe de criação, era Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho, Condessa de Belmonte. Tinha o cargo de “aia” desde o nascimento de Pedro II. Quando bebê, chamava-a de "dadama", por não pronunciar corretamente a palavra "dama". Durante sua vida,  continuou chamá-la afetivamente de apelido de quando era um bebê.

A terceira pessoa escolhida era um empregado do paço em quem D. Pedro I possuía profunda confiança: Rafael, negro livre, amigo do Imperador veterano da Guerra da Cisplatina. D. Pedro I, encarregou Rafael a olhar por seu filho,  e este o fez a termo pelo resto de sua vida.
1834
Neste ano, três anos depois de deixar o Brasil, D. Pedro I, faleceu em Sintra, Portugal, depois de participar das Guerras Liberais, onde bravamente lutou pelo trono português em favor de sua filha, D. Maria II, posteriormente usurpado por seu tio, D. Miguel I.
1831/1889
Durante os 58 anos, da saída do pai, D. Pedro I até a deposição em 1889 com a Proclamação da República, o segundo e último Imperador D. Pedro II, do Império do Brasil - foi um homem extremamente exigente com os negócios de Estado.

Acordava habitualmente às sete da manhã, trabalhava compulsivamente, não dormia antes das duas da madrugada do dia seguinte. Passava o dia inteiro dedicando-se  a uma rotina dos negócios do governo. O pouco tempo livre era utilizado na leitura e estudo.

Pequena biografia de D. Pedro II
Nasceu no Rio de Janeiro, em 2 de dezembro de 1825 e faleceu em Paris, a 5 de dezembro de 1891, era o filho mais novo do imperador Pedro I e da imperatriz Dona Maria Leopoldina. O herdeiro do trono brasileiro, teve uma infância solitária e infeliz, mas cresceu atingindo 1,90 m de altura, olhos azuis e cabelos loiros. Era descrito como um homem belo. Os estudos foram seu principal passatempo.

D. Pedro II, foi um aplicado estudioso em várias e bem diversificadas áreas que incluíam: antropologia, direito, estudos religiosos, escultura, filosofia, geografia, geologia, medicina, música, pintura, poesia, química, teatro e tecnologia.

Sua paixão pelos estudos, também se estendia pela lingüística. Estudou várias línguas, era capaz de falar e escrever não somente em português, mas ainda: latim, francês, alemão, inglês, italiano, espanhol, grego, árabe, hebraico, sânscrito, chinês, provençal e tupi. D. Pedro II recebeu a alcunha de “Magnânimo”.
1833
Em dezembro deste ano, a Regência, por conta de suas particulares intrigas, destituiu José Bonifácio de Andrada e Silva, como tutor. Aos 8 anos, o Imperador sofreu a perda de outra pessoa próxima.
1840
Neste ano em março, aos 14 anos, comprou um câmara de “daguerreótipo”, criou um laboratório fotográfico em São Cristóvão e tornou-se o primeiro fotógrafo brasileiro, com imagens arquivadas até nossos dias. Também construiu outros laboratórios, um para química e outro de física e ainda criou um observatório astronômico no paço.
1840/1841
Neste mesmo ano, em 23 de julho, a Assembleia Geral do parlamento brasileiro declarou formalmente a maioridade de D. Pedro II aos 14 anos de idade. No mesmo dia, no período da tarde, o jovem imperador prestou o juramento de ascensão. No ano seguinte em 18 de julho de 1841, foi aclamado, coroado e consagrado – Imperador do Brasil.
1846
Por volta deste ano, D. Pedro II com 21 anos, um homem amadurecido física e mentalmente, diferente daquele jovem de 14 anos idade que se permitia ser levado por boatos, sugestões, complôs secretos e outras táticas palacianas.

(foto, e D. Pedro II em 1848 com 22 anos, um homem muito preparado para governar os brasileiros sem ser influenciado.

1852
A partir deste ano, o Imperador D. Pedro II terminou com os bailes e eventos da corte. D. Pedro II sempre viveu de forma simples. Vestia-se diariamente com uma simples casaca, calça e gravata pretas. Somente em ocasiões especiais usava o uniforme de gala e só aparecia vestido com o manto imperial, portando a coroa e cetro, duas vezes ao ano na abertura e encerramento da Assembléia Geral.
1860
Deste ano em diante, há uma marca fundamental: a difusão dos anúncios de rua e panfletos de propaganda, principalmente de remédios milagrosos, serviços e de toda sorte de ofertas.
 1875
Neste ano, pode-se afirmar que se dá início a um movimento perene da imprensa. Aparecem uma centena de órgãos de imprensa espalhados por todo o país. No Rio de Janeiro, os jornais “Mequetrefe” e  O Mosquito”, com anúncios ilustrados, caricaturas, desenhos, litogravuras.
Fundado com base nos ideais republicanos, surge A Província de São Paulo. O jornal continha apenas quatro páginas, tiragem de 2.025 exemplares. Pioneiro no modo de venda avulsa no país, fato ridicularizado pela concorrência que duvidava do sucesso do informativo.

O termo "Província" provinha da nomenclatura dos estados da união na época do Império e foi conservado até 31 de dezembro de 1889, um mês depois da queda da Monarquia e adoção da República, no Brasil. O novo nome adotado foiO Estado de S. Paulo, jornal brasileiro publicado na cidade de São Paulo e espalhado pelo Brasil e em inúmeras partes do mundo. Eram seus concorrentes na época: Correio Paulistano, O Ipiranga e Diário de S. Paulo.
9 de abril 1891
Nesta data foi fundado por Rodolfo Dantas - o Jornal do Brasil – cuja linha de edição era defender o regime de governo monárquico.
26 de março de 1894
Na cidade de Santos, terra dos Andradas e da Teclas, foi fundado "A Tribuna do Povo". pelo maranhense Olímpio Lima. O jornal, operava na Rua Visconde de São Leopoldo, numa velha casa, circulava com a venda avulsa em apenas duas vezes por semana.
Aqui repousa, com merecido reconhecimento, no Panteão dos Andradas, os restos mortais de José Bonifácio de Andrade e Silva. O valoroso e ilustre filho retornou à sua terra, ele que nos honrou como santistas e brasileiros.
Passado dois anos a sede transferida para Rua do Rosário, 99 - atual Rua João Pessoa -  já era um jornal diário com boa aceitação na região da baixada santista. Em 1907, com a morte de Olímpio Lima, o jornal foi adquirido pelo cearense Manuel Nascimento Júnior. Cinco anos depois em 1912, o jornal foi rebatizado e simplificado para  A Tribuna” e instalada em prédio próprio, na Rua General Câmara, tendo como superintendente da empresa, Giusfredo Santini, depois por seu filho Roberto Mário Santini. É um dos sete jornais em atividade, mais antigos do Brasil.

Não somente em Santos existia uma quantidade numerosa de jornais, informativos, panfletários, revistas, como em todos os municípios brasileiros. Ao lado dos jornais citados e antigos também formavam o grupo dos principais jornais de referência do Brasil: O Globo, Folha de S. Paulo, Zero Hora, Correio Braziliense e Estado de Minas.


1891 morte de D. Pedro II
Em 5 de dezembro deste ano, longe do Brasil, em Paris, morreu o segundo e último Imperador do Brasil. Da pátria, tinha levado consigo um pacote contendo terra de todas as províncias brasileiras para ser colocada dentro do seu caixão. Disse em momentos finais o Imperador:

"Deus que me conceda esses últimos desejos — paz e prosperidade para o Brasil. É terra de meu país; desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria". 


A morte do Imperador D. Pedro II, deu-se num momento em que a nação brasileira desfrutava de grande prestígio no exterior durante os anos finais do Império. Era uma potência emergente no cenário internacional.

O Imperador era uma pessoa conhecida no mundo e muito bem relacionado. Trocava cartas com cientistas, filósofos, músicos e diversos intelectuais, desfrutava de inúmeros títulos e agraciamentos: era membro da Royal Society, da Academia de Ciências da Rússia, das Reais Academias de Ciências e Artes da Bélgica  e da Sociedade Geográfica Americana. Em 1875 é eleito membro da Académie des Sciences Francesa, honra concedida anteriormente somente dois outros chefes de estado: Pedro, o Grande e Napoleão Bonaparte.

No Brasil, os jornais da capital e das províncias mantinham na opinião pública o conhecimento da situação geral da nação. Havia no país, naquela ocasião, centena de jornais, panfletos, revistas que incentivaram a abolição da escravatura e mesmo a troca de regime pela República, sem nenhuma censura por parte da monarquia.

Além da liberdade de imprensa e expressão, seu reino criou instituições como o  Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro para promover pesquisa e preservação nas ciências históricas, geográficas, culturais e sociais, a Imperial Academia de Música e Ópera Nacional, o Colégio Pedro II fundado para ser modelo de escolas por todo o Brasil.

Abaixo, dois quadros do Imperador do Brasil em trajes de gala. D.Pedro II, usava esses trajes em raras ocasiões, quando era indispensáveis o traje real.
Também havia o Internato do Caraça, em Minas Gerais por onde passaram vários governantes e intelectuais brasileiros, num nível de ensino elevado. D. Pedro II regularmente visitava o internato aonde fazia exames orais dos seus alunos. No final de seu reinado, havia três livrarias em São Cristóvão contendo mais de 60.000 livros e inúmeras atividades culturais por todo o país.

Enfim existia um clima adequado para o Brasil elevar-se no campo educacional e intelectual nas vésperas da república. Como também havia, um imensa quantidade de brasileiros analfabetos, principalmente aqueles libertos da escravidão, quem vivia no campo em geral e operários, sem nenhuma perspectiva nesse âmbito.

1861   A invenção do padre brasileiro Francisco João de Azevedo

Na ABA Historiografia, discordamos dessa atribuição inventiva, com sólidos fundamentos. Essa contestação defendida por alguns patrícios brasileiros, com muito afinco, na citada ABA, esclarecemos cronológica e historicamente o papel  do nosso padre inventor Francisco João de Azevedo, entre outros com mesmo intento. Não como o inventor, mas no rol das tentativas sem sucesso.
A defesa intransigente de que o inventor da máquina de escrever seria o nosso padre Francisco é feita principalmente por Ataliba Nogueira, no livro "A máquina de escrever, invento brasileiro". Afirma o jurista e professor Ataliba Nogueira, haver “outros modelos de máquinas de escrever que se antecederam ao do inventor paraibano”.

No livro Mecanografia, de Edulo Penafiel, na edição de 1951, nosso exemplar n° 3667 nas páginas 93/94 cita alguns inventos do padre Azevedo. Aborda uma carta enviada por ele a um jornal de Recife em 1875, sob um veículo movimentado pela força das ondas marinhas e seu insucesso de aceite, provocado além de suas dificuldades pessoais, timidez, índole, falta de meios, etc.

Edulo Penafiel, professor de mecanografia dos cursos de estatística, administração e secretariado só soube dessa máquina de escrever através de um catálogo da Exposição de Produtos Naturais, Agrícolas e Industriais das Províncias de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará realizada em 1861, na qual consta uma espécie de piano com catorze teclas, oito à esquerda e oito à direita (sic).

Ainda, nos bons tempos do auge da mecanografia, o jornal “O Estado de São Paulo” publicou em 27 de julho de 1980 matéria na qual cita o professor Ataliba Nogueira, como um especialista no assunto, sob como o inventor brasileiro Francisco João de Azevedo naufragou em seu intento, recorda de como trabalhou com canivete e lixa durante meses, tirando as arestas dos tipos de madeira.

Relembra que mesmo no Recife, onde o padre se ordenou e viveu a maior parte de sua vida, não existem referências do invento ou do papel do inventor em nenhum dos arquivos próprios. Uma vez se culpa, se falta de memória do brasileiro.

Um outro observador, Miguel Milano, afirmou que procurarão em vão os inventores da “typewriter” é só encontraram estrangeiros. Entretanto, o fato original a respeito dessa invenção, data de 1906 vinda de uma reportagem no Jornal do Comércio de Manaus escrita por Quintela Jr.

Para que se tenha noção, até 1920 existiam mais de 300 fabricantes de alguma máquina de escrita! Nenhuma no Brasil, na América Latina.

Um “aparelho de escrita”, inicia sua história em 1753 com Henry Mills. Demonstramos na ABA Historiografia, toda a história e todo o trajeto durou mais de um século até chegar num padrão com a Remington n° 2 em 1874. Todo o processo anterior de se construir um “aparelho de escrita” como descrevemos na citada aba produziu uma centena de tentativas.

Portanto, o dispositivo do padre brasileiro Francisco João de Azevedo foi também uma das “tentativas” e, pertenceu ao período que chamamos de “artesanal”, uma vez que nosso inventor também trabalhou com canivete e lixa, ou seja, era uma máquina feita em madeira!

A máquina projetada por Christopher Lathan Sholes, a primeira denominada typewriter, foi fabricada numa indústria de armamentos, com fundição e toda maquinaria capaz de manufaturar uma máquina sólida e capaz de “escrever mecanicamente”.

Vamos descrever, ainda nesta ABA, nos textos abaixo a situação fabril brasileira e suas “impossíveis possibilidades”. Ou seja, é razoável raciocinar com lógica, sem espírito ufano nacionalista, que o invento do nosso padre brasileiro foi apenas uma tentativa e construiu apenas um protótipo.  Portanto, ele não foi o inventor da máquina de escrever, mas Alberto Santos-Dumont inventou o veículo mais pesado do que o ar, isto é, o avião.

Século XIX/XX - Mecanização e Uso de Produtos e Equipamentos no Brasil
13/maio/1888
Até a presente data, numa sociedade escravocrata, jornais brasileiros tinham como um dos seus principais produtos para anúncio e suprema mercadoria - o negro. Fosse para venda, captura ou aluguel. Felizmente terminou essa época terrível, esse prevalência  ignóbil de um ser humano sobre, apenas pela tonalidade da cor.

A imprensa que paga, veiculava anúncios funestos, também serviu nobremente para causa da libertação dos escravos, movimentando em suas páginas textos clamando pelo fim da escravidão.

Os primeiros jornais brasileiros do final dos séculos XIX para o XX, começaram a vender máquinas de costuras, instrumentos, utensílios de vestuário e diversos, remédios milagrosos, serviços para ser fotografados, transportes, hotelaria.

No início do século, entre cem maiores fábricas brasileiras, três eram cervejarias: Brahma, Antártica e Paraense. A presença de produtos americanos se fazia sentir nos anúncios de importados. Ingleses dominavam transportes, iluminação à gás e muitos produtos, como de construção civil. Assim como, na diversão, as companhias líricas e teatrais eram estrangeiras, a moda tinha sotaque francês.

O Brasil havia ficado “escravizado” do estrangeiro, uma colônia em sua manutenção construtiva. Carecia de toda dificuldade fabril da parte dos “gringos dominadores” que nos desejavam ver somente, como seus “importadores dependentes”, não importando se fôssemos império ou república.
A República lançou o Imperador D. Pedro II com toda família ao exílio. Ele era brasileiro nato... 
A República
1889
Em 15 de novembro deste ano, chegou a República, instituindo junto a ela, um sistema oligárquico que se estendeu até 1930, período conhecido como Primeira República. Esse “governo de poucos” significado da palavra grega oligarquia, continha uma imensa parentela e agregados do chefe político, geralmente grandes latifundiários controladores de um partido.

Além desse novo sistema, o governo provisório republicano do presidente Marechal Deodoro da Fonseca, optou por uma nova visão econômica que consagrava os dois grupos que implantaram a República: os militares e os republicanos.

Com a finalidade de se tornar uma nação moderna, o Ministro da Fazenda, o jurista Rui Barbosa implementou medidas econômicas a fim de melhorar a agricultura, em dificuldades em conseqüência do fim da escravidão e promover a industrialização brasileira. Foram criados bancos estaduais em diversas unidades da nação, permitindo a estes Estados, emitir papel-moeda, conceder empréstimos aos empresários e aos fazendeiros de suas regiões. 

(foto do jurista brasileiro Rui Barbosa)

Essa política econômica pretendia colocar o Brasil na rota da Revolução Industrial equiparando-se aos países mais desenvolvidos. O Brasil estava em fins dos séculos XVIII ao XIX e como em todo o mundo se antevia novos hábitos, ampliação dos meios de comunicação, transportes, lazer e serviços. Esses dados podem ser visto, como retratamos na ABA Registros e Contábeis.

Mas, a política econômica do governo provisório republicano foi um desastre!

Os recursos financeiros, foi utilizado de modo sorrateiro. Serviu apenas para especular na recém-criada Bolsa de Valores obtendo lucros rápidos, no mesmo tempo, em que nasciam empresas fictícias carreadas de “ações falsas ou podres”. Ocorria uma constante febre de compra e venda de ações, sempre em altas, dessas empresas de fachada.

Resultado: a inflação deixada em 1889 pelo Império de D. Pedro II que era de 1,1% ao ano, passou para 84,9% ao ano, em 1891. Essa política econômica alcunhada de “encilhamento”, ou seja, o ato de arrear cavalos, trouxe benefícios apenas a banqueiros e especuladores. Em 1892 atingiu seu fracasso total quando foi plenamente abandonada. O encilhamento gerou o primeiro atraso e descrédito no campo da industrialização do país e a contínua dependência estrangeira. 


No Brasil, praticamente tudo que se referia a produtos industrializados, como material de construção, eletrodomésticos e diversos itens em geral eram importados, notadamente da Inglaterra. Igualmente, as primeiras máquinas mecanográficas, principalmente as de escrever, vinham dos EUA, desde o início da produção desses “aparelhos de escrita”, mesmo as chamadas de “escrita cega”.

Primeiro, importadas por interessados, ou ainda, compradas no exterior nas viagens dos nossos patrícios. Logo apareceram agentes no país, representando os equipamentos mecanográficos desde a passagem dos séculos XVIII para o XIX. Dentre esses agentes representantes se destacaram algumas importantes empresas ou nacional ou filial: a Casa Pratt, a Casa Edison, Byington & Cia, Lúcio de Mello, Paul J. Christoph Co.

Abaixo, no quadro temos quatro marcas de máquinas diretamente vencidas pelos importadores. No quadro estão a Smith Premier, a Continental, a Oliver e a Urania com seus anúncios do início do século XIX, primórdios das máquinas de escrever. Depois da década de 1920, algumas marcas desapareceram completamente. 
 
As empresas importavam produtos e revendiam em mercado brasileiro. Fundaram filiais nas principais cidades brasileiras para melhor distribuir as importações compreendidas num leque de ofertas e novidades. Algumas empresas nacionais também entraram no negócio de importação. 
Por longos anos, fomos influenciados a adquirir manufaturados estrangeiros. Os motivos serão descritos nesta ABA, bem como, um pouco dos principais agentes. Em seguida descreveremos as primeiras filiais do ramo mecanográfico, já como fabricantes no território nacional. 

Acima, divulgação de produtos das atividades mecanográficas, sendo à esquerda no Brasil e na direita em língua hispânica, um prova que toda América Latina, não apenas o Brasil eram  dependentes dos importados.  
No quadro acima - da esquerda para a direita - estão os seguintes revendedores: 
Old Town International Corporation, fundada em 1917 e no endereço: 750 Pacific Street Brooklyn 38, Nova Yorque, EUA; 
ONIYAH Fábrica de Papel Carbono Dr. W. Riese & Son P.O.B. 1700 Tel-Aviv, Israel;
grampeadores: Suringline Inc. 32-00 Skillman Avenue Long Island City 1 N.Y. EUA; triturador de papéis: Shredmaster Corporation 75 Varick Street Nova Yorque, N.Y. EUA.

Esses anúncios - todos em espanhol - são da década de 1950. Como se pode perceber até mesmo os acessórios e equipamentos para escritório mais simples, eram importados, principalmente dos EUA.
Aspectos do Largo da Sé, São Paulo/SP, região central em fins do século XVIII. Na primeira década do século, logo tornou-se próspera e atualmente irreconhecível. Nas proximidades dessa região estiveram sempre estabelecidas as principais lojas e oficinas mecanográficas durante os séculos XIX e XX.
Casa Pratt
A Casa Pratt instalou-se no princípio do século XIX na Rua do Ouvidor, 125 no Rio de Janeiro. Foi uma das mais importantes revendedoras de máquinas de escrever marca Remington e também das caixas registradoras National, ambas fabricantes americanos como abordado nas ABAS, Marcas e Registros e Contábeis.
A Casa Pratt foi a primeira a vender registradoras, a National da qual a NCR sucedeu.
No quadro acima da Casa Pratt, consta os endereços da matriz no Rio de Janeiro; na Rua Direita, 19 em São Paulo; Rua 15 de Novembro, 63a em Curitiba e na rua 15 de Novembro, 44 em Pernambuco à esquerda e à esquerda, um das propagandas agressivas utilizadas pela National.
1907
Neste ano, há informações da celebração de contrato com da S. A Casa Pratt para ser agente no Brasil da Remington americana A Remington (ver ABA Historiografia) foi durante muito tempo a máquina de escrever padrão.

No quadro abaixo, nos anúncios da Casa Pratt, à esquerda o anúncio relaciona a série de produtos e serviços prestados, como "oficina mecanográfica para reparos e máquinas de escrever, somar, registradoras; nos outros dois anúncios vemos os modelos da tradicional Remington padrão; no três anúncios, destacamos as mudanças de endereço da filial São Paulo: da Rua Direita para Rua São Bento e finalmente para o antigo Largo da Sé n° 4 (atual Praça da Sé) aonde ficou até fechar em 1960. 



No quadro abaixo, anúncios específicos  da Casa Pratt, nas duas litografias à esquerda, uma colorida e outra em preto e branco, a empresa estava na Praça da Sé, renomeação do Largo da Sé depois de ampliado. Segundo pesquisa esse foi o endereço final dessa famosa loja e oficina mecanográfica. 

Na terceira imagem, vemos uma somadora "Dalton" revendida pela Casa Pratt no tempo da União Typewriter e na última litografia (primeira à direita) nos tempos da Remington Rand.



A Casa Pratt era uma poderosa empresa, seu diretor Eduardo Dale morava numa mansão na Barra da 
Tijuca e recebia convidados do mundo do samba para ensaios, como Noel Rosa, Almirante, Braquinha 
entre tantos. 
Foi lá que surgiu o grupo Tangarás composto por Almirante, Noel Rosa, Henrique Brito e Alvinho. Também surgiu o grupo Flor do Tempo. Uma curiosidade sobre o apelido “Almirante” de Henrique Foréis Domingues.
Henrique, entrará para a Reserva Naval da Marinha de Guerra Brasileira. Os amigos não perdoaram e deram-lhe este alcunha. Abaixo, em destaque "Almirante" e o Bando dos Tangarás tendo em pé no violão, Noel Rosa, em 1933.
   
A Casa Pratt nesse período passou a dedicar-se somente ao ramo mecanográfico. Continuou por longos anos trazendo seus produtos importados, como também mantendo oficinas de reparos até os anos de 1960. O autor do blog conheceu algumas pessoas que trabalharam na Casa Pratt, tanto de Santos como em São Paulo.
Casa Edison
1900
A Casa Edison, primeira casa gravadora do Brasil e América do Sul, foi fundada em 1900, por Frederico Figner, situada à Rua do Ouvidor nº 107, no Rio de Janeiro. O nome da empresa foi uma homenagem ao inventor americano Thomas Edison e  desde sua fundação, começa a representar no Brasil, a Odeon Records e os vários selos representados pela empresa alemã.
 
O estabelecimento era inicialmente destinado a importar e revender cilindros fonográficos, discos para os gramofones de Emil Berliner, máquinas de escrever, geladeiras e outros utensílios.  

No mesmo ano da fundação, Fred Figner escreveu para a Gramophone de Londres, Inglaterra com intuito de que a empresa, enviasse ao Brasil técnicos para começar a gravar as músicas brasileiras. (ao lado direito, um gramophone)

1902
Neste ano, após dois anos de funcionamento, veio o técnico alemão “Hagen e a empresa instalou uma sala de gravação anexa à Casa Edison, na Rua do Ouvidor nº 105. Tornou-se a primeira empresa de gravação de discos, sendo os primeiros discos brasileiros gravados enviados à Europa para serem prensados, retornando ao país pronto. Este fato, foi pautado em 5 de agosto de 1902 no jornal Correio da Manhã com o texto: "A maior novidade da época chegou para a Casa Edison, Rua do Ouvidor 107”.

O “lundu” Isto É Bom do compositor Xisto Bahia na voz de Baiano, foi lançado, sendo considerada a primeira música brasileira gravada no país. Na gravação, improvisou versos referindo-se ao compositor, Xisto Bahia, é uma canção com duração de 3m58s lançada pelo cantor Baiano e a Casa Edison utilizou o selo Zonophone. O primeiro disco brasileiro recebeu o número de ordem 1, do catálogo de 1902. 

(ao lado esquerdo, foto do compositor Xisto Bahia)


Exemplar do disco de 78 rtm "Isto é Bom", o primeiro brasileiro.
1917
Neste ano é lançado o primeiro samba gravado no país, intitulado: “Pelo Telefone”. Composição registrada em 27 de novembro de 1916 de autoria de Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga, e do jornalista Mauro de Almeida, incluído somente mais tarde. Pelo Telefone também foi gravada pelo cantor Baiano e, nasceu da casa da Tia Ciata, freqüentada por grandes músicos da época, onde também havia um terreiro de candomblé.

1926
Neste ano, a gravadora de Frederico Figner perdeu a representação da Odeon e, no ano seguinte, passou a gravar pelo selo Parlophone.
A Casa Edison desde seu início de atividades importou máquinas de escrever, no quadro acima um raro exemplar com mais de cem anos vendido por essa empresa e hoje repousa no Museu Teclas como acervo preservado para a posteridade e para a história da escrita mecanizada.
1932
Neste ano, a gravadora de Frederico Figner deixou definitivamente a indústria fonográfica e se dedicou mais a revenda e oficina para máquinas de escritório, geladeiras e outros artigos, aonde ganhou uma boa fatia do mercado brasileiro.
1960
Neste ano, a Casa Edison encerrou as atividades deixando para o passado, sua história de revenda e oficina, do ramo mecanográfico de máquinas de escrever, somar, calcular, registradoras, mimeógrafos. 
Byngton & Cia
1903
Uma empresa em especial, fundada neste ano, a Byington & Cia, em São Paulo cuja origem resultou da vinda de diversas famílias de origem americana fugindo da Guerra de Secessão para o interior de São Paulo.

A Byington & Cia foi muito importante no Brasil por se destacar em inúmeras atividades, como também em máquinas de escritório. Essa empresa, deveu-se da união do casal, Alberto Jackson Byington e Pérola Ellis McIntyre.

Pearl Ellis McIntyre, (depois Pérola, na foto lateral) nasceu em Santa Bárbara d'Oeste, São Paulo em 3 de dezembro de 1879 e faleceu em Nova Iorque, EUA em 6 de novembro de 1963. Foi um figura proeminente nas atividades filantrópicas brasileiras. Junto da professora Maria Antonieta de Castro, liderou durante 33 anos, campanha de combate à mortalidade infantil denominada "Cruzada Pró-Infância".

Dedicou-se a vários outros programas em defesa das crianças. Merecedora de inúmeras homenagens, condecorada com várias comendas ao mérito, nome do famoso Hospital Pérola Byington, de cidade paranaense, avenidas, ruas, praças.

Era filha de Robert Dickson McIntyre e Mary Elisabeth Ellis, imigrantes dos Estados Unidos durante a Guerra de Secessão. Alberto Jackson Byington, um membro da colônia confederada no estado de São Paulo e precursor da indústria no Brasil. O casal teve dois filhos.
Guerra de Secessão
Nome dado, a guerra civil americana travada entre 12 de abril de 1861 e 22 junho 1865, quando vários estados escravagistas do sul declararem sua secessão, formando os Estados Confederados da América, conhecido pelo nome de "Confederação".

A Guerra de Secessão foi a primeira guerra que movimentou os produtos da chamada Revolução Industrial. Mobilizou fábricas, minas, estaleiros, bancos, transportes e a produção de alimentos. As indústrias durante essa guerra ativaram estradas de ferro, telégrafo e navios a vapor em plena atividade, como também produziram e inventaram armas em massa. Desse modo, a industrialização americana, que já tinha a vocação industrial, desenvolveu-se mais rapidamente com um série de novos inventos.
Byington & Cia   
A Byington & Cia, tornou-se representante no Brasil da Westinghouse Electric, que exportava controladores e freios de bondes elétricos. No início do século, começava nas mais adiantadas cidades brasileiras os bondes, inclusive em Santos, como também devido a  expansão do fornecimento elétrico, havia infindáveis possibilidades abertas pelo uso da energia elétrica.
A Byington & Cia procurou importar para o mercado brasileiro tudo o que havia de mais moderno para atender e modernizar a vida dos brasileiros, como comerciantes, particulares e residências.

Além dos produtos industrializados, estavam eletrodomésticos e artigos de luxo. Entre os itens vendidos pela empresa, estavam fornos elétricos, ventiladores, automóveis, pneus, máquinas calculadoras, de escrever e registradoras. A Byington & Cia foi também precursora no ramo mecanográfico.

A energia elétrica foi instalada no Brasil, ao mesmo tempo que na Europa, embora em condições diferentes. Se o consumo de eletricidade esteve estreitamente relacionado à modernização do país, no estado de São Paulo a eletrificação foi particularmente ligada à expansão da indústria cafeeira que ocupava grandes regiões paulistas.

Se a construção de usinas no Brasil demandava inicialmente a compra de equipamentos importados dos Estados Unidos e Europa, a Byington já representava no Brasil a Westinghouse Electric, e sua enorme linha de negócios fornecendo material para energia elétrica e nos transportes nas áreas dos trens e bondes.
1920
Deste ano em diante, a expansão da empresa foi acelerada, abriu uma filial em Nova York e nas principais cidades do Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Recife. Nesse momento, a empresa estava bem capitalizada com novos investimentos e o primogênito passou a participar ativamente nos negócios familiares.

Alberto Byington Júnior
1902
Neste ano nasceu em São Paulo, aos 18 de maio, Albert Jackson Byington Jr., filho de Albert Jackson Byington e Pearl Ellis Byington. Sua avó materna, Mary Elizabeth Ellis, oriunda da região do Mississípi foi professora do Colégio Piracicabano, de Piracicaba no Estado de São Paulo, fundado por presbiterianos do sul dos EUA

 (ao lado esquerdo, foto de Alberto Byington Júnior)

Após formação educacional, veio para a empresa familiar, aonde acompanhou as atividades da Byington & Cia em geração de eletricidade, engenharia elétrica, importação de equipamentos elétricos, eletrodomésticos e máquinas mecanográficas precederam o investimento da empresa na indústria cultural.

Década de 1930
A Byington & Cia através da sua participação de Alberto Byington Júnior passou a investir também na produção de filmes, numa nova estratégia empresarial. A indústria fonográfica e radiofônica, antecipou as ações da empresa no cinema brasileiro com o advento do filme sonoro.

A Byington & Cia entrou na fabricação desses equipamentos cinematográficos de projeção sonora. Alberto Byington Júnior deu início a carreira de produtor cinematográfico nesse período.

A Byington & Cia fazia de tudo, fêz até pasta de dentes durante um tempo. O departamento de engenharia da Byington & Cia trabalhou junto o projeto de engenheiros americanos (Robinson e Steinmman), na construção da ponte Hercílio Luz em Florianópolis, Santa Catarina a maior ponte do tipo do Brasil com 821m, todo material em ferro importado dos EUA, inaugurada em 13 de maio de 1926.

Christoph Co.
A empresa Paul J. Christoph Company surgiu como homenagem póstuma, conforme a seguinte manchete do jornal Chilton Times de 25 de agosto de 1908:

Morreu na América do Sul”
A feliz casa de Franz Christoph, que reside perto desta cidade na estrada de Hayton, foi mudada para um de tristeza na tarde de segunda-feira quando um cabograma foi recebido de Rio Janeiro, Brasil, América do Sul, informando Sr. e Sra. Christoph que seu filho, Paul J. estava gravemente doente com meningite espinhal e tinha sido operado naquele dia.

Na terça-feira de manhã, um outro telegrama seguiu avisando os pais ansiosos e outros parentes que Paul tinha atravessado o rio escuro da morte para aquele mundo desconhecido além do túmulo.”
1873
Paul J. Christoph nasceu neste ano, no dia 09 de agosto nos EUA. Depois dos estudos, se dedicou intensa carreira comercial como agente de vendas de produtos americanos, perambulou por alguns países, o último foi em Caracas, Venezuela.
1908
Neste ano, em 07 de agosto, no Rio de Janeiro, faleceu aos 35 anos, como relatou dezesseis dias depois o jornal norte-americano. Paul J. Christoph tinha vindo ao Brasil, feito um bom trabalho e contava com o controle de diferentes linhas para revender a alguns grandes importadores, quando adoeceu.

A Christoph Co. com sede em Nova York, EUA também se instalou no Brasil, conforme autorização presidencial:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, atendendo ao que requereu a sociedade anônima "Paul J. Christoph Company", autorizada a funcionar no país pelos Decretos nº 7.522, de 26 de agosto de 1.909; 17.915, de 20 de setembro de 1927, e 20.144, de 6 de dezembro de 1945, sede em N. York.

A Paul J. Christoph Company passou a funcionar na rua General Câmara, 145 Rio de Janeiro, RJ telefone 2095. Logo se instalou em São Paulo.
Acima, emblema da empresa habilitada a trazer da Alemanha, as máquinas de escrever da marca Continental.
Além dos agentes, empresas fabricantes ofereciam seus produtos em anúncios... 
Revolução de 1930
Nessa época, o Brasil já recebia todo tipo de produtos industrializados, mas não tinha indústria de base, como a metalúrgica e a petrolífera impedindo seu desenvolvimento e a criação de indústrias para transformar e fornecer produtos nacionais.

Entretanto, diversas questões de ordem política ocorriam como a crise de 1929, e a Revolução Constitucionalista de 1932, que pretendia uma nova constituição interferiram na economia brasileira.

Um dos objetivos primários fixados pelo governo era a criação da indústria siderúrgica nacional, para atender às necessidades do desenvolvimento econômico brasileiro e garantir a soberania nacional. Foi exatamente a preocupação com a defesa nacional que fez com que, a partir de meados desta década, os militares passassem a desempenhar um papel chave na luta em prol da indústria siderúrgica brasileira.

Porém para o desenvolvimento de um país era fundamental ter: ferro e petróleo, um acelera a utilidade do outro e ambos completam as necessidades primárias de um país. Descreveremos as causas do impedimento dos dois principais processos para industrialização: metalurgia e petróleo
Petróleo – quando brasileiro
A Revolução Industrial teve em seu bojo, um processo de avanços inventivos, mudando completamente os caminhos da humanidade, acelerando operações até então lentas de trabalho e produção, há pouco mais duzentos anos, estando em ação até nossos dias, sob outra ótica.

As relações sociais e econômicas, passaram a outro patamar, envolvendo as relações do tomador da mão de obra e seu ganho. O pagamento correto pelo trabalho prestado pelos operadores, ou seja, o industrial que toma e o operariado que cede, até o presente nunca foi considerado salutar, principalmente para operações mais simples.

O mundo sob o modelo da energia mecânica aplicada à máquina, precisou de operadores para produzir ganho e progresso. O calor gera combustão através de dois elementos fundamentais: o oxigênio e o carbono. A aplicação dessa energia diferenciou países fortes de países fracos, ou ricos e pobres.

Países enriqueceram, por terem posse e domínio do carbono, o elemento aplicado na mecânica trazendo desenvolvimento e riqueza aos países matrizes dessa energia. Países dependentes, por não terem carbono, não desenvolveram suas possibilidades.

Primeiro, foi usado a lenha, uma energia limitada. Países ricos em carvão, como a Inglaterra, Estados Unidos, França, Alemanha, donos de carbono com melhor qualidade de combustão, a hulha, tornaram-se ricos. Ricos através do carbono. Um outro carbono, de melhor capacidade de energia e combustão, dinamizou essa relação: o petróleo.
1850
Neste ano, dois americanos, um professor de química da Universidade de Yale Benjamin Siliman e o advogado George Bissel, descobrem o processo de craqueamento do petróleo, conhecido então como “rock oil”, separando o produto bruto em diversos derivados como querosene, benzina, vaselina, gasolina, diesel, asfalto.

Neste período como na década seguinte, não havia diferenças fundamentais entre Brasil e Estados Unidos.
1859
Neste ano, o Coronel Edwin Laurentine Drake (que quase desistiu...) fura a terra na Pensilvânia e jorra petróleo, a maior fonte  de carbono, melhor rendimento térmico. Deste momento em diante, começa uma revolução líquida, aliada a Revolução Industrial vão permitir obter os maiores recursos e dominar mediante estes recursos, uma nova ordem mundial, como demonstram dados abaixo:

Nos Estados Unidos:
em 1859, perfuram apenas, 4 poços retiram 2 mil barris, no valor de $ 32 mil dólares;
em 1860, perfuram 175 poços, retiram 500 mil barris, no valor de $ 4.800.000 dólares;
em 1900, perfuram 15.517 poços, retiram 63.620.529 barris, no valor de $ 989 mil dólares;
em 1927, perfuram 24143 poços, retiram barris 901.120.000, valor de $1.172.830.000; Até o ano de 1927 foram perfurados mais de 1 milhão de poços com o lucro da produção em torno de $ 21 bilhões de dólares;

No México: em 1901, no primeiro ano de produção, obteve 10 mil barris; chegando em  1929, a renda de $ 1 bilhão de dólares;
Na Venezuela: em 1917, 120 mil barris até 1929 meio bilhão de dólares;
No Peru: em 1900 foi o início da produção com 274 barris, em 1927 produziu mais de 10 mil barris.
A Argentina (que também não tinha petróleo) em 1918 produziu 1.263.000 barris. Outros países também começam suas produções: Chile, Equador, Bolívia, Canadá,  Honduras, Barbados, Colômbia, Ilha Trindade são os novos produtores de petróleo.

Monteiro Lobato no Reino do Líquido Negro
José Bento Renato Monteiro Lobato (Taubaté, 18/abr/1882; São Paulo, 04/julho/1948) no início do governo brasileiro de presidente Washington Luís, foi nomeado Adido Comercial brasileiro nos Estados Unidos, em 1928, onde procurou conhecer o sistema ferroviário americano e da exploração petrolífera. Lobato viria a adotar em sua vida o tripé: ferro, petróleo e estradas para engrandecer uma nação.

Em território norte-americano, Monteiro Lobato, conhecido como escritor para crianças, que retirou "Renato" do nome, ficou impressionado com o desenvolvimento americano, como a indústria metalúrgica e petrolífera. Lobato, não entendia não haver petróleo em solo brasileiro, de retorno ao Brasil, iria fomentar essa ideia até as últimas consequências.
1903
O tema petróleo brasileiro tem como um dos pioneiros, o alemão José Bach. Durante treze anos, estudou profundamente e fez levantamentos geológicos da costa nordestina em Alagoas. Com base em seus estudos, concluiu haver uma riqueza oleífera no Riacho Doce. Dessa convicção, usava uma frase: “Há aqui petróleo para abastecer o mundo”.
1918
Neste ano, em 26 de agosto, o pesquisador pioneiro José Bach enviou ao chefe de polícia de Alagoas o seguinte apelo:

Excelentíssimo Senhor:
Achando-me com minha família residindo em Garça Torta, onde exerço as funções de diretor técnico da Empresa de Minas Petrolíferas, e achando-me sem garantias pessoais e materiais, venho solicitar de Vossa Excelência as necessárias providências, a fim de que sem receio possa aqui residir e exercer minhas funções.

Agradecendo desde já as acertadas providências de Vossa Excelência, subscrevo-me,

Doutor José Bach.”

Dois dias depois do pedido, ao atravessar um braço da lagoa, conduzido por um canoeiro (fato não habitual) a embarcação revira e José Bach morre afogado. O canoeiro nada sofreu. Um investidor compra da viúva de José Bach os estudos do marido, e associa-se a Pinto Martins que dirige-se a Londres e depois a Nova York retornando em condições de começar as perfurações.

O Congresso Nacional lhe concede um prêmio de 200 contos, mas subitamente, o promissor Pinto Martins suicida-se num quarto de hotel sem ninguém entender os motivos. Na véspera do suicídio, Pinto Martins telegrafou ao sócio em Maceió: “Negócio fechado, assinarei contrato em três dias.”

1931
Até este ano, se afirmava tacitamente não haver petróleo no Brasil. O tema “O Brasil não tem petróleo”, assegurado por pesquisadores estrangeiros como descreveremos, encontrou fervorosa resistência de vários brasileiros.  

Durou uma década de 1931 a 1941 com respaldo num livro do anglo-americano Essad Bey autor da obra de “A luta pelo petróleo” traduzido por Charlie Frankie, revisado por Monteiro Lobato, lançado em junho de 1935 pela Cia Editora Nacional, pertencente à Monteiro Lobato, onde Bey, expõe estudos geofísicos da existência do ouro negro no Brasil e acusa o governo brasileiro de “não tirar petróleo e não deixar que ninguém o tire”.

Essad Bey relata a luta gigantesca empenhada entre dois grandes trustes mundiais em todos os continentes para dominarem o abastecimento de petróleo, sem nenhuma concorrência, interna ou externa.

No ano seguinte, Monteiro Lobato escreveu “O escândalo do petróleo” onde o autor compara a produção dos Estados Unidos, México e Venezuela com tabelas dos poços perfurados e o desprezo absoluto do governo brasileiro pelos pioneiros, dificultados por obstáculos artificiais e burocráticos com fim de prejudicar descoberta do petróleo, em solo nacional.

A Lei das Minas do Departamento Nacional de Produção Mineral criada no governo de Nilo Peçanha, saiu de dentro do Departamento de Minas, no Ministério da Agricultura, influenciadas por trustes que penetraram no Brasil, como os negócios da Standard Oil e o trama envolvendo a Malamphy & Oppenheim, estrangeiros, cujo único fim era dificultar a perfuração de poços no território nacional e ajudar na criação de Leis do Petróleo, como o Decreto 24.642 de 10/07/1934; Decreto 24.673 de 11/071934 cria as taxas; Lei 94 de 10/09/1935 prorroga o prazo no art. 1 do Código de Minas; o Decreto Lei 961 de 17/12/1938 exigindo nacionalidade brasileira dos acionistas. Ou seja, uma longa série de Decretos-Leis, principalmente entre 1937 e 1938 alterando toda hora, criando dificuldades às pesquisas e perfurações.
1932
Neste ano, houve um grande incremento na perfuração de poços, nascendo inúmeras empresas como em São Paulo, a Cia Petróleo do Brasil; e outras diversas: a Cia Petrolífera Brasileira, Cia Petróleos do Brasil, Cia Cruzeiro do Sul, Cia Mato-Grossense de Petróleo, Cia Pan-Geral  Brasileira de Petróleo, a Itatig e a Copeba;
1932 
Ainda neste ano, foi instalada a primeira refinaria de petróleo do país, a Refinaria Rio-grandense de Petróleo, em Uruguaiana, a qual utilizava petróleo importado do Chile, entre outros países.

Na mesma época, o jornal O Globo, do Rio de Janeiro, publicava reportagem opinativa da maior autoridade oficial do Brasil, o Sr. Eusébio de Oliveira diretor do Serviço Geológico e Mineralógico Federal, comentando sobre “as empresas petrolíferas brasileiras” e classifica as empresas de praticarem “o conto do petróleo”, uma alusão ao conto do vigário.

Enquanto isso, a empresa monopolizadora no fornecimento de produtos do petróleo patrocinava o maior programa de rádio abrangente em todo território nacional. No Brasil, não havia o GLP para cozinhar, se usava carvão ou o querosene com o "fogãozinho jacaré"; a geladeira era movida à querosene fornecido pela própria Standard Oil através da Esso.

Enquanto o Sr. Eusébio de Oliveira dava suas entrevistas e encefálicas opiniões, a Companhia Petróleos do Brasil, num esforço seu, privado, à revelia das políticas oficiais, cavava poços nas mais diversas regiões, fazia palestras, e instigava os meios de comunicação, a discutir a relevância do petróleo, para a independência econômica do Brasil. O grande empresário brasileiro, Guilherme Guinle resolveu colaborar e financiar os trabalhos de prospecção de petróleo no Recôncavo baiano.

Monteiro Lobato e o Primeiro Poço de Petróleo Brasileiro.
1931
Este ano marca o princípio da descoberta, perfuração e retirada de petróleo no país que não tinha petróleo e nunca poderia ter. Oscar Cordeiro (foto, lado esquerdo) remeteu um relatório a Monteiro Lobato com o seguinte teor:

Os indícios do petróleo do Lobato, localidade a quatro quilômetros da cidade do Salvador e fronteira à península de Itapagipe, chamaram-me a atenção em 1931; fiz pesquisas na zona e em 1934 convidei o eminente geólogo doutor Teodoro Sampaio para verificar minha descoberta. Tudo visitou ele demoradamente, e a respeito me mandou seguinte nota:

Ao voltarmos da visita ao poço do Lobato prometi ao amigo dizer algo sobre o que vi e observei no lugar onde ocorre o óleo mineral espesso e de cor negra ali colhido em profundidades  de 3,4 metros e em nível que me parece inferior ao do mar ali tão próximo. Esse óleo mineral, de cheiro inequívoco, tirado do fundo dos poços onde sobrenada em quantidade muito apreciável, sendo lançado sobre palhas ou algodão, queima facilmente com uma luz vermelha fumarenta, e queima demoradamente por pequena que seja a quantidade levada à prova. Trata-se evidentemente de petróleo impuro, misto de substâncias outras que de ordinário com ele se associam. Se com as amostras colhidas  no poço do Lobato não podemos dizer que estamos na iminência de alcançar um lençol petrolífero prometedor, estamos todavia na posse de indícios tão veementes como nenhum outros ainda se depararam no país, nas mesmas condições.”

O poço foi registrado em Cartório de Registros de Salvador, Bahia, comunicado ao então presidente Getúlio Vargas, ao ministro Juarez do Nascimento Fernandes Távora e ao interventor da Bahia, Juracy Montenegro Magalhaes. Em abril de 1935 foi enviado ao presidente Vargas um caixão de garrafas de petróleo das minas do Lobato, com classificação de “petróleo de base parafínica”.

Foi pedido o apoio do governo e a colaboração do Estado, entretanto começava um longo boicote e ineficiente presteza governamental, muito diferente de certas literaturas oficiais ou de falaciosos que omitem o longo caminho das pedras.
1934
O Ministério Agricultura  e Departamento Mineral, no Boletim do MA abril/junho deste ano publica: Esta localidade (Lobato) do ponto de vista da geologia do petróleo é positivamente desfavorável à presença de hidrocarbonetos; o conjunto geotectônico desse local é negativo, não existe jazida petrolífera no Lobato está provado à inexistência depósito  petrolífero em Lobato, Bahia, segundo opinião de Victor Oppenheim.
Essa opinião, dos técnicos oficiais estão documentadas no arquivos nacionais e com ela a perseguição, típica da Era Getulista. Monteiro Lobato, cansado de lutar com burocracia e entraves dos sabotadores oficiais prosseguiu nas perfurações com seus próprios recursos.

Apareceu no poço do Lobato, o Othon Leonardos técnico do Departamento Mineral que depois de duas horas pediu para abrir as galerias de onde provinha o petróleo. 

O Integralista Othon de volta ao Rio de Janeiro, não perdeu tempo, abriu campanha pelo tabloide integralista “Ofensiva” contra  Monteiro Lobato com o título: “O petróleo do Lobato é um caso de polícia”. A ação denegridora do Othon Leonardos lhe garantiu elevado cargo de Conselheiro do Departamento de Minas e Metalurgia.
1935
Neste ano, o Departamento Mineral manda um ofício com advertência mandando requerer àquele departamento licença para pesquisar. Os trâmites são atendidos no mesmo ano, e foi solicitado uma perfuradora para continuar os trabalhos. Certamente, ovas dificuldades foram nascendo e a vinda da perfuração teve muitos capítulos.
1938
Neste ano, as pesquisas são interrompidas. Enfim, chega a perfuradora de Paranaguá.
1939
Neste ano, em 21 de janeiro, a perfuradora atingi o cristalino do poço DNPM-163, de Lobato, Bahia. Enfim, descoberto petróleo em solo brasileiro. Entretanto, dias antes, Luciano Jacques de Morais membro do Conselho Nacional do Petróleo havia mandado paralisar as pesquisas.

Contrariando à ordem do nefasto Luciano Jacques de Morais, Monteiro Lobato, adota medidas contrárias, rápidas e particulares:
- em 20 de janeiro,  havia atingido a camada arenito impregnada com petróleo;
- em 21 de janeiro, num  sábado todos saíram ao meio-dia, somente Monteiro Lobato continuou no poço.
- em 22 de janeiro, domingo, folga de todos, o petróleo jorrava da boca do poço, corria rumo ao leito da estrada de ferro; etapa final da descoberta.

Monteiro Lobato, voltou para casa e mandou diversos telegramas: ao presidente Getúlio Vargas, ao presidente do Conselho Nacional do Petróleo General Júlio Horta Barbosa, Sylvio Fróes de Abreu e outros, menos para o novo ministro Fernando Costa. Outro telegrama foi enviado ao interventor da Bahia que estava em Santo Amaro;

- em 23 de janeiro, segunda-feira, o interventor veio em comitiva visitar o poço Lobato, que estava com a boca entupida por sabotagem do engenheiro Custódio Braga, Moacyr da Rocha e seus companheiros, criando toda dificuldade ao Interventor da Bahia.  

O interventor Juracy Magalhaes insistiu que esperaria o tempo que fosse, a retirara da areia que entupia o poço. Removidos o material sabotador, jorrou o petróleo do primeiro poço nacional. Acabava a lenda: no Brasil não há petróleo.

Prêmio de Monteiro Lobato, por anos de luta do primeiro poço no Brasil.

Logo após a descoberta, o presidente Getúlio Vargas emiti um Decreto nacionalizando as minas sem indenizações, nem das despesas de pesquisas e perfurações. Monteiro Lobato, foi expulso do poço Lobato, Bahia. É esquecido do  processo e empenho pessoal na descoberta do petróleo brasileiro até de quem relata sobre este assunto.

Como não havia fundamento de crime pelo Tribunal de Segurança, Monteiro Lobato foi demitido pelo Governo da Bolsa de Mercadorias, instituição fundada, organizada e presidida por este por doze anos.

No poço pioneiro perfurado no Brasil localizado na cidade de Lobato, na região do Recôncavo Baiano, descoberto em 21 de janeiro de 1939Oscar Cordeiro, trabalhou incansavelmente ao lado de Monteiro Lobato foi esquecido. Foi erguido um  obelisco no local com os dizeres:

O primeiro campo onde jorrou petróleo no Brasil – Organização do Conselho Nacional do Petróleo no governo do Dr. Getúlio Vargas.

Monteiro Lobato, foi tão incisivo  que acabou preso, em 1941, pelo governo de Getúlio Vargas, acusado de querer desmoralizar o Conselho Nacional do Petróleo. O país assistiu à polêmica entre o escritor Monteiro Lobato e o governo Getúlio Vargas, resumida na Carta a Getúlio.

(ao lado, fac-simile da carta remetida ao Presidente Getúlio Vargas
que provocou a ira getulista e um processo à Monteiro Lobato)

Onze meses depois da descoberta do petróleo, em abril 1941 ao tomar um ônibus da tarde para casa, ao ler a Folha da Noite viu seu retrato na primeira página com acusação do procurador do Tribunal de Segurança, Gilberto Goulart de Andrade denunciando-o por crime de injúria à pessoa do Presidente da República, ao Conselho Nacional de Petróleo e ao Departamento Nacional de Produção Mineral.

Foi pedido prisão preventiva, alegando que Monteiro Lobato, pretendia fugir para Argentina, uma vez que informações do governo percebeu haver movimentação por renovação de passaporte. Na verdade, Lobato iria viajar ao país vizinho para tratar de negócios gráficos.

Absolvição no Processo 1607 - São Paulo

A sentença do processo 1.607, termina textualmente:
Considerando que, na ausência dos elementos material e moral, característico do crime de injúria, não é lícito concluir-se pela sua existência;
Considerando o mais que nos autos consta:

Absolvo o acusado José Bento Monteiro Lobato da acusação que lhe é feita e recorro desta decisão para o Tribunal Pleno, na forma da lei.

São Paulo, Detenção, 9 de abril de 1941
Tribunal de Segurança Nacional Juiz Augusto Maynard Gomes”

O Tribunal Pleno chegou a mesma decisão, ou seja, absolveu José Bento Monteiro Lobato, o Robinson Crusoé brasileiro, lutador contra moinhos obscuros do interesse internacional, impregnando a burocracia nacional, corrompendo interesses brasileiros.
 1948
No mesmo ano da morte de Monteiro Lobato, afastado de todos os aborrecimentos que levaram finalmente o Brasil a descobrir petróleo, o então sucessor de Getúlio Vargas, o presidente Eurico Gaspar Dutra sanciona a lei que criou o Estatuto do Petróleo.
1953

Neste ano, em três de outubro, através da Lei Federal 2004, criando a Petrobras – Petróleo Brasileiro S/A, no retorno ao poder central de Getúlio Vargas novamente presidente pela vontade popular. O primeiro presidente da empresa do monopólio estatal do petróleo, a Petrobrás foi Juracy Montenegro Magalhaes, o interventor federal da Bahia que visitou o poço em Lobato, após jorrar o ouro negro pela primeira vez no país.

O petróleo é nosso!"

A garantia do monopólio estatal da extração e refino de petróleo do subsolo, se perpetuou e foi incorporada como artigo da Constituição de 1967 (Carta Política de 1967) através da Emenda nº 1, de 1969. O monopólio parcial da União foi eliminado em 1995, com a EC 9/1995 que modificou o Artigo 177 da Constituição Federal.
1939
Neste ano, em junho em visita aos Estados Unidos do chefe do Estado-maior do Exército brasileiro, o general Góes Monteiro, recebeu a comunicação do governo norte-americano, estar preocupado em garantir planos de defesa continental, traçados por Washington.

O Estado-maior brasileiro manifestou o intento de dominar as técnicas da siderurgia por se tratar de soberania e defesa do país. Foi enviado ao Brasil um grupo de técnicos da americana, United States Steel, especialista da área que traçou estudos favoráveis e, assim foi instalada a Comissão Preparatória do Plano Siderúrgico.
Ao lado, Getúlio Vargas entre militares, fumando charuto.

1940
Neste ano, no mês de janeiro, o governo brasileiro foi informado da decisão da United States Steel, em não participar da construção de usina siderúrgica no Brasil, sem ao menos deixar claro os motivos dessa desistência.

A decisão da empresa norte-americana, não afetou o governo brasileiro que levou adiante o empreendimento por meio da constituição de uma empresa nacional. Ainda no primeiro trimestre deste ano, foi criada a Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional.

No mesmo ano, a 11 de junho, um discurso pronunciado a bordo no encouraçado Minas Gerais pelo presidente Getúlio Vargas, definiria as simpáticas do Brasil ao Eixo, contra as forças bélicas do nazifascismo. Esse discurso foi praticamente um lance decisivo que forçou os Estados Unidos a ser favorável à implantação da siderurgia no Brasil.
(ao lado esquerdo, Getúlio Vargas)A embaixada brasileira de Washington foi autorizada a solicitar ao EXIMBANK (Export-Import Bank of the United States) pedido do crédito de US$ 17 milhões para a aquisição de maquinaria. O governo norte-americano, reticente, retardou a postulação brasileira do crédito tentando reatar com seus “interesses” as negociações entre o Brasil e a United States Steel.

O governo brasileiro àquela altura, não desejava uma empresa para implantar sua siderurgia. Formou uma comissão integrada por Edmundo de Macedo Soares, Ari Torres e Guilherme Guinle, que foram aos Estados Unidos negociar financiamento junto ao Eximbank, obtendo um empréstimo de US$ 20 milhões.

O coronel Edmundo de Macedo Soares, presidiu a comissão responsável pelos estudos para instalação de uma grande siderúrgica no país. Ele era engenheiro militar,  defendia a instalação da usina na região do Vale do Paraíba, que se encontrava decadente com o declínio da cultura do café no estado do Rio de Janeiro.

A proposta foi aceita com apoio do interventor daquele estado, genro do presidente Getúlio Vargas, Amaral Peixoto. O coronel Edmundo de Macedo Soares, mais tarde veio a ser governador fluminense.
Passeata em pról da Cia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda, RJ
A Companhia Siderúrgica Nacional foi criada por decreto do presidente Getúlio Vargas, durante o período chamado de Estado Novo. Fundada em 7 de abril de 1941 como sociedade anônima de economia mista, cujo primeiro presidente nomeado naquela data foi Guilherme Guinle. Foram estabelecidas a localização da usina em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, as  metas de produção e financiamento.
1942
Os trabalhos da comissão prosseguiram com negociações entre os governos norte-americano e brasileiro, referente às bases da cooperação econômica e militar entre os países. Finalmente acertadas neste ano.
1943
Neste ano em 7 de maio, num discurso o presidente Getúlio Vargas saudou a nova usina como símbolo da emancipação econômica do Brasil, embora a usina siderúrgica ainda na estivesse funcionando. A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial  foi fundamental mediante um acordo diplomático, denominado Acordos de Washington, feito entre os dois governos.
1946
A CSN - Companhia Siderúrgica Nacional começou efetivamente suas operações em 1º de outubro de 1946, durante o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra. Foi a primeira produtora integrada de aço plano no Brasil, um marco no processo brasileiro de industrialização.

O seu aço viabilizou a implantação das primeiras indústrias nacionais, núcleo do atual parque fabril brasileiro. O sucessor de Getúlio Vargas, o então presidente Eurico Gaspar Dutra, não convidou-o para a inauguração o idealizador do projeto.

A CSN, aumentou a produção de ferro gusa e lingotes de aço, mas os laminados estavam abaixo da demanda. Em decorrência deste fato, a indústria brasileira não podia fornecer material para produtos pesados, como trilhos e chapas de aço para as ferrovias, estaleiros e construtoras, dificultando o processo fabril e a industrialização do país. Abaixo, foto da CSN em Volta Redonda, RJ em plena atividade.

1953
Neste ano, foi fundada COSIPA Companhia Siderúrgica Paulista a Usina José Bonifácio de Andrade e Silva, no município de Cubatão, região litorânea do Estado de São Paulo. Com uma área de 12 milhões de metros quadrados, porto privativo alfandegado e complexo ferroviário anexo.
1963
Neste ano em 18 de dezembro, passados mais de dez anos, entre a fase de preparação e do projeto, é enfim inaugurada pelo então presidente João Goulart a COSIPA Companhia Siderúrgica Paulista para atender aos reclamos da indústria paulista, sonho de inúmeros empreendores paulistas, dentre estes: Martinho Prado Uchoa, Plínio de Queiroz, Alcides da Costa Vidigal e Herbert Levi.

A nova indústria metalúrgica paulista, a COSIPA, estava pronta para ver crescer a indústria automobilística,  a mecanográfica e muitas outras.
1966
Neste ano, a COSIPA transformou-se numa usina siderúrgica integrada a coque.


No Brasil, as primeiras máquinas mecanográficas, principalmente as de escrever, foram importadas desde o  início da produção desses “aparelhos de escrita”, mesmo as chamadas de “escrita cega” ou estranhas como as Mignon, descritas nas ABAS Historiografia e no Museu Virtual tem um modelo descrito.

Primeiro eram somente importadas pelos interessados ou ainda, compradas no exterior nas viagens dos patrícios. Logo chegaram os agentes no país, representando os equipamentos mecanográficos desde a passagem dos séculos XVII para o XIX.

Acima, as primeiras propagandas, os chamados "anúncios" veiculados através de jornais ou revistas. Em  cada um desses anúncios já se destacava casas comerciais revendedoras. A Smith data de 1908; a Oliver de 1910; a Corona e a Underwood entre 1915 e 1920. Na ABA Escrita Mecânica e Marcas, há a descrição com histórico dos fabricantes destas máquinas e a evolução e duração dos fabricantes.

Abaixo, duas empresas que permaneceram no Brasil, como a Ruf e a Burroughs, inclusive com fábricas tempos depois; outras como a Woodstock foram absorvidas na década de 1920/1930 pela União Typewriter e desapareceram definitivamente do mercado.

IBM – a pioneira
1917
Neste ano, quando nem era IBM, surgia no Brasil, a Computing Tabulating Recording Company que através do representante CTR Valentim F. Bouças, assinou o primeiro contrato para a prestação de serviços com a Diretoria de Estatística Comercial, do governo brasileiro. Esse acordo de prestação de serviços estatísticos foi praticamente o primeiro com máquinas mecanográficas.

A CTR continuou através da IBM (ver ABA Escrita Mecânica/Registros e Contábeis). É a primeira empresa do ramo mecanográfico a estabelecer-se no país em plena continuidade conforme a alteração tecnológica foi-se processando.

A CTR Computing Tabulating Recording Company na época trouxe suas máquinas estatísticas que eram: perfuradoras mecânicas, separadoras verticais e tabuladoras standard. O resultado obtido considerados excelentes, levou o Governo Brasileiro a firmar contrato com a CTR para o censo demográfico de 1920. Nesse mesmo ano, chegaram ao Brasil as primeiras máquinas impressoras.

Além da CTR entrou no Brasil, mais duas linhas de produtos também ligadas ao ramo mecanográfico, através das empresas Internacional Time Recording, trazendo equipamentos de controle de tempo, como relógios auto-regulados e a Dayton Computing Scale com instrumentos de aferição de peso, ou seja sistema de balanças.
 1924
Deste ano em diante, ocorreu a presença definitiva da IBM no Brasil, através de decreto do presidente Arthur Bernardes, estendendo as atividades as mais diversas e importantes organizações privadas da Indústria e do Comércio. A empresa já mudará o nome IBM - International Business Machines Co. of Delaware, ainda representada por Valentim Bouças.

Ao lado, uma máquina de escrever, das IBM mais antigas, a Electromatic - all-electric, ainda com sistema de tipos antigos (sem a esfera, tipo golfe).

Essa Electromatic era capaz de escrever um volume de no máximo 20 folhas com impressão perfeita e uniforme (sem furar o papel das vias). Uma grande inovação para a época!
1926
Neste ano, além da IBM uma empresa americana, pode-se perceber a presença cada vez mais acentuada das empresas norte-americanas no Brasil.

Nos anos trinta chega ao Brasil agências de publicidade americana como em 1929, a J. W. Thompson e a McCann-Erickson em 1935 numa clara demonstração de que finalmente no país havia um mercado em que as vendas tinham muito potencial.
1928
Neste ano, a IBM trouxe para o Brasil, a máquina com cartão de 80 colunas, as novas tabuladoras e além disso introduz os primeiros cursos técnicos aos brasileiros, ofertando algo mais em conhecimento e tecnologia no país. Dois anos depois, abri filiais em diversas cidades do Brasil, uma vez que já havia uma equipe treinada e especializada no mercado nacional.
1939
Neste ano, o executivo Thomas Watson (ver também ABA Registros e Contábeis - NCR) veio da matriz IBM para inaugurar o prédio da primeira fábrica IBM, fora dos EUA  e na América do Sul, em Benfica, no Rio de Janeiro.
1946
Este endereço mostra a exclusividade de um serviço muito especial de mecanização de escritórios, unindo o sistema inventado por Hollerith e as máquinas da IBM.

1949
Neste ano, a empresa funcionando diretamente no Brasil, era denominada de IBM World Trade Corporation. Nos tempos atuais, têm o nome de: IBM Brasil - Indústria, Máquinas e Serviços Ltda. é uma das subsidiárias da IBM World Trade Corporation.
1950/1959
Entre 1950 a 1954 foram introduzidos no pais, novos equipamentos e as primeiras calculadoras eletrônicas, com a qualidade e eficiência IBM.
1957
Neste ano, chegou o primeiro computador do Brasil, adquirido pelo Governo do Estado de São Paulo, um Univac-120, para calcular todo o consumo de água na capital. O Univac-120, equipado com 4.500 válvulas, operava 12 mil somas ou subtrações por minuto e 2.400 multiplicações ou divisões, ao mesmo tempo. Foi instalado com todo estrutura especial, num andar inteiro do prédio onde foi funcionar.
1959
Neste ano,  a empresa Anderson Clayton comprou um IBM Ramac 305. Um dos primeiros fora dos EUA e o primeiro computador do setor privado brasileiro. Este computador também ocupou um andar inteiro da empresa, tinha 2m de largura por 1m e oitenta de altura, instalado com toda estrutura especial.

Outras empresas nacionais seguidamente, também compraram da IBM, o RAMAC 30 uma verdadeira revolução nos sistemas administrativos para as empresas brasileiras.
1960
Deste ano em diante, foi adotada a denominação IBM do Brasil, como ainda, nos anos seguintes, a empresa adotou a política de pessoal visando aperfeiçoar a equipe que entrava na era dos computadores eletrônicos.
1961
Neste ano, na fábrica IBM de Benfica, começa a montagem do equipamento com maior sucesso em história de processamento de dados: os computadores IBM modelo 1401.
1963
Neste ano, devido a mudança definitiva da sede do governo federal com toda estrutura da administração pública para Brasília, a IBM montou uma grande filial na nova capital brasileira.
1964
Deste ano em diante, a IBM brasileira iniciou a produção para exportação de máquinas perfuradoras e verificadoras para atender a demanda do mercado mundial de processamento de dados.
1966
Deste período em diante, houve um crescimento acelerado das operações. Neste ano, a IBM do Brasil assinou o maior contrato de serviços de dados na história com o IBRA. Como ainda, lançou no mercado brasileiro a máquina de escrever elétrica, IBM 72, com a famosa esfera do tipo “bola de golfe”. Ainda assinou os primeiros de contratos para o sistema IBM 1130 e S/360.
1970
Essa década, marcou o crescimento da informatização no país e a contribuição da IBM foi fundamental. O valor das exportações de produtos chamados de DP (Data Processing) e os OP (Office Products) fabricados no Brasil atingiu a cifra superior a 14 milhões de dólares. Os produtos DP pertenciam a área de computação; os produtos OP estavam destinados para os escritórios, entre estes as máquinas de escrever elétrica IBM de esfera, com um primor de impressão.
Três clássicos da IBM de esfera - da esquerda para direita, modelo 72, 82C e 196C
Ainda nesta década, vemos a IBM instalar seus equipamentos para modernizar  grandes empresas brasileiras. O Bradesco têm  seu primeiro sistema de teleprocessamento e a Bolsa de Valores de São Paulo, adquiriu seu primeiro CPD. A IBM divulga por meio ambulante, por todo país seus computadores numa exposição montada sobre um veículo  o chamado “Road Show”.
1971
Neste ano, iniciando nova fase tecnológica no país, é inaugurado em São Paulo a fábrica IBM do Sumaré.
1972
Neste ano, começa a linha de produção da unidade central de processamento do sistema S/370 modelo 145, das unidades de fitas magnéticas 3420 e das controladoras de fitas, modelo 3803. No ano seguinte – 1973 – neste unidade se inicia a produção da família de terminais 3270 e das impressoras seriais modelo 3287.
1974
Neste ano, a IBM atinge US$ 54 milhões ao ano em exportações, representando um crescimento muito positivo para o Brasil em termos de competitividade mundial.
1979
Neste ano, a IBM na fábrica de Sumaré começa a produzir a CPU 4341 com capacidade máxima de 16 Mbytes
1980
Na fábrica de Sumaré, surgem os processadores 4331-MG2 e 4341-MG2 e os discos magnéticos 3370. Com estas inovações o Brasil começou a exportar para o Japão o computador IBM 4341.

Na mesma época, a IBM instala-se na nova matriz, na Avenida Pasteur, Rio de Janeiro, e dispõe aos clientes do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília o Centro de Suporte a Clientes, um suporte técnico de alta qualidade.
1981
Neste ano, em Sumaré o projeto das máquinas de escrever elétricas 196 e 196C tem a produção iniciada com muito sucesso para concorrer principalmente com os produtos Olivetti. A IBM também instala um sistema de correio eletrônico, o PROFS.

1984
Neste ano, a empresa altera a denominação para IBM Brasil - Indústria, Máquinas e Serviços Ltda., e amplia a atuação no país, como uma das subsidiária da IBM Word Trade Corporation. Cria em São Pauloentro de Tecnologia de Hardware.; inaugura o Centro Educacional Residencial da Gávea, na cidade do Rio de Janeiro, depois alterado para Centro de Estudos Executivos; um Centro Científico, em Brasília, o primeiro da América Latina para desenvolver projetos com universidades. Abaixo dois modelos fabricados na fábrica de Sumaré em São Paulo.
1985
Neste ano, instala em Sumaré, São Paulo, mais um serviço de alta especialidade, o Centro de Tecnologia de Hardware.
1987
Até este ano, a IBM ainda produziu as máquinas de escrever eletrônica para o mercado brasileiro, quando facilitou representações, como a Equipa de São Paulo. Depois foi formada uma parceira entre a IBM e a PCI. A produção foi transferida a empresa PCI, para fabricar o último modelo dessas máquinas, bem como os cartuchos de fitas ganharam a marca PCI associada ao produto IBM.
Acima, os dois modelos fabricados no Brasil pela própria IBM em Sumaré, São Paulo para o mercado nacional e como produto de exportação para inúmeros países. Abaixo, dois modelos a cargo da PCI (vide emblema)  sendo o WW1000 o último modelo a ser produzido na categoria de máquinas de escrever eletrônica. 

A evolução deu-se na sequência com o primeiro modelo o 6746, seguido do 6783, 67812-2 e WW 1000. A máquina de escrever eletrônica, com os modelos apresentados, foram sucessoras das máquinas de escrever mecânicas  IBM que tiveram uma vida longa, aceitação plena, mas limitadas em recursos preenchidos pelas eletrônicas, dos quais todos foram aproveitados pelos computadores nos programas de escrita. Alguns dos conceitos aplicados nas IBM eletrônicas, sairam do Centro de Tecnologia de Hardware e do Centro de Tecnologia de Hardware.

A PCI ainda produziu alguns modelos de máquinas de escrever eletrônicas mais sofisticadas, como o modelo WWW1000 e o modelo 15 VE com visor e disquete, ao custo médio da época em torno de R$ 1.500,00. Saliento, que as máquinas de escrever anteriores tinham uma melhor qualidade e 
durabilidade. 

As demais indústrias de máquinas mecanográficas no Brasil

A americana Remington se instalou no Rio de Janeiro, em 1948; a sueca Facit chegou em Minas Gerais, em 1955; finalmente, a italiana Olivetti produzindo em São Paulo, em 1959. Outras fábricas também surgiram mais tarde, como a Precisa S/A, de origem suíça; a Burroughs em São Paulo, entre as principais empresas mundiais. 

As empresas mecanográficas começaram a decadência do final da década de 1990/2000, com a redução da demanda, quando o mercado passou a adotar computadores e impressoras que foram melhorando em qualidade depois deste período, como alternativa de redução do quadro de pessoal. 

A Facit S/A foi a última a resistir e produzir no Brasil, principalmente para exportar, após a administração ser assumida pelos empregados num modelo de autogestão, devido aos problemas financeiros passados pela Sharp do Brasil, como relataremos abaixo.


1901907
Neste ano, a Remington começou no Brasil, ao foi firmado contrato de representação com a Casa Pratt. A Remington vivia seus primórdios, porém com mais de 30 anos de vendas no mercado norte-americano.
1920
Desta década em diante, a indústria de máquinas mecanográficas sofreu mudanças dramáticas. Até o ano de 1923, havia mais de 300 tipos de máquinas de escrever no mercado, a maior parte era de      produção americana, porém na Europa algumas marcas despontavam no horizonte.

  Houve um período que se estendeu de 1920 a 1927 no qual a Remington e outros fabricantes se      juntaram para formar a União Writing Machine Company. Dessa parceira entre diversos fabricantes, veio ao país outras marcas, além da própria Remington que fora  revendidas pela Casa Pratt

O modelo abaixo, a Remington KMC, já com o fabricante como Remington Rand, teve muito aceitação no mercado nacional, fortalecendo assim a marca Remington no país.

Sobre a REMINGTON, descrevemos extensamente nas ABAS - Historiografia, Escrita Mecânica e Marca o roteiro da primeira marca que trouxe o modelo padrão e definitivo na mecanografia. 
1948
Neste ano, instala-se no Rio de Janeiro, uma fábrica da empresa americana que nesse estava momento sob controle da Remington Rand de James Henry Rand. Esse  período foi de amplo crescimento da marca, incluindo lançamentos de diversos produtos com marca Remington


1955 
Neste ano, oito anos após inaugurar sua primeira fábrica no país, a Remington passou o controle a outra americana, sendo denominada Sperry Rand Corporation. Durante os anos seguintes, a Remington sob outra visão acionária, porém com sua tradicional marca garantida pelos anos de atividades no mercado brasileiro, continuou assegurando a fatia no mercado por quase quinze anos. Passado esse ciclo, a concorrência dos demais fabricantes, entre eles, o principal a Olivetti, foi anulando a Remington em território nacional.
Abaixo, à esquerda um mimeografo elétrico modelo Ditto com grande capacidade de reprodução de cópias por um sistema de tinta gráfica; na direita um Fidecópia muito utilizado por professores e profissionais que necessitavam de um equipamento de reprodução de cópias barato e eficiente por meio de papel hectográfico e alimentação a base de álcool 96°. Ambos da época da Sperry Rand. 

1978
Neste ano, a Sperry Rand Corporation decidiu na matriz deixar o ramo mecanográfico e se concentrar na área de computadores. Vendeu os ativos das empresas do grupo não relacionadas à computação. A empresa renomeou a marca para Sperry Corporation, retirando o “Rand” como tinha feito com o nome Remington e, dessa forma desvinculou-se completamente da origem empresarial.

Abaixo, somadora ainda com a marca Remington 2000, mas fabricada pela Sperry Rand

1979
Neste ano, seis executivos da Sperry Rand Corporation no Brasil, se propuseram a continuar no ramo mecanográfico, nacionalizando a empresa através de um empréstimo no BNDES.
No quadro acima dois produtos da Remington "brasileira" que ainda vamos descrever. Bem como a fabricação das máquinas de escrever da Remington com o nome de Remtronic.




Burroughs no Brasil

1929
Neste ano, em 14 de maio ocorreu o início das atividades da Companhia Burroughs do Brasil, filial da tradicional fábrica americana Burroughs Adding Machine instalada na rua da Alfândega, 81A 1° andar no Rio de Janeiro.

As máquinas de somar, marca Burroughs, já estavam sendo importadas e vendidas no Brasil, desde o princípio do século XIX, por sua qualidade, especificação técnica e diferentes modelos para atender as maiores organizações, principalmente no ramo bancário. 

Havia uma vasta divulgação por intermédio de revistas e jornais, apresentando os diversificados modelos para calcular, faturar, de contabilidade, estatística e caixas registradoras. Abaixo, apresentamos dois quadros de propagandas feitas na revista "Seleções". 

A chegada de uma filial brasileira mostrava a tendência de conquistar um mercado cada vez mais em amplo, em crescimento considerável pelo aumento populacional brasileiro, melhora da economia nacional e por uma série de fatores que estavam sendo implementados no Brasil, destacando a luz elétrica e as estradas de ferro. Aumentar as vendas era um fator inevitável, isso sem contar com a crise havida nos Estados Unidos da América, pela quebra da bolsa de valores. O mercado brasileiro mereceu uma atenção maior.
1953
Neste ano, consequência do decorrer de anos de sucesso, a filial brasileira cresceu e alterou a denominação para Burroughs do Brasil Ltda., com filiais espalhadas por diversas praças do país como: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Brasília, Campinas, Bauru, Fortaleza e Belo Horizonte. Além das filiais próprias, a Burroughs abriu representações em inúmeras das principais cidades do país. 

A alteração do nome comercial, também neste ano, fora mudado de Burroughs Adding Machine Company para Burroughs Corporation demonstrando a presença internacional da marca. 1956 Neste ano, no mês de junho, a Burroughs adquiriu a EletroDate Corporation de Pasadena, Califórnia, EUA começava sua caminha rumo a informática. Na década de 1960, a Burroughs era uma das dez  maiores empresas de informática.

1958
Neste período, a Burroughs do Brasil Ltda. instalou sua fábrica brasileira numa área de 33 mil pés quadrados, em Santo Amaro, São Paulo. A fábrica iniciou a produção de somadoras elétricas de dez teclas a famosa Burroughs TenKey, a primeira máquina de somar elétrica a ser fabricada na América do Sul e distribuída para o país e toda região.
Este modelo de somadora elétrica, com tampa plástica, fabricada no Brasil e foi muito vendida no mercado brasileiro e no exterior.
1961
Neste ano, o pioneirismo da Burroughs trouxe para o Brasil o primeiro computador de tambor magnético, em instalações especiais na PUC Pontifícia Universidade Católica na cidade do Rio de Janeiro. A Burroughs do Brasil Ltda. Alterou também a denominação para Burroughs Eletrônica Ltda
Década de 1970 em diante... 
A Burroughs continuou firme, sólida e insubstituível no mercado nacional produzindo vários modelos, como a série P para atender os caixas bancários, presentes em todas as instituições bancárias até surgir modelos eletrônicos. O modelo do quadro é uma P-7615-82a. 

As chamadas "máquinas de boca caixa" foram utilizadas por um centenário e pouco mais,  as máquinas de autenticar, funcionavam de modo elétrico ou manual, sem alterar a capacidade somatória. Providas de dois ou mais somadores e uma série de recursos permitindo somar, subtrair, multiplicar por repetição, datar os documentos em duas vias, autenticar em duplicidade em acrescer ou subtrair a somatória. Essas máquinas de autenticar traziam logotipo com a marca bancária ou da casa de recebimento, a data completa do ato de pagamento servindo de comprovante "autêntico". 
Década de 1980
Ainda por volta deste período a Burroughs Eletrônica Ltda, passou também a fabricar e vender no Brasil calculadoras eletrônicas muito diferenciadas em grupo impressor, display e placa. No quadro abaixo, dois modelos da série C, um (C2260) sem display e outro modelo com display na cor vermelha. 

1986 
Neste ano, a Burroughs Corporation adquiriu a Sperry Corporation (último dono da marca Remington) por US$ 4,8 milhões alterando o nome com essa fusão para UNISYS, todas envolvidas na área de mainframes. A marca Burroughs durou de 1886 a 1986, um completo centenário.

1955
Em meados deste ano, a empresa sueca Facit AB, mundialmente famosa detentora das calculadoras do nome da marca instalou sua fábrica em Juiz de Fora, Minas Gerais. A subsidiária brasileira veio para produzir primeiramente os modelos da série C1-13 para o mercado local e toda região sul-americana. 

A aceitação das pequenas e ágeis C1-13 permitiam modificações das mais diversas, bem como reformas, modernização, pintura com alteração das cores originais, troca de teclado, substituição de tampas antigas de antimônio por tampa plástica inteira. Enfim, a reforma tornava a calculadora manual "renovada" e pronta para mais 20, 30, 50 anos.

Abaixo, dois modelos (dos últimos) Facit C1-13 ambas do nosso Acervo Museu Teclas com registros, sendo à esquerda - o modelo mais novo, R-0055 com teclas brancas de movimento do carro com tambor e o modelo com teclas vermelhas mais antigo  R-0247 fabricadas em Juiz de Fora. Ambas em excelente estado original com boa conservação. Estão no conteúdo da ABA do nosso Museu Virtual.
A tradicional máquina de calcular mecânica de alavancas Facit C1-13 surgiu como um padrão de calculadoras inventadas por Karl Viktor Rudin em 1929. O modelo fabricado no Brasil derivou do modelo T fabricado com sucesso entre 1932 e 1939.
1961
Neste ano, a Facit começou a fabricar as máquinas de escrever no Brasil, uma vez que o mercado comportava um parque de vendas superior de 300 mil unidades por este período com tendência de alta.

Desde período em diante, a Facit S/A no Brasil estruturou-se para garantir sua fatia desse mercado continental nacional. Criou a Rede de Assistência Técnica com oficinas autorizadas em todos os estados brasileiros e nas principais cidades do país. Na foto acima três tipos de máquinas fabricadas no Brasil: uma manual, uma elétrica e outra eletrônica.

Além de credenciar as oficinas autorizadas que também eram revendedores autorizados da marca Facit, procurou abastecer essa Rede Autorizada em conformidade com o crescimento e preferência pela marca Facit.  
1980
Por volta desta década a Facit S/A vendia cerca de 200 mil unidades por ano, entre escrever manuais e elétricas. A evolução técnica permitiu também a produção de máquina de escrever eletrônica a Facit 8000, além das calculadoras eletrônicas. Abaixo, todas as margaridas de escrita usadas pelas Facit eletrônica. 
1990
Até o final desta década, a Facit S/A continuou a produzir no Brasil. Foi vendida para a Sharp do Brasil e tempo depois os empregados assumiram a empresa num modelo de autogestão permitindo que a marca FACIT  fosse a última a produzir máquinas de escrever no Brasil. Abaixo, dois modelos fabricados nesta década no Brasil pela Facit.

Nesse período a Facit S/A produzia na fábrica cerca de 60 mil máquinas por ano, em Juiz de Fora, Minas Gerais, tinha seu escritório geral de vendas, centralizado na Av. Francisco Matarazzo, 682, telefone 263.1488 cidade de São Paulo. Os demais estavam setorizados nas seguintes divisões de vendas espalhados pelos Escritórios Regionais:

- Centro Oeste/Norte fone 061 225.6355
- Nordeste: 081 221.3787;
- Paraná/Santa Catarina: 041 222.3688;
- Rio Grande do Sul: 051 224.3227;
- Rio de Janeiro/Minas Gerais/Espírito Santo: 021 253.6145
- São Paulo: 011 852.7644 e 259.1342

1995
Por volta deste ano, a Facit S/A no Brasil, quase faliu, quer por dificuldades do grupo controlador a Sharp ou por queda de vendas de máquinas mecanográficas. Os empregados da empresa assumiram o controle no modelo de cooperativa de autogestão permitindo que a marca FACIT permanecesse ainda por algum tempo.
 
A Facit S/A voltou a crescer investido em exportações, principalmente para a África e alguns países da América do Sul.  A empresa de chega a exportar 40 mil unidades de máquinas de escrever mecânicas,  para países como a Indonésia, Paquistão, Angola, Filipinas e Moçambique, entre outros.

A Facit produziu uma série de máquinas de escrever eletrônicas na Zona Franca de Manaus, como os modelos do quadro abaixo.
Na Indonésia, por volta deste período, grande parte da população não tinha acesso à energia elétrica e as máquinas de escrever manuais são uma ótima solução. O resultado foi um faturamento de quase 2 milhões de dólares por ano. Por fim, Facit S/A foi a última indústria a produzir máquinas de escrever no Brasil.


A história da Olivetti e sua ligação com o Brasil data desde o princípio dessa indústria italiana através de representantes no país, até se instalar para produzir em Guarulhos, São Paulo em 1959, num espaço muito especial e histórico. A Olivetti, uma empresa da Itália, num estado com uma imensa quantidade de imigrantes oriundos se destacando em diversos no comércio e na indústria, vamos detalhar resumidamente esse empresa no país.

1919 - Guarulhos
Neste ano, chega a Guarulhos, vindo da Itália a família de Giuseppe Saraceni  e se instala no bairro de Itapegica numa via principal, no chamado “caminho para o bairro da Penha”, futura Avenida Guarulhos.

A família Saraceni é considera por vários historiadores, como precursores da industrialização em Guarulhos. No local aonde a família se instalou era um casarão localizado numa grande área. No andar superior, o habitat dos membros da família e na parte térrea, existia um porão aonde funcionou uma pequena indústria de sapatos e artefatos de couro, fornecendo inclusive a um cliente especial: o Segundo Batalhão de Guardas de São Paulo do centro da capital paulista. A pequena empresa foi de destacando, crescendo e ganhando fama.
1932
Neste ano, no período da Revolução Constitucionalista, o casarão serviu como campo de refúgio dos combatentes.
1936
Neste ano, Giuseppe Saraceni que era portador da primeira carteira de motorista de Guarulhos representando a importância dos Saraceni, é eleito prefeito da cidade.

A Olivetti do Brasil S/A é uma empresa brasileira, com participação muita ativa no processo de desenvolvimento econômico e industrial.
1952
Neste ano, em novembro é constituída a filial brasileira, com razão social de: Olivetti Industrial S/A.
Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto, governou entre 31 de janeiro de 1959 a 31 de janeiro de 1963. Foi o 19º Governador do Estado de São Paulo, época das instalações de OLIVETTI e ganhou uma das máquinas. A primeira foi entregue ao então presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek. As duas máquinas presenteadas, foram uma Olivetti Lexion 80.
1959
Neste ano, ficou pronta a fábrica de máquinas de escrever Olivetti, construída no imóvel do casarão de Giuseppe Saraceni adquirido em conjunto com uma grande área de terreno com cerca de 100.000 m2, bem ao lado desse antigo imóvel. A fábrica com 40.000 m2 de área construída, nos moldes da Olivetti italiana, com o casarão servindo de administração desse empreendimento. O capital social registrado nos órgãos de governo, foi de cerca de 1 milhão de cruzeiros.

1959
Em setembro deste ano, a fábrica da Olivetti do Brasil S/A, em Guarulhos, ficou pronta. Logo começou a produção de máquinas de escrever manuais e somadoras.
1965
Fabricando máquinas integralmente brasileiras dominava o mercado nacional com os modelos  de máquinas de escrever, Lexikon 80, Tekne 3, Lettera 22, Summa Prima 20, Quanta 20 e outras.
1969
Neste ano, o capital foi integralizado em 48 milhões de cruzeiros com a Olivetti do Brasil S/A participando ativamente do desenvolvimento nacional produzindo milhões de máquinas de escritório em sua existência para atender aos mais diversos clientes, fosse empresas públicas, privadas, liberais ou particulares. Nos dois quadros, exemplares de sucesso, como os modelos Studio 44 ou a escrever elétrica modelo Tekne 3.
A Olivetti do Brasil, através da Multidata Ltda, uma empresa com capital de algumas empresas nacional, montava na Zona Franca de Manaus a linha de máquinas de escrever eletrônica da Olivetti, como a linha ET.

Acima duas máquinas modelo ET 121 do nosso Acervo Museu Teclas, registros R-0407 e R-0943, ambas estão apresentadas na ABA Museu Teclas. Abaixo, uma das três peças do modelo ET112 do nosso acervo de frente, com três vistas da traseira das máquinas de escrever eletrônicas (modelo ET112), com destaque no diferencial de cada uma, conforme imagens.
1970
Por volta deste período cerca de 50% da produção da fábrica de Guarulhos era exportada para vários países do mundo.
1971
Em 26 de outubro deste ano, uma nova ala industrial foi inaugurada pelo aumento de 6800 m2 de área fabril.
1980
A produção de calculadoras eletrônicas na Zona Franca de Manaus por uma unidade da Olivetti do Brasil era um sucesso. A vendagem de uma longa lista de modelos e suas séries espalhadas em todo território nacional comprovam este feito.

1990
Nesta década a Olivetti do Brasil S/A já demonstrava uma acentuada queda nas vendas, agravada no meio desse período pelo uso dos produtos de informática impedindo a fabricação das máquinas mecanográficas, porém provocando demissões no quadro de funcionários na unidade fabril de Guarulhos e por simbiose em toda estrutura Olivetti nacional, fosse de filiais, revendedores, representantes ou oficinas especializadas.
1996
Neste ano, a Olivetti do Brasil S/A dispôs todo seu acervo material a leilão de equipamentos encerrando um ciclo no país de uma atividade dedicada ao desenvolvimento e crescimento não apenas de uma empresa estrangeira, mas de um cabedal de formação nacional a mais de milhar de indivíduos que passaram por seus portões, salas ou pelo chão de sua fábrica. Em pouco tempo esse amplo espaço mecanográfico foi vendido ao empresário Antônio Veronezi e transformado num Shopping Center de Guarulhos.


Nos últimos anos no Brasil como fabricante de máquinas de escrever, a Olivetti do Brasil S/A se dedicou a fabricar máquinas de escrever eletrônicas na unidade de Santo Amaro, São Paulo e calculadoras eletrônicas na Zona Franca de Manaus.

Hermes Precisa no Brasil
1814
A empresa começou suas atividades quando foi fundada pelo relojoeiro, mecânico e inventor Moïse Paillard (1753-1830), operando sua fábrica em Sainte-Croix.
1825
Neste ano, a fábrica produziu caixas de música. Após a morte do fundador, a empresa foi para renomeada para E. Paillard & Cie, continuando como uma empresa familiar. Uma geração posterior  entrou em crise, mas foi Ernest Paillard (1851-1922) que começou a produzir gramofones e conduziu a empresa a prosperidade no século XIX.
1957
Neste ano surge a Organização Ruf S/A representante da Hermes Paillard S/A no Brasil. Visitada por Ernest Jost, Presidente da Precisa S.A de Zurich vindo pela Swair da Suíça.

A Paillard S/A também ampliou as fábricas filiais dos seus produtos no estrangeiro, como a máquina de escrever portátil Hermes Baby nas filiais da Alemanha, França e Brasil.
1965 
A Paillard S/A de Yverdon, Suíça construiu uma moderna fábrica em Santo Amaro, Estado de São Paulo, na Rua Laguna, 620. A filial brasileira ficou denominada como Hermes Precisa S/A Máquinas de Escritório. 

No Brasil, a produção das máquinas de escrever Hermes Baby começou do n° 6300001 em diante; em seguida iniciou também a produção das somadoras Precisa.

No Diário Oficial da União de 15 de julho de 1969, era publicado o seguinte teor:
 Decisão n° 1.167
O Conselho de Política Aduaneira usando da atribuição que lhe confere o art. 10 do Decreto n° 53.967, de 16.6.64, que regulamentou o art. 37 da Lei 3.244 de 14.8.57 (remissão de imposto drawback, concede a Hermes Precisa S/A Máquinas para Escritório, estabelecida na rua Laguna, 620 Santo Amaro SP franquia total do imposto de importação nos termos e de acordo com as normas que acompanham a presente Decisão, para o material quantificado e caracterizado no item 4.2 das referidas Normas, correspondente a igual quantidade utilizada na montagem de máquinas de escrever já exportadas.
(n° 29.839 -8.7.69 NCR$ 9,00 República Federativa Do Brasil DO 15jul69.”

Com este aval governamental a Hermes Precisa S/A Máquinas de Escritório fabricou diversos modelos de máquinas de escrever e somadoras, de muita qualidade e eficiência.
1981

Neste ano, após uma década de sérios prejuízos financeiros a Hermes Precisa Internacional S/A, foi incorporada pela Olivetti Mundial que finalizou a produção das somadoras Precisa, concorrentes diretas dos diversos modelos produzidos pelo Olivetti, como a linha MC 20. As mundialmente famosas Hermes Baby passaram a ceder suas estruturas padrão aos novos modelos Lettera 82, Roma e Tropical da Olivetti. A filial brasileira também entrou nos negócios dessa aquisição, fabricando as novas máquinas de escrever portátil, com tecnologia das Hermes Baby com os novos modelos citados acima.
1989
Neste ano, houve o encerramento de todas atividades da Hermes Precisa Internacional S/A.


Zona Franca de Manaus ou ZFM
1957
Neste ano, em 06 de junho, é criada através da Lei Nº 3.173, projeto do Deputado Federal Francisco Pereira da Silva a Zona Franca de Manaus (ZFM) como um porto livre.
1967
Neste ano, passados dez anos, em 28 de fevereiro, através do Decreto-Lei 288/1967 do Governo Federal, é posta em prática a Zona Franca de Manaus porém com a legislação ampliada, reformulando o modelo, estabelecendo incentivos fiscais por 30 anos, em busca da implantação de três pólos econômicos: industrial, comercial e agropecuário.

A ZFM é a zona industrial brasileira, criada em Manaus, para impulsionar o desenvolvimento econômico, administrada pela SUFRAMA - Superintendência da Zona Franca de Manaus. Neste mesmo ano, por meio do  Decreto-Lei nº 299, o Governo Federal define a Amazônia Ocidental, abrangendo os seguintes estados: Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.
Contido numa área física que engloba 10 mil km², com centro na cidade de Manaus, provida por incentivos fiscais e extra fiscais, instituídos com objetivo de propiciar condições para o desenvolvimento dessa área brasileira, tão deficiente se comparada com regiões do sul e sudeste.

Além disso, a ZFM visava elevar o nível de segurança do território brasileiro, manter sua integridade, promover a ocupação habitacional e afastar em definitivo “olhares de certos países” que mantinham a filosofia de “deixar a vasta floresta brasileira intacta” por ser o pulmão do mundo.
1968
Neste ano em 15 de agosto, o Governo Federal estendeu parte dos benefícios do modelo ZFM para toda a Amazônia Ocidental por meio do Decreto-Lei Nº 356/68. Neste mesmo ano, em 30 de setembro ocorreu o lançamento da pedra fundamental do Distrito Industrial na cidade de Manaus.
1967 / 1975
Este período compreendeu a primeira fase. Marcada pelo estímulo à substituição de importações de bens finais e formação de mercado interno, caracterizado por uma política industrial. Nesta fase, o modelo ZFM tinha como aspectos relevantes:

- importação de diversos produtos, excetuando armas, munições, fumos, bebidas alcoólicas, automóveis de passageiro e perfumes. Essa medida predominou a atividade comercial, oriunda do grande fluxo turístico doméstico, estimulado pela venda de produtos cuja importação estava proibida no restante do país e a preços convidativos;

- princípio de atividade industrial, baseada nas atividades de produtos totalmente ou semi-desmontados, com liberdade de importação de insumos.


Esse modelo ZFM com a edição dos  Decretos-Leis Nº 1435/75 e 1455/76, passou a ter as seguintes características:
- foram estabelecidos Índices Mínimos de Nacionalização para todos os produtos industrializados na região e comercializados nas demais localidades do território nacional;
- foram estabelecidos, limites máximos globais anuais de importação para o crescimento da indústria de montagem em Manaus, contribuindo para o fomento da indústria nacional de componentes e insumo.
1975 / 1990
Este período compreendeu a segunda fase. Nesta fase, a política industrial no país procurava adotar medidas que fomentasse a indústria nacional de insumos, sobretudo no Estado de São Paulo.

Em 16 de abril de 1986, através do Decreto nº 92.560, fica prorrogado, o prazo de vigência do modelo ZFM por mais dez anos de 1997 a 2007. Em 1998, esse prazo foi prorrogado até 2013.
1990
Neste ano, a indústria de Manaus registrou um dos seus melhores desempenhos, com a geração de 80 mil empregos diretos e faturamento de US$ 8,4 bilhões e o comércio permanece dinâmico

O pólo industrial de Manaus é a base de sustentação da ZFM com aproximadamente 600 indústrias de alta tecnologia gerando mais de meio milhão de empregos, diretos e indiretos, principalmente nos segmentos de eletroeletrônicos, duas rodas e químico.

O pólo agropecuário abriga projetos voltados à atividades de produção de alimentos, agroindústria, piscicultura, turismo, beleza, beneficiamento de madeira, entre outras.

Entre os produtos fabricados destacam-se: na informática, aparelhos celulares, áudio e vídeo, televisores, motocicletas, concentrados para refrigerantes, entre outros. Nos últimos anos, o pólo recebe impulso com incentivos fiscais para a implantação da tecnologia de televisão digital no Brasil.

Para o ramo mecanográfico, a ZFM foi muito importante na fabricação nacional de calculadoras, máquinas de escrever eletrônica, máquinas de cupom fiscal e uma série de equipamentos relacionados as atividades mecanográficas.


1984
Neste ano, 29 de outubro, foi aprovada pelo Congresso Nacional, a Lei n.º 7.232 tratando da Política Nacional de Informática – a PNI, com prazo de vigência de 8 anos, com objetivo de estimular o desenvolvimento da indústria de informática no Brasil através de reserva de mercado para empresas de capital nacional.

Essa idéia de instituir uma reserva de mercado para fabricantes de produtos nacionais, começou a tomar forma na primeira metade da década de 1970, durante o Regime Militar, buscando uma consciência nacionalista, independência numa área nobre e estratégica.

Segundo essa premissa, ao vencer o prazo dessa proteção, os fabricantes brasileiros poderiam desenvolver tecnologia genuinamente nacional para competir no futuro, em igualdade de condições com seus concorrentes estrangeiros. O protecionismo já resultou em efeito positivo em outras circunstâncias históricas de vários países.

A Política Nacional de Informática recebeu o apoio entusiástico em sua implantação de entidades ligadas ao setor, houve críticas e aceitação. Passado este longo tempo, vemos neste terceiro milênio que a indústria nacional ficou completamente desprotegida, não apenas neste setor informático, mas até mesmo, a siderurgia nacional foi jogada na vala do descaso por falta de política industrial.

O Brasil recebe dos “ching ling” toda sorte de porcaria. Até grampos utilizados nos grampeadores são originários do “made in ching”. Sem falar nos imprestáveis “guarda-chuvas” feitos com produtos da mais baixa qualidade sem nenhuma contestação dos omissos órgãos oficiais incapazes de avaliar essas porcarias, sem outra opção de concorrência.

A Cosipa tão importante na indústria nacional automobilística e mecanográfica foi fechada por falta de compradores de aço e ferro, uma vez que mandamos todo o minério para o mercado “ching ling” e eles nos remetem o manufaturado. Essas e outras questões justificam o crescente desemprego no país e a riqueza do país das porcelanas. Num tipo de comércio exterior desinteressante.
Sharp do Brasil
1965
Neste ano, o empresário brasileiro Matias Machline conseguiu permissão para fazer uso da marca Sharp no Brasil, iniciava uma marca de muita aceitação e qualidade no mercado mecanográfico.

A multinacional japonesa Sharp Corporation não possuiu nenhuma relação com o grupo empresarial brasileiro que fez uso da marca no Brasil entre 1965 e 2002.

A Sharp Corporation fundada em 1912, tem o nome da empresa derivado da primeira invenção do seu fundador, a lapiseira Ever-Sharp, inventada por Tokuji Hayakawa. Tempos mais tarde também tornou-se uma fabricante japonesa de produtos eletrônicos.
Alguns modelos da Sharp do Brasil S/A
1964
Neste ano, a Sharp Corporation desenvolveu a primeira calculadora de transistor do mundo, com preço estipulado em 535.000 ienes equivalente a US$ 1.400. Entretanto, a Sharp levou vários anos para desenvolver o produto, por falta de experiência na fabricação de dispositivos informáticos naquela época.
1966
Neste ano, enfim a Sharp lançou a primeira calculadora IC usando componentes da Mitsubishi, no valor de 350.000 ienes ou cerca de US$ 1000.
1969
Neste ano, surgiu a primeira calculadora LSI, a primeira calculadora com “pocheira” fabricada com valor menor, inferior a 100.000 ienes ou menos que US$ 300, valor ainda muito elevado, mas em pouco tempo, o preço foi reduzindo tanto que acabou sendo um produto popularizado. 

Abaixo uma linha com alguns produtos "calculadoras eletrônicas" da Sharp do Brasil.
Acima, um quadro de imagens com uma parte de calculadoras eletrônicas para diversos fins e para diversificados fins. Neste quadro estão apenas uma parte dos produtos da Sharp do Brasil S/A.
Acima calculadoras de mesa só com visor alimentada tanto por pilhas como por energia elétrica.
Nos quadro - acima três modelos de calculadoras eletrônicas com recurso de impressão e sem visor; abaixo três modelos completos -visor e impressor. Ambos quadros são de equipamentos da linha CS.

 Apresentamos uma série com oito calculadoras - acima e abaixo - em dois quadros com quatro calculadoras pequenas só visor. Entre estas, modelos do tipo científica, com recursos extras e as mais comuns. o modelo EL-805 é o mais antigo e o mais simples deste grupo. O Museu Teclas possuí uma série de calculadoras pequenas de diversas marcas, assim como a maioria dos modelos fabricados pela Sharp na Zona Franca de Manaus.

Matias Machline
Matias Machline nasceu em 1933 na cidade de Bagé, Rio Grande do Sul e, começou a trabalhando como vendedor de máquinas de escrever em Porto Alegre. O ramo mecanográfico foi uma atividade altamente promissora. Machline foi muito além do ramo mecanográfico construindo um verdadeiro império contendo cerca de 30 empresas no mercado nacional.
1965
Neste ano, Matias Machline um profundo conhecedor do ramo mecanográfico percebeu que a invenção das calculadoras eletrônicas e pequenas seria o futuro. Procurou a japonesa Sharp Corporation  para usar a marca no Brasil e obteve autorização, embora nunca houve relação acionária entre ambas.
O empresário brasileiro Matias Machline, em apenas três décadas, construiu seu negócio passo a passo,  atingindo um faturamento de U$S 680 milhões por ano.
1969
Neste ano, Matias Machline percebendo a oportunidade, foi ao Japão em busca de concessão para vender as calculadoras sob a marca Sharp.
1972
Neste ano, Matias Machline deu seu grande salto empresarial que o levou a ser um dos pioneiros na fabricação de eletroeletrônicos na Zona Franca de Manaus consorciando a um dos objetivos da criação dessa região.

Uma vez mais pressentindo um novo negócio promissor, com apoio do Ministro das Comunicações Hygino Caetano Corsetti se associa aos japoneses para construir a primeira fábrica de televisores na ZFM em Manaus, para produzir um novo sonho dos brasileiros: a televisão colorida.

O empresário e presidente do grupo Sharp, tornou-se um dos maiores fabricantes de aparelhos eletrônicos do país.
1976
Neste ano, é criada a Sigma Dataserv, em Curitiba, Paraná uma das primeiras empresas de informática do Brasil. A Sigma Dataserv nasceu da elaboração do sistema de contagem de votos para eleição criada por seus fundadores.

Naquele mesmo ano havia eleições e a grande oportunidade de demonstrar o produto intelectual. O resultado das máquinas da Sigma Dataserv operaram com sucesso, eficiência e velocidade na contagem dos votos. A metodologia de contagem de votos das eleições brasileiras definitivamente mudou e, um novo conceito eleitoral vindo através da urna eletrônica foram inseridos no Brasil.
1977
Neste ano, é criada a Sid Informática, um consórcio nascido entre Sigma Dataserv, a Sharp do Brasil e o Grupo Inepar e o consórcio implanta a primeira fábrica de computadores do Brasil, com a maior parte da tecnologia de todo o processo brasileira.
1978
Neste ano, é criada a Sid Informática, um consórcio formado pela Sharp do Brasil, o Grupo Inepar e Dataserv, para produção no campo da microeletrônica e de informática.

Matias Machline com sua Sharp e a Sid Informática instalada em Curitiba, inicialmente como fabricante de microcomputadores, também entrou na automação bancária e comercial brasileira com muito sucesso e eficiência, logo líder nesse setor até o presente.
1979
Neste ano, a Sid Informática projeta equipamentos de processamento de dados bancários. A empresa contava com grandes clientes bancários, atendia diversas áreas de serviços governamentais e era uma das líderes na fabricação de microcomputadores.

A Sid Informática logo atingiu cerca 25% do mercado de terminais bancários e outros produtos informáticos. Entre seus clientes estavam o Banespa, Banco Real, Nossa Caixa e a Caixa Econômica Federal.
Década de 1980
Nesta década, o Grupo Sharp foi ampliando e diversificando suas atividades, no final do período Machline comandava um conglomerado de 28 empresas.

O Grupo Sharp tinha a Sid Informática, o Digibanco, uma fábrica de semicondutores, Sid Microeletrônica, a PGM de telecomunicações, a Facit do Brasil, do ramo mecanográfico, entre outras empresas fabricando mais de 100 produtos, desde televisores, videocassetes, fornos de microondas, computadores, fax, máquinas de escritório a centrais telefônicas. Uma das empresas que mais vendia televisores, calculadoras eletrônicas no país.
1982
Neste ano, a Sharp foi pioneira no Brasil na fabricação de videocassetes e no ano seguinte começa a fabricar videocâmaras. Também neste ano, a Rede Globo contrata a  Sigma Dataserv para totalização paralela dos votos nas eleições majoritárias, e em poucas horas foi possível divulgar os resultados com precisão. Foi um fato inédito, essa antecipação via televisão e a primeira vez na história eleitoral de tal ocorrência.
1984
Neste ano, foi aprovada pelo Congresso Nacional, a Lei n.º 7.232 tratando da Política Nacional de Informática – a PNI, com prazo de vigência de 8 anos, objetivando estimular a indústria de informática no Brasil através de reserva de mercado para empresas de capital nacional.

Com a importação de produtos industrializados proibida e exigidos índices crescentes de nacionalização dos produtos fabricados no país, o Grupo Sharp por meio de uma joint-venture, transferiu o controle acionário da NEC Brasil para a BIT - Brasilinvest Informática e Telecomunicações de Mário Garnero que passou a exercer o cargo de presidente do Conselho de Administração da NEC Brasil.
1990
Neste ano, ocorreu a abertura de mercado da área de informática permitindo importação e vendas de produtos industrializados. Este fato, afetou profundamente as empresas brasileiras do setor.

A Sharp do Brasil nesse período obteve experiência desenvolvendo soluções em TI. A credibilidade adquirida junto ao mercado trouxe grandes clientes e contratos para atender o mercado privado e governamental.

O crescimento e a diversificação dos negócios foram negativos ao Grupo Sharp e seus balanços apontaram prejuízos e uma longa crise nos anos três seguintes.
1991
Neste ano, a Sharp do Brasil associou-se à americana AT&T, na área de telecomunicações para fabricar equipamentos de telefonia móvel.
1994
Neste ano, em  12 de agosto, morre em acidente de helicóptero  em Nova Jersey, EUA – aos 61 anos, o empresário Matias Machline. O pungente empreendedor e fundador da Sharp do Brasil, uma marca de sucesso no Brasil. A empresa não mais continuou com o sucesso de vanguarda desse momento em diante.
1997
Neste ano, a Sharp do Brasil faturava US$ 120 milhões por ano, e resolve lançar a maior fábrica de software do Brasil, com implantação e treinamento aos seus clientes para aproveitarem o máximo dessa tecnologia e provocar melhoria contínua dos processos para seus clientes.
1998
Neste ano, a Sigma foi uma das primeiras empresas brasileiras a ser certificada com o ISO 9000/2000 e ISO 9001/2001. Uma empresa na qual seus fundadores desde o princípio buscavam trazer metodologia e organização como diferenciais de prestação aos seus clientes.
2000
Neste ano, houve o pedido de concordata da Sharp do Brasil, foi quando Sharp Corporation, com sede no Japão, disputou o uso da marca no Brasil
2002 
A Sharp do Brasil teve sua falência decretada, a maior beneficiária foi a Sharp japonesa que garantiu uma marca tornada famosa por Mathias Machline, não apenas em território brasileiro, mas em âmbito mundial.

Dismac
1916
Neste ano, pode-se afirmar começou possibilidade da história das calculadoras eletrônicas brasileiras DISMAC.

No frio do primeiro dia do mês de novembro de 1916, em Viena, na Áustria, a mãe de Joseph Martin Feder, dirigia de carruagem com os fortes sintomas do parto. Não teve tempo de chegar ao destino, com a ajuda de militares, sob uma ponte ocorreu o parto do menino Joseph, nascido a meio do caminho do hospital.

Joseph Martin Feder, era filho de judeus poloneses, com o regime nazista e depois à Segunda Guerra Mundial, a família tinha que mudar-se constantemente. Na última mudança de país, Joseph tinha um pouco mais de 20 anos, chegou na Itália, onde conheceu a futura esposa Susy. Ambos deixaram a Itália em direção aos Estados Unidos, em mais um momento de fuga.
1952
Neste ano, Joseph Martin Feder que não gostará dos EUA, veio para o Brasil. Logo, juntou-se a sócios e fundou a Elgin, no início só uma fabricante de máquinas de costura. Feder era um visionário. Nos anos 70, saiu da empresa com intuito de montar outra empresa em atividade que prometia melhores rendimentos.
1973
Neste ano em 25 de janeiro, foi fundada pelo austríaco Joseph Martin Feder na Zona Franca de Manaus, no Amazonas, a Dismac Industrial S.A., cujo principal objetivo era conquistar uma fatia do mercado brasileiro de calculadoras eletrônicas, até então dominadas por calculadoras importadas. Estávamos em plena expansão evolutiva, em conseqüência da substituição das somadoras e calculadoras mecânicas por eletrônicas.
1979
A Dismac, por volta deste ano, havia se tornada a maior exportadora brasileira de calculadoras eletrônicas. No mercado interno avançava mesmo com concorrentes fortes como a Olivetti, a Sharp, Burroughs, General Teknica e algumas marcas importadas. 
No quadro acima, modelos da série 121, sendo à esquerda, um modelo 121P só impressor mais antigo e na direita, o modelo 121MPV com impressor/visor. Abaixo fôlder de modelos de excelente aceitação pelo mercado nacional e exterior.

1981
Neste ano, após muito projeto e planejamento, lança o primeiro microcomputador fabricado no Brasil: o D-8000 montado num gabinete com teclado mecânico e gravador de cassetes incorporado. Esse computador com arquitetura de fácil acesso para usuários domésticos teve boa aceitação. Até essa época, os micros eram projetados para uso empresarial, com alto valor de revenda.
A foto acima é do Dismac modelo D-8000
O microcomputador, o D-8000, foi o primeiro vendido numa loja de departamentos. Era encontrado na famosa loja Mappin da Praça Ramos de Azevedo, região central da capital de São Paulo, com preço inicial de Cr$ 396.690,00 parcelados em  quatro pagamentos sem juros. Em três semanas, vendeu-se 10 microcomputadores, volume significante na época. Desse modelo seguiu-se uma linha variada de computadores.
No lado direito, o modelo D-8000 um microcomputador e a esquerda a série 3000-SP
1982
Neste ano, são lançados os modelos D-8001 e D-8002. A Dismac deixa de produzir os clones do “TRS-80” e passa a produzir cópias do Apple II. Era o período da reserva de mercado.
1983
Por volta deste ano, uma década depois, a marca Dismac atingia em vendas, o marco de 60% das calculadoras eletrônicas de mesa comercializadas no mercado brasileiro, com representantes em uma centena de cidades do Brasil.
1985
Por volta deste ano, a Dismac já era responsável por cerca de 20% do mercado nacional de computadores composto da série Alfa, como Alfa 2000 e do Alfa 3000, computadores profissionais de 64 Kbytes de RAM; também dispunha do Alfa 2064 com um sistema para multiusuários permitindo conexão de até oito terminais trabalhando em tempo real, ideal para lojas comerciais grandes ou médias.

A Dismac ainda criou uma série de pacotes aplicativos da linha Alfa, com utilização dos sistemas para quaisquer tipos de escritórios. Fabricou caixas registradoras eletrônicas, que podiam funcionar com terminais, vídeo games, joystick de precisão e por fim: as máquinas de escrever eletrônica.
1990
Neste ano, a Dismac Industrial S.A que destinava um percentual de algumas das vendagens a crianças carentes, encerrou suas atividades. A Dismac Industrial S.A muito contribuiu ao mercado brasileiro em geral, no ramo mecanográfico em particular, em calculadoras eletrônicas, máquinas de escrever eletrônica, registradoras eletrônicas e microcomputadores.

Abaixo, outro exemplar do mesmo modelo OAT 1200 da mesma máquina com modificações mais moderna, como é possível perceber nas imagens as aparências.

Joseph Martin Feder, com 74 anos saiu dos negócios e, como o próprio dizia: “passou a se dedicar ao ócio criativo”. Dedicou-se à família, aos netos e bisnetos, a arquivar recortes de jornais, escrever textos com suas opiniões e memórias. Chegou a publicar cinco livros, entre estes, há dois importantes: "Sonhador e Realizador, uma História Construída" e "Dismac e Amazônia”.
2009
Neste ano, em 11 de janeiro com 93 anos, faleceu de complicações pulmonares Joseph Martin Feder, deixando viúva, os filhos Henry, Frances Rose e Daniel, quatro netos e três bisnetos.
ELGIN S/A
O nome “Elgin” tem origem na Grécia Clássica sendo atribuída aos mármores usados pelo escultor Fídias em suas obras. A ELGIN é uma empresa brasileira, com uma marca conhecida por sua qualidade, credibilidade e inovações constantes, sempre com o objetivo de oferecer os melhores produtos aos seus consumidores.

Começou pelo segmento de máquinas de costura, diversificou sua atuação no mercado brasileiro, e hoje conta com uma enorme variedade de produtos para uso comercial e residencial como condicionadores de ar, ferramentas, telefones,  lâmpadas, cine e foto, pilhas, carregadores, automação comercial, refrigeração, móveis planejados. 

Em suas altividades ligadas à mecanografia, destacamos a produção de máquinas de escrever eletrônicas, calculadoras, fragmentadoras e num ciclo posterior uma vasta linha de produtos de informática. É parte do nosso bloque por também ter se dedicado aos produtos ligados a mecanografia. 
1952
A Elgin brasileira, fundada por Joseph Martin Feder, David Charles Feder e outros sócios, surge com sua primeira unidade fabril em Mogi das Cruzes, São Paulo como fabricante das primeiras máquinas de costura no Brasil. A marca ELGIN foi adotada pela empresa para associar a durabilidade dos seus produtos.

Neste ano, (2019) a empresa com capital 100% nacional, completou 67 anos com uma diversificada linha de produtos, como: ar condicionado, automação, costura, energia solar, iluminação, informática, refrigeração, seguro, telefonia, máquinas de sorvete.

Em Mogi das Cruzes, a sede da empresa está localizada na Av. Vereador Dante Jordão Stoppa, 47 bairro Cesar de Souza.
1956
Neste ano, a Elgin começa a produção de móveis e gabinetes para máquinas de costura.
1966
Neste ano, começa a fabricação de produtos para refrigeração como compressores herméticos, unidades condensadores. Seguindo, a diversificação da linha de produtos em 1998 de calculadoras e ar condicionado tipo split; em 1998, fabricando impressoras Canon sob licença da empresa japonesa; 1999 de impressoras fiscais e seus derivados.
1982/1986
Em 1982, o projeto de produtos ligados à área de informática que começa em junho de 1986, com a ElginInfo. Entre seus produtos o lançamento da máquina de escrever Brother.
1990
Neste ano, a Dismac Industrial S.A encerrou suas atividades, mas a família "Feder" continuava com a Elgin S/A com um linha variada de produtos, com participação societária de diversos membros da família em várias empresas.

Na Zona Franca de Manaus , a ELGIN Industrial da Amazônia Ltda. passou a produzir as máquinas de escrever eletrônicas com a marca Brother, como o modelo AX-525 que apresentamos abaixo.

2009
Neste ano, assume a presidência do grupo, o filho do fundador Roberto Bernardo Feder com 66 anos, O grupo envolve diversas empresas de várias áreas, mas nosso destaque tem relação somente do ramo mecanográfico.
 
Na série de calculadoras eletrônicas, as mais recentes fabricadas Made in China, compõe-se de modelos: MA, MB, MR e suas séries.

Elgin Industrial da Amazônia Ltda. Indústria Brasileira, com CGC 14.200.166/0001-66, situada na Av. Abiruna 579 Distrito Industrial Zona Franca de Manaus  Manaus, Brasil.
CEP: 69075-010; telefone: (92) 2101-9703; fax: (92) 3615-2397

Gentek S/A Indústria de Comércio

A Gentek S/A foi a empresa que fabricou as calculadoras eletrônicas da marca General Teknica. No descritivo de produção da Gentek consta a fabricação de máquinas, aparelhos e utensílios para máquinas de escrever, somar e calcular, de contabilidade, registradoras, autenticar cheques, endereçar, selagem automática. 

O nome "General" era muito forte, uma vez que o Brasil estava sob o regime militar, mas crescia a níveis elevados. A junção de General e Teknica tornou-se um nome forte graças a própria qualidade dos seus equipamentos.

A Gentek S/A foi aberta como uma sociedade anônima fechada, apenas conhecemos, entre outros, alguns desses sócios que são: Hiroshi Miyashita, Paulo Suzuki, Haruo Omori, Yoshiya Bakoshi.
1971
Neste ano, em 12 de agosto consta como a abertura da empresa nos órgãos oficiais, com o CNPJ de n° 43.074.830/0001-76 para funcionar na Zona Franca de Manaus com incentivos da Sudam, Suframa e Codeama, na Av. Buriti, 2640 no Distrito Federal em Manaus, no Estado do Amazonas, telefones: 234.6572 e 234.6272 e telex (0922) 2036 GTEK BR.

A empresa em pouco tempo, obteve a preferência em vendas de diversos produtos, principalmente das calculadoras eletrônicas com inúmeros modelos para atender diversos fins, sendo a preferida de empresas maiores por sua qualidade técnica. Além das calculadoras, a empresa tinha uma máquina de etiquetar preços muito utilizada, principalmente num período de inflação alta no Brasil

Abaixo, no quadro consta os endereços próprios da Gentek e de seus representantes autorizados nas principais regiões brasileiras.


Abaixo um trio de calculadoras em sequencia de seus avanços técnicos seguindo o mesmo princípio de desenho promissor.
Abaixo mais um quadro com calculadoras de "bolso" , médias só visor e as máquinas de etiquetar  da marca Pico, produzido pela Gentek.
1986 
Neste período a General Teknica competia no mercado com uma ampla série de modelos, descrito no
quadro abaixo em folheto da própria Genebrás (Gentek)
Apresentamos no quadro acima, um modelo bem antigo da década de 1970 e dois mais modernos já
da década de 1990.
2008
No final deste ano, em 31 de dezembro a empresa encerrou suas atividades devido a problemas financeiros, com endereço comercial na cidade do Rio de Janeiro, bairro de Laranjeiras na rua Ipiranga, 49 telefones: 205.3593 e 205.3491.


A calculadora eletrônica da marca C Itoh foi produzida  a partir da década de 1970 pela empresa nacional "IGASA Indústria Gerais da Amazônia Ltda." na Zona Franca de Manaus.

A empresa foi fundação em 25 de maio de 1973, com a inscrição federal sob n° CGC 04.216.495/0001-41 (o atual CNPJ) estabelecida na Rua Poroquê, 240, Manaus, Distrito Industrial  com telefone (092) 232-4601 no estado do Amazonas. Foi presidida por Fernando Franco de Sá Bonfim. A C. Itoh foi pioneira em usar nos display de suas calculadoras a tecnologia de "cristal líquido".

Na Zona Franca de Manaus, os produtos para ter crédito e permissão de projeto, devia por aprovado pelos órgãos federais. Os produtos C. Itoh  foram aprovados pela: 
- Codema resolução n 094/74; 
- Sufran sob n° 167 de 07/04/75; 
- Sudam resolução 6036 de 30/06/75; 

Um produto para ter aceitação nacional, num país continental como o Brasil sempre precisou de ter espalhado pelo país inúmeras filiais e uma rede particular de representantes. A C. Itoh possuía uma boa rede de atendentes tanto para revenda como para dar assistência técnica. Abaixo segue a relação das filiais da empresa, em grandes cidades:

São Paulo 260.5046 / 35.7827; Rio de Janeiro 231.1445 / 246.0875;
Belo Horizonte 224.6475; Recife 326.4182; Brasília 23.5677; Porto Alegre 24.8272;
Caxias do Sul 21.3922; Curitiba 33.7512; Blumenau 22.4662; Salvador 226.2026;
Fortaleza 224.8348; São Luiz 222.4955. 

A C. Itoh também brilhou no mercado com as calculadoras de bolso e científica com larga vendagem.
No quadro acima, três modelos, sendo o primeiro da esquerda o CI-10P com impressão sem display; na direita, o modelo CI-12PD completo; no centro um modelo interessante, uma Precificadora, montada na base da CI-10P com um sistema interessante. 

O grupo impressor é capaz de imprimir em duas vias; calcular o preço de produtos por multiplicação e ser utilizada para cálculos em quilograma, unidade, dezena, centena com muita precisão e de modo automático.




FIM DO MERCADO MECANOGRÁFICO NO BRASIL


"O mercado nacional próximo ao fim do século XX, tinha capacidade para absorver cerca de 40 mil a 50 mil máquinas/ano. 

A Facit conseguiu vender cerca de 20 mil no mercado interno, principalmente grande parte do consumo desse produto aos órgãos públicos, ainda carentes de nova tecnologia por um série de fatores, como muitos formulários que não podem ser preenchidos por computador pela falta de programas específicos.

Mas no correr dos anos vindouros a substituição ocorreu ao ponto de na segunda década do terceiro milênio as impressoras estão sendo deixadas em segundo plano pela digitalização documental em fraca expansão. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário